S.
JOÃO PAULO II, MAGNO ( 2)
SAMEIRO – 1982 -2022
15 de Maio
S. João Paulo II Magno chegou
ao Sameiro com uma mensagem muito clara, positiva e que era uma verdadeira
convocatória: a defesa, promoção e apoio à Família tal como se entendeu sempre constituída: Pai,
Mãe e filhos, a Família nuclear.
O Santo Papa não tem meias
palavras. Nunca as teve.
O Santo Papa não usou palavras
dúbias e de dupla interpretação. Nunca as teve. Devemos- lhe esta maneira de
proclamar a Verdade que nunca estava “ embrulhada” em “ cores pastel” ou “
cinzentas”.
O Santo Papa foi corajoso na
defesa da Família. Como sempre e em todo o lado e em todas as circunstâncias se
manifestou.
Nunca fez desvios de
conveniência.
Nunca adoptou as modas e nunca
deixou de afirmar, a tempo e contra-tempo,a verdade sobre a Família.
E nesta ocasião memorável,
para o Sameiro, para a Arquidiocese de Braga, para Portugal e para o mundo,
ele, o Pastor Universal, abriu a sua notável homilia, aproveitando-se da 1ª
leitura da Missa ( Gen.15, 1-5):
« Não temas, Abraão… a tua descendência será numerosa.» Este NÃO TEMAS , dirigido por Deus a Abraão, foi
naquele dia 15 de Maio de 1982, dirigido a cada um que estava naquela Missa e a
todos os homens do mundo. Não temas! Como foi recorrente esta expressão do
Papa… logo desde o início do seu longo pontificado e que é um repto que lançou
em todas as geografias espirituais, mesmo nas mais hostis à mensagem de defesa
do Homem e da Família. E que, hoje é de uma actualidade gritante, quando os
ideólogos do “ pensamento único” estão a impor pelo medo e perseguição a todos
os que defendem os valores que nos fizeram como civilização que assenta a sua
organização na Família.
Disse logo nas primeiras
palavras que nos dirigiu que “… o
futuro do homem sobre a terra está
ligado à família» ( …) e que « o Plano Divino da Salvação e a história da Salvação passam pela família».
Chegariam estas duas frases para se fazer um programa de Pastoral
familiar. Jesus não veio para salvar o planeta. Jesus veio para salvar o Homem,
todo o Homem e por isso quis nascer numa família constituída por um homem e uma
mulher.
Citando-se, na fabulosa
Exortação Apostólica “ FAMILIARIS CONSORTIO”, dirigiu-se com estas palavras às
famílias de Portugal: « Que as famílias deste País se consolidem no amor e na
unidade e continuem assim a cumprir a missão que Deus lhes confiou: para isso
rezamos nesta Eucaristia, persuadidos de que
também o futuro de Portugal passa
pela família». Mas Portugal esqueceu estas palavras! Lamentavelmente. Desde
aquele ano de 1982 que a natalidade não pára de diminuir até hoje com níveis
aterradores de taxa de natalidade, uma das mais baixas do mundo .
Diariamente morrem mais pessoas do que as que
nascem ( basta consultar a grande e fiável base de dados , PORDATA ) e uma taxa
de divorcialidade imparável e com efeito
multiplicador, pois é cada vez mais frequente o divórcio sucessivo e de pouca
duração o intervalo entre divórcios.
Braga e Portugal ouviu a homilia do Papa mas
imediatamente seguiu , com velocidade, um caminho contrário! Num artigo que publiquei no Diário do Minho, a propósito de uma oferta
simbólica que foi oferecida a S. João Paulo II Magno, um coração em filigrana,
perguntava-me se Braga tinha dado nessa prenda o seu coração ao Papa, que seria
o mais importante… Hoje, 40 anos depois, constato que aquele coração , apesar
de ser feito de ouro e ser uma peça preciosa do nosso artesanato, afinal não
era o coração dos portugueses que decidiram fazer o contrário do que aquela
lembrança simbólica queria significar: a aceitação consciente e amorosa do que
o Papa nos quis transmitir no concernente à Família. Pelo contrário tudo tem
sido feito para destruir a Família e para fazer leituras espúrias do que foi
sempre a doutrina católica sobre a Família, sobre a sua unidade, constituição,
finalidades e responsabilidades aceites, teoricamente (!) em liberdade e
conhecimento dos deveres.
Esqueceu-se esta homilia e o que ela nos
veio trazer. Arrumou-se ( definitivamente?) a Exortação Apostólica FAMILIARIS
CONSORTIO, como um documento do Magistério da Igreja fundamental para o futuro
da humanidade. E intemporal. Tristes tempos!
( Continua)
Nota: no último
artigo cometi um lapso: o Papa chegou ao Sameiro em autocarro e partiu em
helicóptero. As minhas desculpas sinceras aos leitores).
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