quinta-feira, 7 de abril de 2022

S. JOÃO PAULO II, MAGNO ( 2) SAMEIRO – 1982 -2022 15 de Maio

 

                                               S. JOÃO PAULO II, MAGNO ( 2)

                                                 SAMEIRO – 1982 -2022

                                                          15 de Maio

 

   S. João Paulo II Magno chegou ao Sameiro com uma mensagem muito clara, positiva e que era uma verdadeira convocatória: a defesa, promoção e apoio à Família  tal como se entendeu sempre constituída: Pai, Mãe e filhos, a Família nuclear.

   O Santo Papa não tem meias palavras. Nunca as teve.

   O Santo Papa não usou palavras dúbias e de dupla interpretação. Nunca as teve. Devemos- lhe esta maneira de proclamar a Verdade que nunca estava “ embrulhada” em “ cores pastel” ou “ cinzentas”.

   O Santo Papa foi corajoso na defesa da Família. Como sempre e em todo o lado e em todas as circunstâncias se manifestou.

  Nunca fez desvios de conveniência.

  Nunca adoptou as modas e nunca deixou de afirmar, a tempo e contra-tempo,a verdade sobre a Família.

   E nesta ocasião memorável, para o Sameiro, para a Arquidiocese de Braga, para Portugal e para o mundo, ele, o Pastor Universal, abriu a sua notável homilia, aproveitando-se da 1ª leitura da Missa ( Gen.15, 1-5):

« Não temas, Abraão… a tua descendência será numerosa.» Este  NÃO TEMAS , dirigido por Deus a Abraão, foi naquele dia 15 de Maio de 1982, dirigido a cada um que estava naquela Missa e a todos os homens do mundo. Não temas! Como foi recorrente esta expressão do Papa… logo desde o início do seu longo pontificado e que é um repto que lançou em todas as geografias espirituais, mesmo nas mais hostis à mensagem de defesa do Homem e da Família. E que, hoje é de uma actualidade gritante, quando os ideólogos do “ pensamento único” estão a impor pelo medo e perseguição a todos os que defendem os valores que nos fizeram como civilização que assenta a sua organização na Família.

  Disse logo nas primeiras palavras que nos dirigiu que “… o futuro do homem  sobre a terra está ligado à família» ( …) e que « o Plano Divino da Salvação  e a história da Salvação passam pela família». Chegariam estas duas frases para se fazer um programa de Pastoral familiar. Jesus não veio para salvar o planeta. Jesus veio para salvar o Homem, todo o Homem e por isso quis nascer numa família constituída por um homem e uma mulher.

   Citando-se, na fabulosa Exortação Apostólica “ FAMILIARIS CONSORTIO”, dirigiu-se com estas palavras às famílias de Portugal: « Que as famílias deste País se consolidem no amor e na unidade e continuem assim a cumprir a missão que Deus lhes confiou: para isso rezamos nesta Eucaristia, persuadidos de que  também  o futuro de Portugal passa pela família». Mas Portugal esqueceu estas palavras! Lamentavelmente. Desde aquele ano de 1982 que a natalidade não pára de diminuir até hoje com níveis aterradores de taxa de natalidade, uma das mais baixas do mundo .

 Diariamente morrem mais pessoas do que as que nascem ( basta consultar a grande e fiável base de dados , PORDATA ) e uma taxa de divorcialidade imparável  e com efeito multiplicador, pois é cada vez mais frequente o divórcio sucessivo e de pouca duração o intervalo entre divórcios.

  Braga e Portugal ouviu a homilia do Papa mas imediatamente seguiu , com velocidade, um caminho  contrário! Num artigo que publiquei  no Diário do Minho, a propósito de uma oferta simbólica que foi oferecida a S. João Paulo II Magno, um coração em filigrana, perguntava-me se Braga tinha dado nessa prenda o seu coração ao Papa, que seria o mais importante… Hoje, 40 anos depois, constato que aquele coração , apesar de ser feito de ouro e ser uma peça preciosa do nosso artesanato, afinal não era o coração dos portugueses que decidiram fazer o contrário do que aquela lembrança simbólica queria significar: a aceitação consciente e amorosa do que o Papa nos quis transmitir no concernente à Família. Pelo contrário tudo tem sido feito para destruir a Família e para fazer leituras espúrias do que foi sempre a doutrina católica sobre a Família, sobre a sua unidade, constituição, finalidades e responsabilidades aceites, teoricamente (!) em liberdade e conhecimento dos deveres.

   Esqueceu-se esta homilia e o que ela nos veio trazer. Arrumou-se ( definitivamente?) a Exortação Apostólica FAMILIARIS CONSORTIO, como um documento do Magistério da Igreja fundamental para o futuro da humanidade. E intemporal. Tristes tempos!

( Continua)

Nota: no último artigo cometi um lapso: o Papa chegou ao Sameiro em autocarro e partiu em helicóptero. As minhas desculpas sinceras aos leitores).

 

 

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