segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

AQUELE MENINO JESUS

 

                                AQUELE MENINO JESUS

 

 

   Nas minhas andanças como geólogo, procurei colectar amostras de rochas, minerais e fósseis por todo o sítio por onde andei. Assim, fiz (ainda continuo a fazer!) uma colecção razoável destes testemunhos geológicos da actividade da Terra e da vida nela.

   Como não poderia deixar de ser, das muitas vezes que fui aos Açores, trouxe sempre um bom carregamento de amostras que guardo religiosamente. E tenho-as um pouco por toda a minha casa, pegando o vício a alguns netos.

   A propósito de uma destas amostras, um pedaço de lava “ encordoada”, de pequenas dimensões mas muito bela, e de um lindíssimo e pobre Menino Jesus em terracota (comprei - o no Museu do Convento de Jesus em Aveiro há uns largos anos e que é uma cópia do que faziam as Freiras até à extinção das Ordens Religiosas em 1834), nasceu um poema de Natal que faz parte do meu livro “ SUITE LUSITANA” de que se esgotaram as duas edições.

  Para os meus leitores deixo  esse poema com os votos de um SANTO NATAL e de um Feliz 2025!

                                             AQUELE MENINO JESUS

 

Numa amostra de mão

Que tenho na mesa de trabalho

E me recorda a actividade de um vulcão,

Coloquei, sem dar conta, um Menino Jesus.

Agora, olho p`ra Ele e vejo , admirado,

Que a vida s`espelha ali:

Aquele Menino que é Paz, Amor e Luz

Repousa em tranquilidade

Sobre antigo testemunho

De profunda inquietação.

 

 

Sem que o diga,

Vejo-me nesse quadro tal como sou:

Inquieto, incómodo e sem alento,

Apesar do Menino que repousou

Um dia no meu coração sedento

E me desperta constantemente

P`rá Paz, Amor e Luz

Que é Ele, o Menino Jesus!

 

Num tempo em que fizeram um profundo “ resert” dos símbolos do Natal e se “ popotizou” este e a publicidade nos convida ao consumo desenfreado, num tempo em que também  muitos enfeites das ruas não passam de cristais de gelo ou formas que nada têm a ver com o que é o Natal  nem  com a nossa cultura e o decrépito e velho Pai Natal foi apagado, permitam-me, caros leitores, que vos convide a fazer um presépio em casa, mais ou menos simples, mas um verdadeiro presépio que nos convida a nunca esquecer o que é, verdadeiramente, o Natal, o dia do nascimento do Senhor - «natalis dies Domini»,  expressão latina que originou a nossa palavra NATAL!

Que  nas vossas casas, estimados leitores, não falte um presépio! Um presépio que nos remeta para o nascimento do Salvador do mundo. No fundo esta é a centralidade desta grande festa cristã que não podemos nem devemos deixar paganizar. Com alegria familiar, construamos um presépio e à sua volta recordemos aquele primeiro Natal em que Jesus nasceu numa gruta pobre e despojada de todo o conforto.

Feliz e santo Natal para todos.

Carlos Aguiar Gomes

 

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