quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

SILERE 72

 

« A REALIDADE É DEFINIDA COM PALAVRAS. POR ISSO, QUEM CONTROLA AS PALAVRAS  CONTROLA A REALIDADE.»( Antonio Gramsci, filósofo marxista italiano)

     SILERE NON POSSUM

         (Não me posso calar – Sto Agostinho)

          Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.”

                                     (Alexandre Soljenitsyne)

 

              

                    Carta aos meus amigos – nº 72        

                         BRAGA , 11– Janeiro - 2024

 

 

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PAX

 

 

   Quando era criança, na minha terra, ouvia, com frequência esta expressão – “ ISTO É “ A FIM DO MUNDO”, quando algo fugia do normal e atropelava as regras da moral (nesse tempo ainda havia esta noção! ) ou do normal funcionamento da natureza. Ouvi e retive esta frase – súmula dos simples mas não “ burros “. De facto, ela simboliza, em última análise, um ataque e ofensa à normalidade coerente com a moral e as regras de funcionamento da natureza.

A Biologia ensina-nos que o Homo sapiens , o ser humano , é gonocórico ou seja, nesta espécie  animal, em  nós, os humanos , os gâmetas masculinos ou femininos são produzidos por indivíduos diferentes e , por isso, distinguem-se do ponto de vista  morfofisiológico, hormonal, cromossómico, etc. Há um ELE e uma ELA. Desde a concepção. Formam um par binário e complementar. Estes factos são Ciência. É a sua natureza. Naturalmente complementares. E não há outra alternativa a esta dualidade. Porém, a nossa sociedade está a ser atravessada por uma corrente ideológica que ganhou foros ferozmente agressiva, invasora e predadora da própria natureza humana. E, o que é muito grave, é uma corrente profundamente anti-científica. Persecutória de quem a não defende, apesar de as verdadeiras Ciências, como a Biologia, o confirmarem. A espécie humana não tem o neutro: nem homem nem mulher. Não há nela cinzento. Ele e Ela só.

Para destruir esta dualidade natural, introduziram a diferença entre sexo e género, como nada tendo a ver um com o outro. Assim, apresentam-nos, agora, um cardápio tão rico de géneros em que será difícil cada um de nós não se inscrever, independentemente da nossa morfologia, património genético, manifestações secundárias da nossa sexualidade, etc. Nesta guerra cultural, tem tido um papel activo várias “ ciências” que se recusam e combatem a verdade  científica elevando um desejo qualquer à categoria de “ facto”. Entram aqui as normas do chamado Ministério da Educação e as suas directivas “ inclusivas” ou a introdução dos nomes próprios “ neutros” a atribuir, por exemplo, às crianças recém-nascidas no Registo Civil.

Tudo se resume e é administrado, agora, pela chamada “ autodeterminação “. Se alguém decide que é homem, sendo mulher, autodeterminou-se e deixou de ser mulher para ser homem. E a lei tem de contemplar esta “ autodeterminação “ soberana. O desejo tornou-se “ facto” científico. Se isto não é um retrocesso, o que será? Ai de quem diga o contrário! Até se criaram nomes novos para os insultos, como, por exemplo: transfóbico, homofóbico, sexista, etc e etc.

Mas a situação complica-se, com a catalogação do género. Já ultrapassaram … 56 diferentes. Deixou de haver homem e mulher para haver mais de 56 tipos diferentes de pessoas ! Fui procurar saber pormenores que aqui deixo e que encontrei em busca no Google, na entrada “ Tipos de Género “:

 

1.    Agénero, quem não se identifica com nenhum género ;

2.    Andrógino, uma espécie de terceiro sexo. Nem só homem mas também não só mulher;

3.    Bigénero, alguém que se identifica simultaneamente como homem e mulher;

4.    Mulher cis ou Mulher cisgénero , que se apresenta como mulher que é;

5.     Homem cis ou homem cisgénero, que se apresenta como homem que é;

6.    Duplo espírito, os que apresentam características masculinas e femininas ( será o caso de mulheres barbudas e de homens de face glabra ? );

7.    Genderqueer, quem quer ficar fora de qualquer classificação, nem mulher nem homem;

8.    Género fluido, quem varia consoante o seu humor de um para outro e vice-versa;

9.    Homem para mulher, nasceu “ aprisionado” num corpo masculino mas vive como uma mulher;

10.  Mulher para homem, nasceu “ aprisionado” num corpo feminino mas vive como homem;

11.  Género em dúvida, quem não descortina onde se “ encaixa”;

12.  … 56…. A lista está em aumento permanente consoante a imaginação de cada um!

Por isso, e por causa desta variabilidade, e por enquanto, é moda, os discursos e conversas do «politicamente correcto» massacrarem-nos   com  atropelos à língua portuguesa e ao bom senso deste tipo corrente de linguagem .  Um exemplo : Caros ( caras, cares ) amigos (amigas, amigues ) : Estamos aqui reunidos ( reunidas , reunides ) para saber qual dos  eleitores, das eleitoras está disponível para ser o (a, le ) próximo (a ) presidente ( presidenta ) desta assembleia . Os (as, les) candidatos (as, es ) que se apresentem para vermos quem é o (a ) mais votado (a, e )…

Depois vai mudar o nome de Cartão de Cidadão, por não dizer explicitamente cidadão! No Registo civil, o (a) progenitor A ou o B não pode declarar se o ser acabado de nascer é masculino ou feminino, pois , a partir dos 16 anos irá escolher onde se vai meter na lista que, como disse acima, já vai em 56 tipos diferentes ( por agora !), pois ,caso contrário, porá os progenitores A e B em tribunal pois forçou/ forçaram  a pobre criancinha a ter um género que ele não quer, apesar de, por exemplo , de ter a sua “ pilinha “ bem formada , no sítio, visível , de começar a ter barba e pelos diversos e a voz a mudar de afinação ! Na escola, os professores terão que ter muito cuidado com a língua! Sempre será melhor tratar os (as ou es ) alunos (alunas ) pelo número despersonalizante e despersonalizador. Que problemas irão ter os Padres católicos no Baptismo, nos Seminários…

E ainda por cima, ninguém traz letreiro a dizer como deve ser tratado (a, e)…Como «politesse oblige», proponho que passe a ser obrigatório um letreiro na testa para não se ofender ninguém., dizendo : “ SOU … Cuidado como se dirige a mim”

… E não aborreço mais os meus Amigos- leitores.

…” isto é  “a  fim “ do mundo!

   E, como escreveu Gramsci, quem controla as palavras, controla a realidade. Está à vista de todos que esta afirmação se confirma hoje sem qualquer dúvida com a difusão da “ novilíngua” como a definiu Orwell.

Posso ficar calado com tanto dislate? Se me calar, significa que consinto, anuo na “ desconstrução” da nossa Cultura e da Ciência!

Não, não me posso calar!

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes

 

 

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