sexta-feira, 12 de julho de 2024

Dia 12 .VII , DIA DE S. JOÃO GUALBERTO

 


HOJE, dia de S. João Gualberto

12.VII

BIOGRAFIA DE SÃO JOÃO GUALBERTO

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   João Gualberto, segundo filho dos Visdonini, nasceu no ano de 995 em Florença ( Itália). Foi educado num dos castelos dos pais, Gualberto e dona Villa, nobres e cristãos. A mãe cuidou da educação dos filhos, no seguimento de Cristo.

   O pai fez dos filhos perfeitos cavaleiros, hábeis nas palavras e nas armas, para administrar e defender o património e a honra da família.

   Mas a harmonia acabou quando o primogénito da família foi assassinado. Buscando vingar o irmão, João Gualberto saiu armado e com seus homens à procura do inimigo. Na Sexta-Feira Santa de 1028, ele encontrou-o vagueando solitário, numa das estradas desertas da cidade. João Gualberto empunhou imediatamente a sua espada, mas o adversário, desarmado, abriu os braços e caiu de joelhos implorando perdão e clemência em nome de Jesus.

  Contam os biógrafos que, ouvido seu pedido em nome do Senhor, João Gualberto atirou para o chão  a espada, desceu do cavalo e abraçou fraternalmente o inimigo. No mesmo instante, foi à igreja de São Miniato, onde, aos pés do altar, se ajoelhou diante do crucifixo de Jesus. Diz a tradição que da cruz  Cristo se inclinou sobre ele, em sinal de aprovação pelo seu acto. E foi ali que João Gualberto ouviu o chamamento: "Vem e segue-me". Depois desse prodígio, ocorrido na presença de muitos fiéis, uma grande paz invadiu sua alma. Foi então que abandonou tudo para ingressar no mosteiro beneditino da cidade.

Nos anos seguintes, João Gualberto tornou-se um humilde monge, exemplar na disciplina da Regra, no estudo, na oração, na penitência e na caridade. Só então aprendeu a ler e a escrever, pois para um nobre de sua época o mais importante era saber manusear bem a espada. Adquiriu o dom da profecia e dos milagres, sendo muito considerado por todos. Em 1035, com a morte do abade, foi eleito por unanimidade seu  sucessor, mas renunciou de imediato quando soube que o monge tesoureiro havia subornado , pecado grave de simonia, o bispo de Florença para o escolher como o novo abade.

Indignado, passou a denunciar e combater a simonia de alguns monges, auxiliado por outros monges. Mas as ameaças eram tantas que decidiu sair do mosteiro.

João Gualberto foi para a floresta dos montes Apeninos, numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa ( o “vale da sombra” nome desta que era muito densa), sobre o verde Vale do Arno, seguido por alguns monges. Nesta procura de Deus, vai com um grupo de monges, igualmente movidos por este ideal bem difícil de viver plenamente. Quando procuravam o local para viverem esta experiência de austeridade, numa noite fria de inverno, sem um tecto acolhedor, abrigam-se debaixo de uma faia, árvore abundante no local onde pararam nessa noite invernosa. Para seu espanto, João Gualberto e os companheiros viram que a faia tinha dobrado os seus ramos para os abrigar da intempérie. Viram neste precioso acolhimento da Faia, um sinal de Deus para aí construir um mosteiro. Nascia o mosteiro de Vallombrosa e a família beneditina dos valombrosanos que chegou até hoje. O local começou a receber inúmeros jovens em busca de orientação espiritual, graças à fama de sua santidade. Foi assim que surgiu um novo mosteiro e uma nova congregação religiosa inspirada na Regra que S. Bento havia escrito nos alvores do século VI.

No início, o papa aceitou com reserva a nova comunidade, mas depois a Ordem dos Monges Beneditinos de Vallombrosa obteve aprovação canónica. Dali os missionários, regidos pela Regra de S. Bento, espalharam-se para evangelizar, primeiro em Florença, depois em várias outras cidades da Itália.

Seguindo com rigor a disciplina e austeridade da Regra beneditina, João Gualberto implantou no Vale de Vallombrosa um centro tão avançado e respeitado de estudos que a própria Igreja enviava para lá seus padres e bispos para aprofundarem seus conhecimentos. Todos oravam e trabalhavam a terra, cumprindo rigorosamente o espírito da Regra do Santo Pai e Protector da Europa, S. Bento – ORA ET LABORA - replantando os bosques do Vale e plantando o alimento do mosteiro, por isso são considerados precursores da agricultura auto-sustentável seguindo escrupulosamente o que S. Bento escrevera na Regra que deixou aos seus monges sobre a necessidade de, dentro do mosteiro, os monges terem tudo o que precisassem para viver, mas do seu trabalho.

Considerado herói do perdão, João Gualberto fundou outros mosteiros, inclusive o de Passignano, na Umbria, onde morreu no dia 12 de julho de 1073. Nos séculos seguintes, esses monges especializaram – se em botânica, tanto assim que foram convidados para fundar a cátedra de botânica na célebre Universidade de Pavia. Enquanto isto, as de Pádua, de Roma e de Londres buscavam naqueles mosteiros os seus mais capacitados mestres no assunto.

Canonizado em 1193, São João Gualberto foi declarado Padroeiro dos Guardas  Florestais da Itália  pelo Papa Pio XII e protector das Florestas do Estado de S. Paulo ( Brasil).

Esta família beneditina está presente no Brasil, na Índia, entre outros países onde continua a obra do seu Fundador.

  “HERÓI DO PERDÃO – Relatos de uma vida transformada pela coragem de perdoar “ é uma extraordinária biografia, escrita pelos valombrosanos do Brasil, merece uma leitura atenta. Aliás, esta obra, está elaborada de modo a não só dar a conhecer a vida e obra de S. João Gualberto mas convida os seus leitores a fazerem uma leitura meditada a partir do exemplo de vida do fundador dos valombrosanos.

O episódio descrito acima com a célebre Faia marcou a vida dos valombrosanos e o seu amor, grande conhecimento e protecção das florestas. De Vallombrosa saíram, durante séculos, grandes especialistas nesta área do saber e daí partiram, para as grandes Universidades da Europa professores de Botânica.

 

Em 12 de Julho de 2023 iniciaram-se as comemorações do 950º aniversário do seu “ dia natalis”, o dia da sua morte. Que esta efeméride possa despertar em todos nós um carinho muito especial por este Santo monge e , a exemplo dele, homens de perdão e protectores das nossas florestas!

S. João Gualberto é bem um modelo de um Santo para os nossos dias e bem seria vê-lo proclamado o Protector Celeste das nossas florestas tão ameaçadas pela humanidade avidamente feroz na destruição daquelas.

S. João Gualberto é, como diríamos hoje, um verdadeiro ecologista integral no sentido cristão pleno que vê e respeita a natureza por amor de Deus. No episódio acima referido da Faia que se dobra para abrigar os monges, podemos ler um sinal de Deus para olharmos as florestas, a Natureza, estreitamente protectora dos homens que temos a obrigação de amar e respeitar.

( Texto adaptado por Carlos Aguiar Gomes)

 

 

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