Vestidos de negro, centenas de cristãos expressaram o seu apoio aos fiéis que na China continental sofrem perseguição por causa da religião.
O protesto, na antiga colónia britânica, ocorreu na véspera do Natal tendo reunido, segundo os organizadores, cerca de meia centena de milhar de pessoas.
De acordo com a Asia News, estes protestos foram convocados apenas através das redes sociais e são um exemplo da atenção como a questão da liberdade religiosa na China está a ser seguidas em Hong Kong, território que goza de um estatuto especial após a transferência de soberania, em 1987 entre Londres e Pequim.
Este protesto, que pretendeu ser também um gesto de solidariedade para com as comunidades cristãs vítimas de intolerância religiosa – apesar do recente acordo provisório entre a Santa Sé e Pequim para a nomeação dos bispos católicos – ocorreu numa altura em que está a haver um aumento das políticas repressivas por parte das autoridades chinesas.
Resultado disso, nas últimas semanas as festividades de Natal foram suprimidas ou fortemente restringidas em pelo menos quatro cidades chinesas. Segundo especialistas contactados pela Associated Press, nomeadamente o académico de Singapura, Zi Yang, especialista em Estudos Chineses, esta reacção “contra o Natal é parte do sentimento mais amplo desde que Xi Jinping tomou o poder”.
De facto, realça a agência de notícias, “desde que tomou posse, em 2013, o líder chinês tem tentado ampliar a lealdade ao Partido Comunista e reduzir a importância da religião na vida dos chineses”.
É neste contexto que tem de ser compreendida a campanha de repressão dos símbolos cristãos relacionados com o Natal, como “elementos culturais estrangeiros”.
Em cidades como Nanyang, a oeste de Xangai; Hengyang, na província de Hunan; e Panlong de Hunming, capital da província de Yunnan; e Langfang, na província de Hebei, desapareceram de espaços públicos árvores de Natal, luzes e sinos.
Em Panlong de Kunming, por exemplo, a polícia fez circular um aviso de interdição de decorações festivas em hotéis, cafés e bares.
Já na cidade de Langfang, na província de Hebei, situada no norte do país, as autoridades municipais ordenaram a retirada de todas as decorações de Natal e proibiram que as lojas vendessem produtos com temas relacionados com esta festividade cristã.( AIS)
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