Blog da Militia Sanctæ Mariæ - Cavaleiros de Nossa Senhora um instrumento na evangelização do mundo contemporâneo // Blog created by Militia Sanctæ Mariæ, whose purpose is to be an instrument in the evangelization of the contemporary world // Blog de la Militia Sanctæ Mariæ et dont le but est d'être un instrument dans l'évangélisation du monde contemporain // Blog der Militia Sanctæ Mariæ, die sich zum Ziel gesetzt haben, ein Werkzeug bei der Evangelisierung der heutigen Welt zu sein
sexta-feira, 28 de abril de 2023
quinta-feira, 27 de abril de 2023
SILERE 35 -
"O ser humano já é um ser completo desde a sua
concepção e, desde esta concepção, possui o direito inalienável e completo de
viver, e a mãe tem o dever de fazer com que este direito seja concretizado."
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir
as suas raízes.” (Alexandre
Soljenitsyne)
Carta aos meus
amigos – nº 35
BRAGA , 27 - Abril - 2023
+
PAX
Comemoramos a
28 de Abril, amanhã, a festa de uma Mulher, Médica e Mãe que o Papa S. João
Paulo II Magno inscreveu no catálogo dos santos: Sta JOANA BERETA MOLLA.
Joana Beretta Molla, médica e mãe
de 4 filhos, nasceu em Magenta (Itália) a 4 de Outubro de 1922, tendo falecido
a 28 de Abril de 1962, dia do grande santo mariano, S. Luís Grignion de
Montfort.. Foi Beatificada por S. João Paulo II Magno em 24 de Abril de 1994 –
Ano Internacional da Família – e canonizada em 16 de Abril de 2004 pelo mesmo
Papa. Estamos, assim, em pleno ANO JOANITA ( 1922 /2023) celebrando o centenário do seu nascimento.
Sta Joana Molla é bem o exemplo da luta pelo DIREITO À VIDA e por isso
que hoje, nesta minha Carta aos meus Amigos-leitores, recordo a sua memória.
Joana Molla foi um Mulher do seu tempo, o nosso tempo, alegre,
divertida, desportista, competente como profissional de Pediatria, entregue a
causas sociais com os frágeis entre os frágeis. Foi uma Esposa exemplar e uma
Mãe que soube estar sempre ao serviço dos seus 4 filhos, dando a vida para
salvar a vida da última filha que ainda
está viva – Gianna Emanuela Molla.
Como médica sabia que a sua última gravidez era de grande risco para
ela. Mas, contra o parecer de muitos dos seus colegas, negou-se sempre a abortar
o filho qus trazia np seu ventre. Deu,e persistiu nesta instrução, até ao fim
da sua vida, que tudo deveria ser feito para salvar a vida das duas, a dela e a
da filha, mas que se , em última análise se tivesse de escolher a vida dela ou
do filho, era este que deveria ser salvo.
S. João Paulo II Magno ao conhecer a vida desta Mulher, ficou fascinado
e entusiasmado para a propor à Igreja e ao mundo, como um exemplo. Como escrevi
acima, foi o « Papa da Vida e da Família» que a Beatificou e canonizou no ano
Internacional da Família – 1994.
Neste momento Cultural do Ocidente em que o Aborto foi generalizado e
banalizado, contra o mais fundamental direito humano, o DIREITO À VIDA, a vida
de Joana Beretta Molla merece ser conhecida e expandida. Ela é um exemplo para
todos nós que estamos engajados na luta pelo DIREITO À VIDA e para todas as
mulheres grávidas, particularmente para as que têm uma gravidez de risco como
foi a última de Giana Bereta Molla.
Para ao meus Amigos leitores deixo aqui um curto conjunto de frases de
Giana Molla que poderão servir-nos de guia para a nossa vida.
1.
“Não tenhas pressa em ver os
resultados, sabe esperar. Apressa-te a semear mas não a colher. É o Senhor que
age. A Graça tem os seus caminhos escondidos ( … ) Persevera.”
2.
“ Devemos ser a luz do mundo, isto
é. Com o nosso exemplo devemos fazer resplandecer o ideal da verdadeira vida
cristã “.
3.
“ Amar significa desejo
de nos aperfeiçoar-nos a nós próprios, a pessoa amada, superar o próprio egoísmo,
dar-se … “.
4.
“ O verdadeiro amor, é o amor que
não dura somente um dia, mas sempre… “.
5.
“ … E, sobretudo, se queremos que o
nosso apostolado seja fecundo, unamos à oração e acção o sacrifício. “
6.
“ Desejo que a nossa família seja um
verdadeiro cenáculo onde Cristo reine e se sinta em sua casa para guiar e
dirigir todos os nossos passos, para iluminar todas as nossas decisões e cada
uma das nossas acções.”
Pelo DIREITO À VIDA nunca me
calarei. Não posso. Não quero. Não devo.
Não me posso calar!
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
sexta-feira, 21 de abril de 2023
Estar com quem primeiro nós amou...
quinta-feira, 20 de abril de 2023
SILERE 34
EUTANÁSIA: a escolha entre
AMAR
E MATAR!
SILERE NON POSSUM
(Não me posso
calar – Sto Agostinho)
“Para destruir um povo é preciso destruir as suas
raízes.” (Alexandre
Soljenitsyne)
Carta aos meus
amigos – nº 34
BRAGA , 20 - Abril - 2023
+
PAX
« O número das pessoas que
morre nos Países Baixos com a ajuda de um procedimento - eutanásia – aumentou 13,7% no ano passado (
2022), num total de 8 720 casos que corresponde a um aaumento de 5,1% total de
falecimentos registados neste país e naquele ano»
( Comités Regionais de Revisão das Eutanásias).
… Entretanto o Governo daquele país nórdico vai ampliar ainda
mais a Eutanásia legal: poder aplicar-se a crianças dos 1 aos 12 anos. O
argumento já é bem nosso conhecido e, o que se lhe sucede igualmente: será
aplicado a todas as crianças que o desejam e a tal sejam induzidas. Aliás, é o
que sucede aos velhos, aos dementes, aos lúcidos … a todos os que querem e a
todos os que a família ou outros” agentes” decidem aplicar o fim de vida “
assistida”! Obviamente que todas as “ mortes assistidas”, eufemismo “ soft”
para eutanásia, é uma interrupção da vida sem retorno. A morte legal. A morte
como foi defendida por Hitler e seus sequazes para judeus, homossexuais ,
católicos e outros indesejáveis para a pureza raça ariana. Tal como agora só
com produtos letais diferentes e em ambiente esterilizado do ponto de biológico
e, sem ser em grupo, mas sozinho, abandonado o candidato a ser morto. Tristeza
de tempos.
Em Portugal espera-nos
um cenário idêntico. Igual. É assim que se tem passado em TODOS os países onde
a Eutanásia está legalizada…
Infelizmente, o nosso
Chefe de Estado, não é o Rei Balduíno. É Marcelo Rebelo de Sousa que se diz
católico e, em vez de uma vez por todas, dizer que nunca assinará a legalização
da Eutanásia, vai arranjando alibis, todos muito constitucionais, para adiar a
assinatura final. Deus queira que me engane e que o presidente da república seja
coerente com a sua Fé que professa publicamente.
O que é mais
importante: abrir uma crise constitucional com eleições presidenciais
antecipadas ou ficar para a História de Portugal como o presidente que aprovou
a Eutanásia?
Por mim, sei o que
faria e, por que sou e procuro ser coerente com a minha Fé, não me posso calar.
Não me calarei. Nem que a lei, que como qualquer outra lei, pode ser revertida
(quantas já não o foram e o país não acabou?) seja aprovada como é expectável,
não me calarei. Assim tenho procedido com o Aborto ou com a chamada Procriação
Medicamente Assistida, sobretudo a heteróloga.
Sou contra os
retrocessos civilizacionais, como é o caso da reintrodução da morte legalizada
e aplicada com os nossos impostos. Contra a escravatura. Contra o racismo
cromossómico ou melânico. Contra a pena de morte qualquer que seja o método.
Contra o trabalho forçado. Contra a falta de liberdade de expressão do nosso
pensamento. A nossa Civilização não pode recuar! Não podemos deixar! Não
podemos deixar que legislem sem nos ouvir. A Liberdade, valos supremo da nossa
Cultura hodierna corre perigo.
Permitam-me, caros
Amigos-leitores, que sugira a visita assídua ao sítio belga (em francês e
inglês) sobre estes problemas e outros de natureza civilizacional relacionados
com a Bioética:
eib-ieb.org Visitem este
sítio e vão ver como é importante para nos mantermos bem informados e com rigor
científico e não nos deixarmos influenciar pela pataranhas melífluas e “
misericordiosas” do Pensamento Único seus aderentes acéfalos que gostam de
estar na moda acriticamente.
Assim, como me posso calar?
Não, não me posso calar!
SILERE NON POSSUM!
Carlos Aguiar Gomes
quarta-feira, 19 de abril de 2023
"Os ataques continuam",
2 de 2 088
"Os ataques continuam", confirma Padre Kwiriwi Fonseca, após visita à região de Cabo DelgadoCaixa de entrada
MOÇAMBIQUE:“Os ataques continuam”, confirma Padre Kwiriwi Fonseca, após visita à região de Cabo DelgadoLisboa, 19 de Abril de 2023 | PA
É um dos sacerdotes que melhor conhece a realidade do terrorismo em Moçambique. O Padre Kwiriwi Fonseca esteve de visita a Cabo Delgado e numa breve mensagem enviada para a Fundação AIS em Lisboa, sublinha que os ataques terroristas continuam nesta região, apesar de mais esporádicos, e obrigam o povo a conviver “com o medo e a incerteza”.
Responsável durante anos pela comunicação da Diocese de Pemba, o Padre Kwiriwi Fonseca, que presentemente está a viver em Curitiba, no Brasil, onde está a preparar uma tese de doutoramento na Universidade Pontifícia do Paraná, esteve de passagem por Moçambique e visitou algumas comunidades em Cabo Delgado. De regresso ao Brasil, enviou uma breve mensagem à Fundação AIS como alerta para que o mundo não desmobilize na solidariedade para com este país africano de língua oficial portuguesa. Os terroristas continuam activos, e apesar de os ataques estarem a ser um pouco mais esporádicos desde há algumas semanas, o medo nas populações mantém-se intacto. “Os ataques terroristas continuam em Cabo Delgado, embora haja o esforço do governo”, afirma o Padre Fonseca, referindo-se à intervenção militar que o exército moçambicano está a realizar nesta província e que desde Julho de 2021, conta com o apoio de uma força regional da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e especialmente das Forças de Defesa do Ruanda. “O povo continua a conviver com o medo e incerteza do rumo da guerra, obrigando ainda milhares de pessoas a não regressar às suas terras de proveniência”, acrescenta o sacerdote. “O MUNDO NÃO SE ESQUEÇA DE MOÇAMBIQUE…”
Durante a curta estadia em Moçambique, o Padre Fonseca, que já foi director da Rádio Sem Fronteiras, da Diocese de Pemba, interagiu com alguns deslocados de guerra que mostraram “preocupação devido à insistência dos ataques, principalmente os que têm ocorrido nos distritos de Macomia”. Por tudo isto, o Padre Fonseca pede para que o “mundo não se esqueça de Moçambique”, lembrando a extrema debilidade em que se encontra este país, um dos mais pobres do mundo, e que além do flagelo do terrorismo tem lidado também, e cada vez com mais frequência, com situações graves no plano humanitário decorrentes da passagem pelo território de diversos ciclones e tempestades tropicais. Ainda recentemente, em Março, a região centro de Moçambique, com especial incidência na Diocese de Quelimane, foi assolada pelo ciclone Freddy que deixou atrás de si um profundo rasto de destruição e dezenas de mortos. D. Hilário Massinga, Bispo de Quelimane, explicou na ocasião à Fundação AIS, que a destruição causada na diocese foi de tal ordem que “todas as nossas igrejas, todas as nossas casas, residências, juntamente com as do povo, ficaram sem tecto”, agravando a crise humanitária com um foco de cólera e “pessoas a passar fome”. Calcula-se que mais de 350 mil pessoas foram afectadas com os ventos e chuvas fortes. O Padre Kwiriwi Fonseca alerta também para esta realidade, ainda tão presente, e diz que “Moçambique clama por ajuda humanitária”. PAÍS PRIORITÁRIO PARA A FUNDAÇÃO AIS
Toda esta situação, mas especialmente no que diz respeito ao apoio às vítimas do terrorismo, tornou Moçambique num país prioritário para a Fundação AIS no continente africano. De facto, o terrorismo em Moçambique tem afectado essencialmente o norte do país, especialmente a província de Cabo Delgado, onde grupos armados, que reivindicam pertencer aos jihadistas do ‘Estado Islâmico’, têm lançado, desde Outubro de 2017, sistemáticos ataques que já provocaram cerca de 4 mil mortos e quase 1 milhão de deslocados internos. A ajuda da Fundação AIS tem-se materializado nomeadamente em projectos de assistência pastoral e apoio psicossocial, mas também no fornecimento de materiais para a construção de dezenas de casas, centros comunitários e ainda a aquisição de veículos para os missionários que trabalham junto dos centros de reassentamento que abrigam as famílias fugidas da guerra.
Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal
Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D 1600-796 Lisboa | PORTUGAL TEL (+351) 217 544 000 | TLM (+351) 912 154 168 |
sexta-feira, 7 de abril de 2023
AS 7 ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ
(Cortesía de la revista Magnificat)
Rafael Hernando de Larramendi, SdJ
El autor es sacerdote y pertenece a la Congregación «Siervos de Jesús». Actualmente es capellán en la Universidad Complutense de Madrid (Campus de Somosaguas). Es colaborador habitual de Magnificat.
Las Siete Palabras recogen las últimas frases que Jesús pronunció durante su crucifixión, antes de morir, tal como se recogen en los evangelios. La piedad cristiana las ha tenido siempre una especial devoción al ser consideradas como citas exactas, es decir, «verdaderas palabras» de Jesús. En ellas encontramos una llave que nos abre a la revelación del siempre más de Dios: vida y designio trinitario sobre los hombres, identidad plena del Hijo de Dios y alcance de su obra redentora, sentido de la muerte del Señor y del sufrimiento humano, papel de la Iglesia representada arquetípicamente en María al pie de la cruz, etc.
Son «palabras de cruz», provienen directamente del sufrimiento, son pronunciadas en el momento apremiante de la muerte del Hijo de Dios, quien se hace hombre sobre todo para llevar a cabo la redención. Por eso, en ellas reside una plenitud sin medida y recogen la esencia de su misión. Cada una de estas palabras de cruz es histórica, ha sido pronunciada en una situación única, excepcional e irrepetible. Su plenitud hace de ellas doctrina en favor de toda la Iglesia que nace con María. Por eso, estas palabras conservarán su valor siempre y en cada hora de nuestra vida. cruz
Meditemos contemplativamente este testamento de vida que nos dejó el Señor.
- «Padre, perdónalos, porque no saben lo que hacen» (Lc 23,34)
Después de todo lo que te acaban de hacer, ¿dices que no saben lo que hacen? Después del desafío de los hombres a su Dios, ¿insistes en que los sanedritas, Caifás, Pilato, Judas, los sacerdotes y la turba no saben lo que hacen?… Es verdad, en el fondo los hombres no sabemos lo que hacemos cuando ofendemos a Dios, no podemos imaginar el alcance de nuestros actos cuando pecamos.
En estas primeras palabras podemos encontrar toda la misión del Hijo: obtener del Padre el perdón de todos los pecadores. Y lo realizó por la fuerza del amor que atraviesa el sufrimiento y la impotencia. Vivió entre pecadores, nos conoce, sabe que necesitamos su ayuda y su aliento, sabe que sin su perdón misericordioso perecemos.
Nos agrada oír estas palabras de perdón, pero no somos tan rápidos en aplicarlas en quien nos ofende. Que esta palabra desde la cruz aliente nuestra confianza absoluta en tu generoso perdón y nos lleve a perdonar a nuestros hermanos con la misma indulgencia y comprensión con que tú los perdonas.
- «Yo te aseguro que hoy estarás conmigo en el paraíso» (Lc 23,43)
Después del abandono de todos los que en algún momento pensaron que Jesús podría ser rey de Israel, queda uno que confiesa su realeza. Es el ladrón arrepentido, quien, pareciendo más bien un loco, grita el despropósito de pedir que se acuerde de él cuando esté en su reino. Cree en el Rey Mesías justo cuando está viéndolo pendiente de una cruz, como vulgar malhechor, a punto de morir desagarrado y asfixiado.
Este pecador coincide con la última hora del Señor. Divina coincidencia en la que el ladrón no ha aportado nada para estar allí junto al Hijo de Dios. De Jesús mismo proviene la gracia de su presencia física y la gracia de su palabra sacramental que abre ahora el cielo al pecador que cree y se arrepiente. La muerte en medio de inimaginables dolores es el camino para el cielo, que es el mundo de Dios y de sus santos, un mundo eternamente separado de los pecadores.
Señor, queremos oír tu palabra salvífica que nos invita al arrepentimiento sincero y que nos abre el camino del cielo, tu propio cielo, el del Padre y del Espíritu Santo. No vale la pena vivir sin ti, ocupados en nosotros mismos, llenos de culpa y cargando nuestro rechazo a tu voluntad. Que seamos capaces de oír cada día ese hoy eterno que nos trae tu paz y tu misericordia para nuestra vida cotidiana y para toda la eternidad.
- «¡Mujer, ahí tienes a tu hijo!… ¡Ahí tienes a tu madre!» (Jn 19,26-27)
María no acompañó a Jesús durante su vida pública en los momentos de triunfo, cuando le decían: «Jamás se ha visto cosa igual en Israel» (Mt 9,33) o cuando le gritaban: «¡Hosanna el Hijo de David! ¡Bendito el que viene en nombre del Señor!» (Mt 21,9). Pero esta tarde en el Calvario aquí está ella. Desaparecidas las turbas que lo aclamaban, escondidos y atemorizados sus seguidores, permanecen su Madre y el discípulo amado.
En la hora presente, el Hijo se dirige a su Madre y a san Juan con unas palabras que hacen de ella la madre de todos. Juan, que nos representa, está participando de la fecundidad de la cruz entre la Madre y el Hijo. Y así, en singular reciprocidad, María y san Juan recogen los frutos de la cruz y los expanden al resto de la Iglesia. Nueva gracia que, a partir de ahora, conforma el núcleo de la Iglesia. Centro de amor que irradia y sostiene a todos los que formamos el Cuerpo de Cristo.
Señor, tú dejaste que Juan, tu discípulo amado, te reemplazara en tu lugar de Hijo para vincularnos de manera especial con tu Madre. Haz que vivamos este vínculo de amor en todas las facetas de nuestra vida, que alimentemos con ese amor expansivo nuestra vida cristiana. Solo tenemos que recibir en la fe y el amor a tu Madre, acogerla como parte de nuestra vida cotidiana. ¡Danos, por los méritos de la cruz, la gracia de recibirla!
- «¡Dios mío, Dios mío!, ¿por qué me has abandonado?» (Mc 15,34)
El evangelista ha transcrito las palabras textuales de Cristo en arameo: «Eli, Eli, lema sabactaní». Podía parecer que invocaba al profeta Elías, pero Jesús invocaba al Padre empleando las primeras palabras del salmo 22, que describe, con tormentos asombrosamente parecidos a los que Cristo está sufriendo, la situación angustiosa de un fiel israelita atribulado, que se siente abandonado de Dios.
Jesús en la cruz sufre como un hombre que ha elegido en su existencia humana todas las posibilidades de sufrimiento, para concedernos a los demás la salvación. Estamos en el ápice de su misión redentora. Sufre por los pecados de todos, pero acoge ese sufrimiento a partir de la misión y dentro de ella. Y entre los sufrimientos que no elude está también la experiencia de la ausencia del Padre. Llevar hasta el final la redención sin sentir ni ver la presencia de Dios Padre.
Señor, nosotros no podemos imaginarnos la prueba que atraviesas, porque tu vínculo de Hijo con Dios Padre es único, sin comparación con nuestras experiencias de filiación. En efecto, no escatimaste nada, no podrías sufrir más. Concédenos renovar la certeza de fe de que somos tus hijos y enséñanos a atravesar nuestras desolaciones, nuestras oscuridades, sabiendo que tu experiencia nos sostiene. Que la ausencia del Padre que tu padeciste sostenga a todos los que no han podido vivir como hijos amados por sus propios padres y experimentan su ausencia y sus consecuencias.
- «Tengo sed» (Jn 19,28)
Jesús dice esta palabra de un modo perceptible. Lo dice para sí mismo y para los demás. Tiene sed, porque lleva más de quince horas sin probar bocado ni beber una gota de agua. Ya desde Getsemaní empezó la deshidratación con aquellos sudores de muerte. La pérdida de sangre en la flagelación, en la coronación de espinas y en la cruz, traspasados sus pies y manos…, todo ello ha producido esa progresiva deshidratación. Ahora está en la cima de la tortura insufrible de la sed.
Pero la sed física, sin menospreciarla, expresa su estado de abandono, su estado de necesidad. Sed corporal y, aún más, sed espiritual; sed de presencia del Padre. En su vida cotidiana, el Hijo vivía bajo la presencia amorosa del Padre. Todas sus acciones, deseos, pensamientos eran consecuencia de la mirada del Padre. Era rico por poseer al Padre. Ahora, su sed muestra su pobreza absoluta. Lo ha entregado todo. La sed es la otra cara de la entrega.
Tu sed, Señor, es expresión elocuente de tu amor por nosotros. Anticipa tu ofrecimiento eucarístico: cuerpo entregado y sangre derramada. Que nuestro amor sacie tu sed, que nuestra entrega remedie tu necesidad. Correspondamos al Señor, que también tiene sed de nuestro amor.
- «Todo está cumplido» (Jn 19,30)
Jesús era consciente del profundo sentido de su vida y de su muerte. Repetidas veces había dicho que era necesario que se cumpliera lo que los profetas habían anunciado sobre su pasión y muerte. En este momento de cruz está seguro de que todo lo anunciado se ha cumplido. Todo tiene sentido. Y lo dice en alto para que nosotros estemos también seguros. A pesar de oscuridades y pruebas, la cruz nos convence de que todo en nuestra vida tiene sentido, entra en los planes de Dios.
Ciertamente no es un grito de desesperación, sino, al contrario, una palabra de conformidad serena y profunda paz. El Señor ha terminado la obra que el Padre le encomendó. Su misión está cumplida. Pone fin a todo lo que el pecado del mundo puede dominar y así libera un espacio para lo nuevo: el amor de Cristo como esencia de la vida. Ahora le toca a la Iglesia administrar aquello que se ha cumplido, porque ella es la receptora de la tarea del Señor de quitar el pecado del mundo y abrir nuevos caminos al amor.
Señor, que tu misión cumplida sea nuestra alegría, nuestra paz, nuestra gloria. Recibir y dar el tesoro de la salvación es también nuestra tarea. Nuestra vida tiene sentido a partir de la misión, que da cauce y significado incluso a aquello que no entendemos.
- «Padre, en tus manos encomiendo mi espíritu» (Lc 23,46)
Son las últimas palabras que el Verbo de Dios hecho hombre pronunció en carne mortal. Son las últimas palabras desde la cruz. Y las proclamó a voz en grito, como subrayando la última voluntad de su testamento. Con ellas, la vida entera de Jesús se resume en el cumplimiento de la voluntad del Padre: darnos su Espíritu, que es del Padre y del Hijo. Al depositar el Espíritu en las manos del Padre, muere en un estado de abandono que va hasta el extremo. Ir a la muerte con el Espíritu habría sido un alivio. Renuncia absoluta que solo se explica porque el Hijo quiere obedecer hasta el final. Es un acto de obediencia inexorable.
Después de la resurrección y de la ascensión, la Iglesia recibirá en Pentecostés el Espíritu Santo enviado por el Padre y el Hijo. La entrega del Espíritu al Padre desde la cruz es la preparación para que la Iglesia lo reciba de manera nueva, sin medida, potente y fecunda. De la cruz brota la fecundidad y vitalidad de la Iglesia, gracias a este acto del Señor de poner su vida entera en manos de Dios entregando su Espíritu.
Señor, que no olvidemos que no hay fecundidad al margen del Espíritu Santo y que tú sufriste la cruz para que podamos recibirlo. Por eso no hay fecundidad en la Iglesia sin cruz. Que la acción de tu Espíritu renueve nuestra vida y nos sostenga en las cruces que tú nos concedes padecer.
segunda-feira, 3 de abril de 2023
VIA SACRA
Via-sacra do cristão cansado
Há um lugar para todos ao longo do caminho que sobe ao Calvário. Hoje gostaria de reservar, em sete estações da via-sacra, um lugar ao cristão que sente o coração algo pesado, que vive a fatiga do caminho, que percebe a sua fé a vacilar, que sente o cansaço de estar na Igreja de hoje, nas comunidades de hoje, no mundo de hoje.
1.ª Estação
Jesus reza no Horto das Oliveiras
- Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
- Que pela tua Santa Cruz remiste o mundo.
«Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele. Quando chegou ao local, disse-lhes: “Orai, para que não entreis em tentação.” Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.» Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava. Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra. Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza. Disse-lhes: “Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.”» (Lucas 22, 39-46)
Tenho de o admitir: muitas vezes a minha oração é árdua, distraída, superficial. Sinto a preguiça, noto a tentação de pensar que a oração, no fundo, não serve. Interrogo-me sobre o que é realmente a oração e na maior parte das vezes não tenho resposta. Quando rezo, balbucio alguma coisa; o silêncio custa-me. Permanecer na Palavra exige-me mais do que aquilo que estou disposto a conceder. Vivo a liturgia com dificuldade; o culto por vezes é-me tão estranho que não percebo o que estou a fazer, o motivo porque, no fundo, continuo a frequentá-lo. Aprecio a emoção criada por certas devoções, mas a maior parte delas diz-me pouco ou mal.
A injustiça e a dor do mundo desarranjam a minha oração, tornando-a árida.
Sinto como meu o sono dos discípulos adormecidos no jardim.
Senhor, Tu sabes o que me habita,
o bem que procuro dar-te,
o mal que procuro repudiar.
Senhor, aumenta a minha fé,
sustém a minha fragilidade,
continua a dirigir-me o convite
a falar contigo.
2.ª Estação
Jesus é condenado à morte
- Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
- Que pela tua Santa Cruz remiste o mundo.
«Era o dia da Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse, então, aos judeus: “Aqui está o vosso Rei!” E eles bradaram: “Fora! Fora! Crucifica-o!” Disse-lhes Pilatos: “Então, hei de crucificar o vosso Rei?” Replicaram os sumos sacerdotes: “Não temos outro rei, senão César.” Então, entregou-o para ser crucificado. E eles tomaram conta de Jesus.» (João 19, 14-16)
Cultivei esperanças, dei o meu tempo e o meu empenho, deixei-me guiar pelas minhas ideias, que me pareciam boas; amadureci convicções, tive a coragem de dar espaço a algumas intuições sobre o modo de viver a fé aqui e agora. Gastei energias, fiz escolhas e renúncias. Mas depois, grande parte desse trabalho, desse dom de mim, boa parte das minhas opiniões, passadas inclusive pelo exame do diálogo, do estudo, da oração, foram acantonadas. Boa parte daquilo em que acreditava no passado foi crucificado; boa parte daquilo que acredito hoje foi crucificado. Aconteceu-me ouvir as palavras mais duras, ver as atitudes mais hostis da parte daqueles que teriam funções de orientação, de apoio, de acompanhamento, muitas vezes autoabsolvendo-se. Somos todos muito corajosos a encontrar justificações para as nossas condenações.
Pilatos, a multidão, os sumos-sacerdotes: cada um tem uma maneira de se reafirmar a si próprio. A partir dos chefes, como não raramente acontece, quem tem responsabilidade e poder sufoca o que não está alinhado, o que sobressalta pela novidade, o que exige a discussão. E quantas vezes, por causa de uma tomada de posição, para manter ou adquirir um poder, Cristo foi vendido pelos sumos-sacerdotes ao poderoso de turno ou aos gritos da multidão.
O maior cansaço é ter a força de manter a paz mesmo quando muito daquilo se construiu foi posto de parte, para não dizer destruído. Alguém chamava a isso «alegria perfeita».
A mim, porém, custa-me entrar na «alergia perfeita». A cruz não é uma experiência nem fácil nem ligeira. Deve entrar na vida, deve entrar na carne. E é dura.
É uma experiência que acontece a muitos.
É uma experiência que aconteceu também a Jesus de Nazaré.
Senhor, dá-me a constância de responder àquilo que sou,
àquilo que Tu desejas que eu seja;
dá-me a lealdade de pensamento
e a humildade de saber renunciar a ele;
dá-me a verdade de mim mesmo,
mesmo quando exige pequenas e grandes crucificações.
3.ª Estação
Jesus cai sob a cruz
- Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
- Que pela tua Santa Cruz remiste o mundo.
«O terror invade-me.A minha prosperidade foi varrida como o vento
e, qual nuvem, passou a minha felicidade.
Agora, a minha alma perde a força,
os dias da aflição apoderam-se de mim.
De noite, a dor trespassa-me os ossos,
e os males que me roem não têm descanso.
Com violência agarra a minha roupa,
aperta-me como a gola da minha túnica.» (Job 30, 15-18)
Tinha estima por algumas grandes figuras; lia os seus livros, encontrava inspiração nas páginas que escreviam, nos discursos que proferiam. Depois, um dia, uma verdade mantida culpavelmente oculta foi revelada, e assim aquelas grandes figuras caíram. Caíram pela sua malvadez, pela sua arrogância, pelas suas absurdas justificações teológicas, pela sua vida dupla, pelo seu pecado que ceifou vítimas como trigo. Caem, depois de ter posto às costas de alguns, mais frágeis e débeis, cruzes pesadíssimas. Caem, e com ele arrastam muitas vezes grupos e instituições que construíram a cobertura, que defenderam a mentira, que rejeitaram a vítima para proteger o culpado.
Caem muitos no momento do desvelamento: quem fez, quem sofreu. Caem diversos: mas, no fim, só um rosto permanece esmagado por terra. E ao passo que a dor de quem sofreu não se pode medir, ao passo que o mal cometido é um abismo, recordo também a dor de quem, como eu, olhava com sincera admiração para aqueles que por fim se mostraram como carnífices, antes de serem abatidos por uma verdade pesada como uma cruz. Também eu, também nós vítimas do mal.
Senhor,
recorda-me que só Tu és Deus,
só Tu és Senhor,
só Tu és o homem que cumpre a humanidade,
só Tu és confiável até à consumação de si.
4.ª Estação
Simão de Cirene ajuda Jesus a levar a cruz
- Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
- Que pela tua Santa Cruz remiste o mundo.
«Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus.» (Lucas 23, 26)
Quantos homens e mulheres estão dobrados por pesos e cansaços, dores e sofrimentos. E depois, por vezes, também nós, cristãos, colocamos mais um peso, em vez de sermos como aquele Simão de Cirene e ajudar quem suporta uma carga penosa.
Olho de longo, talvez exclame algumas frases bonitas. Mas ajudar a levar a cruz é um compromisso de que fujo.
Ponho pesos quando sou prisioneiro do meu juízo seguro, das minhas leituras, dos meus raciocínios, dos meus comportamentos habituais. Ponho pesos quando me fecho, inflexível, nos meus artigos de fé e de vida, nos meus critérios pessoais de avaliação. Ponho pesos quando o meu olhar condena. Ponho pesos quando ponho em questão os outros, para não me pôr eu em questão.
Sinto-me também parte de uma Igreja que por vezes põe pesos para não se sujar nos dramas da vida, para não compreender as dores de existências feridas. Uma Igreja que põe pesos ao longe para não se aproximar, mesmo quando o Evangelho exigiria acolhimento, misericórdia, bondade.
Há um Simão de Cirene que por vezes eu imitei. Há um Simão de Cirene que muito mais vezes eu afastei de mim.
Senhor,
dá-me a capacidade de compreender quando ponho pesos
às costas frágeis dos outros,
dá-me o dom de carregar mais do que pesar,
dá-me o dom de partilhar mais do que julgar,
dá-me o dom de aproximar-me quando, pelo contrário, quero distanciar-me
do irmão e da irmã sem fôlego.
5.ª Estação
Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
- Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
- Que pela tua Santa Cruz remiste o mundo.
«Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; pois virão dias em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.’ Hão de, então, dizer aos montes: ‘Caí sobre nós!’ E às colinas: ‘Cobri-nos!’ Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?”» (Lucas 23, 27-31)
Não é preciso muita honestidade intelectual para reconhecer o quanto as mulheres sofreram ao longo dos séculos, também por uma religião administrada por homens, com critérios de homens. E no entanto hoje as nossas comunidades são suportadas pelo trabalho, tantas vezes silencioso, de muitas mulheres, a quem quase sempre são confiadas tarefas de segunda ordem. O importante, continua hoje a parecer, no século XXI, é que as mulheres não decidam ou decidam sobre coisas não importantes. Há ainda demasiada distância entre as palavras e as ações. São incoerências que cansam, são opções parciais que ainda se radicam numa exclusão, são retóricas que muitas vezes exaltam modelos tão distantes que são irreais. Não consigo ver pulsar a vida verdadeira das mulheres nos espaços eclesiais.
Há um pranto das mulheres que inunda os séculos e que se torna um pranto por aquilo que foi, um pranto por aquilo que ainda é.
Senhor,
dá-me a força de renunciar a alguma coisa
para dar espaço aos outros,
ilumina a estrada para um caminho partilhado,
onde todos sejam filhas e filhos,
onde cada um possa levar aquilo que é realmente.
6.ª Estação
Jesus é despojado das vestes
- Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
- Que pela tua Santa Cruz remiste o mundo.
«Os soldados, depois de terem crucificado Jesus, pegaram na roupa dele e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, excepto a túnica. A túnica, toda tecida de uma só peça de alto a baixo, não tinha costuras. Então, os soldados disseram uns aos outros: “Não a rasguemos; tiremo-la à sorte, para ver a quem tocará.” Assim se cumpriu a Escritura, que diz: “Repartiram entre eles as minhas vestes e sobre a minha túnica lançaram sortes.” E foi isto o que fizeram os soldados.» (João 19, 23-24)
A veste arrancada do Crucificado é a Igreja que hoje habito: dividida e ferida. E não falo das diferentes confissões cristãs, mas da Igreja católica. Grupos e grupetos, calúnias e venenos. Um papa hostilizado, criticado e ofendido como poucas vezes na história. Nós, cristãos, tornámo-nos um espetáculo penoso: guerras de gangues, notícias falsas e tendenciosas, calúnias. Quem deveria trabalhar para a unidade juntamente com Pedro faz circular documentos anónimos, fomenta o ódio, transmite venenos a órgãos mediáticos propensos e interessados em lançar cada vez mais descrédito, talvez justificando-se de mil maneiras. Admite-se o boato por causas aparentemente mais altas. Falsamente envolvidos em boas intenções e zeladores em defesa de verdades parciais, demasiados cristãos arrancam fragmentos de veste do Cristo. As redes sociais tornaram-se uma arena para desafogar frustrações eclesiais e transformar em acrimónia medos profundos. O ataque pessoal substituiu o diálogo respeitoso. E enquanto consumimos energias e tempo em batalhas fora da história e fora do Evangelho, poucos têm ainda a coragem de erguer o olhar para o Cristo crucificado na sua nudez.
Senhor,
dá-me o respeito e a docilidade,
a capacidade de construir e não de destruir;
dá-me a misericórdia e a escuta;
dá-me o dom de ver a diversidade como uma riqueza,
de conhecer o bem do outro mesmo quando me é hostil,
elimina a agressividade e o ódio entre irmãos de fé;
dá-me um olhar bom sobre o mundo,
que Tu já salvaste e que não esqueceste.
7.ª Estação
Jesus morre na cruz
- Nós te adoramos e bendizemos, ó Jesus.
- Que pela tua Santa Cruz remiste o mundo.
«Ao chegar o meio-dia, fez-se trevas por toda a terra, até às três da tarde. E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: “Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?”, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: “Está a chamar por Elias!” Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: “Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.” Mas Jesus, com um grito forte, expirou.» (Marcos 15, 33-37)
A pena do mundo, a dor dos inocentes, a doença, a violência, a guerra, a morte, porquê tudo isto? Porquê, Senhor, se morreste em oferta, se atravessaste aquela passagem de escuridão, se sofreste o ultraje, se padeceste como inocente, se estás morto… porque, Senhor, não nos poupaste este caminho? Porquê a dor e a morte de pessoas queridas? Porquê a minha morte?
O sofrimento põe em discussão a minha fé e impele-me a gritar: «Porque nos abandonaste?» Devo permitir à cruz que sacuda a minha fé. Porque se acredito, quero acreditar em profundidade. Não me satisfaço com frases feitas, com discursos frios que são apenas outros pregos na carne, com explicações superficiais. Se acredito, quero acreditar com todo o meu ser. Interrogar-me e interrogar-te. Procurar um sentido. Tentar sempre. É o que também Tu fizeste: levantaste um grito. Nisto recordo que cada grito ao Céu pelo mal do mundo é não só lícito, mas também divino.
Senhor,
acolhe o brado dos inocentes,
infunde na criação o teu bem,
sustenta os crucificados,
não permitas que a dúvida seja tão penetrante
ao ponto de anular a fé.
Epílogo
No caminho de Emaús
«Nesse mesmo dia, dois dos discípulos iam a caminho de uma aldeia chamada Emaús, que ficava a cerca de duas léguas de Jerusalém; e conversavam entre si sobre tudo o que acontecera. Enquanto conversavam e discutiam, aproximou-se deles o próprio Jesus e pôs-se com eles a caminho.» (Lucas 24, 13-15)
Habito este tempo, esta Igreja, esta vida. Aqui posso ser alcançado pelo Cristo. É aqui, e não noutro lugar: enquanto caminho por estas estradas, e não por aquelas que imagino, por aquelas que teria sido eu a querer. Nesta terra, neste entardecer: aqui Jesus pode juntar-se, pode caminhar comigo. Aqui pode escutar-me, pode falar-me, aqui pode desatar os nós do meu coração, os nós da minha fé frágil, da minha fé sempre a renovar. Aqui, a pouca distância de Jerusalém, para onde sinto que devo ir. Ainda que de Jerusalém, do centro, da instituição, me afastei duas léguas. Mas ali está, igualmente, um viandante que espera.
Aqui posso dar espaço à minha humanidade, abrir a minha existência à sua Palavra; aqui posso experimentar a força da sua ressurreição. Porque a minha fé não é uma fé que termina na cruz, mas uma fé que da cruz conduz à ressurreição, à vida, à luz.
Senhor,
acosta-te a mim,
oferece-me a tua saudação,
caminha comigo,
lá onde eu estiver,
lá onde ponho em jogo aquilo que sou,
lá onde o caminho me está a conduzir.
Acosta-te, fala-me,
partilha comigo a luz de vida
da tua ressurreição.
Ámen.
In Vino Nuovo
Trad.: Rui Jorge Martins
Imagem: EvaP/Bigstock.com
Publicado em 28.03.2023
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