segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Resumo do Sermão da Nossa Senhora de Ó, do Padre Antônio Vieira

 Resumo do Sermão da Nossa Senhora de Ó, do Padre Antônio Vieira (1640)

Daniel Meirelles

O Padre Antônio Vieira inicia o sermão discorrendo sobre a perfeição do círculo

e sua relação com a eternidade. O círculo (O), sem início nem fim, como símbolo

recorrente na Igreja e no mundo, abrangeria tanto a natureza, como Deus. Seria também

de uma forma circular o ventre virgem da Virgem Maria, um terceiro imenssísimo

círculo. Nesse in utero se daria a conjunção da imensidade de Deus na circuferência

carnal do corpo de Cristo. A Virgem Maria abrangeria, tanto o criador, como sua

criação, no momento da conceição, uma vez que nela, em seu In utero, haveria essa

mais significativa representação, o Filho de Deus. Cristo, em sua completude,

compreenderia a imensidade de Deus, já que seu exterior corpóreo seria a própria

circufêrencia da divindade. Em suma, enquanto filho da Virgem Maria, Cristo seria a

letra definitiva dos tempos, o O, e, enquanto deus, seria o verbo, a conjunção de toda

essência divina. Isto é, a partir da Virgem, Cristo fez numa letra (O) a mesma essência

que fez Deus uma palavra (verbo). A manifestação física da divindade.

Ao fim e ao cabo, na imenssísima mensuração dos desejos da Senhora de O, se

vê, em Vieira, a formação da Majestade humanada. Pois, os dejesos exponenciais da

Senhora, refletidos no desejado da mesma, seriam a dilatação do desejo divino no

tempo. Assim sendo, Maria, deste a conceição, e Cristo, ainda in utero, encaixariam os

infindáveis desejos na gestação “infinitando” o tempo, da mesma maneira que Cristo,

enquanto homem no mudo, circuferenciaria em si a vastidão do infindável círculo que é

Deus. Tais desejos, por sua vez, fariam-se valer pela presença e ausência de Cristo à

Imaculada conceição: presença essa que seria a internalização de Deus na Senhora, visto

que carregava Seu filho ainda em seu ventre e sentia Dele a presença de seu próprio

Deus; e a ausência, esta incapacidade de ver diante Dele para poder vê-Lo e aproveitá-

Lo.

Maria, ao desejar ter consigo ao que já tinha em si, aproximou-se cada vez

mais de Deus e, doravante, também de Deus aproximou não só seu filho como toda sua

criação numa mesma promessa existêncial. Nós temos Deus em nós, e assim sentimos

sua presença, porém devemos ansiar pelo encontro com Deus para vivermos em sua

presença e Ele viver a nossa. E isso se daria precisamente pela Virgem Maria.

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