sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Não me posso calar – Sto Agostinho - nº3

       

   SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 3

 

                     BRAGA – 15 de Setembro de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

INVERNO DEMOGRÁFICO - CATÁSTROFE DEMOGRÁFICA – IMPLOSÃO DEMOGRÁFICA

 

 

   As três expressões com que encimo esta Carta, significam o mesmo: a humanidade está a viver uma verdadeira derrocada de auto-destruição e tudo por causa do facto de não nascerem crianças que permitam, no mínimo, a substituição de gerações. Pela primeira vez, que se conheça, o número de velhos com mais de 65 anos ultrapassa o número de crianças com menos de 5 anos ( Phil Lawler, in CatholicCulture, 5 .IX.22)) na Terra.

   Quanto mais desenvolvido é um país, mais acentuada é esta catástrofe.

  Inúmeros países, como Portugal, já não substituem as gerações (no nosso país desde 1982). A taxa de natalidade atinge níveis nunca antes observados. As campanhas anti-natalistas não esmorecem. Em Portugal, por exemplo, as aulas da disciplina da chamada “ Educação para a Cidadania” , em numerosos casos, não passam de aulas da promoção da contracepção, com exemplos audiovisiais e de material atinente com explicações do seu uso. Mesmo em escolas ditas católicas. A mensagem recorrente e mentirosa, é a de “ o ser humano é em si mesmo uma ameaça para o Planeta”. Assim, para salvar a Terra, segundo estes aldrabões acientíficos, é imperioso que não nasçam crianças. O embuste passa sem oposição visível e está a contaminar todos os grupos sociais, culturais, artísticos ou, até, religiosos (Mons. Vincenzo Paglia, Presidente da Academia Pontifícia para a Vida disse recentemente (canal RaiTre, no passado 26 de Agosto) que a lei 194, que liberaliza o Aborto em Itália, era um “ pilar da sociedade”!).

   As multinacionais promotoras da anti-natalidade recebem apoios multimilionários. E não podemos esquecer as gravíssimas ameaças que, na década de 70 do século passado, foram divulgadas massivamente, ameaçando a humanidade da chamada “ bomba demográfica” que iria emergir e destruir a Terra, esgotando os seus recursos alimentares, hídricos ou, até, espaciais…

   São já numerosos os jovens que decidiram nunca vir a ter filhos invocando razões de natureza” ecológica”, na medida em  que os filhos iriam aumentar a “ pegada de carbono” …O número de filhos por mulher em idade fértil está no seu mínimo. São cada vez mais frequentes os casais que não querem terem filhos ou, na melhor das hipóteses, um filho é o que se “ autorizam” a ter. Também, quando decidem casar-se, os jovens adiam até muito tarde o nascimento do primeiro (e talvez único) filho.

  Simultaneamente, promovem-se as maternidades de substituição em que, frequentemente ,voluntária e conscientemente, se privam os bebés de conhecerem o seu pai. A chamadas “ barrigas de aluguer”, em muitos casos, são expressão disso mesmo: privar as crianças de virem a saber quem é o seu pai.

  Concomitantemente, felizmente, a esperança de vida continua a aumentar o que torna a sociedade cada vez mais com um peso muito grande de velhos com o cortejo de encargos que arrasta consigo.

  Vivemos, que ninguém tenha dúvidas, um verdadeiro Inverno demográfico ou de catástrofe demográfica causadores de uma tremenda implosão demográfica.

  Por isso… SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes

Braga, 15.IX.22

 

 

 

 


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