terça-feira, 26 de março de 2024

STUDIUM GENERALE - estudos Beneditino-Bernardianos

                                                           

 

             MILITIA SANCTAE MARIAE – cavaleiros de Nossa Senhora

                                           STUDIUM GENERALE

                          “ ESTUDOS BENEDITINO- BERNARDIANOS”                      

                                                  «STELLA MATUTINA IN MEDIO NEBULAE»


 


 

                                            

 

                                           STUDIUM GENERALE

                          “ ESTUDOS BENEDITINO- BERNARDIANOS”                      

                                                  «STELLA MATUTINA IN MEDIO NEBULAE»

 

Santos Patronos: S. Bento, Sta Escolástica, S. Gregório Magno, S. Beda, o Venerável e S. Bernardo de Claraval, Sta Hildegarda de Bingen, S. João Gualberto e Venerável Bernardo de Vasconcelos OSB.                                                                        

                                         

                                  Carta fundadora

 

1.        “Studium Generale de   ESTUDOS BENEDITINO- BERNARDIANOS” – SGEB -  fundado pelo Priorado de S. Nuno da Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora, em homenagem ao Papa Bento XVI, é um centro para o estudo e investigação  de temas relacionados sobre o papel e a influência de S. Bento de Núrsia, de S. Bernardo de Claraval, de outros santos inspirados em S. Bento de Núrsia e  do Papa Bento XVI , da sua herança espiritual, cultural, artística, política, ecológica  e económica na construção da Europa e da Cultura Ocidental e da sua importância na actualidade.

O SGEB dará uma particular atenção à influência da espiritualidade beneditina - bernardiana em algumas Ordens cavaleirescas como a de S. Bento de Avis e, na actualidade, a Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora.

 

2.      SGEB terá como acção prioritária o estudo, formação e a sensibilização da comunidade para a obra legada pelos filhos espirituais de S. Bento, monges ou leigos das diversas famílias de filiação beneditina, a sua importância e influência através dos tempos até à actualidade. O SGEB é uma fundação do PRIORADO DE S. NUNO (Portugal), da MILITIA SANCTAE MARIAE – Cavaleiros de Nossa Senhora e dele dependente com o aval e plena concordância do Mestre da Militia Sanctae Mariae.

3.      O SGEB estimula o progresso na investigação e estudo em todos os domínios que a justificam como um verdadeiro centro de estudos caracterizados pelo rigor científico e pelo respeito absoluto pelos seus princípios fundadores.

4.      O SGEB não está nem estará vinculada a qualquer partido ou associação política.

5.      O SGEB não tem fins lucrativos e todos os cargos serão exercidos em espírito de voluntariado.

6.      O SGEB rege-se por um estatuto interno que terá de ser aprovado pelo PRIOR e seu Conselho e só por este pode ser modificado.

7.      O SGEB pode e deve criar uma Comissão de Honra, um conjunto de personalidades de reconhecido mérito científico e cultural, dispostas a apoiar, com o seu prestígio a acção do IEB.

8.       O SGEB deverá fundar, igualmente, uma Comissão Científica, composta por individualidades de reconhecido mérito científico dispostas a aconselhar o Instituto nas questões que lhe concernem.

9.      O SGEB terá como patronos principais S. Bento, S. Gregório Magno, Sta Hildegarda de Bingen, S. Beda, o Venerável , S. Bernardo de Claraval e S. João Gualberto.

 

10.   O lema do SGEB será: «STELLA MATUTINA IN MEDIO NEBULAE» (Papa S. Zacarias).

     12. O PRIOR nomeará um elenco directivo, composto por 3 individualidades, por três anos, no sentido de implementar o desenvolvimento da actividade do SGEB Aquele deverá apresentar um relatório anual das actividades desenvolvidas ao Prior.

   13. O PRIORADO disponibiliza o espaço, condigno, para sede deste SGEB e apoiará as iniciativas de projecção pública que aquela vier a desenvolver como colóquios, exposições, edições científicas/divulgação das suas actividades.

 14. O SGEB pode e deve estabelecer cooperação com instituições congéneres que prossigam os mesmos objectivos.

15. O SGEB celebrará, se possível, uma Santa Missa, o dia dos Santos Patronos.

16 . No espaço de um ano, a contar da entrada em vigor este estatuto, o SGEB deverá apresentar o seu logotipo, como sinal da sua filiação, bem como a sua sede funcional.

Aprovado, ad experimentum, por um período de três anos, findo o qual esta Carta deverá ser reavaliada.

 Braga, 11 de Julho de 2021, solenidade de S. Bento, Pai e Padroeiro da Europa

              21 da Março de 2024 entrada em funcionamento do SGEBB

                                                  

 


          

                                                    S. BENTO

                        «STELLA MATUTINA IN MEDIO NEBULAE»

  

P de Paz , segundo S. Bento

 

                                P DE PAZ

PAX IN LUMINE : é esta a divisa da Abadia de Barroux ( *) . A paz  brota, pois, de uma luz. Mas que luz é essa capaz de produzir tal fruto? É a humildade , o coração da Regra de S. Bento. A humildade é uma luz que pacifica , pois que pondo-nos no nosso devido lugar sob o olhar de Deus põe  tudo em ordem na nossa vida e coloca-nos , assim, na verdade . Encontrar a paz dependerá, assim, da humildade com a qual vivemos em relação com Deus:

1.      Com Deus: nós estamos no nosso devido lugar quando Deus ocupa o primeiro lugar! «Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai glória.» (Salmo 113,1). Vejamos se nas grandes como as pequenas coisas do nosso quotidiano Deus é o primeiro a ser servido.

2.      A nós mesmos: «Se em nós algum bem, reportá - lo a Deus e não a si mesmo. Reconhecer- se, pelo contrário, sempre como o autor do mal que está em si em assumi-lo» (Regra, cap. 4). Este contemplar verdadeiro sobre si é pacificador pois nos convida a colocar a nossa esperança em Deus somente. Saibamos também que a abertura humilde e sincera a um  pai espiritual  é o meio  muito poderoso  para encontrar a paz da alma ( Cap. 7, 5º grau).

3.       Aos outros: a verdadeira humildade para com o próximo é de sempre procurar servi-lo . «Ninguém procurará o que julga útil para si próprio mas para o próximo ( cap. 72).

4.      Às coisas: tenhamos a certeza que a ordem, a limpeza e o respeito para com as coisas materiais  contribuem grandemente para um clima de paz no quotidiano. E tudo depende de todos! S. Bento dá-lhe muita importância , pede de olhar « todos móveis e todos os bens do mosteiro como se fossem vasos sagrados do altar ( cap. 31), e que declara que « se alguém trata os bens do mosteiro com descuido ou neglicência, será repreendido» ( cap. 32). Quereremos nós encontrar a verdadeira paz a paz ? Aprendamos a viver na humildade. Sabendo bem que cá em baixo a paz é uma ausência de perturbação mas não de combate!

Dom Ambroise OSB, Mosteiro de Santa Maria “ de la Garde”.

 

(*) – mosteiro francês.

Tradução de C.A.G. ; Nota: a indicação “ cap.” Refere-se a capítulos da Regra de S. Bento.

sexta-feira, 22 de março de 2024

S. BENTO - Uma esperança para hoje - aqui e agora!

 


                                 S. Bento - igreja dos Agostinhos de Salamanca ( Espanha)


“Pelo final do século V, o Império Romano estava em ruínas. Enfraquecida desde dentro pela corrupção, pela opulência, pela luxúria e pelo comodismo, a cidade de Roma foi, durante boa parte do século, violentamente invadida por povos estrangeiros. O Império foi à falência, tanto moral quanto financeiramente, e, por volta do ano 500, Bento — um jovem nobre da cidade de Núrsia — decidiu que a melhor coisa que poderia fazer era subir para as montanhas e tornar-se eremita. Primeiro, foi para Subiaco e viveu numa caverna, onde foi orientado por um monge mais velho. Finalmente, mudou-se para o sul, em Monte Cassino, onde estabeleceu pequenas comunidades de homens e mulheres que pudessem seguir uma vida simples e digna de trabalho, estudo e oração. G. K. Chesterton diz que cada século é salvo pelo santo que lhe é mais contrário. A simplicidade monástica de São Bento era justamente a resposta de que a corrupção e a opulência do decadente Império Romano precisavam. Ele respondeu à luxúria com a pureza, à avareza com a simplicidade, à ignorância com a sabedoria, à decadência com a diligência e ao cinismo com a fé. Suas comunidades nas montanhas se tornaram faróis numa época de trevas e um refúgio para as tempestades que estavam prestes a cair. Vale a pena lembrar o exemplo de Bento hoje, quando muitos veem aproximar-se as mesmas tempestades do que parece ser a derrocada da civilização ocidental. Quando consideramos o fim que levou a Roma pagã, os paralelos são sensivelmente similares. Também a nossa cultura está enfraquecida desde dentro por incríveis opulência, luxúria e sensualidade. Como os antigos romanos, a nossa sociedade mata os seus filhos que ainda não nasceram a um nível alarmante e também investe grandes montantes em máquinas militares para dominar o mundo. Nossos ricos “patrícios” reinam a partir dos seus templos de poder sem nenhuma preocupação com o povo, enquanto os “plebeus” comuns rangem os dentes com descontentamento cada vez maior. Também nós nos sentimos ameaçados por bárbaros desconhecidos que vêm do outro lado do mundo e também nós nos preocupamos em defender - nos das hordas que cruzam as nossas fronteiras. Por que Bento escolheu simplesmente retirar-se? Acredito que ele o fez porque percebeu que a civilização romana não tinha salvação, ela já tinha chegado ao fim de sua vida útil. O primeiro capítulo da Epístola de São Paulo aos Romanos explica como Deus entrega as pessoas aos seus desejos pecaminosos e, por isso, as suas mentes ficam obscurecidas. Elas se tornam viciadas e cegas pelo pecado e são incapazes de pensar retamente. Bento subiu para as montanhas porque percebeu que com os romanos não havia diálogo. Não havia argumento possível porque os seus corações e mentes estavam obscurecidos. Eles tinham perdido a capacidade de raciocinar e a habilidade de escutar e amar a verdade. Essa é cada vez mais a situação do mundo de hoje. Já há muito tempo que a nossa civilização virou as costas para a verdade, para a beleza e a para a bondade da fé cristã; que temo - nos sujeitados ao comodismo, entregando-nos a grandes pecados de luxúria, crueldade e assassinato. Como sociedade, nós destruímos o matrimónio, abusamos de nossas crianças, matamo-nos uns aos outros, travamos guerras e roubamos os mais pobres. Nossos corações e mentes estão agora obscurecidos. Atingidos pelo cancro intelectual do relativismo, não somos capazes nem de ouvir a razão nem de produzir argumentos. Fomos abandonados ao turbilhão de nossas emoções, agitados pela raiva, pelo ódio irracional e pela frustração demoníaca. O que podemos fazer? Como católicos, nós viveremos cada vez mais a “opção beneditina”. Há quem pense que terminaremos escondendo -nos em nossos próprios enclaves, como sobreviventes de um holocausto nuclear, mais ou menos como um regresso às catacumbas. Eu não seria tão pessimista. Acredito que a “opção beneditina” pode ser simplesmente uma percepção de que precisamos retornar à essência da nossa fé e vivê-la em nossas comunidades paroquiais já existentes. Nossas paróquias podem tornar-se refúgios de paz, centros de cultura, educação e razão. Elas podem tornar-se lugares onde a oração, o trabalho e o estudo são valorizados. Sem formar novas comunidades monásticas, nossas famílias e paróquias podem transformar - se em “mosteiros domésticos”, onde nós viveremos com simplicidade e cultivaremos com consciência a nossa fé, refugiando-nos do dilúvio que devasta a nossa sociedade. Para tanto, nós precisaremos reavaliar a nossa relação com a cultura que nos rodeia. Precisaremos simplificar as nossas vidas. Será que realmente precisamos de todas essas coisas materiais que nos puxam para baixo e nos atolam nas dívidas e no estresse? Será que realmente precisamos correr tão freneticamente, com tanta pressa, o tempo todo? Temos realmente que nos conformar com a sociedade agitada, vaidosa e avarenta em que vivemos? Realmente precisamos de todo esse entretenimento e distração que nos leva à destruição? Acho que não. Contra tudo isso, a “opção beneditina” colocará o nosso foco nos votos que estão no coração da Regra de São Bento: estabilidade, obediência e conversão de vida. A estabilidade nos ajudará a desenvolver raízes profundas em nossa fé, em nossas famílias e em nossa Igreja. Encontraremos aí a nossa segurança, e não no nosso trabalho, no nosso dinheiro ou ) nas nossas realizações. A obediência significa que procuraremos submeter-nos constantemente às Sagradas Escrituras, aos ensinamentos da Igreja, a Deus e uns aos outros. A conversão de vida significa que tudo o que fizermos e dissermos, e toda decisão que tomarmos, será determinada por nosso desejo de sermos completamente transformados na imagem de Cristo. Ou, como São Bento põe na sua regra, “Nada antepor a Cristo”. As simples e humildes comunidades beneditinas tornaram-se a fundação da maior civilização que o mundo já viu. Por um milénio, a Europa cristã esteve enraízada na singela intuição de São Bento de Núrsia. Se os católicos fizerem essa opção, ainda podemos forjar uma fundação forte e vigorosa para o futuro da nossa sociedade.( in  National Catholic Register  - Tradução: ChurchPOP). 21/03/2018 )

 

sexta-feira, 15 de março de 2024

Ucrânia, Israel , os agricultores e a China

 

Ukraine, Israël, les agriculteurs et la Chine

Israël – Hamas

Il m’apparaît que le gouvernement de Monsieur Netanyahou et le Hamas ont quelque chose en commun : tous deux veulent l’élimination de l’autre et veulent justifier ce but devant l’opinion publique en poussant l’autre à des excès. Le Mossad (le service de renseignement d’Israël, l’un des meilleurs au monde) s’est défendu face à ceux qui lui reprochaient de na pas avoir vu venir les attentats de 7 octobre : il avait remis un rapport là-dessus. Le gouvernement israélien a donc laissé faire, comme, à ce qu’on dit, les Etats-Unis ont laissé faire Pearl Harbor : il voulait provoquer un choc dans l’opinion. Et le Hamas savait que la réaction d’Israël serait disproportionnée : là encore le but a été atteint, Israël est devenu infréquentable pour beaucoup de monde.

Il est faux que les Juifs soient les héritiers de la promesse faite à Abraham : ils y ont renoncé en crucifiant le Sauveur. Et sont-ils même les descendants des Juifs du temps de Jésus ? Il y a eu au cours de l’histoire des conversions au judaïsme ; la plupart des juifs d’aujourd’hui seraient, selon plusieurs historiens, descendants des Khazars, un peuple qui s’est formé sur les bords de la Mer Noire vers la fin du premier millénaire.

Les Juifs se sont installés en Palestine surtout à partir de 1900, principalement sous l’impulsion des Britanniques et souvent en spoliant les Palestiniens. Toutefois ceux qui sont nés dans le pays devraient pouvoir y rester. La seule solution serait d’avoir deux états, mais elle est refusée par pratiquement tout le monde dans les deux camps. Bref, la France n’a pas à prendre parti, et il est regrettable que le gouvernement français ait soutenu le gouvernement israélien ; si le sionisme est un fait historique dont on doit tenir compte, du moins l’extension des colonies juives dans les territoires occupés est indéfendable.

 

Ukraine – Russie

Contrairement à ce que disent les médias occidentaux, la Russie n’est pas l’agresseur : le gouvernement ukrainien a longtemps maltraité les russophones de son territoire. On paie là les conséquences du découpage de l’URSS par Staline, qui voulait rendre impossible l’indépendance des différentes républiques qui la composaient.

Monsieur Poutine a patienté jusqu’au jour où ce n’était plus possible : les civils russophones du Donbass étaient bombardés au canon. Dès les débuts de son offensive, il a proposé de traiter, mais Zelensky, poussé par les gouvernements Occidentaux, a refusé. Or les Occidentaux n’avaient pas la puissance de soutenir l’Ukraine face à la Russie : ils sont responsables des dégâts de cette guerre.

A part jouer les bons intermédiaires en vue de la paix, nous n’avons rien à faire dans cette guerre. Nous avons agressé la Russie qui ne nous menaçait pas. L’Europe a fait l’erreur, en 1991, de tourner le dos à la Russie, alors que nous avions besoin d’elle pour contrebalancer l’hégémonisme des Etats-Unis. Souvenons-nous de ce que disait déjà Mitterand (à peu près) : « Nous sommes en guerre contre l’Amérique et les Français ne le savent pas. »

 

Les agriculteurs et les Chinois

Nos paysans manifestent leur mécontentement, on les comprend : car l’Union Européenne les massacre avec des normes difficiles à suivre, et importe des produits agricoles qui ne respectent pas ces normes. Cela prouve que les fonctionnaires européens ne croient pas à l’utilité pour notre santé de leurs normes. Surtout cela rend notre agriculture concurrencée par moins coûteuse qu’elle. On détruit l’agriculture européenne sciemment, méthodiquement, tout comme on a détruit notre industrie. Mais là ce fut en laissant les Chinois entrer dans les accords de libre-échange, sans exiger qu’ils traitent correctement leurs travailleurs. La raison est que les grands capitalistes qui nous gouvernent se moquent éperdument des travailleurs, leur modèle, c’est le régime chinois, qui consiste à avoir un état suffisamment fort pour assujettir les citoyens aux intérêts du grand capital. On est là dans la droite ligne de la révolution de 1789 : après avoir pris le pouvoir, les bourgeois ont aboli les corporations, alors qu’elles précisaient les droits et les devoirs des membres des entreprises. Il a fallu près d’un siècle pour que les syndicats soient autorisés, et on a perdu au change.

Dans les années soixante, on disait réfléchir à la façon de concilier capitalisme et socialisme ; c’est chose faite : du socialisme on a gardé l’idée d’un état fort qui muselle les libertés, du capitalisme, on a gardé… le grand capital, qui achète les consciences des politiciens et des journaleux. ( P. Bernard Pellabeuf, in Pageliasse)

segunda-feira, 4 de março de 2024

Ainda FIDUCIA SUPPLICANS

   

Con un poco de humor permítasenos comenzar con una expresión coloquial. Si se atiende al sentido que tiene en gran parte del mundo rural hispanoamericano, «mandinga» es una forma corriente de llamar al diablo, no como gran oponente a Dios, sino como el que produce que los asuntos no se puedan controlar y salgan mal.

Pues, lo que ha sucedido con Fiducia supplicans es cosa de Mandinga, el diablo metió la cola. En enero, en mi comentario semanal, yo hablé sobre la confusión que traía esta declaración, que de claro tiene poca cosa[1].

Pero ahora hemos tenido un show carnavalesco –en el Uruguay el carnaval dura todo el mes de febrero, en pleno verano– con un gran tropezón en el baile organizado ante el maravilloso paisaje de la Laguna del Sauce en Maldonado. Allí tuvo lugar la bendición casi teatral sobre cada uno de dos varones, sentado uno junto a otro, que celebraban su vinculación a modo de pareja legal.

Un verdadero tropezón, es decir un escándalo, en el sentido de dar el pie contra la piedra, en el camino de testimoniar el Evangelio de Jesús, de testificar la libertad de la Iglesia de las presiones del mundo.

Los engaños justificativos

Se decía en la mentada declaración y en los comentarios sucesivos que se trataba de bendiciones espontáneas, sin forma, al paso, en ocasiones subitáneas, acotadas a 15 segundos. Sin embargo, fue un acontecimiento propio de la «farándula», de «ricos y famosos», con amplia cobertura mediática.

La ficción de privacidad no podía ser mayor. El hecho fue proclamado en la prensa. Los personajes son más que conocidos. Las mismas bendiciones, con poca gente alrededor, fueron ante periodistas y fotógrafos, que tenían la misión de proclamarlas urbi et orbi.

El testimonio de la verdad, escondido.

Concedemos que, como se repitió como un mantra, quedó claro que no se trataba de la celebración del sacramento del matrimonio.

Pero esto no basta. Hay más realidades en juego. Nada claro quedó el juicio –sí, el juicio– de la Iglesia, sometida a la Palabra de Dios recibida en la Tradición viva y constante, que debía iluminar a los solicitantes y quienes los acompañaban, y también al Pueblo santo de Dios y a la sociedad entera. De lo contrario, como bien comentó San Gregorio, hablando de los pastores, a propósito del profeta Ezequiel, somos perros mudos, incapaces de ladrar… No acudieron a la brecha ni levantaron cerco en torno a la casa de Israelpara que resistiera en la batalla, el día del Señor (San Gregorio Magno, Regla Pastoral, 2, 4).

Las palabras y los gestos tienen significado en un conjunto. Los involucrados ya habían anunciado todo esto desde el año pasado.

Los dos varones, que pedían la bendición, dos días antes habían firmado un contrato legal, mal llamado matrimonio y, en la manipulación lingüística, proclamado igualitario. Ahora bien la fe católica no reconoce el matrimonio de personas del mismo sexo, por ir contra la razón y contra la Palabra de Dios y toda la realidad del ser humano. De aquí que indica que los católicos no deben de ningún modo apoyar su existencia. En este contexto se dieron las bendiciones. Más aún, por este motivo estaba preparada a continuación una fiesta para varios centenares de personas.

Ambos «bendecidos», parecen avalar las relaciones sexuales entre personas del mismo sexo. En cambio, la Iglesia, basada en la ley natural y en la ley revelada por Dios, ambas coincidentes, enseña que son desordenadas y pecaminosas las relaciones sexuales fuera del matrimonio de varón y mujer. Tales relaciones entre personas del mismo sexo son gravemente malas por su naturaleza, ofenden a Dios, en su sabiduría y bondad y deforman su imagen en el hombre.

Nada de esto quedó claro. Repito, los actos tienen su contexto. Aquí se entendió que no hubo sacramento del matrimonio. Pero al mismo tiempo pareció que eso no importa mucho, démosle pa’lante con casamiento civil para personas del mismo sexo, a la unión carnal entre los mismos.

En último término, se participa en la banalización generalizada de la dignidad del ser humano –creado a imagen de Dios y recreado en Jesucristo–, su cuerpo, el sexo y el amor, la familia, el llamado a la santidad.

Fundamentaciones erróneas de lo actuado.

Las tales bendiciones se dice fueron en cumplimiento de la mentada declaración y que fueron indicadas por la representación pontificia en el Uruguay.

Bueno, a cada cual su responsabilidad. La Declaración Fiducia Supplicans, que ya hemos criticado, no obligaba a esto, aunque era previsible que lo produjera.

También alguno puede decir –y algo de eso podía aparecer en las fórmulas ambiguas de la bendición– que se bendecía el amor, no la situación, y que el amor hay que bendecirlo siempre. Esto no es verdad. El amor puede ser ordenado o desordenado, y todos sabemos que lo es con frecuencia. Si unos padres malcrían a sus hijos, y les conceden lo que ellos quieren aunque sea nocivo, los aman mal. ¿Nadie conoce amores tóxicos?

El amor verdadero es regido por la verdad y el bien objetivo, está dirigido por el amor a Dios sobre todas las cosas y el amor al prójimo según el amor de Dios, es decir según sus mandatos, sus preceptos.

Este es el camino del verdadero amor y la verdadera libertad.

La unidad de la Iglesia.

Se ha dicho que opinar algo diferente en estas circunstancias rompe la unidad de la Iglesia. Y esto es grave. La unidad de la Iglesia es un don precioso, que Jesús pidió al Padre –«que sean uno»– y que le pedimos al Cordero de Dios en cada Eucaristía –«danos la paz». Todos sabemos que es compleja, es unidad en la confesión de la fe, la comunión sacramental, la caridad, la comunión jerárquica, con el Sumo Pontífice, el Colegio episcopal, con el Obispo del lugar.

Por eso mismo, muchas veces callamos, no porque cuidemos carreras eclesiásticas o prebendas, sino para preservar la comunión y, sobre todo, para no pasarles problemas a los fieles. Sin embargo, otras veces el mismo amor a la unidad pide manifestarse, sobre todo cuando está en juego la salud de las almas.

Ahora bien, nótese que la división en este asunto nació de la Fiducia supplicans. Basta con ver el número y la calidad de las intervenciones que, manteniendo la comunión con el obispo de Roma, señalan las deficiencias del documento y, si tienen carga pastoral, cierran sus jurisdicciones a las bendiciones propuestas. Por algo se convirtió el escrito, según la expresión del Arzobispo de Oviedo en Fiducia complicans[2]. De todas formas, continua diciendo, tenemos bastantes datos en el Antiguo y Nuevo Testamento, con 2000 años de custodia de la Iglesia, como para saber qué hacer.

Las observaciones a la confusión y los errores provienen de toda la Iglesia universal. Baste con referir la alocución del Presidente de la Conferencia Episcopal de Nigeria, la Iglesia que hoy en día tiene más cristianos muertos por su fe en Cristo, mártires: «Desgraciadamente Fiducia Supplicans tiende a herir la unidad y la catolicidad de la Iglesia». Por eso, en comunión con otras Iglesias, afirma que no hay lugar a bendición de parejas homosexuales e invita a «discernir y diferenciar adecuadamente entre la «voz de Dios» y la «voz del mundo»[3].

La mirada compasiva de Dios y de la Iglesia.

No faltará quien acuse a estas posturas, incluida la nuestra, como rígida, leguleya, desconocedora de la misericordia de Dios y de la condición humana.

La Iglesia no recibe su mirada y su juicio sobre el hombre y la humanidad de sí misma, ni mucho menos del mundo, sino de Dios como se ha manifestado en la Historia de la Salvación, definitivamente en Cristo, y como Ella misma ha custodiado el depósito en siglos.

Por eso la Iglesia, la fe recta, no es puritana, no piensa en un hombre ideal abstracto, ni tampoco sigue las ideologías del hombre que quiere construirse según su propia idea o su propia voluntad.

En la Iglesia conocemos y nos asombramos ante la dignidad del hombre creado a imagen de Dios, y lo sabemos a su vez débil y herido por el pecado. Lo miramos, nos miramos, a la luz de Cristo, que «sobre el madero llevó nuestros pecados en su cuerpo, para que nosotros muertos a los pecados, vivamos para la justicia» (1 Pe 2,24). Por eso, la Iglesia llama a la conversión y, sobre todo, a creer en la misericordia divina, en la verdad de su Palabra, en su auxilio y gracia, que nos permiten vivir en humildad una vida de justicia, es decir, de santidad.

Anunciamos la belleza de la vida honesta y casta, así como el combate contra la concupiscencia desordenada, el egoísmo, las tinieblas provenientes del pecado, la necesidad de ser salvados por la gracia de Dios.

En todo lo que tiene que ver con el cuerpo, la sexualidad, a partir del 6º mandamiento, guiados por la razón iluminada por la Palabra Divina, hay un camino de verdad, castidad, pureza a transitar. El culmen es ofrecer nuestros cuerpos como víctima, viva, santa, agradable a Dios, como nos enseña San Pablo. (Rom 12,1).

En la cultura que nos rodea es ampliamente rechazado este plan sapiente y maravilloso del Creador y Padre. Pero escuchemos al apóstol¸ que nos exhorta: «no se acomoden al mundo presente, antes bien transfórmense mediante la renovación de su mente, de forma que puedan distinguir cuál es la voluntad de Dios: lo bueno, lo agradable, lo perfecto» (Rom 1,2).

Es la verdad sobre el hombre, el designio de Dios, su juicio y el llamado a conversión, su gracia para vivir en justicia y santidad, lo que en la luminosidad de la tarde de la Laguna del Sauce apareció en tinieblas.

El esplendor del Evangelio quedó ocultado. No resuena la ley de Dios, el llamado a la santidad, ni la búsqueda de ella. A los hombres no se les dio el testimonio de la misericordia de Dios que llama y cura la ceguera. Muchos fieles están confundidos. Flaco favor se le hace a la multitud que lucha, con la mirada a lo alto, por llevar una vida afectiva y sexual concorde con la razón y el Evangelio, sea con atracción hacia el sexo complementario, sea hacia el propio.

Cualquier pastor tiene experiencia de haber acompañado a hermanos que buscaban.la verdadera libertad, el amor recto, con mucho esfuerzo, con caídas y levantadas, con experiencia del propio límite, con desgarrones afectivos tremendos. La compasión, estaba intrínsecamente unida a señalar la verdad, el camino de la cruz y la oración confiada en la gracia de Dios.

En estas circunstancias nos interpela y nos guía el Beato Jacinto Vera. Él tuvo que enfrentar violentas luchas ideológicas, frente a poderes muy fuertes, incluido el mediático. Él padeció desprecios, insultos, difamaciones e injustas medidas de fuerza.

Por su lado, siempre mantuvo su caridad sin límites, su bondad en el trato, su apertura –aún la de su casa– a todos. Asimismo no dejó de anunciar toda la verdad del Evangelio, también en lo que contrariaba las ideologías dominantes, lo que enfrentaba los pecados de los hombres, lo que desagradaba a muchos y presentaba el amor de Dios y el llamado a la conversión y a la gracia de la salvación.

En difíciles circunstancias testificó de sí mismo: «Nos, que tan repetidos ejemplos hemos dado de renunciación de todos los bienes terrenos, no hemos dado hasta ahora un solo ejemplo de querer sacrificar nuestra conciencia por ningún respeto humano»[4].

En la oración de la Iglesia.

Al comienzo de la Cuaresma hemos cantado con la Iglesia, en el Introito del Miércoles de Cenizas, con las palabras de la Escritura Sagrada (Sab. 11,24-24.27, ps.56): «Te compadeces de todos, Señor, nada odias de lo que has hecho, disimulas los pecados del hombres, para que se arrepientan. Los perdonas, porque tú eres, Señor y Dios nuestro. Ten misericordia de mí, oh Dios, porque en ti confía mi alma.»[5].

La misericordia y el perdón de Dios, traen consigo la súplica, la confesión del pecado y el arrepentimiento.

Los miembros de la Iglesia no somos ajenos a tal debilidad, por eso necesitamos continuamente que nos corrija la Palabra de Dios, predicada con amor y verdad, para enfrentar las tinieblas del pecado.

También a los Pastores hay que predicarnos la conversión. El camino no es defender siempre lo actuado y la imagen de unanimidad aparente, acusando a los otros que informan mal.

Hay mucho que orar en reparación a las ofensas hechas a Dios, nuestro Señor y Padre, y al Corazón de Jesús, a este adorable Corazón al que el Beato Jacinto Vera en 1875 consagró el Uruguay.

Concluimos orando con la Iglesia por la Iglesia, en el camino cuaresmal[6]:

Señor, guarda con amor constante a tu Iglesia, y, pues sin tu ayuda no puede sostenerse
lo que se cimienta en la debilidad humana, protege a tu Iglesia en el peligro
y mantenla en el camino de la salvación Por nuestro Señor Jesucristo, tu Hijo,
que vive y reina contigo en la unidad del Espíritu Santo, y es Dios, por los siglos de los siglos. Amén.

 

Mons. Dr. Alberto Sanguinetti Montero
Obispo emérito de Canelones ( Uruguai)

 

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