O Comité dos Direitos Humanos da ONU quis assinalar o DIA MUNDIAL DA TRISSOMIA 21 com umas jornadas subordinadas ao tema: “Pessoas portadoras de trissomia 21: como melhor combater as discriminações e favorecer a inclusão”, no Palácio das Nações, em Genebra (Suíça) no passado dia 15.
O DIA INTERNACIONAL DA TRISSOMIA 21 assinala-se em todo o mundo desde o dia 21 de Março de 2006, 21 do 3. Esta data não foi escolhida “porque sim!”, mas para sublinhar o “erro” cromossómico do par autossómico 21 que tem mais um cromossoma e que explica o Síndrome de Down em algumas pessoas.
A descoberta deste “acidente” cromossómico, deve-se um grande geneticista, Jérôme Lejeune que ocorreu em 22 de Maio de 1958, já declarado “Servo de Deus” e cujo processo de Beatificação está em marcha. Como a nossa sociedade eugenista ou, se se quiser ser mais cruel, neo-hitleriana quanto à luta feroz a favor da “pureza da raça”, sem usar esta designação, mas que elimina os diferentes sem dó nem piedade (calcula-se que nos países “civilizados” 90% dos nascituros portadores deste acidente genético são mortos por aborto!), fazer uma reflexão sobre a inclusão destas pessoas é um acto corajoso e altamente meritório na defesa dos mais frágeis. Há muito a fazer por estes seres humanos que são assassinados sem dó nem piedade antes de nascerem. Onde está a defesa dos “Direitos Humanos” quando, a coberto da lei, se matam bebés indefesos só por serem diferentes?
As doentes democracias ocidentais, como Portugal, investem muito mais na matança destes inocentes, pessoas humanas, contudo, do que na sua inclusão e no apoio às sua famílias!
Neste colóquio, promovido pela ONU a que me referi, um portador de trissomia 21 afirmou:
“Bom dia, chamo-me John Franklin Stephens. SOU UM HOMEM PORTADOR DE TRISSOMIA 21 E A MINHA VIDA VALE A PENA SER VIVIDA. Não nos inquieteis, sou muito tolerante, muito aberto. Não vos desprezarei por que tenho um cromossoma mais do que vós. Considerai-me um homem, não com uma anomalia congénita ou com um síndrome. Não preciso de ser suprimido. Não preciso de ser cuidado. Tenho necessidade de ser amado, valorizado, educado e, por vezes, ajudado. Aprendi a bater-me pelo direito a ser tratado como qualquer outra pessoa. Uma vida com trissomia 21 pode ser tão bela como outra qualquer” … “Penso, sinceramente, que um mundo sem pessoas como eu seria um mundo mais pobre, frio e triste.” “Decidamos a partir de hoje a incluir e não a excluir; educar, não isolar; celebrar e não suprimir!”.
Como dizia nesse encontro uma portadora da trissomia 21, referindo-se ao número colossal de crianças abortadas por serem portadoras de mais um cromossoma: … “O ventre de uma mãe tornou-se o lugar mais perigoso para um bebé portador de trissomia 21”.
Quando o eugenismo impera, em sociedades ditas inclusivas, onde estão os Direitos Humanos dos frágeis que os exclui matando-os?
Há que rever a nossa postura face à ditadura do pensamento racista e eugénico que não tolera o diferente e darmos mais atenção a quem damos o nosso voto nas eleições.
(N.B. – dados recolhidas no sítio da Fondation Jérôme Lejeune, que participou nesta jornada promovida pela ONU).
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Carlos Aguiar Gomes
(O autor não segue o chamado AO)
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