quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

T. S. Eliot e J. S. Bach: Quarta-feira de Cinzas


(transcrição de August Stradal)

Ash Wednesday (I) by T. S. Eliot

Because I do not hope to turn again
Because I do not hope
Because I do not hope to turn

Desiring this man's gift and that man's scope
I no longer strive to strive towards such things
(Why should the aged eagle stretch its wings?)
Why should I mourn
The vanished power of the usual reign?

Because I do not hope to know
The infirm glory of the positive hour
Because I do not think
Because I know I shall not know
The one veritable transitory power
Because I cannot drink
There, where trees flower, and springs flow, for there is nothing again

Because I know that time is always time
And place is always and only place
And what is actual is actual only for one time
And only for one place
I rejoice that things are as they are and
I renounce the blessed face
And renounce the voice
Because I cannot hope to turn again
Consequently I rejoice, having to construct something
Upon which to rejoice

And pray to God to have mercy upon us
And pray that I may forget
These matters that with myself I too much discuss
Too much explain
Because I do not hope to turn again
Let these words answer
For what is done, not to be done again
May the judgement not be too heavy upon us

Because these wings are no longer wings to fly
But merely vans to beat the air
The air which is now thoroughly small and dry
Smaller and dryer than the will
Teach us to care and not to care
Teach us to sit still.

Pray for us sinners now and at the hour of our death
Pray for us now and at the hour of our death.


T.S. Eliot, Quarta Feira de Cinzas – Parte 1

Porque não espero voltar de novo
Porque não espero
Porque não espero voltar

Desejando deste homem o dom e daquela a mestria
Não mais me empenho a lutar por tais coisas
(Porque abriria a velha águia as suas asas?)
Porque lamentaria eu
O exaurido poder do reino trivial?

Porque não espero conhecer
A frágil glória da hora positiva
Porque não penso
Porque conheço que não conhecerei
O
 único verdadeiro transitório poder
Porque não posso beber 
Lá, onde as árvores florescem, e as nascentes jorram, pois nada lá volta

Porque sei que o tempo é sempre o tempo
E que o espaço é sempre e somente o espaço
E o que é real é real uma única vez
E somente para um espaço
Rejubilo por serem as coisas como são e
Renuncio à face abençoada
E renuncio à voz
Porque não posso esperar voltar de novo
Consequentemente rejubilo, tendo de construir algo
Sobre o que rejubilar

E rogo a Deus que de nós se compadeça
E rogo para que eu possa esquecer
Estes assuntos que comigo demasiadamente discuto
Demasiadamente explico
Porque não espero voltar de novo
Que estas palavras respondam
Pelo que foi feito, e o não volte a ser
Que o veredicto não seja demasiado severo sobre nós

Porque estas asas não são já asas para voar
Mas somente pás que agitam o ar
O ar agora completamente pequeno e seco
Mais pequeno e mais seco do que a vontade
Ensina-nos a cuidar e a descuidar
Ensina-nos a quietude.

Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa morte
Rogai por nós agora e na hora da nossa morte


(versão original)


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