Mesmo dois mil anos após as primeiras perseguições em Roma, a hostilidade contra cristãos permanece presente e, em muitos casos, intensificou-se. Segundo estudos de instituições críticas, como o Pew Research Center, a Fundação Pontifícia, Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), e organizações como ICC e Open Doors, milhões de cristãos enfrentam hoje graves violações de seus direitos por parte de governos, grupos extremistas e setores da sociedade.
1. Panorama Global da Hostilidade Religiosa
Maior incidência de perseguição: o Pew Research registrou que, em 2022, 192 de 198 países relataram algum tipo de perseguição a grupos religiosos, sendo os cristãos alvo em 166 desses países – crescimento em relação a 160 no ano anterior.
Formas de violência: danos a propriedades religiosas ocorreram em 61% dos países; prisões, desalojo, agressões físicas e assassinatos também foram amplamente documentados
2. Quais São os Principais Agentes da Perseguição?
a) Estados autoritários e regimes repressivos
Em nações como China, Coreia do Norte, Irão, Paquistão, Vietnã e Cuba, governos aplicam legislação rígida de controle religioso, legalizam restrições à conversão, registrando igrejas ou simplesmente fechando-as.
A China, especialmente, mantém políticas rígidas desde 1949 e controla de forma severa tanto igrejas oficiais quanto não oficiais
b) Grupos extremistas e militantes
Na África e partes da Ásia, grupos como Boko Haram, ISWAP, Al-Shabaab e Talibãs se envolvem em sequestros, assassinatos grotescos e ataques a comunidades cristãs, destruindo igrejas e forçando deslocamentos massivos.
Segundo ACN, o epicentro da violência militante mudou do Oriente Médio para a África, especialmente Burkina Faso, Nigéria e República Democrática do Congo.
Open Doors apontou que em 2024 ocorreram 4.476 mortes de cristãos por motivos de fé, sendo 3.100 delas na Nigéria.
c) Nacionalismo religioso e hostilidade da sociedade
Em países como Índia, Mianmar e Turquia, movimentos nacionalistas hindus ou budistas pressionam comunidades cristãs por meio de leis anti-conversão, acusações de blasfêmia e violência local.
No Brasil e em outras regiões, grupos indígenas podem ostracizar e expulsar convertidos ao cristianismo.
:: Regiões mais afetadas pela perseguição aos cristãos ::

Nesta região, a perseguição é marcada por terrorismo, deslocamentos forçados e assassinatos. Países como a Nigéria, Burkina Faso, República Democrática do Congo (RDC) e o Sudão destacam-se como as zonas mais violentas para os cristãos.


A perseguição nestes países manifesta-se através de nacionalismo religioso, leis anti-conversão e restrições estatais severas. A Índia aplica leis que dificultam a conversão ao cristianismo, enquanto a China impõe um controlo rigoroso sobre as igrejas, especialmente desde 1949.


A região sofre com conflitos sectários, expulsões de comunidades cristãs e restrições à liberdade religiosa. Países como Egito, Síria, Iraque, Afeganistão e Paquistão estão entre os mais hostis aos cristãos, com casos graves de violência e discriminação.

4. Escala da perseguição cristã hoje
Número afetado: mais de 380 milhões de cristãos viviam em países com altos níveis de perseguição em 2024–2025, o equivalente a 1 em cada 7 cristãos no mundo.
Mortes e ataques: 4.476 cristãos mortos por fé em 2024; mais de 7.600 igrejas atacadas ou vandalizadas.
Detenções e prisões: na Índia, só em 2024, pelo menos 1.629 cristãos detidos sem julgamento e 547 condenados; prisões também ocorreram no Eritreia, Irã, Bangladesh, entre outros.
A perseguição aos cristãos no mundo contemporâneo representa uma das mais graves crises de direitos humanos da atualidade. Seja por parte de Estados autoritários, de grupos extremistas ou por pressões sociais hostis, milhões de cristãos são vítimas de violência, discriminação e exclusão.
Todos os indicadores — dados do Pew, ACN, ICC e Open Doors — revelam um agravamento contínuo, especialmente em África e na Ásia.

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