SEM CRIANÇAS, SEM O SEU
SORRISO, HÁ FUTURO?
« … que a vida dos adultos seja iluminada, regenerada pelas gargalhadas das crianças. Porque a esperança está sempre nas suas mãos » ( Pierre Chaunu, in “ La Peste Blanche”, pág.209)
Com a quebra acentuadíssima da natalidade, em Portugal desde 1982 que não
há substituição de gerações, o número de crianças tornou-se um “ bem “ escasso.
E porque não há crianças, tornamo-nos num país sem esperança, acomodado, com
medo às mudanças. Preferimos o medíocre ou, até mesmo, o mau. Tornamo-nos
cinzentos, cabisbaixos e “nombrilistas”. Cultivamos a efemeridade, o fugaz.
Temos medo terrível do futuro. E só nos
rimos com as boçalidades. Já deixamos de ser individualistas e passamos a
egolatristas. Somos incapazes de contemplar a beleza de um sorriso de uma
criança, puro e transparente. Luminoso. Gargalhamos com o bruto e com o boçal (
vejam-se os programas de maior audiência das TV`s ).
Estamos numa sociedade muito
doente e em vias de extinção que ela própria provoca .
Vejamos as leis referentes ao
dom da vida ( que ninguém já aceita que o seja, mas que prefere chamar o “
produto” de uma manipulação laboratorial ou de um cálculo em “ folha Excel”). O
caminho foi seguindo uma linha bem definida a que nos alheámos:
1.
Começámos
por separar a sexualidade humana do amor;
2.
Depois
a sexualidade da reprodução;
3.
Alçapremamos
a sexualidade ao cume do hedonismo sem consequências naturais;
4.
Abolimos
a paternidade separando-a da maternidade;
5.
Separamos
a maternidade , da concepção ao nascimento, da Mãe e “ alugamos” uma geradora
de bebés que ainda não é uma máqina(!) que depois são entregues aos
encomendadores que perderam 9 meses de vinculação irreparáveis;
6.
Legislamos
no sentido anti-natural, de uma criança não ter Mãe, mas dois pais, contrariando
as leis da Natureza ou ao contrário: ter duas mães e não ter pai!
7.
Andam
por aí projectos que procuram definir
como cada uma das crianças nasce,
neutro(?) até decidir o que quer ser ( a Teoria do Género está já no terreno da
educação ( chamam-lhe mentirosamente “ Educação para a Cidadania”) a comandar
os programas do ensino perante o silêncio e indiferença dos pais);
8.
Perante
perturbações de identidade, por exemplo uma criança rapaz olhar-se ao espelho e
achar que tem o pénis e o escroto a mais e que lá deveria estar uma vagina,
proíbem-se as terapias que acompanhariam este distúrbio, tal como sucede com a
anorexia nervosa, objecto de grandes preocupações e com tratamentos aprovados.
9.
Proíbem-se
os pais de aconselhar e guiar os seus filhos menores no encaminhamento para o
tratamento desta disforia que não aceita a sua natureza biológica….
10.
Promove-se
o aborto sem pejo e chega-se a proibir que se reze pelas mães, tantas vezes
desesperadas e que não têm quem as aconselhe com serenidade e não as induza,
como única solução para o aborto;
11.
A
fundação de Centros de Apoio à Vida foram postos de lado e dificultada a sua
existência;
O sorriso das crianças, esperança do
futuro, escasseia e está muito raro. Não nascem crianças e no caso das que
nascem, os pais ( muitos pais) preferem
actividades de “ esbeltizaçao” do corpo a gastar alguns segundos a
contemplar o sorriso de um filho.
E como é belo o sorriso de uma criança!
Puro. Desinteressado. Imaculado. Como uma flor que se abre para nos alegrar com
a sua cor, aroma e forma.
Como escreveu em 1976, Pierre Chaunu, em “
La Peste Blanche”:
« … que a vida dos adultos seja
iluminada, regenerada pelas gargalhadas das crianças. Porque a esperança está
sempre nas suas mãos ».
As crianças são o futuro e se não as houver há futuro!
Carlos Aguiar Gomes
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