quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Como colher os frutos do tempo do noviciado?

 
Por João Torro, MSM Brasil

 

O que é o noviciado?

De acordo com o costumeiro da Ordem: "O tempo do noviciado do freire de armas deve permitir-lhe adquirir um perfeito conhecimento da vida que é chamado a levar no seio da Militia Sanctae Mariae; ele deve ser essencialmente consagrado à sua formação espiritual, doutrinal e cavaleiresca, buscada no maior espírito de humildade e obediência".

O conhecimento da vida que é chamado a levar

Quantos freires foram recebidos na Ordem? E quantos a deixaram? Alguns não precisaram de um ano completo para partir, ou foram convidados a sair. Não menciono isso para criar medo, mas para que vocês reflitam sobre o que estão prestes a vivenciar. O noviciado é uma experiência vocacional de extrema importância para suas vidas e salvação. Durante esse período, há expectativas. Agora, no "fogo do capítulo", vocês foram recebidos e estão ansiosos para começar os trabalhos e exercícios espirituais. O que se espera é que vocês permaneçam, mesmo quando esse entusiasmo inicial diminuir.

Nosso costumeiro afirma: "O noviço deve adquirir um perfeito conhecimento da vida que é chamado a levar". Como isso é feito? Por meio do estudo, da meditação da Regra e dos exercícios espirituais. Lembrem-se: não somos uma Ordem de acadêmicos, embora haja intelectuais entre nós. No entanto, o estudo é ESSENCIAL. Noviços, VOCÊS DEVEM ESTUDAR! Isso não é um conselho, é uma ordem, e uma ordem muito séria. Se não estudarem, não terão o necessário para ascender ao escudeirado. A Ordem não aceita noviços eternos; isso não existe. Iniciaram o período de noviciado para adquirir conhecimento sobre sua possível vocação — qual seria o sentido de não fazê-lo até o final da vida? Isso demonstraria uma grande falta de zelo, até mesmo pela própria salvação. Seria escolher a ignorância! E o estudo exigido pela Ordem é mínimo! Com disciplina, algumas páginas por dia são mais do que suficientes. Como diz o prólogo de nossa Regra: "Se temes o esforço e procuras a tua própria tranquilidade, se aceitas sem revolta o reino da mediocridade, da hipocrisia e do vício, este livro não é para ti: fecha-o e continua na tua falsa paz".

A desculpa "eu trabalho" para não se dedicar ao plano de formação é completamente infundada. Todos trabalhamos de alguma forma; todos temos ofícios e obrigações. Há tempo para a cerveja no fim da tarde, para assistir ao jogo de futebol ou a filmes e séries. Agora, meia hora por dia para os estudos não há? A Ordem não é para quem se contenta com essa mediocridade. Devemos refletir se nossas prioridades realmente condizem com as de um verdadeiro católico.

Freire de armas: "Se não for para ser família, não quero"

O freire de armas, agora membro da observância, ganha novos irmãos. Quem são esses irmãos? Todos os membros da Ordem. E são irmãos de combate! Muitas vezes, os laços criados em combate são mais fortes que os de sangue. Devemos lembrar disso em nossas orações e na prática dos exercícios espirituais. “Ah, mas a Regra não nos obriga sob pena de pecado.” E a Missa? Deixamos de colocar nossos irmãos e a Ordem como intenções? E as horas canônicas? Isso é ser família? Deixar de fazer o bem aos irmãos?

Ser família também é ser humilde. Não estamos aqui para competir sobre quem tem mais conhecimento ou o cargo mais alto. Somos um esquadrão, que derrama o sangue pelo irmão e pela Igreja, confiando a proteção mútua. Por isso, não desapareçam e não deixem de se comprometer com os irmãos.

Da obediência à hierarquia da Ordem

A Regra nos ensina que “O verdadeiro espírito cristão reconhece na obediência não somente a condição da boa ordem em toda sociedade, mas também e sobretudo o ato sobrenatural pelo qual rendemos homenagem à autoridade divina, restabelecendo na justiça e humildade a ordem hierárquica da criação, quebrada pelo pecado”. Além disso, "esta obediência, diz o glorioso patriarca São Bento, não será agradável a Deus e doce aos homens se o que for mandado não for executado sem hesitação, sem atraso, sem tibieza, sem murmúrio e sem resistência; pois a obediência aos superiores está ligada a Deus". Portanto, aqui vivemos em uma hierarquia. Não estamos aqui para impor nossos desejos e pensamentos de maneira egoísta ou com uma autoridade que não nos pertence. Noviços, se há algo que vocês farão aqui dentro, será obedecer.

Da consagração à Nossa Senhora

Para ser membro da MSM, é necessário ser consagrado a Nosso Senhor Jesus Cristo pelas mãos de Nossa Senhora, segundo o método de São Luís Maria Grignion de Montfort. Contudo, como me provocou certa vez o Mestre dos Professos, Gustavo Costa: “Temos ciência de que a Consagração é indispensável para bem viver a espiritualidade da MSM?”. Não podemos encarar a Consagração como mera formalidade. Esta é uma visão que peço que se esforcem para eliminar.

Os exercícios espirituais

Se analisarmos o quanto a Regra nos obriga a rezar semanalmente, veremos que não é nada extraordinário. Talvez pensem: “Mas a Regra nos obriga a rezar uma hora canônica por dia, uma oração mental diária, um rosário semanal, participar de uma Missa extra semanal, fazer Lectio Divina e meditar a Regra semanalmente... Isso é muita coisa!”. Mas, na verdade, nós precisamos nos organizar. Devemos sair de nossa zona de conforto e da preguiça espiritual, além da preguiça em outros aspectos da vida. Precisamos ter horários para dormir, acordar, trabalhar, estudar e rezar. Sem organização, principalmente na definição de prioridades, ficaremos paralisados.

Por fim, noviços, aproveitem esse momento profundo de discernimento vocacional. Desejo a vocês um abençoado noviciado.

Contem comigo.

Salve Maria!

 

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