quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

SILERE NON POSSUM nº 22

 







               SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

   “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

                 

                          Carta aos meus amigos – nº 22            

                           

                         

                               BRAGA , 26- Janeiro- 2023

 

 

 

 

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PAX                                                                                     

                                   

«Os Professores são uma das bases essenciais de uma sociedade livre, culta, justa e progressiva» ( C.A.G.)

 

    Temos assistido nos últimos tempos a uma sucessão inusitada de greves dos Docentes de Portugal. Os Professores andam frustrados. Cansados. Desiludidos. Os Professores estão fatigados e revoltados pela  perda da sua autoridade e prestígio. Caluniados como preguiçosos e desinteressados. Desde o tempo de uma Ministra da chamada Educação, de seu nome Lurdes qualquer coisa, que vai ficar na história da Educação em Portugal pelos piores motivos. Nunca tanta fúria contra os Professores foi exibida com raiva tão grande como nesse famigerado tempo.

    Mas os Professores, como outros profissionais essenciais ao desenvolvimento de um país, são pagos de forma miserável. Sem estímulo. Andando de terra em terra com a casa , filhos e “ tralha” necessária, todos os anos, ou quase, se deslocam como nómadas, criando instabilidade emocional, danos patrimoniais, abandonando tantas vezes os filhos, e “ arrastando” uma  frustração sem medida.

   … Por isso, os Professores partiram para uma greve dura e que dura! Ainda bem. E, se o meu apoio, vale alguma coisa, aqui o expresso, sem subterfúgios ou meias palavras.

  Há porém algumas perplexidades da minha parte e que me desgostam e angustiam. Explico:

1.      Por onde andam os pais cujos filhos frequentam o ensino estatal e de que não se vê associarem-se a esta luta dos agentes de instrução da sua prole? Como podem os docentes realizar bem, eficazmente e com entusiasmo o seu labor essencial para o desenvolvimento dos seus filhos? Preocupa-me vê-los silenciosos. Não os vejo na rua a lutar com aqueles que só pedem que se faça justiça. Onde se esconderam os pais? Não quero crer que se acobardaram!...

2.      Por anda a luta dos Professores que são obrigados a ideologizar as suas aulas com base numa chamada “ Teoria do Género”, profundamente acientífica ( ou anti-científica?) e destrutiva da nossa Cultura? Não os vejo manifestarem-se contra a dita “ linguagem inclusiva” que atropela soezmente a nossa gramática e o bom senso quando se impõe uma novilíngua que cria palavras “non sense” como, por exemplo:  alunos,  alunas e alunes ? Como se podem calar e não manifestar com veemência contra as “ casa de banho” inclusivas em escolas que recebem crianças e jovens adolescentes? Como podem os Professores, por exemplo, de Biologia que sabem que a espécie humana Homo sapiens – é gonocórica (agora diz-se em jargão da moda binária) ensinarem com verdade e honestidade que o sexo está predeterminado desde o primeiro momento da existência pela diferença cromossómica que jamais poderá ser apagada e ignorar esta verdade para “ lavarem o cérebro” dos seus alunos com a variedade esquizofrénica de géneros?

3.      Como é que se pode admitir que agentes de Forças de Segurança vão às escolas deste país falar sobre inclusão e defenderem que o menino que têm à sua frente pode não ser menino mas menina e ao contrário, uma menina pode ser menino, mudança que é a gosto do momento das pobres crianças? Que fazem os professores que são obrigados a dar o seu tempo lectivo a estas alarvidades  que  agentes de autoridade que se deveriam exclusivamente dedicar à segurança das crianças e jovens, Professores e aos outros trabalhadores escolares que, não raramente são agredidos com violência física e psicológica por pais agressivos  ou outros energúmenos que invadem o espaço escolar ou peri-escolar?

   Sim, os Professores têm toda a razão em fazer greves para despertar os governantes que se vão governando para as injustiças de que são vítimas. Sim, têm toda a razão! Mas a sua luta terá de continuar alargando o “ desenho” da sua luta.

   Os Professores terão, também, de lutar contra si próprios quando no exercício da sua nobilíssima profissão não sabem ocupar o seu lugar como docentes e autoridade e não como camaradas e amigos “ porreiraços” dos seus alunos que não são!

  Assim, entendo que a luta dos Professores é justa mas incompleta! A sua dignidade se passa pela luta por salários justos e devidamente adequados à sua profissão e vocação, tem que ir mais longe. Muito mais longe.

   A luta destes profissionais terá de ser contra os agentes e condições exógenas mas demolidoras da sua dignidade mas, obrigatoriamente, também tem de incluir a luta dos motivos endógenos que deixam transparecer o que nunca devia ver-se num Docente que assume a enorme importância do exercício da sua vocação: colaborar com os pais na educação das crianças e jovens de modo a que estes sejam sempre cidadãos cultos, responsáveis, trabalhadores  honestos, criativos e livres.

  Quando tomo conhecimento directo por parte de Professores da exploração inqualificável a que estão submetidos e a agentes de uma ideologia, a Teoria do Género e do Pensamento Woke, assalta-me uma revolta brutal! Revolta contra os políticos que elegemos para nos representar e não representarem-se, desrespeitando-nos, imporem a ideologia das suas preferências, como se vivêssemos num Estado totalitário.

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, 

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