Por Josimar de S. Rodrigues Junior
Milícia de Santa Maria no Brasil
A Militia Sanctæ Mariæ, em sua proposta fundante, visa formar homens comprometidos com “serviço e defesa dos fracos, da justiça e da paz” (D. Gérard-Marie).
Nosso fundador, sob o impulso do Espírito Santo, compreendeu que, no duplo combate da vida — espiritual e temporal —, era necessário que o novo cavaleiro se diferisse dos “cavaleiros” dinásticos, dos “cavaleiros” das honras e dos títulos e voltasse a se assemelhar ao verdadeiro espírito da cavalaria, daquela fundada sob os princípios da cristandade, na intrépida fé dos apóstolos e mártires, mas que tivesse, sobretudo, a docilidade de se deixar moldar pelo sopro do Espírito que “renova todas as coisas” (cf. Ap 21, 5).
A Ordem surge como uma proposta de santidade eficabilíssima, porque molda a espiritualidade a partir da “cristificação” interior, de uma adequação profunda à vida de Cristo obediente, pobre e servidor, que acaba por oferecer à humanidade homens capazes de se distinguir por sua “superioridade espiritual, moral, intelectual” e de cuja integridade se possa dizer indiscutível.
Este caminho, que chamei de “cristificação”, não é uma proposta vazia, abstrata, mas concreta, porque se faz na realidade cotidiana: na família, no trabalho, onde quer que um membro da Ordem esteja ele é chamado a fazer dali um campo de batalha contra as malignas forças espirituais e temporais.
A luta, o combate da vida para um membro regular, começa na exigência da pontualidade, da honestidade, da vida de oração, no comedimento e na sobriedade.
Por mais que pareçam tarefas simples, na frouxidão do mundo moderno, são batalhas quase intransponíveis.
Se o espírito do mundo moderno é secularista, avesso à ordem, à moral, ao espírito de honradez e, sobretudo, docilidade ao sopro do Espírito, como resposta a ele, a Ordem devolve homens firmes, capazes de exercer entre os homens a docilidade aprendida da Santíssima Virgem, nossa suserana, com a firmeza de um nobre cavaleiro, de gládio sempre preparado para o combate contra as forças do mal.
Dom Gérard-Marie entendeu que a vida de santidade não acontece com homens separados. É preciso unir forças, unir vontades.
A Ordem vem como meio de santificação eficaz porque, assim como nas antigas ordens de cavalaria, nenhum irmão deixava o outro no campo de batalha, entregue às próprias forças. Nós também, inspirados nesses santos homens, não devemos permitir nunca que um de nós se perca no caminho sem que, se for preciso, o “arrastemos” para o céu. Deus quer nos salvar em comunidade.
Em minha vida, a Ordem me auxilia a viver a luta contra o mundo, a carne e o diabo. Isso não se trata de grandes combates, mas de coisas simples, na vida comum.
Observo isso e saliento que a Ordem me auxiliou no ordenamento da vida de estudos, trabalho e oração, sobretudo. Mesmo não atingindo ainda a perfeição, consigo observar que minhas tarefas passaram a ter mais ordem quando comecei, por força da regra, dar a elas um sentido sobrenatural.
A Regra da Militia Sanctæ Mariæ é um manual de santidade do homem moderno, porque apresenta um caminho simples de santificação. É simples porque deseja que os que dela se servem se façam simples. É simples porque o reino dos céus é dos pequenos (“em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus.” Mt 18, 3). Assim como um manual de instruções, passo-a-passo ela nos ensina e cobra vivência do Evangelho na vida cotidiana.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.