quinta-feira, 19 de maio de 2022

S. JOÃO PAULO II, MAGNO (9) SAMEIRO – 1982 -2022

 

                                            S. JOÃO PAULO II, MAGNO (9)

                                                 SAMEIRO – 1982 -2022

                                                          15 de Maio

 

   « Não temas…» , pegando no texto da 1º Leitura da Missa que celebrou no Sameiro, o Papa S. João Paulo II Magno, dá o mote para a sua sempre actual homilia. Toda a sua intervenção foi nesta sentido: não temer  anunciar o Evangelho da Vida e da Família, sempre. “Não temer” ou “ ter coragem” foram apelos que durante o seu longo pontificado nunca pôs de lado. Assim o fez no Sameiro perante , talvez, meio milhão de cristãos que até os ramos das árvores lhes serviam de assento para poderem ver o Papa.

   Como Papa vincadamente mariano mostrou-nos a alegria de poder estar connosco ali, naquele extraordinário centro de evangelização que foi, é e continuará a ser o Sameiro: « Alegra-me celebrar esta Eucaristia e meditar convosco sobre a família no quadro deste Santuário do Sameiro, monumento da gente portuguesa, do amor à Santíssima Virgem, aqui venerada e invocada  sob o título de Imaculada Conceição» . Como é significativa esta ligação da Família à Santa Mãe de Deus! Sim, o povo português sempre venerou profundamente Nossa Senhora, coroada nossa Rainha por D. João IV, aos pés de Quem depôs a coroa real de todos os nossos Reis. Ela foi e continuará a ser a nossa “ Tutelaris Regni”, Padroeira do Reino, de Portugal.

   «Assim continue e se intensifique constantemente, aqui e em todo o Portugal , a fidelidade a Deus pela fidelidade ao seu passado. E nisto tem um papel insubstituível a família». Um voto. Um desafio. Temos, nós os portugueses, estado atentamente zeladores deste voto? Falhamos, infelizmente.

   Nestes últimos 40 anos, temos assistido aos mais grosseiros e vis  ataques a esta instituição base e estruturante de uma sociedade humana. Que medidas políticas foram e continuam a ser tomadas, com o nosso silêncio e com o nosso voto cúmplices contra a Vida Humana e Família?  Usando uma expressão popular bem conhecida de todos, posso afirmar, sem exagerar, que os apelos de S. João Paulo II Magno “ caíram em saco rôto”.

   Entendemos o que o  Papa na sua homilia proclamou sobre a Vida Humana e a Família e que tanto se aplaudiu?

    Percebemos e interiorizámos o que ele nos transmitiu com tanto vigor e energia?

    Compreendemos que há princípios NÃO NEGOCIÁVEIS e que o Papa tão claramente nos recordou e enunciou?

    Como é possível que tantas centenas de milhar de cristãos tenham aplaudido o Papa e apoiem com o seu silêncio, indiferença e desconhecimento políticas que vão, precisa e meticulosamente, contra tudo de essencial que ele nos anunciou? Legalizou-se o Aborto, a Eutanásia, não há liberdade de educação e dificulta-se ao máximo e discricionariamente o direito de serem os pais a escolher o tipo de educação para os seus filhos, destruiu-se o princípio fundamental que a Família nasce com o matrimónio e que este não é o mesmo que uma união de facto, que o casamento, por natureza, é entre um Homem e uma Mulher, que todas as crianças têm o direito primeiro de conhecer quem são os seus pais, manipula-se a gestação e a gravidez …

   Quase a terminar esta homilia, S. João Paulo II Magno resume-a, como querendo que cada um de nós, nunca esquecesse o que nos veio trazer ao Sameiro (recorde-se e sublinhe-se que o Papa não veio como turista ilustre mostrar-se numa qualquer passagem de modelos!):

« Irmãos e Irmãs:

É grande o sacramento da Matrimónio, que deu origem às vossas famílias e continua a vivificá-las!

É grande a missão das vossas famílias:

     - o futuro do homem sobre a terra está ligado à família;

     - o Plano Divino da Salvação e a história da Salvação passam através da família humana!»

E a homilia termina com uma profunda oração- súplica à Theotokos, à Santa Mãe de Deus:

«… dai ( Virgem Imaculada, Senhora do  Sameiro)) a todas as famílias de Portugal a graça/ 

De saberem ouvir e guardar fielmente a Palavra de Deus!/ ( …) / Obtende para  estas famílias a harmonia, o amor e a graça!»(…)

Continua

Carlos Aguiar Gomes

    

 

 

 

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