quinta-feira, 24 de agosto de 2023

SILERE 52

 

Apagai o Passado!

Destruí o Presente!

…Assim, construireis o Futuro!

 

 

       SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

             Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

 

                     Carta aos meus amigos – nº 52           

                             

 

                              BRAGA , 24 - Agosto - 2023

 

 

 

  +

PAX

 

 

  “Vivemos tempos em que o espanto se converte em rotina…” . Este é o início do fantástico livro: “ Manual do bom cidadão, para compreender e resistir à cultura do cancelamento” de Jorge Soley Clementi.

  Na realidade, não há dia em que não sejamos confrontados, “ perplexificados” ( passe o neologismo), com acontecimentos e opiniões de tal modo “loucos” e que nos chegam em catadupa que já os encaramos rotineiramente sem lhes atribuir o seu verdadeiro significado e alcance. Mas esta torrente de loucuras fazem-nos correr o gravíssimo risco de não lhes atribuirmos o seu verdadeiro sentido e gravidade.

   Esta situação de catástrofe cultural e de “ apagão” da nossa  identidade, de cortar as nossas raízes históricas ou de as deformar com mentiras, impede a natural circulação da seiva vivificante de cada um de nós, da nossa família, das nossas comunidades e do nosso país , que é a nossa memória identitária. É a destruição a que assistimos com grande indiferença do que somos pois já não sabemos de onde vimos. Assim se prepara um futuro manipulável que as ideologias dominantes colonizam a grande velocidade pois que encontram uma sociedade de indivíduos desmoriados e ocos.

   Quando vemos os nossos media ocidentais que todos os dias nos  atacam com novos chavões politicamente correctos e convidando ao cancelamento prático de quem pensa de outro modo, deveríamos ficar preocupadamente activos em não temer opormo-nos a tal delírio.

   Já nada nos espanta! Já nada nos inquieta! Já nada nos revolta!

   A rotina e a intensidade com que nos é imposta a formatação do novo modo de ser  e de agir anestesiam-nos e nós deixamos com um cobarde “ agora é assim” ou “ isto há-de passar”! Comportamo-nos como um bando de idiotas, idiotas úteis.

   … E esta “ idiotia ” colectiva  facilita a imposição de novos paradigmas que sonham fazer “ um Homem novo” bem na linha do mais puro marxismo em que os opressores e oprimidos, em luta permanente são hoje as lutas entre “ géneros” ( dezenas e dezenas deles!), entre racismos, patriarcado e sexismos, homofobias, transfobias , etc e etc…  A loucura colectiva chega ao ponto do hasteamento , em edifícios públicos ( de todos nós !), de bandeiras sectárias representativas de correntes minoritárias ao lado e com a mesma dignidade da bandeira nacional! Não sei se esses grupos têm algum hino que os identifique. Se sim, talvez não falte muito para ser tocado em ocasiões solenes nacionais ou locais ou em desfiles militares!...

  A loucura ainda não paga impostos contrariamente aos nossos actos diários que com todos nós estamos sobrecarregados  imoralmente.

  Se já deixamos apagar o nosso Passado; se já deixamos destruir o Presente, que Futuro quereremos construir?

  Quem se pode calar perante este desvario cultural em que nos deixamos submergir cada dia mais e que levará ao nosso fim ?

  Eu não me calo!

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes

 

 

   

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