terça-feira, 10 de setembro de 2024

Meditação da Regra - Cap. XXI, 1 - Por Michel Pagiossi

 


 

CAPÍTULO ONLINE PRIORAL - BRASIL

07 de setembro de 2024

Meditação

Ao lado das atividades comuns da Ordem, a regra deixa claro aos Cavaleiros a iniciativa das suas atividades privadas, isto é, para além do dever de estado, que tem primazia sobre todo o restante, podem colaborar em todo o empreendimento que lhes inspire o seu zelo e a sua dedicação à Igreja e ao próximo. Bem entendido, estas atividades devem ser cumpridas no espírito da Ordem segundo o Código de Honra.

Que se lembrem sempre destes dois princípios:

- É-se Cavaleiro de Nossa Senhora antes de tudo, em

tudo, sempre e em todo o lado;

- É primeiro sempre no seio da Ordem que se é Cavaleiro”. (XXI, 1)

 

Louvado seja Nosso senhor Jesus Cristo!

 

Salve Maria!

 

A vida de um membro da Militia Sanctae Mariae é marcada por um compromisso profundo com a missão da Ordem, tanto em suas atividades internas quanto nas iniciativas externas, como os Círculos, herdeiros do antigos Departamentos (exemplo tipicamente francês de divisão). Este chamado à fidelidade é uma expressão da vocação que Deus colocou em nossos corações, nos guiando a servir a Igreja e ao próximo com zelo e dedicação no seio da Ordem.

A Regra da Ordem nos lembra que, ao lado das atividades comuns, há espaço para iniciativas privadas que nascem do nosso zelo e dedicação. Entretanto, o dever de estado, ou seja, as responsabilidades inerentes à nossa vocação particular, sempre deve ter primazia. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que "os leigos realizam para Deus, segundo a sua condição e estado de vida, as obras da missão de toda a Igreja" (CIC, §897).

Esta perspectiva nos leva a reconhecer que nossas ações na Ordem e fora dela devem ser realizadas no espírito do serviço, buscando sempre a glória de Deus pelas mãos de Maria Santíssima e o bem do próximo. Nosso compromisso com a Ordem não é um substituto para as nossas responsabilidades pessoais, mas um complemento que enriquece e expande o nosso testemunho cristão.

Os cavaleiros da Milícia Sanctae Mariae são chamados a serem "Cavaleiros de Nossa Senhora antes de tudo, em tudo, sempre e em todo o lado." Esta afirmação nos convida a integrar os valores e princípios da Ordem em cada aspecto de nossa vida. São Francisco de Assis nos oferece um exemplo brilhante de como viver este tipo de compromisso: "Pregue o Evangelho em todo o tempo. Se necessário, use palavras." A fidelidade à Ordem deve ser visível em nossas ações, escolhas e interações diárias.

"É primeiro sempre no seio da Ordem que se é Cavaleiro." Este princípio nos recorda que a comunidade da Ordem é o lugar onde nossa vocação é nutrida e fortalecida. Na história das ordens de cavalaria, o Grão-Mestre não era apenas um líder, mas um símbolo de unidade e inspiração para os cavaleiros. Como membros da Milícia Sanctae Mariae, somos parte de uma família espiritual que nos apoia e desafia a crescer na fé e no serviço, tendo como nosso grande capitão são Miguel Arcanjo.

São Bento, em sua Regra, destaca a importância da comunidade como um lugar de formação e crescimento: "A vida comunitária é a escola onde aprendemos a amar a Deus e ao próximo." Devemos abraçar as atividades comuns da Ordem com entusiasmo, sabendo que elas são oportunidades para aprofundar nossos laços fraternos e aumentar nosso impacto coletivo.

São Bernardo de Claraval, grande devoto de Nossa Senhora e reformador da vida monástica, destaca a importância da devoção sincera e da entrega total a Deus:

"Procura com todo o zelo a verdade, ama com todas as forças a caridade, deseja com todas as potências a eternidade" (Sermões Diversos). O monge branco nos inspira a buscar a verdade em nossas atividades, a amar nossos irmãos com intensidade e a desejar a eternidade através de nossas ações diárias na Ordem. A devoção a Nossa Senhora deve nos conduzir a uma vida de serviço dedicado e amor ao próximo.

Enquanto cavaleiros, somos chamados a equilibrar nosso dever de estado com o compromisso com a Ordem, sempre atuando no espírito do Código de Honra. Que possamos encontrar em Nossa Senhora, nossa Dama e Suserana, um modelo de fidelidade e serviço. Sua vida foi uma oferta total a Deus e ao próximo, e nós somos chamados a seguir seu exemplo.

Não podemos nos esquecer. Nosso espírito é familiar. Se só participamos quando convocados ou damos notícias depois dos fatos ocorridos ou pedimos orações sem falar o motivo, podemos ter na Ordem um espírito de grupos de apoio espiritual, talvez, uma espécie de Pastoral com hábito. Mas, não somos família. E, se não for para ser família, não quero.

Que o nosso zelo pelas atividades internas da Ordem inspire e sustente nossas ações externas, fortalecendo nosso testemunho cristão no mundo. E que, ao abraçar nossa vocação com dedicação e fidelidade, possamos ser instrumentos de paz e amor na Igreja e na sociedade.

 

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

 

Salve Maria.


Ir. Michel Pagiossi, Prior

 

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