TRÊS
CAMINHOS PARA O FRACASSO
«Há três
caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se
ensina, e não perguntar o que se ignora.»(São Beda, o Venerável)
Fui “ roubar” o título deste artigo a um
autor,de que já aqui, neste Boletim, foi referido, um monge beneditino: S.
Beda, o Venerável, um monge beneditino, como já referi, que viveu no que é actualmente a Inglaterra
entre os séculos VII e VIII e que é o autor da primeira História dos anglos,
dos ingleses.
A citada frase encerra um grande ensinamento
para todos nós, solteiros, casados leigos os religiosos.
Na vida de uma Família , os pais que não
ensinam o que sabem de bem e de bom aos filhos, são egoístas, maus pais e
educadores que o são por direito Natural.
Os pais que abandonam a
educação dos seus filhos ao Estado e não lutam pelo seu direito primário, que é
o de serem os primeiros e principais educadores dos seus filhos, não cumprem a
sua grande missão de educadores. Nunca, mas mesmo nunca, devemos esquecer que
estes são os primeiros educadores dos seus filhos. O Estado, posterior à
instituição familiar, não pode nem deve substituir-se aos pais. Aquele deve
limitar-se a oferecer todas as condições de liberdade de ensino, nunca assumir
a condição de educador, e muito menos arrogar-se o direito, que não tem, de
educador das crianças e jovens e só entrar em acção quando os pais abandonam a
prol e esta fica desamparada. Veja-se a prepotência ditatorial, inqualificável,
que o nosso Estado exerce nas escolas públicas impondo ideologias e como tem
reagido ao exercício educador do casal Mesquita Guimarães, de Famalicão.
… Assim, os pais que não ensinam os seus
filhos correm sérios riscos de fracasso.
Na nossa vida quotidiana o não praticar o
que se ensina, é outro caminho para o fracasso sejamos pais, professores ou
padres. As crianças e os jovens, muitas vezes parecendo que não estão atentos
ao que os mais velhos ensinam e ao modo como vivem, podemos ter a certeza que,
como escreveu S. Beda, o Doctor Anglorum,
que teremos o fracasso como educadores. O nosso povo, sábio no seu
conhecimento empírico, costuma dizer:” Olha para o que eu faço e não para o que
eu digo”. Na realidade, o esforço de consonância entre o dizer e o fazer é
fundamental. As crianças e os jovens, muitas vezes não o parecendo, estão muito
atentas ao modo como os adultos agem perante aquilo que lhes dizem.
… Assim, os educadores, pais,
professores ou sacerdotes, terão de saber e praticar a coerência entre as
palavras que proferem e os actos que praticam no processo educativo que é “
atmosférico” e, por isso, deverá fazer parte dos diversos ecossistemas por onde
passam os mais novos. Também, neste caso, estão os que exercem o serviço
político! (Creio que o descrédito e desinteresse vigentes perante os políticos
e a política se deve em grande parte à brutal dissonância entre o seu discurso
e o seu agir dos seus agentes).
Finalmente, e seguido a máxima de S. Beda, o
Venerável, é de facto, caminho para o fracasso, não perguntarmos o que
ignoramos. E todos nós somos tão ignorantes! Há tanta coisa que desconhecemos,
de que temos dúvidas e incertezas!... Ninguém é enciclopédico nem o “ Dr.
Google”. Perguntar a quem sabe mais (e correctamente )sobre temas que não
conhecemos só nos enobrece e enriquece. Perante uma pergunta de um filho ou
qualquer outro jovem, a nossa atitude ,
se não sabemos a resposta correcta ou temos dúvidas só pode ser” Não sei, mas
vou informar-me para te dar a resposta certa à tua questão”. A criança ou jovem
que coloca uma dúvida tem o direito a ser satisfeito na sua curiosidade de
forma correcta e tão rápida quanto possível. Os educadores têm o dever de
responder “ a tempo e horas” pois só assim ganha a confiança dos adultos e
perceberão, os jovens, que ninguém sabe tudo mas que tudo deve ter uma
resposta. Este é um grande desafio para os pais que frequentemente são “
bombardeados” com perguntas que os filhos lhes colocam!
Para terminar e segundo S. Beda, há três
caminhos para o fracasso:
1º Não ensinar o que se sabe;
2º Não praticar que se ensina;
3º Não perguntar o que se ignora!
Carlos Aguiar Gomes
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