FORTALEZA
NAS TURBULÊNCIAS …
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir as suas
raízes.”
Carta aos meus
amigos – nº 65
BRAGA , 23
- NOVEMBRO - 2023
+
PAX
A frase que encima esta minha Carta semanal
é de um Bispo meu amigo, que não calcula que a vou usar, e que teve a gentileza
de me enviar no mail que me endereçou a propósito da minha última Carta. Não pode calcular, Senhor Bispo, o
alento que me deu! Muito obrigado. Na realidade, num mundo de cobardias e
micro-cobardias (as piores e mais deletérias) e que pululam em multidões, sinto
que este mundo anda muito mal frequentado. E, cada vez mais, desaba sobre mim
um grande desalento e a sensação de que já não há muito a fazer. Mas, se
tivermos “ fortaleza nas turbulências….”, tudo pode alterar-se no sentido de me
tornar mais resiliente ( palavra da moda). Vivemos tempos de enormes e
tempestuosas turbulências, a todos os níveis em todos os grupos sociais, religiosos
ou culturais para não falar no campo conspurcado da política…
Fiz o meu serviço
militar obrigatório (3 anos) na Armada como Oficial da Reserva Naval e aprendi
muito sobre muitos aspectos. Uma das minhas aprendizagens foi sobre o
comportamento a ter quando há turbulência do mar com tempestades, ventos fortes
e vagas passando por cima do navio de guerra. Fortaleza! Fortaleza com as
pernas a tremer e os vómitos sem controlo, mas fortaleza. Agarramo-nos com
força e determinação a algo próximo e fixo, apanhar de frente, o vento frio e a
água salgada do mar que nos “ batia” forte. Acreditar firmemente que «depois da
tempestade vem a bonança» dava-me alento para suportar o que parecia não
suportável. Não desistir. Ou se se quiser ser mais veemente: ACREDITAR! A
tempestade passará. Virá outro tempo de tranquilidade. Ora eu tenho de
acreditar que perante tanta e tão horríveis turbulências que abalam os
alicerces da nossa Cultura há já sinais de “ resistência” pacífica e que me dá
a esperança nesta catástrofe cultural que nos abala. São pequenos grupos
motivados mas nem sempre acarinhados por quem tem o dever de os apoiar e não
combater como “ vírus” maléficos ( “ eles” lá sabem porquê!). E o que é
curioso, é que são grupos de jovens e não de velhos saudosistas carregados de
memórias mas que não voltam mais.
«Cada época e cultura são salvas
por um pequeno punhado de homens que têm a coragem de serem inactuais» (
G. K. Chesterton).
Chesterton tinha razão. Só se salva, a cultura e a Pessoa
Humana, se se quiser, souber e se estiver decidido a ser forte na turbulência
que procura destruir ou, usando uma palavra mais “ in” desconstruir a nossa
Cultura. Há já muito tempo que se abriu uma verdadeira guerra cultural contra a
nossa civilização e muitos de nós ainda não deu conta que a guerra está a ser
ganha contra quem defende outros paradigmas perante as ditas “ micro-cobardias”
da maioria que , cheia de medo, ainda que pense o contrário, se cala e acomoda.
Há cerca de um ano,
li (e reli!) um livro notável: « Comment être chrétien dans un monde qui ne
l`est plus – le pari bénédictin», de Rod Deher e que me permito recomendar como
prenda de Natal ( há versão original em inglês).Neste livro, um pai de família
conversa connosco sobre como ser forte e resistir às turbulências devastadoras
que nos assaltam sem nos deixarmos devorar pelos “ desconstrutores” da nossa
Cultura e a termos “fortaleza nas turbulências…».
« Ter consciência de que estamos
em guerra é o primeiro passo para a ganhar» ( Peter Kreef). Depois, agir de acordo
com os nossos valores “ contra ventos e marés”!
«FORTALEZA NAS TURBULÊNCIAS…»!
Como poderia calar
este incentivo que o Senhor Bispo teve a gentileza de me enviar!
Como poderia,
igualmente, calar-me e não deixar de dizer um enorme MUITO OBRIGADO a outro
Bispo que se disponibilizou para conversarmos sobre estas turbulências que
procuram destruir-nos e a não deixarmos que o consigam!
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
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