terça-feira, 24 de dezembro de 2024

“ QUEM CALA, CONSENTE” e a popotização do Natal

 

                   “ QUEM CALA, CONSENTE” e a  popotização do Natal

 O povo tem razão. Temos estado muito calados face a ataques sistemáticos à nossa identidade cultural e espiritual. É indecente este nosso silêncio cobarde quando os nossos valores e a verdade da nossa história são torpedeados nada inocentemente.

Da publicidade convidativa ao consumo desenfreado e destruidor da nossa “ casa comum”, a Terra já baniram toda e qualquer referência ao Natal, à sua essência.

O que é o Natal? Uma pergunta aparentemente estúpida. Mas não é.

Já muitos dos nossos concidadãos e destes muitos que se  dizem cristãos já não sabem que a palavra Natal significa nascimento e vem do latim, nossa língua mãe, DIE NATALIS, o dia do nascimento. Caíu o die e ficou Natalis que deu origem a natal. E o DIE NATALIS por excelência é o dia do nascimento de Jesus Cristo. Por isso, o Natal é a celebração do nascimento de Jesus.

Com o decorrer do tempo, a esta grande celebração cristã, foram-se acrescentando “ anexos”, como por exemplo, a árvore de Natal que chegou a Portugal pela mão do segundo marido da nossa Rainha Dona Maria II, Dom Fernando de Saxe-Cobourgo, um alemão que trouxe esse costume da sua pátria de origem e que rapidamente se alargou a todo o nosso país. Depois veio um velhote decrépito, o Pai Natal, que primeiro era o S. Nicolau, também do norte da Europa e, logo de seguida este foi “ colonizado” pela Coca-Cola americana.

S. Francisco de Assis foi o “ pai” do primeiro presépio que se espalhou por toda a cristandade. Passaram, depois, a ser construídos presépios nas igrejas, conventos, mosteiros, palácios e nas mais humildes casas, como uma representação de figuras de barro ou de madeira que procuravam, com mais ou menos imaginação, reconstituir o ambiente e protagonistas do nascimento de Jesus. Ficaram célebres em Portugal as preciosas representações do século XVIII do grande ceramista e escultor Machado de Castro e da sua escola.

Mas o materialismo ateu e relativista, consumista no superlativo, foi retirando as marcas do Natal. Fizeram-se desaparecer os presépios. Em seguida o seu lugar passou para o Pai Natal. Depois, apagou-se este velhote  substituído por estrelas. E estas deram origem a formas que em  nada nos ajudam a situar o Natal no seu autêntico sentido ( basta ver as iluminações públicas das nossas terras! ).

Mas a guerra surda ao Natal não se ficou por aqui. Dou um exemplo:

Num anúncio de uma grande cadeia de hipermercados, o Natal só existe onde está uma horrível e lasciva hipopótama, bamboleante… Já nem o velhote pai Natal aparece. A exaltação do consumo leva a este disparate “ sem pés nem cabeça”!

O Natal deixou de ser a comemoração do nascimento de Jesus. Foi capturado e  aproveitado para consumir e consumir muito, mesmo inútil e desnecessário. Já não bastavam as iluminações públicas de onde foram retirados todas as referências a este nascimento salvador como agora nos “ vendem” a toda a hora uma hipopótama!

Mas, sabem porque fazem isto aos símbolos cristãos, mesmo aos mais sagrados? Por que somos um bando de cobardes por este roubo da nossa identidade cristã. Não somos capazes de nos revoltarmos e de fazer ouvir a nossa voz de protesto. Estaremos reduzidos a uns pobres e sôfregos consumidores?

Um Santo Natal para os meus leitores!

 

Carlos Aguiar Gomes

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