« A
REALIDADE É DEFINIDA COM PALAVRAS. POR ISSO, QUEM CONTROLA AS PALAVRAS CONTROLA A REALIDADE.»( Antonio Gramsci, filósofo marxista italiano)
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir as suas
raízes.”
Carta aos meus
amigos – nº 72
BRAGA , 11– Janeiro - 2024
+
PAX
Quando era criança, na minha terra, ouvia,
com frequência esta expressão – “ ISTO É “ A FIM DO MUNDO”, quando algo fugia
do normal e atropelava as regras da moral (nesse tempo ainda havia esta noção!
) ou do normal funcionamento da natureza. Ouvi e retive esta frase – súmula dos
simples mas não “ burros “. De facto, ela simboliza, em última análise, um
ataque e ofensa à normalidade coerente com a moral e as regras de funcionamento
da natureza.
A Biologia ensina-nos
que o Homo sapiens , o ser humano , é gonocórico ou seja, nesta espécie animal, em
nós, os humanos , os gâmetas
masculinos ou femininos são produzidos por indivíduos diferentes e , por isso,
distinguem-se do ponto de vista
morfofisiológico, hormonal, cromossómico, etc. Há um ELE e uma ELA.
Desde a concepção. Formam um par binário e complementar. Estes factos são
Ciência. É a sua natureza. Naturalmente complementares. E não há outra
alternativa a esta dualidade. Porém, a nossa sociedade está a ser atravessada
por uma corrente ideológica que
ganhou foros ferozmente agressiva, invasora e predadora da própria natureza
humana. E, o que é muito grave, é uma corrente profundamente anti-científica.
Persecutória de quem a não defende, apesar de as verdadeiras Ciências, como a
Biologia, o confirmarem. A espécie humana não tem o neutro: nem homem nem
mulher. Não há nela cinzento. Ele e Ela só.
Para destruir esta dualidade natural, introduziram a diferença
entre sexo e género, como nada tendo a ver um com o outro. Assim,
apresentam-nos, agora, um cardápio tão rico de géneros em que será difícil cada
um de nós não se inscrever, independentemente da nossa morfologia, património
genético, manifestações secundárias da nossa sexualidade, etc. Nesta guerra
cultural, tem tido um papel activo várias “ ciências” que se recusam e combatem
a verdade científica elevando um desejo qualquer
à categoria de “ facto”. Entram aqui as normas do chamado Ministério da
Educação e as suas directivas “ inclusivas” ou a introdução dos nomes próprios
“ neutros” a atribuir, por exemplo, às crianças recém-nascidas no Registo
Civil.
Tudo se resume e é administrado, agora, pela chamada “
autodeterminação “. Se alguém decide que é homem, sendo mulher,
autodeterminou-se e deixou de ser mulher para ser homem. E a lei tem de
contemplar esta “ autodeterminação “ soberana. O desejo tornou-se “ facto”
científico. Se isto não é um retrocesso, o que será? Ai de quem diga o
contrário! Até se criaram nomes novos para os insultos, como, por exemplo:
transfóbico, homofóbico, sexista, etc e etc.
Mas a situação complica-se, com a catalogação do género. Já
ultrapassaram … 56 diferentes. Deixou de haver homem e mulher para haver mais
de 56 tipos diferentes de pessoas ! Fui procurar saber pormenores que aqui deixo
e que encontrei em busca no Google, na entrada “ Tipos de Género “:
1. Agénero, quem não se identifica com nenhum género ;
2. Andrógino, uma espécie de terceiro sexo. Nem só homem mas também
não só mulher;
3. Bigénero, alguém que se identifica simultaneamente como homem e
mulher;
4. Mulher cis ou Mulher cisgénero , que se apresenta como mulher
que é;
5. Homem cis ou homem
cisgénero, que se apresenta como homem que é;
6. Duplo espírito, os que apresentam características masculinas e
femininas ( será o caso de mulheres barbudas e de homens de face glabra ? );
7. Genderqueer, quem quer ficar fora de qualquer classificação, nem
mulher nem homem;
8. Género fluido, quem varia consoante o seu humor de um para outro
e vice-versa;
9. Homem para mulher, nasceu “ aprisionado” num corpo masculino mas
vive como uma mulher;
10. Mulher para homem, nasceu “ aprisionado” num corpo feminino mas
vive como homem;
11. Género em dúvida, quem não descortina onde se “ encaixa”;
12. … 56…. A lista está em aumento permanente consoante a imaginação
de cada um!
Por isso, e por causa desta variabilidade, e por enquanto, é
moda, os discursos e conversas do «politicamente correcto» massacrarem-nos com atropelos à língua portuguesa e ao bom senso
deste tipo corrente de linguagem . Um
exemplo : Caros ( caras, cares ) amigos
(amigas, amigues ) : Estamos aqui reunidos ( reunidas , reunides ) para saber
qual dos eleitores, das eleitoras está
disponível para ser o (a, le ) próximo (a ) presidente ( presidenta ) desta
assembleia . Os (as, les) candidatos (as, es ) que se apresentem para vermos
quem é o (a ) mais votado (a, e )…
Depois vai mudar o nome de Cartão de Cidadão, por não dizer
explicitamente cidadão! No Registo civil, o (a) progenitor A ou o B não pode
declarar se o ser acabado de nascer é masculino ou feminino, pois , a partir
dos 16 anos irá escolher onde se vai meter na lista que, como disse acima, já
vai em 56 tipos diferentes ( por agora !), pois ,caso contrário, porá os
progenitores A e B em tribunal pois forçou/ forçaram a pobre criancinha a ter um género que ele
não quer, apesar de, por exemplo , de ter a sua “ pilinha “ bem formada , no
sítio, visível , de começar a ter barba e pelos diversos e a voz a mudar de
afinação ! Na escola, os professores terão que ter muito cuidado com a língua!
Sempre será melhor tratar os (as ou es ) alunos (alunas ) pelo número
despersonalizante e despersonalizador. Que problemas irão ter os Padres
católicos no Baptismo, nos Seminários…
E ainda por cima, ninguém traz letreiro a dizer como deve ser
tratado (a, e)…Como «politesse oblige», proponho que passe a ser obrigatório um
letreiro na testa para não se ofender ninguém., dizendo : “ SOU … Cuidado como
se dirige a mim”
… E não aborreço mais os meus Amigos- leitores.
…” isto é “a fim “ do mundo!
E, como escreveu
Gramsci, quem controla as palavras, controla a realidade. Está à vista de todos
que esta afirmação se confirma hoje sem qualquer dúvida com a difusão da “
novilíngua” como a definiu Orwell.
Posso ficar calado com tanto dislate? Se me calar, significa que
consinto, anuo na “ desconstrução” da nossa Cultura e da Ciência!
Não, não me posso calar!
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
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