sábado, 31 de dezembro de 2022

Requiescat in pace, Papa

Requiescat in pace, Papa 😥

Depois do grande Papa São João Paulo II, o Senhor nos chama um humilde servo para cuidar da sua vinha, o grande Papa Bento XVI.

Antes do Cardeal Joseph Ratzinger ser elevado à Cátedra de São João Latrão já o seguiamos e éramos como #ratzingerfanclub , nos sentíamos inspirados por seu amor a Cristo e à sua Igreja e a nteligência com a qual defendeu a Igreja e o Depósito da Fé... e a defendeu sem perder nenhuma de suas causas.

Terça-feira,19 de abril de 2005... Joseph #ratzinger é eleito Papa, se chama Bento XVI, gigante...

#BentoXVI... Um gênio, um mestre, sábio... mas, de todas as ótimas características a mais exemplar delas foi a sua humildade.

Desde o seu nascimento na Alemanha o Senhor diz a ele "segue-me"... E assim Ratzinger seguiu o Senhor todas as vezes em que foi chamado... Do Batismo ao Trono Petrino...

E hoje, mais uma vez o Senhor o chama "segue-me" e como sempre dócil aos chamados do Senhor ele partiu, agora para estar definitivamente com o Senhor e com Nossa Senhora, assim espero, assim creio...

Requiescat in pace, #Papa 😥

Eu, João, o menor dos cavaleiros de Santa Maria.


UMA FAMÍLIA NO HORIZONTE DE MUITAS OUTRAS

 UMA FAMÍLIA NO HORIZONTE DE MUITAS OUTRAS

Sendo a mais pequenina e a mais antiga das sociedades humanas, a família, constituída entre homem e mulher, seus ascendentes e descendentes, apesar dos solavancos que enfrenta e sofre, continua a ser a instituição que mais estabilidade e esperança oferece ao mundo prenhe de feridas e divisões. É a mais influente das instituições, no presente e no futuro da humanidade. É nela que a pessoa nasce, cresce e amadurece, em princípios e valores, em solidariedade e fraternidade, em bons e menos bons momentos. Se, porém, a família está doente, a sociedade doente está! Por isso, tudo quanto cada família possa fazer em prol de si mesma, tudo quanto possa ser feito por quem tem o dever de promover e defender a família, tudo isso, por mais que seja e se eleve à mais alta potência, é sempre muito pouco para enaltecer a família e lhe agradecer por tudo o que ela é, significa e faz. Cuidar da família devia ser a prioridade das prioridades, o ponto de honra de qualquer sociedade que se presa de o ser. A força e a vitalidade de cada país dependem da vitalidade e da força das suas famílias. É na família, diz Bento XVI, que “se plasma o rosto de um povo; é nela que os seus membros adquirem os ensinamentos fundamentais. Nela aprendem a amar, enquanto são amados gratuitamente; aprendem o respeito por qualquer outra pessoa, enquanto são respeitados; aprendem a conhecer o rosto de Deus, enquanto recebem a sua primeira revelação de um pai e de uma mãe cheios de atenção. Sempre que falham estas experiências basilares, a sociedade no seu conjunto sofre violência e torna-se, por sua vez, geradora de múltiplas violências” (AM42-46).
Em vésperas do Dia Mundial da Paz, também é bom lembrar que a família é, sem dúvida, o lugar propício para a aprendizagem e a prática da cultura do perdão, da paz e da reconciliação. “Numa vida familiar sã, experimentam-se algumas componentes fundamentais da paz: a justiça e o amor entre irmãos e irmãs, a função da autoridade manifestada pelos pais, o serviço carinhoso aos membros mais débeis porque pequenos, doentes ou idosos, a mútua ajuda nas necessidades da vida, a disponibilidade para acolher o outro e, se necessário, perdoá-lo. Por isso a família é a primeira e insubstituível educadora para a paz”.
Defender a família, não é, não pode ser, sabemos que não é apenas policiar as cidades, as vilas e aldeias, as ruas e os bairros para prender quem maltrata e mata. A defesa da família está a montante, está na formação dos jovens, nas políticas que se implementam, nos serviços que se lhe prestam, no apreço que por ela se tem e manifesta. E se a formação dos jovens para construir família começa, de facto, no seio da família pelo testemunho dos avós e dos pais, se outras instituições também se preocupam com a promoção, proteção e defesa da família e vão fazendo a sua parte, também a preocupação do Estado se deveria fazer sentir de forma mais eficiente e eficaz, para que, naturalmente, o tecido social de paz, harmonia e progresso fosse alicerçado em rocha firme.
Educar é muito mais do que ensinar. Implica objetivos definidos e claros, implica o testemunho e a coerência de quem educa, implica rejeitar colonizações ideológicas e preconceitos sem sentido, implica não desconstruir a linguagem nem distorcer o conceito de matrimónio e de família. Desvalorizar a maternidade, banalizar o aborto, descartar os mais frágeis, promover o divórcio sem pensar, inclusive, nas tristes e sofridas consequências para os filhos, tantas vezes fazendo deles objeto de disputa como se de partilhas de propriedade se tratasse, criar uma ‘nova ética’ em nome de saltos civilizacionais apadrinhados por egoísmos e quejandos, tudo isso acaba por conduzir ao endurecimento do coração, à cultura do provisório, do usa e deita fora, avilta a consciência, desumaniza. É certo que nas famílias nem tudo é linear. É certo que não se podem negar as crises e os problemas com múltiplas causas e origens. É certo que não se deve esconder ou relativizar a sua importância, prejudicando a comunicação. É certo que pode haver casos que se foram enrolando e crescendo e se manifestam agora de difícil superação, sim, é certo. No entanto, quando, nos tempos felizes e calmos, marido e esposa aprendem a verdadeira arte de comunicar, acabam por reconhecer que “cada crise é como um novo ‘sim’ que torna possível o amor renascer reforçado, transfigurado, amadurecido, iluminado” (AL238).
Celebramos a Festa da Sagrada Família. A todas, mas sobretudo às famílias cristãs, o Papa Francisco lembra que cada família “tem diante de si o ícone da família de Nazaré, com o seu dia-a-dia feito de fadigas e até de pesadelos, como quando teve que sofrer a violência incompreensível de Herodes, experiência que ainda hoje se repete tragicamente em muitas famílias de refugiados descartados e inermes. Como os Magos, as famílias são convidadas a contemplar o Menino com sua Mãe, a prostrar-se e adorá-Lo. Como Maria, são exortadas a viver, com coragem e serenidade, os desafios familiares tristes e entusiasmantes, e a guardar e meditar no coração as maravilhas de Deus. No tesouro do coração de Maria, estão também todos os acontecimentos de cada uma das nossas famílias, que Ela guarda solicitamente. Por isso pode ajudar-nos a interpretá-los de modo a reconhecer a mensagem de Deus na história familiar (AL30).
O amor entre homem e mulher insere-se na Aliança definitiva entre Deus e o seu povo. Foi plenamente selada no sacrifício da cruz. Não sendo obra de um momento, mas um projeto paciente de toda uma vida, a família é chamada a viver diariamente o amor de Cristo, sem esquecer que é “um instrumento privilegiado da presença e missão da Igreja no mundo”. Sempre renovada com a força da Palavra de Deus e dos Sacramentos, será cada vez mais Igreja doméstica que educa para a fé e para a oração. Será cada vez mais berço de vocações ao matrimónio, à vida consagrada, ao ministério ordenado, escola natural de virtudes e de valores éticos, célula viva e basilar da sociedade. A Igreja convida todas as famílias a contemplar “a Família de Nazaré, que teve a alegria de acolher a vida e exprimir a sua piedade na observância da Lei e das práticas religiosas do seu tempo”. Convida-as a pôr “os olhos nesta Família que viveu também a provação da perda do Menino Jesus, a aflição da perseguição, da emigração e da dura labuta diária”. Convida-as a que ajudem os seus filhos “a crescerem em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens” (cf. EinMO58-59).

+ Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco, 30-12-2022.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

SILERE nº 18

 «  O direito a procurar a verdade implica também um dever: nada esconder do que reconhecemos como verdadeiro» ( pensamento de Albert  Einstein inscrito numa lápida da Academia  Nacional de Washington )

                                

 

 

 

                                           SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

   “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

                 

                          Carta aos meus amigos – nº 18

                            BRAGA – 29 de DEZEMBRO de 2022

 

  +

PAX                                                                                     

 

 

Meus caros Amigos:

 

   «Quando virdes que alguma coisa não está bem, não é justa, não é honesta, tendes a obrigação moral de dizer algo, de fazer alguma coisa» ( John Lewis, membro do Congresso Americano)

 

    Celebrou-se ontem, dia 28, a festa dos Santos Inocentes, aquelas crianças que o ódio e a inveja de Herodes mandou massacrar para, pensava ele, assim, eliminar Jesus Menino que lhe poderia vir a fazer concorrência!

  Creio não dizer nenhum disparate que estas crianças foram as primeiras vítimas, os primeiros mártires, massacrados por causa de Jesus.

  Nesta civilização decadente em que nos é dado viver, assistimos, tantas e tantas vezes, em silêncio complacente e com o nosso voto inconsequente face ao massacre dos bebés por nascer. É um verdadeiro massacre dos inocentes que ouso comparar aos inocentes massacrados por Herodes. Como posso calar e deixar passar em silêncio o Aborto promovido a um direito e que se quer  instituir como direito humano universal! Até já há fortes pressões para inscrever nas Constituições de vários países ( p.ex. Espanha e França) o Aborto como um direito que não pode ser contestado!

  Já o tenho dito e escrito inúmeras vezes, que há o DIREITO À VIDA mas não o DIREITO A MORRER, como não tenho o direito a ter um Jaguar ou joias de elevado preço ou um castelo no vale do Loire, apesar de todos, um dia, morrermos, não por direito mas pela própria natureza de sermos seres vivos. Um direito não é um desejo!

   Com razão, o Bispo de Portland ( EUA), em 26.VII.22,num vídeo, defendeu que se reconheça que “ o aborto é uma crueldade humana comparável inumana  aos assassinos massivos cometidos por nazis e comunistas no século XX”. O mesmo Bispo disse, nessa comunicação:” Condenados com razão os nazis pelos cerca de 6 milhões de judeus que mataram. Denunciamos os milhões de assassínios ocorridos nos regimes comunistas. Não creio que muitas pessoas saibam que (…) 63 milhões de bebés por nascer nos EUA perderam a vida por causa do aborto”.

   Entre nós, que valor tem a matança dos inocentes? Entretanto, os políticos que têm passado pelo Governo, bloquearam a criação dos “ CENTROS DE APOIO À VIDA”, cuja lei e decreto regulamentar já existem há muitos anos. Estes equipamentos sociais foram pensados para apoiar grávidas com dificuldades e que poderiam ser tentadas/aconselhadas a abortar. Como os DENTROS DE APOIO À VIDA poderiam e deveriam ser “ tendas de campanha” para tantas e tantas mulheres feridas por egoísmos! E como estamos de centros de “ CUIDADOS PALIATIVOS”? Quantas pessoas em fim de vida são abandonadas à sua sorte ou estão mal acompanhadas? Há sobre estes centros de apoio à via por nascer ou em fim de vida um desprezo total por parte dos nossos governantes. Espantoso, não é?

   Legisla-se, alarga-se e promove-se o aborto gratuito …Legisla-se, para já de forma “ soft”, a eutanásia e as campanhas para a sua aplicação é uma constante nos media… Como seria útil conhecer a triste realidade do que ocorre diariamente na Bélgica, na Holanda ou no Canadá países que qualquer razão como depressão ou crise económica dá acesso directo a ser-se eutanasiado. Nestes países o número de crianças, jovens e adultos eutanasiados não pára de aumentar ( o meu amigo-leitor pode consultar o sítio ieb-eib.org onde encontra muita informação actual e fidedigna).

  A defesa e promoção do DIREITO À VIDA desde a concepção, pois é aí que começa cada um dos seres humanos, cada um de nós ou no final de vida quando estamos mais desprotegidos e vulneráveis, é um falhanço total! E, em nome dos Direitos Humanos, cujo centralidade é precisamente, o DIREITO À VIDA. Depois, lamentamo-nos da quebra da natalidade ! Hipócritas.

  Este é um verdadeiro” KAIROS”  para a defesa da VIDA HUMANA. Podemos calar e ficar indiferentes face ao ataque constante e bem dirigido contra a VIDA HUMANA?

                   «SE NOS CALARMOS, AS PEDRAS GRITARÃO» (cf. Lc 19, 40).

 

                                               SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, 29 de Dezembro de 2022 




quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

DIA 28 - SANTOS INOCENTES - AUMENTA O NÚMERO DE BEBÈS ABORTADOS

 Un día antes de los Santos Inocentes se publican los datos estadísticos de los abortos perpetrados en España.

En 2021 debieron nacer en España 427.569 bebés, solo llegaron a reír y llorar 337.380, los otros 90.189 concebidos fueron abortados, lo que supone un aumento respecto a 2020 en el que fueron abortados 88.269 niños.

O lo que es lo mismo, que el 21,1% de los niños concebidos es abortado, o lo que es lo mismo, que más de 1 de cada cinco niños no nace por voluntad de su madre y de una sociedad que lo consiente. Casi medio punto más (0,44) que en 2020.

El 90,98% de los abortos (82.056) se produjeron a petición de la mujer, lo que no les quita la maternidad, les convierte en madres de un hijo muerto; el 5,58% porque la salud y la vida de la embarazada corría un «grave riesgo», aunque ningún procedimiento médico exige la eliminación del bebéel 3,12% por riesgo de graves anomalías en el feto y el 0,29 por anomalías fetales incompatibles con la vida o enfermedad extremadamente grave e incurable.

La mayor parte de los homicidios de los niños concebidos tiene lugar durante las primeras semanas del embarazo. Así, el 72,42% (65.316) de los mismos se registraron antes de la octava semana de gestación, mientras que sólo el 0,16% se produjo más allá de la vigésimo tercera semana.

Por comunidades autónomas, Cataluña es la región con la tasa más elevada de abortos por cada mil mujeres entre 15 y 44 años (13,42), seguida de la Comunidad de Madrid (11,90), Baleares (11,56), Asturias (11,50), Murcia (11,46), Andalucía (11,18) y Canarias (10,61).

Las regiones con menor tasa en 2021 fueron Ceuta y Melilla (1,79), Galicia (5,37), La Rioja (6,17), Extremadura (7,10), Castilla y León (7,17), Navarra (8,39), Cantabria (8,68), Aragón (8,79), Castilla-La Mancha (8,90), Comunidad Valenciana (9,02) y País Vasco (10,39).

Respecto a la edad de las mujeres, 312 eran menores de 15 años, 9.076 tenían entre 15 y 19 años, 18.753 entre 20 y 24 años, 19.227 entre 25 y 29 años, 18.641 entre 30 y 34 años, 16.187 entre 35 y 39 años, 7.309 entre 40 y 44 años y 684 eran mayores de 44 años. El 53,97% eran trabajadoras por cuenta ajena, el 34,63% tenían bachillerato y ciclos de FP equivalentes, el 47,69% no tenía hijos y el 65,35 no había tenido ningún aborto previo.

Una vuelta de tuerca más

Hace pocos días el Congreso aprobaba la ley de socialistas y comunistas que rebaja a los 16 años el aborto sin permiso paterno, elimina la reflexión y persigue la objeción

La ley expulsará a los médicos objetores al aborto de los comités clínicos que deciden sobre la vida del concebido. Para perseguir la objeción de conciencia la norma crea un registro de profesionales médicos objetores de conciencia. También elimina el plazo de reflexión de tres días que existe actualmente, así como la obligatoriedad de recibir información sobre los recursos y las ayudas disponibles en caso de continuar con el embarazo.

No hay mucha esperanza en la clase política española, el Partido Popular con la mayoría absoluta más grande en todas las instituciones lo único que hizo fue una reformita para el permiso paterno a los 16 años. Ellos presentaron «su ley» del aborto que no solo permite el exterminio de niños con discapacidad, lo mantenía como un derecho. Eso, el Partido Popular. También, y especialmente, el de Feijóo. ( INFOCATOLICA - 27.XII-22)



terça-feira, 27 de dezembro de 2022

SILERE nº17

 

           


                 Presépio  - séc.XVIII ( Basílica da Estrela – Lisboa)

                                             

                              SILERE NON POSSUM

           (Não me posso calar – Sto AgostinhO)

         Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.”

                                       ( Alexandre Soljenitsyne)

                    Carta aos meus amigos – nº 17

 

 

 

                       BRAGA – 22 de DEZEMBRO de 2022

   

+

PAX

 

Caros Amigos:

 

 

  “A beleza deste Evangelho não cessa de tocar o nosso coração: uma beleza que é esplendor da verdade. Não cessa de nos comover o facto de Deus Se ter feito menino, para que nós pudéssemos amá-Lo, para que ousássemos amá-Lo, e, como menino, Se coloca confiadamente nas nossas mãos. Como se dissesse: Sei que o meu esplendor te assusta, que à vista da minha grandeza procuras impor-te a ti mesmo. Por isso venho a ti como menino, para que Me possas acolher e amar.”

( Papa Bento XVI, 25.XII.2012)

 

 

 

 … É este o verdadeiro sentido do Natal, o Amor, que se manifesta em movimento para o outro, do “ Totalmente Outro para o outro”, “ encarnou” neste Menino que vem a mim e a todos para que, na sua riqueza pobre nos possamos tornar pobres ricos  ao e para O acolher e o centrar no nosso coração, na nossa vida. Infelizmente, perdemos o Amor feito Menino que “ natalizou” para nós.

   Hoje, e cada vez mais, “ destalalizamos” o Natal, o nascimento do Menino porque não O queremos acolher e amar. Será porque já não o conhecemos?

--- Por isso, “desnatalizaram” o Natal! Substituímos o Menino por ídolos.

Não sei se o verbo “ desnatalalizar” existe nem isso me preocupa.  Sempre se criaram neologismos e não vejo nenhum mal nisso.

“Desnatalizar” significa, para mim, descaracterizar o Natal, retirar dele e do seu significado a sua essência fundadora : celebrar o “ Nascimento de Jesus “, o “ Hodie “ ( hoje ) sempre eterno. E esta celebração que era festa  perdeu o seu significado profundo . O Hoje deu lugar ao  hoje e agora  de ruído , de  efémero e de consumo desenfreado. Fomos invadidos por velhos decrépitos vestidos de vermelho e carregados de sacos  cheios de inutilidades. Já nem as renas os puxam em trenós .  De “popotas” desajeitadas e bamboleantes. De leopoldinas  avestrúzicas  e de outras quimeras cuja função é convidar-nos ao consumo desenfreado…  Até os cânticos de Natal ,tão  belos que tantos pareciam ter sido criados por anjos ( lembra-se os leitores de, por exemplo, o “ Adeste fideles “ ou outros mais populares que todos sabíamos de cor ? ).

Lembram-se do orgulho em ir colher à horta, na tarde daquele dia , “ aquelas” tronchudas ( pencas ) tenras e macias que a geada havia “ massacrado”?  E lembram-se das magníficas e saborosas batatas, as melhores da colheita do ano, que naquela  noite todos apreciavam? Lembram-se da azáfama nas cozinhas na preparação daquela ceia mágica que tinha sempre, em cada família ,doces próprios e que só nesta quadra se faziam? Lembram-se de que na lareira de cada família ardia lenha escolhida a que nunca faltava um grande e grosso toro de carvalho ou sobro para arder até tarde? Lembram-se de como se rezava o Terço a que todos se associavam, mesmo aqueles que pouco praticavam ao longo do ano? Lembram-se que naquela noite estavam presentes os vivos mas se não esqueciam os familiares já falecidos, em verdadeira comunhão  entre vivos e mortos? Lembram-se dos jogos de cartas, dos pinhões para  o “ rapa - tira-deixa- põe ) ou do “ par ou pernão”? Lembram-se do anel enfiado num mais ou longo fio ( consoante o número de jogadores ) e da lenga-lenga “ Babona que estás no meio …”? Lembram-se das estórias que se contavam naquela noite, e muitas só naquela noite se contavam ,  que era de lazer para a família somente preocupada em fruir da presença aconchegante dos presentes e da saudade dos ausentes ? Não se fiava a lã ou linho. Não se lia  qualquer livro de distração. Não de fazia renda. Estava-se ali. Juntos. Numa alegre saudade e nostalgia.  Mesmo se fora de casa o vento soprava forte e a geada se formava e forrava o chão e as ervas, lá dentro, dentro de cada casa que tinha alma, cheiro e sons únicos , havia vida tantas vezes , noutros dias, tão sofrida pelas agruras da vida.

Entretanto, normalmente a partir do dia 8 , dia grande da Imaculada, Senhora, Madrinha, Mãe  e Rainha de Portugal  ( havia tantas Maria da Conceição! ) começava a preparar-se o presépio em lugar de destaque e que fosse visto e admirado por todos, sobretudo naquela noite que tinha uma magia vinda do céu, a noite de 24 de Dezembro. Os mais novos traziam musgo.  Musgo verdadeiro e verdadeiramente verde . Muito. Construía-se uma cabana , se não já a havia de outros anos . Iam-se buscar as figuras , nunca faltando a Sagrada Família, centro de onde irradia(va) a centralidade daquela festa. Depois, de acordo com as possibilidades de cada família, podia haver pastores, Reis Magos, Anjo com um dístico, em latim ( “ Gloria in excelsis Deo!) que todos sabiam o que queria dizer. Por vezes não faltava o moleiro, a lavadeira de roupa , o rapaz que trepava um mastro para ir buscar um bacalhau miniatura bem em cima… Era à volta deste presépio ou à sua volta que se “ botava “ o Terço naquela noite.

E havia presentes. Para as crianças. Poucos, que a vida era difícil . Poucos, sim ,  mas enchiam de alegria os miúdos que só os recebiam na manhã do dia seguinte, gritando exclamações de espanto por aquilo, tão simples, que o Menino Jesus tinha deixado. Sim, era o Menino Jesus que ali tinha estado, mal eles sabiam que os Pais eram e se assumiam como o Menino Jesus.

Desde a noite anterior que sabiam que o Menino iria a sua casa e por isso, no final do Terço, com a dezena final já tão ritmada pelo cabecear do sono, beijavam a imagem de Jesus  com ternura e imaginação !

Hoje ainda há Natal?

O consumo prima sobre tudo. Em muitas casas já não se constrói o presépio. O Terço foi abandonado. As crianças são “ atafulhadas” de brinquedos a que tantas vezes já não dão qualquer valor ou atenção.

Saneamos Jesus, o Menino Jesus, das nossas casas. Se ainda se põe algum lembrete de que estamos no Natal, só o vemos na árvore num canto da sala e nos “ quilos “ de papel amarrotado que, no final da noite, é preciso arrumar. A magia da cozinha desapareceu. Compra-se tudo feito. O amor de confeccionar as rabanadas, os mexidos ou os sonhos e outros doces natalícios foi varrido por incómodo.

Desnatalizaram o Natal!

Desnatalizámos o Natal!

Deixamo – nos invadir por esta onda cristianófoba. E sem memória. Consumista hiperbolicamente. Cheia de regras de higiene fiscalizada e de almas sem higiene nenhuma.

Tenho pena da “ desnatalização “ do Natal . Tenho saudades do Natal.

   Varremos da nossa vida esta grande festa, hino à beleza que é esplendor da verdade.

   Para todos os meus Amigos-leitores e suas famílias, desejo um SANTO NATAL!

 

 

Carlos Aguiar Gomes , para o Natal de 2022

 

domingo, 25 de dezembro de 2022

Sto ODON - oração para o Natal

 

                                 ORAÇÃO DE SANTO ODÃO de Cluny para o Natal *

 

«Ó Senhora e Mãe de Misericórdia, Vós, que nesta noite, deste à luz o Salvador, dignai-Vos na Vossa bondade  interceder por mim  com as Vossas orações ¸ eu me refugio na Vossa gloriosa e única  gravidez, Mãe boníssima.

Inclinai também os ouvidos da Vossa bondade para as minhas orações. Temo tanto que a minha vida desagrade a Vosso Filho! E já que foi por Vós, minha Senhora, que ele se manifestou ao mundo, graças a Vós também, eu suplico-Vos que Ele tenha piedade de mim sem demora.»  Amen.

 

·         Monge beneditino do Mosteiro de Cluny (França) de que foi o 2º Abade, dando origem aos beneditinos Negros (de hábito preto). Este Mosteiro está na origem do ramo  cluniacense, mais conhecidos só por beneditinos. Nasceu em 878(?) e faleceu com 64 anos a 18 de Novembro de 942.

                                          

                                                             Santo Odão ( Odon) de Cluny




 

 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Dá-me , Senhor....

                                



                             "Dá-me, Senhor, coragem e alegria

                               para escalar o cimo deste dia." ( Borges)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

TENDÊNCIAS PARA ENTORNAR O CALDO...

                                 TENDÊNCIAS PARA ENTORNAR O CALDO...

Vivemos um tempo de grande progresso, sim, mas também de grande ameaça. O homem parece ameaçado pelo resultado do seu trabalho, da sua inteligência e das tendências da sua vontade. Há medo dos ambiciosos com cerviz dura e coração de pedra! O homem teme que alguns dos seus produtos, “aqueles que encerram uma especial porção da sua genialidade e da sua iniciativa, possam ser voltados de maneira radical contra si mesmo; teme que eles possam tornar-se meios e instrumentos de uma inimaginável autodestruição, perante a qual todos os cataclismos e as catástrofes da história, que nós conhecemos, parecem ficar a perder-se de vista”, isto afirmava São João Paulo II na sua primeira Carta Encíclica, Redentor Hominis, em 1979 (RH15), que relemos. Denunciava que, de facto, o progresso, sob vários aspetos, torna a vida humana mais digna do homem, mas parece que não o torna verdadeiramente melhor. Embebecido pelo seu poder, pela euforia do seu bem-estar, pelo entusiasmo das suas conquistas, nem sempre o homem prima pelo seu progresso moral e espiritual, nem sempre o progresso é acompanhado pelas exigências objetivas da ordem moral, da justiça e do amor social. E tantos são os sintomas desta doença a reclamarem soluções audaciosas e criativas, de harmonia com a dignidade do homem! Sim, será verdade, perguntava-se ele, que o progresso tem tornado o homem “mais amadurecido espiritualmente, mais consciente da dignidade da sua humanidade, mais responsável, mais aberto para com os outros, em particular para com os mais necessitados e os mais fracos, e mais disponível para proporcionar e prestar ajuda a todos”? Será que o homem, “enquanto homem, desenvolve-se e progride, ou regride e degrada-se na sua humanidade?”. Sem sermos pessimistas e aplaudindo entusiasticamente o progresso da ciência, da técnica e de todo o saber humano – fruto maravilhoso dos talentos que Deus dá a cada um para que cada um os coloque a render ao serviço de todos! -, muito desejaríamos que entre os homens, à medida que se vai progredindo, crescesse o bem, o amor social, o respeito pelos direitos dos outros, o respeito pela terra sagrada de cada nação, de cada povo. Constata-se, porém, que em vez disso, crescem os egoísmos, os nacionalismos e imperialismos doentios, a tendência para dominar os outros numa ambição de poder sem limites. E “nada mais pequeno que um grande dominado pelo orgulho”, dizia Clemente XIV. A par, constata-se o sofrimento dos mais frágeis e o daqueles que já não produzem e as sociedades consideram como um peso a descartar. Alguém lembrava por estes dias que, só no Canadá, no ano passado, foram eutanasiadas 10.000 pessoas. Referia que o próprio Diretor do Instituto Canadiano para a inclusão e cidadania da Universidade da Colômbia Britânica, descreveu a lei canadiana como “provavelmente a maior ameaça existencial para os deficientes desde o programa nazi da Alemanha nos anos 30 (do século XX)”.
Eu sei, foi Jesus quem primeiro estabeleceu a regra de separação entre o poder temporal e espiritual, princípio hoje consolidado nas nossas democracias, embora durasse muitos séculos a ser implementado: “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Este princípio, porém, não isenta que também César saiba dar a Deus o que é de Deus e ao povo o que é do povo: “Não matarás” (Ex 20,13). “Por isto vos hão de reconhecer: se vos amardes uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 13,34-35). E Pilatos perguntou a Jesus: “De onde és tu?” Jesus ficou calado. Então Pilatos perguntou: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?” Jesus respondeu: “Não terias nenhuma autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus” (Jo 19, 9-11). Quando, quem está legitimamente investido em poder, perde a origem e a razão de ser do seu lugar e da sua missão, temos o caldo entornado, temos pigmeus arvorados em deuses a pensar que tudo lhes é permitido! A História é mestra em tais lições!
Como guardião do mundo visível que lhe foi confiado, o homem não deve ser ‘o lobo do outro homem’, na célebre frase de Thomas Hobbes. Mas sê-lo-á tanto mais quanto mais viver preocupado e excessivamente ocupado com o ter cada vez mais em detrimento do ser cada vez mais e melhor; quanto mais o foco da sua atenção forem as estruturas rentáveis, os mecanismos financeiros, e monetários e produtivos e comerciais, delapidando, inclusive, a seu bel-prazer, os recursos naturais, como sôfrego explorador e não como nobre senhor e guarda inteligente e respeitoso da criação; quanto mais prioridade der à técnica que à ética, às coisas que às pessoas, à matéria que ao espírito; quanto menos procurar responder, com determinação absoluta, às situações sociais injustas, aos desafios urgentes e às exigências éticas do presente. Este seu proceder, faz aumentar as zonas miseráveis e aumenta os pobres a caminharem de braço dado com a angústia, a frustração e a amargura.
O homem não pode perder o fio à meada nos dinamismos da vida e da civilização, “não pode renunciar a si mesmo, nem ao lugar que lhe compete no mundo visível; não pode tornar-se escravo das coisas, escravo dos sistemas económicos, escravo da produção e escravo dos seus próprios produtos. A civilização de feição puramente materialista condena o homem a tal escravidão” (cf. RH15-16).
O progresso é, na sua origem e na sua essência, uma vocação, afirmava Paulo VI na Populorum Progressio (PP15). E o Papa Bento XVI, citando-o na Caritas in Veritate, acrescenta que a vocação é um apelo que exige resposta livre e responsável. Então, como vocação, o desenvolvimento humano integral supõe a liberdade responsável da pessoa e dos povos, supõe o respeito pela sua verdade, supõe a centralidade da caridade, isto é, a fraternidade entre os homens e os povos. Se assim não for, “A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos” (cf. CV17-19). E é pena!
A verdade vos libertará (Jo 8, 32), disse-nos Cristo que veio ao mundo para dar testemunho da verdade (Jo18,37). Unindo-se “de certo modo a cada homem”, Deus, em Cristo e por Cristo, revelou-se plenamente à humanidade, aproximou-se definitivamente dela, e o homem foi ganhando mais consciência da sua dignidade, da sua elevação, do valor transcendente da própria humanidade e do sentido da sua existência (cf. RH11).
O homem não pode fugir de si mesmo, não deve relativizar a verdade ou viver de aparências, não deve querer notabilizar-se destruindo os outros. A sua autonomia e liberdade, a sua capacidade de criar, de progredir e se organizar em sociedade, implica respeito por todos, implica uma relação responsável e honesta com a verdade sobre si mesmo e os outros, sobre as coisas e sobre o mundo (cf. CV).
+Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco, 16-12-2022.

domingo, 18 de dezembro de 2022

18 de Dezembro - festa DE NOSSA SENHORA DO Ó

 





                                        Hino a Nossa Senhora do Ó

               

Expectante, estais Senhora!

No sacro ventre trazeis a Vida

Desde sempre prometida.

Expectante, estais Senhora!

 

Expectante, estais Senhora!

Humilde Serva do Senhor,

 Doce Mãe do Salvador.

Expectante, estais Senhora!

 

Expectante, estais Senhora!

Sempre e sempre pura

Mãe da suprema ternura .

Expectante , estais Senhora !

 

Expectante, estais Senhora !

D`Anunciação ao Advento

Esperando o Nascimento

Expectante, estais Senhora !

 

Expectante, estais Senhora!

Nossa Senhora do Ó!

Expectante, estais Senhora!

Nossa Senhora do Ó!

                                                                    Carlos Aguiar Gomes, na preparação da festa de Nossa Senhora do Ó, 2014

sábado, 17 de dezembro de 2022

SILERE nº 16

                        







                

              

          


             SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

          “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

                     Carta aos meus amigos – nº 16

                       BRAGA – 15 de DEZEMBRO de 2022

   +

PAX

 

Caros Amigos:

 

 

         

 

          All human lives matter!

 

 

 

  Nossa Senhora da Expectação ou do Ó, uma invocação da  `THEOTOKOS, a Santa Mãe de Deus que aguarda o nascimento do Seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, é uma devoção antiquíssima. Talvez anterior ao século X. Em Toledo, naquele século, já se celebrava a festa da Expectação do Parto. Depois difundiu-se por toda a Cristandade. Entretanto foi caindo em esquecimento mas manteve-se em Toledo e em Braga onde fazia parte do calendário litúrgico do Rito Bracarense. Nesta Arquidiocese portuguesa manteve-se até à última revisão  do seu Próprio de onde foi eliminada. Recentemente, e a propósito da Benção de Grávidas promovida pela ASSOCIAÇÃO FAMÍLIAS no dia 28 de Abril, festa de Sta Joana Beretta Molla, o Prelado da época, Dom Jorge Ortiga, falando com este vosso amigo sugeriu que a mesma bênção também se fizesse na Sé Catedral , ideia que aplaudi imediatamente tendo sugerido o dia 18 de Dezembro, dia de Nossa Senhora do Ó . O Senhor Arcebispo concordou plenamente mas levantou a hipótese de se celebrar no Domingo mais próximo do dia 18. E ficou o 3º Domingo do Advento para, assim, se poder contar com mais mães grávidas e suas famílias. Assim ficou e permanece tendo o Cabido mandado fazer uma cópia de uma imagem do século XVIII ,guardada no Tesouro da Sé, de grande beleza e que durante dois ou três anos esteve ao culto para a bênção das grávidas. Agora, a réplica, durante o ano, está no Claustro da Sé onde é muito venerada. Assim, foi retomada a celebração, modificada, a Nossa Senhora do Ó.

   Em Portugal muitas capelas e altares foram dedicadas a Nossa Senhora do Ó. Ó passou a nome próprio ( p.ex. Maria do Ó) e , também a apelido de família.

   Esta invocação de Nossa Senhora, com as Antífonas cantadas em Vésperas, antes e depois do Magnificat, até ao Natal, de 17 a 23 de Dezembro, as chamadas Antífonas em Ó, porque todas começam pelo vocativo Ó e devem ter tido início no século VII/VIII. Ei-las:

Sapientia
quæ ex ore Altissimi prodisti,
attingens a fine usque ad finem,
fortiter suaviter disponens omnia:
Veni ad docendum nos viam prudentiæ

17 de dezembro
Ó Sabedoria
que saístes da boca do altíssimo
atingindo de uma a outra extremidade
e tudo dispondo com força e suavidade:
Vinde ensinar-nos o caminho da prudência

 

Die 18 Decembris
Adonai
et Dux domus Israel,
qui Moysi in igne flammæ rubi apparuisti
et ei in Sina legem dedisti:
Veni ad redimendum nos in brachio extento

18 de dezembro
Ó Adonai
guia da casa de Israel,
que aparecestes a Moisés na chama do fogo
no meio da sarça ardente e lhe deste a lei no Sinai
Vinde resgatar-nos pelo poder do Vosso braço.

 

Die 19 Decembris
Radix Jesse
qui stas in signum populorum,
super quem continebunt reges os suum,
quem gentes deprecabuntur:
Veni ad liberandum nos; jam noli tardare

19 de dezembro
Ó Raiz de Jessé
erguida como estandarte dos povos,
em cuja presença os reis se calarão
e a quem as nações invocarão,
Vinde libertar-nos; não tardeis jamais.

 

Die 20 Decembris
Clavis David
et sceptrum domus Israel:
qui aperis, et nemo claudit;
claudis et nemo aperit:
Veni, et educ vinctum de domo carceris,
sedentem in tenebris et umbra mortis

20 de dezembro
Ó Chave de Davi
o cetro da casa de Israel
que abris e ninguém fecha;
fechais e ninguém abre:
Vinde e libertai da prisão o cativo
assentado nas trevas e à sombra da morte.

 

Die 21 Decembris
Oriens
splendor lucis æternæ, et sol justitiæ
Veni et illumina sedentes in tenebris
et umbra mortis.

     21 de dezembro
     Ó Oriente
     esplendor da luz eterna e sol da justiça
     Vinde e iluminai os que estão sentados
     nas trevas e à sombra da morte.

 

Die 22 Decembris
Rex gentium
et desideratus earum
lapisque angularis,
qui facis utraque unum:
Veni et salva hominem quem de limo formasti

22 de dezembro
Ó Rei das nações
e objeto de seus desejos,
pedra angular
que reunis em vós judeus e gentios:
Vinde e salvai o homem que do limo formastes

 

Die 23 Decembris
Emmanuel,
Rex et legifer noster,
exspectatio gentium,
et Salvator earum:
Veni ad salvandum nos,

 Domine Deus noster.

  

  

                               23 de dezembro
                               Ó Emanuel,
                               nosso rei e legislador,
                               esperança e salvador das nações,
                               Vinde salvar-nos,
                              Senhor nosso Deus.

   Esta festa, que  urge recuperar, quando o valor e dignidade da vida humana se relativizou e se vai transformando em mercadoria descartável. Aliás, a celebração desta (grande) festa remete-nos para a defesa da vida humana desde a sua concepção, sem restrições. Nossa Senhora do Ó é um grito contra o Aborto. Venerar Nossa Senhora com esta invocação antes e depois do Natal, é fazermos presente o mistério da Encarnação do Filho de Deus e cada criança concebida, desde esse momento, que tem o direito inalienável a ser defendido. O DIREITO À VIDA é o primeiro e mais importante direito humano! O DIREITO À VIDA, desde o início prolonga-se por toda a vida até à morte natural.

  Por isso, também a Eutanásia não pode ser aceite numa civilização que invoca , a torto e a eito, os direitos humanos.

  Sim, All human lives matter!, toda  a vida humana interessa e tem de ser defendida.

 

  Que Nossa Senhora do Ó interceda por nós e, sobretudo, por todas as crianças por nascer e dê força às mães para deixarem nascer todos os seus filhos.

 

UM SANTO NATAL!

 

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes,  ao entrar no tempo das Antífonas em Ó de 2022

 

 

P.S.

   Dia negro para o DIREITO À VIDA, dia 9 de Dezembro de 2022: o Parlamento voltou a aprovar a “ despenalização” da Eutanásia. Mais uma machadada tremenda na Cultura da Vida e este atentado contra a Vida Humana foi aprovado na véspera de se comemorar o DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS ( 10 de Dezembro)!

   Caro Amigo leitor: já se informou se o seu voto contribuiu para este desaforo contra a VIDA HUMANA?

  O ACTO DE MATAR passou a um chamado “ direito a morrer com dignidade”! Para onde caminhamos? … Uma Cultura do descartável…Uma Civilização da Morte…Um Povo sem “ substrato”… Sem Alma?

  No Canadá, por exemplo, onde a política pró-eutanásia vai de “vento em popa”, o número de pessoas eutanasiadas no último ano foram …10 000. O Professor Tim Stainton, Director do Instituto Canadiano para a inclusão e cidadania da Universidade  da Colômbia Britânica, descreveu a lei canadiana, cuja primeira versão é muito idêntica à nossa, como:

‘ provavelmente a maior ameaça existencial para os deficientes desde o programa nazi da Alemanha nos anos 30 ( do século XX)»

Lamento e protesto com toda a minha força contra esta indignidade que uma maioria parlamentar , em Portugal, aprovou recentemente ( 9.XII.22).

 


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