“ QUEM CALA,
CONSENTE” e a popotização do Natal
O povo tem razão. Temos estado
muito calados face a ataques sistemáticos à nossa identidade cultural e
espiritual. É indecente este nosso silêncio cobarde quando os nossos valores e
a verdade da nossa história são torpedeados nada inocentemente.
Da publicidade convidativa ao consumo desenfreado e destruidor da nossa
“ casa comum”, a Terra já baniram toda e qualquer referência ao Natal, à sua
essência.
O que é o Natal? Uma pergunta aparentemente estúpida. Mas não é.
Já muitos dos nossos concidadãos e destes muitos que se dizem cristãos já não sabem que a palavra
Natal significa nascimento e vem do latim, nossa língua mãe, DIE NATALIS, o dia
do nascimento. Caíu o die e ficou Natalis que deu origem a natal. E o DIE
NATALIS por excelência é o dia do nascimento de Jesus Cristo. Por isso, o Natal
é a celebração do nascimento de Jesus.
Com o decorrer do tempo, a esta grande celebração cristã, foram-se
acrescentando “ anexos”, como por exemplo, a árvore de Natal que chegou a
Portugal pela mão do segundo marido da nossa Rainha Dona Maria II, Dom Fernando
de Saxe-Cobourgo, um alemão que trouxe esse costume da sua pátria de origem e
que rapidamente se alargou a todo o nosso país. Depois veio um velhote
decrépito, o Pai Natal, que primeiro era o S. Nicolau, também do norte da
Europa e, logo de seguida este foi “ colonizado” pela Coca-Cola americana.
S. Francisco de Assis foi o “ pai” do primeiro presépio que se espalhou
por toda a cristandade. Passaram, depois, a ser construídos presépios nas
igrejas, conventos, mosteiros, palácios e nas mais humildes casas, como uma
representação de figuras de barro ou de madeira que procuravam, com mais ou
menos imaginação, reconstituir o ambiente e protagonistas do nascimento de
Jesus. Ficaram célebres em Portugal as preciosas representações do século XVIII
do grande ceramista e escultor Machado de Castro e da sua escola.
Mas o materialismo ateu e relativista, consumista no superlativo, foi
retirando as marcas do Natal. Fizeram-se desaparecer os presépios. Em seguida o
seu lugar passou para o Pai Natal. Depois, apagou-se este velhote substituído por estrelas. E estas deram
origem a formas que em nada nos ajudam a
situar o Natal no seu autêntico sentido ( basta ver as iluminações públicas das
nossas terras! ).
Mas a guerra surda ao Natal não se ficou por aqui. Dou um exemplo:
Num anúncio de uma grande cadeia de hipermercados, o Natal só existe
onde está uma horrível e lasciva hipopótama, bamboleante… Já nem o velhote pai
Natal aparece. A exaltação do consumo leva a este disparate “ sem pés nem
cabeça”!
O Natal deixou de ser a comemoração do nascimento de Jesus. Foi
capturado e aproveitado para consumir e
consumir muito, mesmo inútil e desnecessário. Já não bastavam as iluminações
públicas de onde foram retirados todas as referências a este nascimento
salvador como agora nos “ vendem” a toda a hora uma hipopótama!
Mas, sabem porque fazem isto aos símbolos cristãos, mesmo aos mais
sagrados? Por que somos um bando de cobardes por este roubo da nossa identidade
cristã. Não somos capazes de nos revoltarmos e de fazer ouvir a nossa voz de
protesto. Estaremos reduzidos a uns pobres e sôfregos consumidores?
Um Santo Natal para os meus leitores!
Carlos Aguiar Gomes
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