quinta-feira, 5 de maio de 2022

S. JOÃO PAULO II, MAGNO (7) SAMEIRO – 1982 -2022

 

                                            S. JOÃO PAULO II, MAGNO (7)

                                                 SAMEIRO – 1982 -2022

                                                          15 de Maio

 

   Dirigindo-se aos presentes no Sameiro e a todos aqueles que tivessem acesso à sua magistral homilia, S. João Paulo II Magno, disse:

« É preciso que a visão do matrimónio e da família, pela qual vos procurais guiar, queridos irmãos e irmãs, se forme a partir da luz trazida por Cristo…» . Sim, sem dúvida que o matrimónio, sacramento entre um Homem e uma Mulher, muito mais do que um acto contratual que o Estado regista e “ desregista” a pedido, de forma descartável, é uma ALIANÇA perene que só a morte dissolve e em relação à qual o Estado não tem nada que  se imiscuir, quanto muito aceitar como um acto de liberdade de dois cidadãos que são católicos. Por isso, todos aqueles que desejam realizar o casamento de forma sacramental, o matrimónio, deverão deixar-se guiar pela luz da Luz que é Jesus Cristo. Perceber e conhecer   e esforçar-se cada dia por viver a ALIANÇA matrimonial que a aliança que cada um dos cônjuges traz no seu  dedo anelar, do lado do coração, lhes recorda.

  Como nos disse o santo Padre João XXIII:  “É preciso que os cônjuges descubram o sentido da aliança que trazem no dedo todos os dias, beijá-la todos os dias, prometendo um ao outro o respeito, a honestidade de hábitos, a santa paciência do perdão mútuo nas pequenas faltas. E que olhem para esta aliança que carregam como vínculo de indissolubilidade em que os filhos que Deus lhes deu  aprendam a crescer nas virtudes sagradas que agradam a Deus e alegram Jesus, e que mais tarde alegram a própria família, que assim saberá ser testemunha de como vivemos como cristãos e como seremos felizes vencendo juntos as grandes dificuldades da vida todos os dias.” ( Cf. “ Decreto” da Sagrada Penitenciaria, do Vaticano - AAS 51 – 921 de 23 de Novembro).

  Esta aliança também tem presente a abertura à vida, ao seu acolhimento e acompanhamento com amor solícito desde o momento da concepção.

  No Sameiro, S. João Paulo II, foi muito claro quando afirmou: « Com esta concepção da vida, vós sabeis que é uma constante da solicitude da Igreja proclamar os direitos da pessoa humana, subordinados aos direitos de Deus supremo Senhor: e dentre tais direitos, o direito à vida ocupa sempre um lugar cimeiro. No matrimónio, o homem e a mulher são chamados a transmitir ao tesouro da vida a outros homens, por uma paternidade e uma maternidade humanamente responsáveis. ( …) Senti-me no dever de denunciar também uma insidiosa “mentalidade contra a vida”, que se infiltra no pensamento actual.» e continua, sempre sem subterfúgios: « A responsabilidade na geração da vida humana – a vida que deve nascer numa família – é grande diante de Deus!». É , pois, na família, que um homem e uma mulher iniciaram no matrimónio, que deve nascer a vida.

 Podemos, assim, na linha deste pensamento , que é o pensamento da Igreja desde os primórdios, considerar, como o fez o II Concílio do Vaticano , que o aborto desejado é um “ crime abominável” entre os crimes contra a vida humana  tal como a eutanásia. Crimes contra os direitos do homem e de Deus, Pai e autor de toda a vida. A aliança matrimonial, memorial do matrimónio, deve lembrar-nos sempre desta responsabilidade no concernente do direito à vida.

(Continua)

Carlos Aguiar Gomes

 

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