terça-feira, 31 de outubro de 2023

NO 13º ANIVERSÁRIO DA MORTE DE DOM LAFOND OSB - Fundador da MSM

 


                  

Na Catedral de Chartres, Dom Lafond recebe o primeiro Capelão da MSM, Dom Gaspar Rodrigues OSB




          BREVE BIOGRAFIA DE DOM GÉRARD LAFOND OSB

   Monge beneditino em S. Wandrille e depois Dom Abade de Wisques

    Fundador  da Militia Sanctae Mariae – cavaleiros de Nossa Senhora

 

    Dom Gérard Marie Lafond nasceu a 30 de Setembro de 1926 e fez os seus estudos secundários no Liceu de Rouen ( França).

    Em 1945 com um grupo de jovens amigos e o apoio do Dom Abade do mosteiro de S. Wandrille ( Normandia – França) funda a MILITIA SANCTAE MARIAE – cavaleiros de Nossa Senhora, com um carisma fortemente mariano, beneditino-bernardiano e cavaleiresco.

   Em 1948 entra no mosteiro de S. Wandrille e faz a sua profissão monástica em 25 de Março ( Dia da Anunciação) de 1950 e a 25 de Julho ( dia de S. Tiago) de 1955 foi ordenado Sacerdote.

   Em 1959 acaba o Mestrado em Teologia ( Instituto Católico de Paris) e o de Sagrada Escritura, em 1965 ( Instituto Bíblico de Roma). Foi professor, no seu mosteiro, dos jovens monges de Sagrada Escritura e acumulou as funções de Bibliotecário. Simultaneamente dirigiu um círculo bíblico para leigos, orientou retiros e fez inúmeras conferências.

Dom Lafond, com uma forte espiritualidade mariana sentiu antes do II Concílio do Vaticano o papel imprescindível dos leigos ancorados em S. Luís de Montfort, S. Bento e S. Bernardo de Claraval. Foi esta motivação que o levou a fundar a MSM, em rigorosa fidelidade à Igreja e ao seu Magistério.

   No dia 24 de Dezembro de 1969, a seu pedido, o Bispo de Chartres, Dom Roger Michon, reconhece canonicamente a MSM na cripta da catedral dedicada a Nossa Senhora . Actualmente a MSM está presente em 4 continentes e 11 países

 Em Dezembro de 1985 foi nomeado Prior Administrador do mosteiro de S. Paulo de Wisques e em 1988 foi eleito seu Abade serviço de que resignou em 3 de Fevereiro de 2005. Entretanto, em 1997, com um grupo de cientistas, artistas e outros intelectuais e em articulação com o Conselho Pontifício para a Cultura, funda o Projecto Novo Olhar  do qual saiu o livro “  L `Éveil du Regard”.               .

   Sempre que os seus inúmeros afazeres o permitiam, tomava parte nos Capítulos da MSM, de que era seu “ Pai espiritual” e Fundador. Em 1995, pela última vez, participa, em Agosto, na casa que ajudou a criar – a Comendadoria da Imaculada – (perto de Chartres) leu e entregou aos cavaleiros de Nossa Senhora o que se pode chamar o seu “ Testamento Espiritual”.

   Dom Lafond deixou inúmeros artigos de formação para os cavaleiros de Nossa Senhora, seus filhos espirituais, além da Regra, seu verdadeiro directório espiritual e a Liturgia das Horas para estes já segundo as directivas decorrentes do II Concílio do Vaticano. Deste monge e Fundador se pode dizer, com S. Paulo, que “ a tempo e a contra-tempo” sempre viveu e irradiou uma Fé viva e imprimiu este seu carisma à MSM. Por causa da sua fidelidade à Igreja sofreu inúmeros ataques, mantendo heroicamente o seu rumo até à morte.

   Partiu para a casa do Pai no seu mosteiro de S. Paulo de Wisques a 31 de Outubro de 2010.

domingo, 29 de outubro de 2023

As Trindades…

Longe vão os tempos em que pelas nossas terras se ouvia o Toque das Trindades. Neste momento, os cristãos paravam a sua atividade por uns breves momentos, e recolhiam-se em meditação e oração.

A oração do “Angelus”, ao meio dia, recorda-nos o Sim de Maria. O Sim que nos trouxe a Salvação.

V. O Anjo do Senhor anunciou a Maria

R. E ela concebeu pelo Espírito Santo 

Avé Maria...


V. Eis a escrava do Senhor.

R. Faça-se em mim, segundo a Vossa palavra. 

Avé Maria...


V. E o Verbo Divino encarnou.

R. E habitou entre nós. 

Avé Maria...


V. Rogai por nós, santa Mãe de Deus.

R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo


Oremos.

Infundi no nosso espírito a vossa graça, ó Pai; Vós que na anunciação do anjo nos revelastes a encarnação do vosso Filho, pela sua Paixão e Cruz, conduzi-nos à glória da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.

sábado, 28 de outubro de 2023

Benção para as Grávidas e suas Famílias

No próximo Domingo, 10 de outubro de 2023, a Paróquia de São Sebastião da Alpinopolis celebrará a Santa Missa com a bênção para as grávidas e suas famílias.

Em um mundo marcado por competições, guerras, violência e aborto, a Igreja vem afirmar a beleza e a sacralidade da vida humana.

Sim à vida!
Sim ao amor!
Sempre!

João Passos,
o menor dos cavaleiros de Santa Maria.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

"As necessidades são gigantescas"

 "As necessidades são gigantescas" diz Arcebispo de Juba sobre o apoio aos que fogem da guerra no Sudão


https://fundacao-ais.pt/wp-content/uploads/2023/10/noticia-2.jpg“As necessidades são gigantescas” diz Arcebispo de Juba sobre o apoio aos que fogem da guerra no Sudão

 

  • Lisboa, 04 de Outubro de 2023 | PA

 

A guerra no Sudão está a gerar uma grave crise humanitária em África. Milhares de pessoas estão em fuga e procuram acolhimento em países da região. Um deles é o Sudão do Sul. Em entrevista à Agência Ecclesia/Fundação AIS, D. Stephen Ameyu, responsável pela arquidiocese de Juba e desde sábado, 30 de Setembro, um dos novos 21 cardeais da Igreja Católica, fala em milhares de pessoas que estão sem nada, e garante ainda que no Sudão, por causa da guerra, nem as Igrejas têm sido poupadas. “Todas as igrejas em Cartum sofreram danos, todas as paróquias…”

 

O conflito armado no Sudão arrisca-se a ser mais uma guerra esquecida em África apesar das consequências dramáticas a nível humanitário que se estão a verificar na região, com milhares de pessoas a procurarem refúgio nos países vizinhos, fugindo dos combates muito acesos desde 15 de Abril entre o exército sudanês e as Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar.

D. Syephen Ameyu Mulla, 59 anos, Arcebispo de Juba, e desde sábado, 30 de Setembro, Cardeal da Igreja Católica, diz que o seu país, o Sudão do Sul, se tornou por estes dias um porto de abrigo para estes refugiados, mas alerta, em declarações à Agência Ecclesia/Fundação AIS , que “as necessidades são gigantescas” e que é urgente o apoio de organizações internacionais.

 

O prelado pede que estas organizações “venham em ajuda destas pessoas deslocadas, que não têm comida, não têm água, não têm tendas nem as coisas básicas. Deixaram tudo para trás, fugindo pelas suas vidas”.  Muitos destes refugiados estão em Juba, onde “estão a ser instalados campos”, esclarece o Cardeal. A fuga das populações é generalizada.

 

“Mesmo alguns sul-sudaneses que tinham permanecido no Norte estão a voltar ao Sudão do Sul, para encontrar refúgio. Estão a partilhar a vida, juntamente com os seus irmãos no Sudão do Sul, não fazemos diferença entre quem é do Norte e do Sul, deixamos as pessoas entrar, o governo do Sudão do Sul também tem cooperado, desde o início, afirmando que todas as pessoas devem ser acolhidas, abrindo as fronteiras.”, afirma D. Syephen Ameyu Mulla.

 

https://fundacao-ais.pt/wp-content/uploads/2023/10/banner-1.jpg

 

A GUERRA COMO GRANDE AMEAÇA

 

O Arcebispo fala do risco enorme para a estabilidade regional e para as populações, caso o conflito armado no Sudão ultrapasse as fronteiras e venha a alastrar para os países da região. D. Stephen diz mesmo, em jeito de alerta, que “a guerra é contagiosa”. “Esperamos que se possa conter esta guerra, dentro do Sudão, porque se o conflito se espalhar para o nosso país, vai haver um segundo deslocamento interno de pessoas”. 

 

Por isso, os organismos regionais e a União Africana estão a dar o seu melhor para que as duas partes entrem em negociações e assinem a paz. Actualmente o conflito no Sudão – uma dramática luta pelo poder entre dois generais, Abdel Fattah al-Burhan, o actual presidente, que tem o exército sob as suas ordens, e Mohammed Hamdan Daglo, o então vice-presidente, também conhecido por Hemedti, e que controla a RSF, as Forças de Apoio Rápido – está circunscrito na região da capital, Cartum, onde se têm travado violentos combates que não têm poupado sequer as estruturas da Igreja. 

 

Muitas das nossas igrejas foram bombardeadas, todas as igrejas em Cartum sofreram danos, todas as paróquias”, disse o responsável da Arquidiocese de Juba nestas declarações à Agência Ecclesia/Fundação AIS. O Sudão do Sul está a ser um dos países que mais refugiados tem recebido, mas não é o único.

 

O mesmo se passa, por exemplo, com a Etiópia, o Egipto, a República Centro-Africana e o Chade. Em todos estes países o cenário é idêntico: “As pessoas deslocadas têm muitas necessidades”, explica o prelado. Além do fluxo de refugiados, há ainda o temor de que a guerra possa alastrar também para estes países vizinhos do Sudão, nomeadamente o próprio Sudão do Sul. “Quem sabe? – diz D. Stephen Ameyu. “A guerra pode alastrar para o Chade, para outros países, mas rezo e espero que as pessoas tenham bom senso e se sentem para negociar a paz”, acrescenta.

 

ECOS DA VISITA DO PAPA

 

Para o jovem Cardeal, a visita do Santo Padre ao Sudão do Sul, entre os dias 3 a 5 de Fevereiro deste ano, foi um marco não só na vida da Igreja mas no próprio país. “Foi um abrir de olhos para que a comunidade internacional conhecesse o que estava a acontecer dentro do Sudão do Sul. Não se pode saber as coisas de fora, aprendemos desde dentro. Por isso, foi uma abertura, da nossa parte, para todo o mundo, permitindo que este compreendesse que o Sudão do Sul já é uma nação, também capaz de receber o Santo Padre”, afirmou. Para D. Stephen Ameyu Mulla, a visita foi também um marco por ter decorrido num ambiente absolutamente pacífico, sem violência.

 

“As pessoas pensaram que haveria confrontos, durante a visita, mas não, foi muito pacífico. Agradeço a todos os que estiveram envolvidos e também ao Santo Padre, por ter insistido em ir ao Sudão do Sul”, disse, acrescentando que o facto de Francisco ter sido acompanhado por dois outros líderes religiosos, o arcebispo Justin Welby e pastor Iain Greenshields, permitiu também cimentar as relações entre as três Igrejas, a católica, anglicana e presbiteriana. “A nossa relação com as várias denominações sempre foi muito boa, por isso a visita do Santo Padre cimentou essas relações.”

 

Boas relações que são sempre importantes, ou mesmo fundamentais, quando se fala em paz, em negociações, processo que está a decorrer em Roma com a comunidade de Santo Egídio. A construção da paz é quase sempre um caminho difícil e implica muitas vezes o diálogo inter-religioso. Mas, para o novo cardeal da Igreja Católica, não há alternativa quando se tem de lidar com grupos fundamentalistas, com organizações terroristas.

 

“O diálogo entre religiões sempre ajudou as pessoas a encontrar-se, a ver as coisas que temos em comum e que podemos partilhar, o que nos pode unir. O papel do diálogo inter-religioso no Sudão e no Sudão do Sul é muito importante, ainda hoje, porque persistem grupos fundamentalistas, em particular no Sudão, que não estão dispostos a ceder facilmente, por pensarem que a guerra é a forma de resolver os problemas”, alertou.

 

 

Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

 

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D

1600-796 Lisboa | PORTUGAL

TEL (+351) 217 544 000  | TLM (+351) 912 154 168

info@fundacao-ais.pt | www.fundacao-ais.pt

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

S. JOÃO PAULO II

 


               S. JOÃO PAULO II MAGNO

                                            O PAPA DA VIDA E DA FAMÍLIA!

     SILERE NON POSSUM

         (Não me posso calar – Sto Agostinho)

          Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.”

                                     (Alexandre Soljenitsyne)

 

                     Carta aos meus amigos – nº 61         

                           BRAGA , 26 -  OUTUBRO - 2023

 

 

 

  +

PAX

 

   Um dos maiores Papas de toda a história da Igreja foi, não tenho nenhuma dúvida, S. João Paulo II Magno. Foi longo o seu pontificado (26 anos) mas, sobretudo, deixou uma herança imperecível, malgrado os ataques que lhe têm desferido ultimamente. Distinguiu-se pela profundidade do seu pensamento, pela coragem indómita, pela determinação com que defendia o tesouro da Igreja de que era orientador e guarda supremo, pela clareza do seu pensamento mesmo nos temas que já então não eram politicamente correctos. Era um Papa assertivo perante os poderosos deste mundo. A propósito recordo a belíssima reportagem que a célebre e conceituada revista francesa, o PARIS MATCH, lhe dedicou aquando da primeira visita que fez a este país descristianizado e em rebelião contra os seus ensinamentos. As duas páginas centrais desta revista foram dedicadas a uma imagem que valeu mais do que uma enciclopédia: a senhora Giscard d`Estaing, Mulher do Presidente de França foi à Missa celebrada no Parque des Princes e quando foi à comunhão esticou as mãos para receber a santíssima hóstia – “ corpo, alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristão tão real e perfeitamente como está no Céu” - e o Papa passando por cima das mãos da senhora d `Estaing, meteu-lhe a sagrada Hóstia na boca. Não admitia essa forma de comungar, um abuso que sempre combateu! Contudo era a Mulher do Chefe de Estado francês e poderia ter “ quebrado”. Não, não cedeu. Ah!, meu Deus, se Ele visse o que se passa hoje na Igreja em que é negada a comunhão na boca a tantos cristãos, contrariando todas as normas que ainda não foram abrogadas! Recordo, igualmente, a repreensão pública e forte que deu a um ministro, um jesuíta esquerdista, da extrema esquerda, da Nicarágua que, com o Governo, o foi receber ao aeroporto da Nicarágua. Essa imagem também percorreu o mundo! Não tinha medo. Não era “ cinzento” nem nunca deixou de expor a doutrina católica sobre todos os temas, de forma clara e que não deixava pairar a dúvida, mesmo quando tal incomodava os “ intelectuais estandartizados e modelados pelo pensamento único” ou os “ polícias” do mesmo. Nunca temeu nem o nazismo nem o comunismo que esmagaram a sua pátria. Nem o capitalismo selvagem que impera.

   Os seus ensinamentos sobre

A sua primeira Exortação Apostólica, “ FAMILIARIS CONSORTIO” ( 22 de Novembro de 1981), continua válida e não carece de actualização nem de adaptação às novas “ colonizações” etnológicas, culturais ou societais. Como não deixar de referir a “ CARTA DOS DIREITOS DA FAMÍLIA” (22 de Outubro de 1983) ou a “ CARTA ÀS FAMÍLIAS” para assinalar o ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA (2 de Fevereiro de  1994)? - o valor e dignidade da Vida Humana, da concepção até à morte natural, nunca foi ambígua! São incontáveis os textos que nos chegaram sobre o assunto e sempre sem medo de se repetir ou “ aborrecer” os defensores das modas assassinas do Aborto. Nas suas inúmeras “ viagens apostólicas” nunca perdia a oportunidade de alertar para a importância de se defender e promover a vida humana desde a concepção até à morte natural nem da necessidade vital da Família, por “ passa o futuro da humanidade” . Poderemos esquecer as suas lições sobre a “ Teologia do Corpo”?

- o valor e importância vital da Família, baseada na união de um homem e de uma mulher, nunca admitia dúvidas com “ bênçãos espúrias”. Era claro. Claríssimo e límpido como água cristalina. Todos o entendiam. Não havia duplas ou triplas interpretações. O seu Sim era sim. O seu Não era não!

- A importância da liberdade de educar os filhos por parte dos pais. Direito e dever. Recordou-o, de forma veemente em 15 de Maio de 1982 na homilia que proferiu no Sameiro (Braga),

- defendeu sempre o património mariano e dava o exemplo logo com o lema que escolheu para o seu pontificado – TOTUS TUUS – de S. Luís Maria Grignion de Montfort. Toda a sua longa vida como Papa, teve sempre o cuidado e a devoção de exaltar Maria no plano da economia da salvação. Foi, talvez, o Papa mais mariano da história da Igreja Católica.

  Poderia e deveria salientar outros aspectos fulcrais do serviço petrino de S. João Paulo II Magno como a defesa dos Direitos Humanos, a dignidade de toda a Pessoa Humana, os direitos dos trabalhadores, entre outros grandes temas dos seus escritos.

   O que fascina neste Papa, eu que conheci já 6 Papas, foi a sua clareza única e fidelidade ao mandato do Senhor de :“ apascenta as minhas ovelhas”! O pensamento de S. João Paulo II Magno ficará na história malgrado o “ Resert” que lhe andam a fazer. E, creio, que os seus ensinamentos, não a “sua doutrina” que não tinha, a doutrina que o guiava e com que nos guiava - sempre era a Sagrada Escritura e a Tradição, é o que faz aguentar muitos católicos de permanecerem ainda na Igreja neste período altamente conturbado que tornaram intencionalmente caótico.

   Por isso, agora pessoalmente e enquanto desempenhei serviços institucionais me fascinou e continuará a fascinar a figura e personalidade de S. João Paulo II que insisto, “ a tempo e a contra-tempo”, de apelidar de MAGNO.

   Por isso, nunca deixo passar o dia 22 de Outubro de cada ano, o dia escolhido pela Igreja e que corresponde ao dia em que S. João Paulo II Magno assumiu o serviço petrino em 1978, sem o lembrar pedindo a este Papa que interceda por todas as famílias do mundo em tempos de trevas e de aniquilamento da nossa cultura e por todas as crianças a quem é negado o direito à vida. Que ele nos proteja desta civilização em implosão acelerada!

   Posso não estar eternamente agradecido a S. João Paulo II Magno?

    Não, nem me posso calar, sobretudo nestes dias de subversão endógena da Doutrina Social da Igreja sobre a Vida e a Família!

  SILERE NON POSSUM.

Carlos Aguiar Gomes

 

 

 

 

 

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Uma viagem ao Peru, quase uma epopeia, a terras do fim Uma viagem ao Peru, quase uma epopeia, a terras do fim do mundo… Verdadeiros heróisdo mundo… Verdadeiros heróis

 Uma viagem ao Peru, quase uma epopeia, a terras do fim do mundo…

Verdadeiros heróis

Num país pobre onde muitas comunidades vivem em regiões remotas, de

difícil acesso, e onde há uma grande falta de sacerdotes, os leigos

desempenham um papel essencial. Por isso, eles são, a par dos

missionários, “verdadeiros heróis”. Luis Vildoso, responsável de projectos

da Fundação AIS para a América Latina, esteve de visita ao Peru e a

viagem que fez, a terras quase do fim do mundo, revelou-se uma

verdadeira epopeia…

Luis Vildoso, responsável de projectos da Fundação AIS para a América Latina, esteve

recentemente em visita de trabalho ao Peru e fez questão de ir a alguns dos lugares

mais esquecidos deste país, onde a Igreja está presente junto dos mais pobres e

necessitados. Foi uma viagem dura, quase uma epopeia. “Atravessámos a selva

amazónica, subimos até 5.000 metros acima do nível do mar na Cordilheira dos Andes,

e entrámos no deserto. Estivemos em ‘solo sagrado’, como o Papa Francisco lhe

chama”, explicou Vildoso. Em todos os lugares, foi possível encontrar a presença da

Igreja. Por vezes, os padres ou as religiosas eram mesmo os únicos que estavam junto

dos mais pobres e necessitados. Um relatório do Banco Mundial, publicado em Abril

deste ano, comprova que sete em cada dez peruanos são pobres ou estão em risco de

cair na pobreza. Isto diz muito do que Vildoso encontrou na viagem a este país situado

no sul do continente americano. “A Igreja está presente onde nenhuma outra

instituição está. A Igreja desempenhou um papel fundamental na evangelização na

Amazónia peruana, no sul dos Andes e em algumas áreas da periferia urbana; dedica-

se a evangelizar e atender às necessidades materiais e espirituais do povo. Estou

convencido de que esses padres e missionários veem o rosto de Jesus reflectido

naquelas pessoas, que têm muita sede de Deus”, diz Luis Vildoso. E esta presença

ganha um significado especial precisamente nas regiões onde, pelas suas

características, estão mais longe dos centros de decisão, estão nas periferias da

sociedade.

Arriscar a vida na missão

É o caso da Amazónia. E foi aí, em lugares distantes, longe do conforto das cidades,

longe de tudo, que o responsável de projectos da Fundação AIS encontrou alguns dos

“verdadeiros heróis” da Igreja: os leigos. Na ausência de padres ou de irmãs, são eles

que asseguram o essencial da vida comunitária. “Durante a nossa viagem foi muito

bom ver na Amazónia como os leigos são animadores na Igreja. Eles são os verdadeiros

heróis, são os guardiões da fé em cada comunidade, porque quase não há padres nem

religiosas. São os leigos que celebram a liturgia da palavra, por exemplo, e manifestam

com alegria a sua fé para que o seu povo não a perca”, explica Luis Vildoso. Mas não


são só os leigos os heróis da Igreja no Peru. Os padres, os missionários e as religiosas

desempenham um trabalho notável por vezes em condições tão difíceis, a ponto de

chegarem a arriscar a própria vida. “Penso também nos missionários, entre os quais se

encontram vários estrangeiros nos lugares mais remotos. Foi uma experiência que,

sem dúvida, guardo no coração. Mas, ao mesmo tempo, vê-se como é difícil a missão.

São pessoas que arriscam a vida, porque em algumas estradas, como a rota de Sandia,

na Prelatura de Huancané, há um grande precipício ao lado da estrada e muitos

caminhos não são pavimentados. Os missionários viajam longas distâncias e enfrentam

intempéries. Atravessam o nevoeiro, expõem-se ao sol e ao frio da serra. São

condições muito extremas que eles estão dispostos a viver para servir e cuidar dos

mais necessitados.” Perante este retrato de um país onde falta quase tudo em tantos

lugares, é imperioso apoiar a formação do clero que desempenha um papel

fundamental na promoção social neste país marcado pela desigualdade e pobreza. “Foi

muito bom descobrir que em lugares como a Prelatura de Huancané, a congregação

das Missionárias de Jesus Verbo e Vítima administra e distribui algumas publicações da

AIS como a ‘Bíblia para Crianças’, o ‘Eu Creio’ e o ‘YouCat’. Essas religiosas, por

exemplo, utilizam-nas para o acompanhamento espiritual da população.” Foram dias

cansativos de uma viagem que ficou inesquecível. Em terras quase do fim do mundo,

há pessoas simples que, por se dedicaram apenas aos outros, são verdadeiros heróis…

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

«Laudate Deum» o el nuevo dogma climático

 

«Laudate Deum» o el nuevo dogma climático

«Laudate Deum» es un breve texto complementario de la encíclica Laudato Si, publicada en 2015, sobre la que escribí un capítulo en el libro-comentario de la Biblioteca de Autores Cristianos en el que participaron varios cardenales (entre ellos, Müller), obispos y sacerdotes. En aquel capítulo, que titulé «La Sombra de Galileo» por razones obvias, no oculté mi inquietud por varios aspectos de la encíclica. Pues bien, si «Laudato Si» me produjo una viva inquietud, la lectura de «Laudate Deum» me ha causado una gran alarma.

 – 

Publicado originalmente en el blog del autorfpcs.es, el 17 de octubre de 2023


 

Tras quince años estudiando y escribiendo sobre el cambio climático (antes, calentamiento global), he llegado a varias conclusiones. Primero, la ciencia actual no es aún capaz de comprender los entresijos del clima, un sistema multifactorial, no lineal, complejo y caótico, por lo que la demonización del CO2 y las afirmaciones y atribuciones rotundas no son más que propaganda pseudocientífica. Segundo, económicamente estamos ante la mayor estafa de la Historia y, políticamente, ante un intento de subvertir el orden político-económico occidental mediante el miedo a unos apocalipsis inventados. Tercero, más allá de esta agenda de poder subyace una ideología anti humanista y ferozmente anticristiana. De ahí mi pesar al leer la exhortación apostólica Laudate Deum del papa Francisco sobre una «crisis climática» completamente inexistente donde se asegura que «ya no se puede dudar del origen humano del cambio climático» (n.11). ¿Qué es este documento magisterial de la Iglesia Católica, a la que pertenezco?

Laudate Deum es un breve texto complementario de la encíclica Laudato Si, publicada en 2015, sobre la que escribí un capítulo en el libro-comentario de la Biblioteca de Autores Cristianos en el que participaron varios cardenales (entre ellos, Müller), obispos y sacerdotes[1]. En aquel capítulo, que titulé La Sombra de Galileo por razones obvias, no oculté mi inquietud por varios aspectos de la encíclica. Pues bien, si Laudato Si me produjo una viva inquietud, la lectura de Laudate Deum me ha causado una gran alarma.

La exhortación prácticamente no habla de Dios: de 73 puntos, sólo se le menciona en siete, y las escasas cinco citas bíblicas parecen introducidas con calzador. De hecho, podría decirse que se trata de una exhortación política más que apostólica, con un lenguaje más próximo a un informe de la ONU que a un documento magisterial de la Iglesia. Asimismo, de las 44 citas a pie de página, 27 corresponden al papa Francisco citándose a sí mismo y 9 a fuentes científicas, casi todas de la agencia climática de la ONU (IPCC). De hecho, más allá de una referencia a un discurso de Pablo VI sacado de contexto, no hay citas de Magisterio precedente.

Finalmente, se trata de un texto repleto de discutibles detalles técnicos que toma partido en controversias científicas, repite de forma acrítica los eslóganes y letanías catastrofistas de los profetas de calamidades y puede generar confusión sobre el papel relativo del ser humano en la Creación. Por ello, como hijo de la Iglesia, con lealtad filial y, por eso precisamente, con obediencia a la verdad, me siento obligado a realizar una serie de consideraciones.

Cuestionables afirmaciones científicas

Laudato Si afirmaba que «sobre muchas cuestiones concretas la Iglesia no tiene por qué proponer una palabra definitiva» (LS 61) ni «definir las cuestiones científicas» (LS 188). En efecto, la Revelación divina «no implica en sí misma una teoría científica particular, [puesto que] la asistencia del Espíritu Santo en ningún caso se presta a garantizar explicaciones relativas a la constitución física de la realidad»[2] . Por eso, «la Iglesia, con su doctrina social, no entra en cuestiones técnicas»[3]. Entonces, ¿cómo puede afirmar categóricamente Laudate Deum que «ya no se puede dudar del origen humano del cambio climático» (n.11)?

En efecto, la primera parte de la exhortación (n.1-19) realiza un elevado número de rotundas afirmaciones asumiendo un grado de certeza que no tienen ni los propios científicos. Por ejemplo, cuando dice que «sabemos» que cada vez que aumente la temperatura en 0,5°C aumentarán ciertos fenómenos extremos (n.5), da categoría de certeza a meras predicciones de modelos de ordenador que tienen un pobre historial de predicción y no están soportadas por la evidencia empírica.

Además, la exhortación se basa casi únicamente en el IPCC de la ONU, «una de las mayores fuentes de desinformación» de la «pseudociencia» del cambio climático, en palabras del Premio Nobel de Física del 2022, John Clauser[4]. Como he explicado en otros lugares, esta institución es uno de los principales símbolos de la corrupción de la ciencia, dominada por una agenda de poder globalista que tanto Laudato Si como su continuación parecen ignorar.

Laudate Deum trata de la «crisis climática» dando por sentado que tal cosa existe. Sin embargo, más de 1.800 científicos (entre ellos dos premios Nobel de Física) se han unido a la Declaración del Clima Mundial, que niega la existencia de ninguna emergencia climática y denuncia la evidente injerencia de la política en la ciencia del clima[5] a la vez que reconoce las enormes limitaciones de los imprecisos modelos de predicción en los que se basan las predicciones climáticas, en abierto contraste con la credulidad de Laudate Deum.

Por otro lado, al contrastar una «abrumadora mayoría» de científicos con el «ínfimo porcentaje de ellos que intenta negar esta evidencia» (¿desde cuándo la ciencia o la verdad se decide por mayoría?) la exhortación toma partido despreciando a los que cuestionan «la evidencia» (n.13). Idéntica actitud adoptó la Academia Pontificia de Ciencias cuando se negó a escuchar a la multitud de científicos escépticos antes de Laudato Si[6] a pesar de que la propia encíclica defendía que «la Iglesia debe escuchar y promover un debate honesto entre los científicos, respetando la diversidad de opiniones» (LS 61). No lo ha hecho. Claro está, la propia Laudato Si se contradecía al acusar de actitudes obstruccionistas a los que «niegan el problema» (LS 14).

Laudate Deum utiliza asimismo un lenguaje alarmista y sensacionalista extraño al rigor y serenidad al que nos tiene acostumbrado el Magisterio. Así, afirma que el mundo «se va desmoronando y quizá acercándose a un punto de quiebre» (n.2) y que «la posibilidad de llegar a un punto crítico es real (…). De allí no se regresa» (n.17). Sin embargo, incluso científicos alejados de toda sospecha reconocen que este supuesto punto de no retorno (tipping point) es especulativo o no existe[7]. En realidad, se trata de un arma propagandística destinada a generar un sentimiento de urgencia en la toma de medidas políticas. De hecho, dicho punto «de no retorno» se va retrasando conforme las fechas pasan y el apocalipsis no llega.

La exhortación afirma que «los signos de cambio climático están ahí» y que «nadie puede ignorar que en los últimos años hemos sido testigos de fenómenos extremos» (n. 5). Sin embargo, no podemos notar los signos de un cambio climático, que sigue escalas de tiempo de siglos o milenios, por lo que es inentendible que afirme que «basta una sola generación» (n.6) para constatar dichos cambios o considere «períodos largos» a «décadas» (n.8).

Así, Laudate Deum defiende que el aumento del nivel del mar «puede ser fácilmente percibido por una persona a lo largo de su vida, y probablemente en pocos años muchas poblaciones deberán trasladar sus hogares» (n.6). En realidad, desde el mínimo de la última glaciación hace 20.000 años, el nivel de los mares ha aumentado cerca de 120 metros, pero en las últimas décadas aumenta entre 1-2 mm por año (según los mareógrafos) y unos 3mm al año (según los satélites)[8]. En cualquier caso, el propio IPCC estima un rango inferior de crecimiento de 10 cm de aquí al 2050 y un aumento «más incierto» para después[9], cifras irrisorias que no llevarán a nadie a trasladar sus hogares «en los próximos años». Baste recordar que la primera predicción de que los mares iban a cubrir las Islas Maldivas data de 1988 y daba un plazo de 30 años para su desaparición bajo las aguas[10]. El plazo se cumplió; la predicción, no. Quizá por ello los grandes promotores de la ideología del cambio climático (Obama, etc.) han adquirido mansiones al borde mismo del mar.

En segundo lugar, tampoco han aumentado sensiblemente los fenómenos extremos. En su Quinto Informe (AR5) el propio IPCC reconocía que «no hay una tendencia significativa de la frecuencia de huracanes en el último siglo (…), ni evidencia respecto al signo de la tendencia de las inundaciones a nivel global (…), ni suficiente evidencia respecto a la tendencia observada en sequías a nivel global desde mediados del s. XX»[11]. Las series históricas avalan estas afirmaciones[12]. En su último informe (AR6), el IPCC ha intentado acentuar su alarmismo, pero sigue manteniendo, por ejemplo, su «baja confianza» en la atribución de sequías a la acción humana en la inmensa mayoría de las regiones del globo citando estudios que «muestran su desacuerdo con la atribución antrópica» de las mismas[13], al contrario de lo que hace Laudate Deum repetidas veces.

Esta exhortación menciona el típico alarmismo del «derretimiento de los polos» (n.16) aludiendo a un posible escenario de «total» derretimiento del hielo de Groenlandia y de buena parte de la Antártida (n.5), aunque el propio párrafo del IPCC que cita Laudate Deum otorga a este escenario una «evidencia limitada» (el grado más bajo de evidencia), dato que la exhortación omite. En realidad, el hielo de Groenlandia (10% del total del planeta) es hoy superior a la media histórica[14] y parece que su ligera disminución en la década anterior se habría debido a causas naturales[15]. El hielo continental de la Antártida, reservorio del 90% del hielo del planeta, se mantiene bastante estable[16] al igual que el hielo flotante que rodea el continente antártico[17], que, tras su máximo de los últimos 40 años alcanzado en 2014, es hoy similar al que había en 1966[18]. La NASA estima que, como mucho, la Antártida está perdiendo un 0,0005% de hielo cada año[19] con lo que tardaría unos 200.000 años en derretirse, aunque con una temperatura media de -57°C y sin haber sufrido calentamiento alguno en los últimos 70 años[20] dudo que tengamos que preocuparnos. Finalmente, el hielo del Ártico supone menos de una milésima parte del hielo del planeta y además flota, por lo que su derretimiento no afectaría al nivel de los mares (principio de Arquímedes), mientras los glaciares, mencionados dos veces en esta exhortación, sólo suponen cuatro milésimas del hielo del planeta.

La exigencia de rigor del Magisterio

El rigor exigible a un documento magisterial no resulta compatible con afirmaciones imprecisas y carentes de toda evidencia factual. Es el caso de Laudate Deum cuando defiende que «millones de personas pierden su empleo debido al cambio climático» y que «el aumento del nivel del mar, las sequías y muchos otros fenómenos han dejado a mucha gente a la deriva» (n.10). En sentido opuesto, y sin aportar ningún dato, el documento defiende que la transición hacia formas renovables de energía es capaz de generar «innumerables puestos de trabajo». Más bien ocurrirá lo contrario, pues las energías renovables son ineficientes, caras e intermitentes y encarecen enormemente la factura eléctrica al exigir una duplicación del sistema de generación con fuentes térmicas tradicionales para suplir las horas del día en que no sopla el viento y no luce el sol.

Aunque no deje de causar perplejidad la naturaleza político-científica de Laudate Deum, la misma forma atropellada de dar datos apunta a que este documento se ha realizado con precipitación y sin las debidas correcciones, probablemente por querer adelantarse a la próxima cumbre climática (COP 28) en noviembre. No sería la primera vez, pues el momento elegido para publicar Laudato Si fue pocos meses antes de la Cumbre del Clima de París.

Por ejemplo, Laudate Deum afirma que «la concentración de gases invernadero (…) se mantuvo estable hasta el s. XIX, por debajo de las 300 ppm» (n.11). No se trata de los gases invernadero en general, sino sólo del CO2 (el mayor gas de efecto invernadero, con gran diferencia, es el vapor de agua). En cuanto a su estabilidad, en los últimos 800.000 años y hasta 1960 osciló aproximadamente entre 180 y 300 ppm. Hoy es de alrededor de 400 ppm o sólo el 0,04% de la atmósfera (por eso se denomina gas residual), pero hace 500 millones de años se estima que era hasta 20 veces superior al nivel de hoy[21]. Otro ejemplo es que, tras afirmar que el calentamiento en el último medio siglo ha sido de 0,15 grados centígrados por década (¿cómo van a notarse lo cambios en una generación?), dice que «a este ritmo» en posible que en diez años suba 0,4 grados centígrados más (n.12). Asimismo, la afirmación de que las erupciones volcánicas suelen provocar calentamiento (n.14) resulta chocante, pues suelen provocar un enfriamiento de la atmósfera,[22] como lo es la acientífica alusión a «poblaciones arrasadas por maremotos» también causados, según Laudate Deum, por el calentamiento global y no por el movimiento de placas tectónicas (n.7).

Finalmente, la exhortación también alerta sobre «la deforestación en las selvas tropicales» (n.17) a pesar de que los datos desmienten todo alarmismo. La masa forestal del planeta parece haber aumentado en los últimos 40 años[23] en parte gracias al aumento de CO2, alimento por antonomasia de plantas y árboles, fuente de vida en el planeta que, lamentablemente, Laudate Deum (como hiciera Laudato Si) tilda de contaminante (n.9). El CO2, ¿contaminante? Esto es, en palabras de un científico, «un abuso del lenguaje, de la lógica y de la ciencia».[24] En cuanto a los bosques «tropicales», la deforestación es inferior al 0,5% anual[25] y en parte se debe al loable objetivo de abrir espacios para la agricultura.

El paradigma tecnocrático y la política en Laudate Deum

Tras los primeros 19 puntos realizando alarmistas afirmaciones que se limitan a hacer eco de la agenda climática de la ONU, la mayor parte de Laudate Deum (n.20–60) habla de política en dos partes diferentes.

La primera (n.20–33) menciona lo que la exhortación, en línea con Laudato Si, denomina «paradigma tecnocrático», y previene acertadamente del peligro de un ser humano convertido en dios y ensoberbecido por su poder. Esta necesaria llamada de atención, sin embargo, queda eclipsada por su dificultad para comprender que precisamente el mayor exponente del paradigma tecnocrático lo tenemos en el IPCC de la ONU, en la Agenda 2030 y en las ateas élites globalistas de Davos. Cabe preguntarse a quién se refiere la exhortación cuando habla de «grandes poderes económicos» o de las «élites del poder», si no son ésas.

En este sentido, creo que debería ser objeto de reflexión el paralelismo de ciertas posturas con la de personajes como Alexander King, fundador del Club de Roma y gran antinatalista del s. XX, cuando escribía que «el enemigo común de la humanidad es el hombre», añadiendo: «Al buscar un nuevo enemigo que nos una hemos encontrado que la idea de la amenaza del calentamiento global (…) encajaría perfectamente» [26]. Lo mismo podría decirse de Maurice Strong, millonario canadiense y secretario general de la Conferencia de la ONU para el Medioambiente y Desarrollo en 1991, cuando afirmaba que «los actuales estilos de vida y los modelos de consumo de la clase media – incluyendo el elevado consumo de carne, el uso de combustibles fósiles, etc. – no son sostenibles». Según James Dellingpole, lo que más interesaba a Strong era «la idea de un gobierno mundial dirigido por una élite autonombrada», y muy pronto detectó que la mejor manera de lograrlo era «manipulando y explotando la preocupación internacional sobre el medio ambiente» [27]. Los intereses económicos de la agenda verde nunca se mencionan, al contrario que los de la industria de combustibles fósiles. Sin embargo, sólo en los primeros seis meses de 2023 se han superado los 360.000 millones de dólares en inversiones en energías renovables que dependen del mantenimiento del alarmismo climático.

La segunda parte (n. 34-60) se subdivide a su vez en tres epígrafes: unas reflexiones sobre política internacional, una somera historia de las cumbres del clima y unas propuestas para la cumbre del clima COP 28 que se celebrará dentro de un mes en Dubai y que, como hemos comentado, parece ser el motivo principal de esta exhortación. En este largo apartado, perteneciente al ámbito de la política y extraño al contenido de un documento magisterial, destacan tres puntos controvertidos. El primero es la sorprendente justificación de los grupos ecologistas «radicalizados» (n.58). El segundo es la insistencia en la creación de «organizaciones mundiales más eficaces (…) dotadas de autoridad real» (n. 35), lo que supondría la génesis de un gobierno mundial no muy distinto del promovido por las «élites del poder» de la ONU y Davos. El tercero es la propuesta de que la cumbre del clima COP28 «sea histórica» con «formas vinculantes de transición energética que sean eficientes, obligatorias y se puedan monitorear», de modo que el proceso que se inicie sea «drástico e intenso» (n. 59). Primero, las energías renovables jamás podrán ser eficientes, por las leyes inexorables de la Física. Segundo, su obligatoriedad y su recomendado carácter drástico garantizan una pérdida de libertad y un desastre económico posiblemente sin precedentes.

El inquietante trasfondo antropológico

El brevísimo contenido espiritual de Laudate Deum ocupa sólo 5 puntos de los 73 de la exhortación (n.61-65) y se limita fundamentalmente a extensas citas de Laudato Si con escaso texto nuevo, lo que refuerza la teoría de una exhortación escrita a toda prisa. Finalmente, los últimos puntos (66-73) son una breve mención a diversas cuestiones unida a una llamada a la cooperación internacional.

Lo más preocupante de Laudate Deum es que subyace una opinión negativa del ser humano, algo que aplaude el ecologismo radical. Por ejemplo, Leonardo Boff, sacerdote secularizado que defiende la «eco-teología de la liberación», denomina la especie humana «un parásito, un cáncer de la Tierra», acusando a las religiones «abrahámicas» de ser «las más violentas» hacia la «Madre Tierra»[28]. Pues bien, si Laudato Si denunciaba «los constantes desastres que el ser humano ocasiona» (LS 34), Laudate Deum va más allá al describir a los seres humanos como «seres altamente peligrosos» (n.28).

Pero el hombre no es una criatura más, sino la «única criatura terrestre a la que Dios ha amado por sí mismo» (GS 24), por lo que resulta desconcertante que la exhortación pueda generar confusión sobre el papel relativo del ser humano en la Creación. «Las demás criaturas de este mundo han dejado de ser compañeros de camino para convertirse en nuestras víctimas» (n. 15). En efecto, a algunas nos las comemos, como ellas se comen entre sí, y a otras las evitamos, como ellas se evitan entre sí, pero cuesta comprender que sean «compañeros de camino» del hombre hacia la vida eterna. La misma tónica tiene la afirmación sobre la «estrecha relación de la vida humana con la de otros seres vivientes» que, según Laudate Deum, ha constatado la pandemia (n.19).

Más preocupante es su afirmación de que «la cosmovisión judeocristiana defiende el valor peculiar y central del ser humano (…), pero hoy nos vemos obligados a reconocer que sólo es posible sostener un antropocentrismo situado» (n.67). ¿Cosmovisión o Revelación? Y ese «pero hoy», ¿qué significa exactamente? Finalmente, al afirmar que «Dios nos ha unido a todas sus criaturas» y que todo el mundo es una «zona de contacto» (n.66), cita un libro de Donna Haraway, autora que en esas mismas páginas se burla del Génesis, habla sin respeto de Dios y critica la «excepcionalidad humana» propuesta por el «monoteísmo judío y cristiano»[29].

Laudate Deum no contribuirá precisamente al prestigio del Magisterio de la Iglesia. Plagada de desiderata de carácter político y cuestionables afirmaciones científicas, defiende a las mismas «elites de poder» que denuncia y convierte a la Santa Sede en mero portavoz y propagandista de los intereses políticos de la ONU. Asimismo, en un mundo carente de Dios y saturado de propaganda climática, esta exhortación apenas habla de Dios y no para de repetir consignas climáticas. Entonces, ¿qué palabra da la Iglesia distinta a la del mundo? Aunque esto sea desafortunado, lo más preocupante es que plantea una opinión negativa del hombre y una falta de claridad sobre su papel superior en la Creación. Tampoco hay una sola referencia a la confianza en la Divina Providencia, o a Dios como Señor de la Historia, ni ofrece una luz de esperanza a un mundo cada vez más cubierto por las tinieblas.

Rezo para que la Iglesia descubra que detrás del resplandeciente y seductor manto de bondad con que se viste la desesperanzadora ideología ecologista climática se oculta una gran mentira, base de esa religión global que las élites del poder quieren introducir como un caballo de Troya en la Iglesia Católica[30].

 

Fernando del Pino Calvo-Sotelo

 

Notas

[1] Loado Seas, mi Señor, BAC 2015, cap. XIII.

[2] San Juan Pablo II, Discurso con Ocasión del 350 Aniversario de la Publicación de Galileo, 9 mayo 1983.

[3] Compendio de la Doctrina Social de la Iglesia (68)

[4] The Joint Winner of the 2022 Nobel Prize for Physics, Dr. John F. Clauser, Dared to Say There is No Climate Crisis – Now He’s Being Cancelled – The Daily Sceptic

[5] World Climate Declaration There is no climate emergency (clintel.org)

[6] How climate-change doubters lost a papal fight – The Washington Post

[7] There Is No Climate Tipping Point | The Breakthrough Institute

[8] The State of the Climate in 2022 (thegwpf.org)

[9] Climate Change 2021: The Physical Science Basis | Climate Change 2021: The Physical Science Basis (ipcc.ch) FAQ 9.2.

[10] Threat to Islands, Canberra Times, Monday 26th September 1988

[11] IPCC Assessment Report 5, WG 1, Chapter 2.6, p. 214-220.

[12] Extreme Weather: The IPCC’s changing tune – The Global Warming Policy Foundation (thegwpf.org)

[13] IPCC Assessment Report 6, WG 1, Chapter 11.6.4

[14] Claims that ‘Global Boiling’ Led to «Shocking» Melting of Greenland Ice Sheet are Nonsense – the Ice Sheet is Currently Bigger Than Normal – The Daily Sceptic

[15] Slow-down in summer warming over Greenland in the past decade linked to central Pacific El Niño | Communications Earth & Environment (nature.com)

[16] Mass balance of the Antarctic ice sheet 1992–2016: reconciling results from GRACE gravimetry with ICESat, ERS1/2 and Envisat altimetry | Journal of Glaciology | Cambridge Core

[17] Understanding climate: Antarctic sea ice extent | NOAA Climate.gov

[18] Arctic Sea Ice News and Analysis | Sea ice data updated daily with one-day lag (nsidc.org)

[19] NASA SVS | Antarctic Ice Mass Loss 2002-2023

[20] Low Antarctic continental climate sensitivity due to high ice sheet orography | npj Climate and Atmospheric Science (nature.com)

[21] A Graphical History of Atmospheric CO2 Levels Over Time | Earth.Org

[22] How Volcanoes Influence Climate | Center for Science Education (ucar.edu)

[23] Global land change from 1982 to 2016 | Nature

[24] R. M. Carter, Climate: the Counter Consensus, Stacey International 2010.

[25] ca9825en.pdf (fao.org)

[26] Alexander King, The First Global Revolution, Club of Rome Report, 1993.

[27] James Dellingpole, Watermelons, 2011

[28] Citado en Juan Carlos Sanahuja, Poder global y Religión Universal, 2016

[29] Donna J. Haraway, When Species Meet, 2008, p. 205-249.

[30] El ecologismo como religión global: ¿ Un caballo de Troya para la Iglesia Católica? – Fernando del Pino Calvo-Sotelo (fpcs.es)

La situation en Syrie/ A SITUAÇÃO NA SÍRIA

  En raison de l’actualité en Syrie, nous avons interrogé Benjamin Blanchard, directeur général de   SOS Chrétiens d’Orient   : Après une ré...