NOSSA
SENHORA DA PAZ
9 de JULHO DE 1657
A Estátua de Nossa Senhora da Paz é a
herança da ilustre Casa de Joyeuse no Vivarais (França) Teria sido encomendada
por Jean de Joyeuse cerca de 1530. Um dos seus filhos trouxe-a para Paris onde
se instalou com sua Mulher, Catherine de La Vallette, na rua de Sant-Honoré,
num palacete contíguo ao mosteiro dos Capuchinhos e aí fez uma capela para Nossa
Senhora.
Ficando viúvo, entrou para os Capuchinhos: a
pequena imagem vai aí ficar durante 63 anos. Em 21 de Julho de 1651, em plena
Guerra dos Trinta Anos, as crianças juntavam-se diante da Imagem dos Capuchinhos, cantando em
alta voz a Salve Regina. Ocorrem
vários milagres e os parisienses começam a invocar a Senhora sob o título de “Nossa
Senhora da Paz”.
Os peregrinos afluem tão numerosos que é
preciso pensar em aumentar a capela; o que fez Mademoiselle
de Guise, sobrinha-neta de Henri de Joyeuse; a imagem foi solenemente
entronizada no novo santuário pelo
Núncio Apostólico, na presença do Rei, da Corte e de uma multidão de
parisienses em 9 de Julho de 1657.
No ano seguinte, o Rei Luís XIV contraiu
febre tifoide em Calais e temia-se pela sua vida. A Rainha pede orações. Os
Capuchinhos dirigem-se a Nossa
Senhora da Paz e alcançou-se a cura do Rei, tida por miraculosa. Ana de
Áustria encomenda, então, a Michel Corneille um grande quadro como ex-voto (está
agora nas colecções do Palácio de Versailles). A devoção popular aumenta
sobretudo no dia da sua festa, fixada a 9 de Julho. Pede-se à Rainha da Paz
pela paz no Reino, pela paz no mundo, pela paz nas famílias, pela paz nos
corações…
Salva durante a Revolução, em 6 de Maio de
1806, a estátua de Nossa Senhora da Paz chega ao convento de Picpus
muito perto da “Praça do Trono”, hoje “Praça da Nação”. Em 9 de Julho de 1906,
a Estátua de Nossa Senhora da Paz é oficialmente coroada em nome do Papa
S. Pio X.
Em meados da década de 70 do século passado,
a Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora, contrariamente ao que
era costume, realizou o seu Capítulo Geral (em
Agosto) num Colégio que as Irmãs dos Sagrados Corações, ditas de” Damas
de Picpus”, tinham à saída da cidade de Chartres. No último dia capitular, ao
almoço, uma das Irmãs veio ter com os freires e amigos reunidos no refeitório
do Colégio e deu-nos a informação de que iriam abandonar o referido Colégio e
que, assim, poriam à nossa disposição todos os objectos de culto que serviam a
grande Capela da casa. Cada um levaria o que quisesse e, se assim o entendesse,
poderia deixar uma esmola para as missões que a Congregação tinha em África.
Terminada a refeição, muitos dos presentes dirigiram-se à sala indicada. Um
cavaleiro de Nossa Senhora, português, viu a imagem de Nossa Senhora da Paz
que estava no transepto, do lado da Epistola, cercada com centenas de ex-votos,
em mármore (?), de agradecimento de graças obtidas por intermédio de Nossa
Senhora, cobrindo várias décadas, sendo mais abundantes as que se referiam às
duas Guerras Mundiais. Foi um choque tremendo! Ver aquela imagem sair do local
onde gerações de carnutenses tinham implorada a paz para si, para os seus e
para a França, levou a que a trouxesse consigo, tendo, obviamente deixado uma
contribuição razoável para as suas capacidades, já que aquela imagem não tinha
preço. Diga-se que é uma réplica em côr e tamanho, das muitas que as “ Damas de
Picpus” espalharam pelo mundo. Esta é em porcelana fina pintada de preto tendo
na mão um ramo de Oliveira.
Chegando a Portugal, com sua Mulher,
entenderam que aquela imagem devia ter um lugar diferente da sua casa, mas
estar à veneração dos fiéis. Assim, foi oferecida à MSM ( Portugal).
É esta a explicação para a posse desta
imagem por parte da Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora.
Para memória futura o signatário passou este
episódio, sucintamente enquadrado pela origem da devoção a Nossa Senhora da
Paz , a escrito neste documento.
Carlos Aguiar Gomes
Braga,4.V.22
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA PAZ
( Notre Dame de Paix de Picpus)
Santíssima Virgem,
Augusta Rainha de Paz, obtende-me de Vosso Filho, a Paz que Ele deixou em
herança aos Seus discípulos.
O mundo não a conhece,
não a saberia oferecer;
Ela só habita nos
corações puros e santificados pela Graça.
Que eu conserve esta
Paz do céu no respeito, na cordialidade, paciência e caridade para com todas as
pessoas com quem convivo, com Deus e comigo próprio, pela prática de todas as
virtudes! Espalhai-a também sobre a Igreja, sobre as famílias, sobre os meus
amigos, sobre toda a humanidade.
Fazei que vivamos cá em
baixo na Paz de um coração puro, a fim de merecer um dia a Paz eterna no céu.
Amém.
(Tradução e adaptação de
C.A.G. do original em francês com Imprimatur de G. Lefebvre, Vigário Geral de
Paris, 15 de Agosto de 1902)
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