Faz 30 anos em 15 de Maio p.p.( 2012) que o Papa Beato João Paulo II esteve em
Braga, em visita pastoral memorável. Precisamente há 30 anos publiquei no
“Diário do Minho” (20.5.1982) um artigo que me parece manter toda a atualidade.
Republico-o agora, sem lhe mudar nada.
Braga deu o coração ao Papa!
O santo Padre, que nos honrou com a Sua visita e ensino ou com a Sua
palavra, recebeu, quando chegou a esta velha urbe dos romanos e dos Arcebispos,
um coração em filigrana. Não sei quem teve tão feliz iniciativa, mas daqui o
felicito. De facto ao Vigário de Cristo na Terra nada mais agradará do que
saber que os bracarenses estão com o Papa e Lhe dão o seu coração – creio que
será esse o símbolo da oferta.
Parabéns a quem teve tão expressiva ideia – o coração para o Papa. Um
coração que sente com a Igreja, que exulta com as suas vitórias e sofre com os
seus revezes, que reza pelos oprimidos e perseguidos, que luta pelo homem – o
homem todo e todos os homens!
Creio que esse coração trabalhado nessa renda de prata ou ouro que é a
filigrana, terá um lugar especial no coração do Papa. Sim, o nosso coração,
símbolo do amor e de doação, estará hoje e sempre, cada vez mais e melhor
sintonizado com o coração do Papa.
Que hipocrisia não seria darmos um coração de ouro ou prata ao Sumo
Pontífice, talvez muito valioso, mas negarmos-Lhe o nosso!... Que engano seria
tal oferta!... E nós, católicos bracarenses, não permitiremos que o coração
entregue a Sua Santidade seja símbolo de mentira! Não! Esforçar-nos-emos todos
para que o Santo Padre sinta que o nosso coração Lhe foi entregue. Que bate ao
ritmo do Seu.
Sim, um coração que aceita com alegria a «Familiaris consortio» e a
«Laborem Exercens»; que rejubila com «Redemptoris hominis»; que abraça com o
maior fervor «O Mistério e culto da Santíssima Eucaristia»; que cumpre todas as
normas disciplinares e litúrgicas aprovadas pelo Papa com a satisfação de Lhe
obedecer. Um coração que não bate em ritmo acelerado nem retardado, mas ao
ritmo certo, ao compasso da Igreja, Mãe e Mestra, esse é o coração oferecido ao
Santo Padre. É o coração, assim ritmado, que o Papa aceitou no Sameiro. Braga
deu o seu coração ao Papa, não lho vai retirar! A partir do dia 15 não se vai
ousar, creio, dar o nosso coração, oferecido ao Papa, aos ídolos do mundo
moderno. No Sameiro gritamos: Totus tuus e todos do Papa ficaremos!
Carlos Aguiar Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.