S. JOÃO PAULO II, MAGNO (7)
SAMEIRO – 1982 -2022
15 de Maio
Dirigindo-se aos presentes no
Sameiro e a todos aqueles que tivessem acesso à sua magistral homilia, S. João
Paulo II Magno, disse:
«
É preciso que a visão do matrimónio e da família, pela qual vos procurais
guiar, queridos irmãos e irmãs, se forme a partir da luz trazida por Cristo…» . Sim, sem
dúvida que o matrimónio, sacramento entre um Homem e uma Mulher, muito mais do
que um acto contratual que o Estado regista e “ desregista” a pedido, de forma
descartável, é uma ALIANÇA perene que só a morte dissolve e em relação à qual o
Estado não tem nada que se imiscuir,
quanto muito aceitar como um acto de liberdade de dois cidadãos que são
católicos. Por isso, todos aqueles que desejam realizar o casamento de forma
sacramental, o matrimónio, deverão deixar-se guiar pela luz da Luz que é Jesus
Cristo. Perceber e conhecer e esforçar-se cada dia por viver a
ALIANÇA matrimonial que a aliança que cada um dos cônjuges traz no seu dedo anelar, do lado do coração, lhes
recorda.
Como nos disse o santo Padre João XXIII: “É preciso que os cônjuges descubram o
sentido da aliança que trazem no dedo todos os dias, beijá-la todos os dias,
prometendo um ao outro o respeito, a honestidade de hábitos, a santa paciência
do perdão mútuo nas pequenas faltas. E que olhem para esta aliança que carregam
como vínculo de indissolubilidade em que os filhos que Deus lhes deu aprendam a crescer nas virtudes sagradas que
agradam a Deus e alegram Jesus, e que mais tarde alegram a própria família, que
assim saberá ser testemunha de como vivemos como cristãos e como seremos
felizes vencendo juntos as grandes dificuldades da vida todos os dias.” ( Cf. “
Decreto” da Sagrada Penitenciaria, do Vaticano - AAS 51 – 921 de 23 de
Novembro).
Esta aliança também tem presente a abertura à
vida, ao seu acolhimento e acompanhamento com amor solícito desde o momento da
concepção.
No Sameiro, S. João Paulo II, foi muito claro
quando afirmou: « Com esta concepção da
vida, vós sabeis que é uma constante da solicitude da Igreja proclamar os
direitos da pessoa humana, subordinados aos direitos de Deus supremo Senhor: e
dentre tais direitos, o direito à vida ocupa sempre um lugar cimeiro. No
matrimónio, o homem e a mulher são chamados a transmitir ao tesouro da vida
a outros homens, por uma paternidade e uma maternidade humanamente
responsáveis. ( …) Senti-me no dever de denunciar também uma insidiosa
“mentalidade contra a vida”, que se infiltra no pensamento actual.» e
continua, sempre sem subterfúgios: « A
responsabilidade na geração da vida humana – a vida que deve nascer numa
família – é grande diante de Deus!». É , pois, na família, que um homem e
uma mulher iniciaram no matrimónio, que deve nascer a vida.
Podemos, assim, na linha deste pensamento ,
que é o pensamento da Igreja desde os primórdios, considerar, como o fez o II
Concílio do Vaticano , que o aborto desejado é um “ crime abominável” entre os
crimes contra a vida humana tal como a
eutanásia. Crimes contra os direitos do homem e de Deus, Pai e autor de toda a
vida. A aliança matrimonial, memorial do matrimónio, deve lembrar-nos sempre
desta responsabilidade no concernente do direito à vida.
(Continua)
Carlos
Aguiar Gomes
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