AQUELE MENINO JESUS
Nas minhas andanças como geólogo,
procurei colectar amostras de rochas, minerais e fósseis por todo o sítio por
onde andei. Assim, fiz (ainda continuo a fazer!) uma colecção razoável destes testemunhos
geológicos da actividade da Terra e da vida nela.
Como não poderia deixar de
ser, das muitas vezes que fui aos Açores, trouxe sempre um bom carregamento de
amostras que guardo religiosamente. E tenho-as um pouco por toda a minha casa,
pegando o vício a alguns netos.
A propósito de uma destas
amostras, um pedaço de lava “ encordoada”, de pequenas dimensões mas muito
bela, e de um lindíssimo e pobre Menino Jesus em terracota (comprei - o no
Museu do Convento de Jesus em Aveiro há uns largos anos e que é uma cópia do
que faziam as Freiras até à extinção das Ordens Religiosas em 1834), nasceu um
poema de Natal que faz parte do meu livro “ SUITE LUSITANA” de que se esgotaram
as duas edições.
Para os meus leitores deixo esse poema com os votos de um SANTO NATAL e
de um Feliz 2025!
AQUELE MENINO JESUS
Numa amostra de mão
Que tenho na mesa de
trabalho
E me recorda a
actividade de um vulcão,
Coloquei, sem dar
conta, um Menino Jesus.
Agora, olho p`ra Ele
e vejo , admirado,
Que a vida s`espelha
ali:
Aquele Menino que é
Paz, Amor e Luz
Repousa em
tranquilidade
Sobre antigo
testemunho
De profunda
inquietação.
Sem que o diga,
Vejo-me nesse quadro
tal como sou:
Inquieto, incómodo e
sem alento,
Apesar do Menino que
repousou
Um dia no meu coração
sedento
E me desperta
constantemente
P`rá Paz, Amor e Luz
Que é Ele, o Menino
Jesus!
Num tempo em que
fizeram um profundo “ resert” dos símbolos do Natal e se “ popotizou” este e a
publicidade nos convida ao consumo desenfreado, num tempo em que também muitos enfeites das ruas não passam de
cristais de gelo ou formas que nada têm a ver com o que é o Natal nem com
a nossa cultura e o decrépito e velho Pai Natal foi apagado, permitam-me, caros
leitores, que vos convide a fazer um presépio em casa, mais ou menos simples,
mas um verdadeiro presépio que nos convida a nunca esquecer o que é,
verdadeiramente, o Natal, o dia do
nascimento do Senhor - «natalis dies
Domini», expressão latina que originou a
nossa palavra NATAL!
Que nas vossas casas, estimados leitores, não
falte um presépio! Um presépio que nos remeta para o nascimento do Salvador do
mundo. No fundo esta é a centralidade desta grande festa cristã que não podemos
nem devemos deixar paganizar. Com alegria familiar, construamos um presépio e à
sua volta recordemos aquele primeiro Natal em que Jesus nasceu numa gruta pobre
e despojada de todo o conforto.
Feliz e santo Natal
para todos.
Carlos Aguiar Gomes
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