O
PAPA DA VIDA E DA FAMÍLIA!
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir as suas
raízes.”
Carta aos meus
amigos – nº 61
BRAGA , 26
- OUTUBRO - 2023
+
PAX
Um dos maiores Papas de toda a história da
Igreja foi, não tenho nenhuma dúvida, S. João Paulo II Magno. Foi longo o seu
pontificado (26 anos) mas, sobretudo, deixou uma herança imperecível, malgrado
os ataques que lhe têm desferido ultimamente. Distinguiu-se pela profundidade
do seu pensamento, pela coragem indómita, pela determinação com que defendia o
tesouro da Igreja de que era orientador e guarda supremo, pela clareza do seu
pensamento mesmo nos temas que já então não eram politicamente correctos. Era
um Papa assertivo perante os poderosos deste mundo. A propósito recordo a
belíssima reportagem que a célebre e conceituada revista francesa, o PARIS
MATCH, lhe dedicou aquando da primeira visita que fez a este país descristianizado
e em rebelião contra os seus ensinamentos. As duas páginas centrais desta
revista foram dedicadas a uma imagem que valeu mais do que uma enciclopédia: a
senhora Giscard d`Estaing, Mulher do Presidente de França foi à Missa celebrada
no Parque des Princes e quando foi à comunhão esticou as mãos para receber a
santíssima hóstia – “ corpo, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristão tão
real e perfeitamente como está no Céu” - e o Papa passando por cima das mãos da
senhora d `Estaing, meteu-lhe a sagrada Hóstia na boca. Não admitia essa forma
de comungar, um abuso que sempre combateu! Contudo era a Mulher do Chefe de
Estado francês e poderia ter “ quebrado”. Não, não cedeu. Ah!, meu Deus, se Ele visse o que se passa hoje na Igreja em que
é negada a comunhão na boca a tantos cristãos, contrariando todas as normas que
ainda não foram abrogadas! Recordo, igualmente, a repreensão pública
e forte que deu a um ministro, um jesuíta esquerdista, da extrema esquerda, da
Nicarágua que, com o Governo, o foi receber ao aeroporto da Nicarágua. Essa
imagem também percorreu o mundo! Não tinha medo. Não era “ cinzento” nem nunca
deixou de expor a doutrina católica sobre todos os temas, de forma clara e que
não deixava pairar a dúvida, mesmo quando tal incomodava os “ intelectuais
estandartizados e modelados pelo pensamento único” ou os “ polícias” do mesmo.
Nunca temeu nem o nazismo nem o comunismo que esmagaram a sua pátria. Nem o
capitalismo selvagem que impera.
Os seus ensinamentos sobre
A sua primeira
Exortação Apostólica, “ FAMILIARIS CONSORTIO” ( 22 de Novembro de 1981),
continua válida e não carece de actualização nem de adaptação às novas “
colonizações” etnológicas, culturais ou societais. Como não deixar de referir a
“ CARTA DOS DIREITOS DA FAMÍLIA” (22 de Outubro de 1983) ou a “ CARTA ÀS
FAMÍLIAS” para assinalar o ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA (2 de Fevereiro de 1994)? - o valor e dignidade da Vida Humana,
da concepção até à morte natural, nunca foi ambígua! São incontáveis os textos
que nos chegaram sobre o assunto e sempre sem medo de se repetir ou “
aborrecer” os defensores das modas assassinas do Aborto. Nas suas inúmeras “
viagens apostólicas” nunca perdia a oportunidade de alertar para a importância
de se defender e promover a vida humana desde a concepção até à morte natural
nem da necessidade vital da Família, por “ passa o futuro da humanidade” .
Poderemos esquecer as suas lições sobre a “ Teologia do Corpo”?
- o valor e
importância vital da Família, baseada na união de um homem e de uma mulher,
nunca admitia dúvidas com “ bênçãos espúrias”. Era claro. Claríssimo e límpido
como água cristalina. Todos o entendiam. Não havia duplas ou triplas
interpretações. O seu Sim era sim. O seu Não era não!
- A importância da liberdade de educar os filhos
por parte dos pais. Direito e dever. Recordou-o, de forma veemente em 15 de
Maio de 1982 na homilia que proferiu no Sameiro (Braga),
- defendeu sempre o património mariano e dava o
exemplo logo com o lema que escolheu para o seu pontificado – TOTUS TUUS – de
S. Luís Maria Grignion de Montfort. Toda a sua longa vida como Papa, teve
sempre o cuidado e a devoção de exaltar Maria no plano da economia da salvação.
Foi, talvez, o Papa mais mariano da história da Igreja Católica.
Poderia e deveria salientar outros aspectos
fulcrais do serviço petrino de S. João Paulo II Magno como a defesa dos
Direitos Humanos, a dignidade de toda a Pessoa Humana, os direitos dos
trabalhadores, entre outros grandes temas dos seus escritos.
O que fascina neste Papa, eu que conheci já
6 Papas, foi a sua clareza única e fidelidade ao mandato do Senhor de :“
apascenta as minhas ovelhas”! O pensamento de S. João Paulo II Magno ficará na
história malgrado o “ Resert” que lhe andam a fazer. E, creio, que os seus
ensinamentos, não a “sua doutrina” que não tinha, a doutrina que o guiava e com
que nos guiava - sempre era a Sagrada Escritura e a Tradição, é o que faz
aguentar muitos católicos de permanecerem ainda na Igreja neste período
altamente conturbado que tornaram intencionalmente caótico.
Por isso, agora pessoalmente e enquanto
desempenhei serviços institucionais me fascinou e continuará a fascinar a
figura e personalidade de S. João Paulo II que insisto, “ a tempo e a
contra-tempo”, de apelidar de MAGNO.
Por isso, nunca deixo passar o dia 22 de Outubro
de cada ano, o dia escolhido pela Igreja e que corresponde ao dia em que S.
João Paulo II Magno assumiu o serviço petrino em 1978, sem o lembrar pedindo a
este Papa que interceda por todas as famílias do mundo em tempos de trevas e de
aniquilamento da nossa cultura e por todas as crianças a quem é negado o
direito à vida. Que ele nos proteja desta civilização em implosão acelerada!
Posso não estar eternamente agradecido a S.
João Paulo II Magno?
Não, nem me posso calar, sobretudo nestes dias de
subversão endógena da Doutrina Social da Igreja sobre a Vida e a Família!
SILERE NON POSSUM.
Carlos Aguiar Gomes
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