sábado, 12 de julho de 2025

Theotokos - Academia Mariana | Militia Sanctae Mariae Portugal

Curta reflexão XIV | Autoria de Carlos Aguiar Gomes

O canto e a música em geral fazem parte da vida da humanidade e da Igreja em particular.
Temos inúmeros testemunhos do uso da música nas assembleias dos primeiros cristãos, e neste espaço curto não há lugar para uma análise mais extensa e profunda desta questão.
Há registos muito antigos sobre as normas para a utilização da música nas diferentes celebrações litúrgicas — e também fora delas.
Teve nesta área um papel fulcral o Papa São Gregório Magno, que ordenou a compilação do já imenso repertório musical da Igreja. Foi tão importante esta sua decisão que a música coligida passou a designar-se por Canto Gregoriano, tornando-se a música oficial da Igreja. Quase soçobrou no pós-II Concílio do Vaticano (não se pode nem deve esquecer o papel de São Pio X, que revalorizou esta forma de música, em oposição ao estilo operático tão em voga no final do século XIX), apesar de o próprio Concílio Vaticano II ter afirmado que esta forma musical — o Canto Gregoriano — é o canto próprio da Igreja.
Mas esta curta reflexão dedica-se à Theotokos e, assim, terei que “mergulhar” na música mariana — popular, erudita ou gregoriana.
Desta última forma de oração cantada, saliento, entre milhares, os Salve Regina, os Magnificat ou os Ave Maris Stella, quer em formas simples, quer mais elaboradas. Estas e outras formas de louvar e exaltar Maria em canto gregoriano são o esplendor do louvor cantado. Mesmo os indiferentes, ao ouvirem estes cânticos, dificilmente ficam insensíveis.
Todos estamos a pensar, por exemplo, na conversão do grande poeta francês Paul Claudel, na vigília de Natal na Catedral de Paris, ao ouvir o Magnificat.
Quanto às formas musicais ditas eruditas, relembro, por exemplo, as extraordinárias Vésperas em honra da Beatíssima Virgem Maria de Pergolesi. Todos os grandes compositores têm peças musicais dedicadas à Theotokos: Mozart, Schubert, Gounod, entre outros.
Hinos, vésperas solenes, missas e peças para outras ocasiões foram tratadas pelos maiores compositores até à actualidade. Em Portugal, recordo, em tempos recentes, a Missa a Nossa Senhora do Sameiro, do nosso grande compositor Manuel Faria.
A chamada música popular, normalmente extra-litúrgica, cantada em peregrinações, procissões, “Meses de Maria”, “Terços” e outras devoções populares, é também riquíssima.
São inúmeras as composições, algumas extremamente belas.
Todos as conhecemos e cantamos, mas há algumas que permanecem para lá do tempo. Em França, por exemplo, todos os católicos cantam o Chez nous soyez Reine ou a Ave de Lourdes.
Em Portugal, para lá do Ave de Fátima, ainda ecoa nos nossos corações a extraordinária Miraculosa — todos conhecem a magnífica interpretação de Isabel Silvestre e do Grupo de Manhouce.
Nesta curta reflexão que aqui deixo, em forma de um pobríssimo contributo sobre o louvor cantado à Santíssima Virgem, não podia deixar de referir a letra do cântico Miraculosa, que me leva sempre às lágrimas — e que o povo, em uníssono, cantava ainda recentemente com grande vigor e toda a sua alma de povo mariano:
Miraculosa, Rainha dos Céus
Nossa Senhora, mãe de Jesus
Dai-nos a graça da tua luz
Virgem Maria, divina flor
Dai-nos a graça do teu amor
Miraculosa rainha dos céus
Sob o teu manto, tecido de luz
Faz com que a guerra se acabe na terra
E haja entre os homens a paz de Jesus
Se em teu regaço, bendita mãe
Toda amargura remédio tem
As nossas almas pedem que vás
Junto da guerra, fazei a paz!
Miraculosa rainha dos céus
Sob o teu manto, tecido de luz
Faz com que a guerra se acabe na terra
E haja entre os homens a paz de Jesus
Pelas crianças, flores em botão
Pelos velhinhos sem lar e nem pão
Pelos soldados que à guerra vão
Senhor, escuta nossa oração
Miraculosa rainha dos céus
Sob o teu manto, tecido de luz
Faz com que a guerra se acabe na terra
E haja entre os homens a paz de Jesus.
Num tempo de grande conflictuosidade, de ausência de paz, este é um cântico de intercessão notável junto da Rainha da Paz, a Theotokos.
Por Ela pedimos:
“Faz com que a guerra se acabe na terra
E haja entre os homens a paz de Jesus.”
Carlos Aguiar Gomes



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