S.
José – modelo para os homens crentes de hoje
NO ANO LEPANTO
No dia 8 de Dezembro passado, o Papa
Francisco publicou uma oportuna e notável (corajosa, também) Carta Apostólica –
PATRIS CORDE – retomando a quase perdida devoção, tão antiga, a S. José .
Deixo ao Papa a explicação do porquê desta
Carta Apostólica. São suas estas palavras:
« O objectivo desta carta apostólica é
aumentar o amor por este grande Santo, para nos sentirmos impelidos a implorar
a sua intercessão e para imitarmos as suas virtudes e o seu desvelo.».
São três , pois, as razões
invocadas pelo Papa:
1.
AUMENTAR O AMOR por este grande santo;
2.
sentirmo-nos IMPELIDOS
3.
a
IMITAR as suas virtudes e desvelo.
Ou seja, o Papa quis aconselhar a aumentar
o amor para com S. José para nos sentirmos impelidos a imitar as suas virtudes
e o seu desvelo para com Maria Santíssima, Jesus e, assim, pelo próximo. E
porquê?
«Com efeito, a missão específica dos Santos não é apenas a de conceder
milagres e graças, mas de interceder por nós diante de Deus, como fizeram
Abraão[26] e
Moisés,[27] como
faz Jesus, «único mediador» (1 Tm 2,
5), que junto de Deus Pai é o nosso «advogado» (1 Jo 2, 1), «vivo para sempre, a fim de interceder por
[nós]» (Heb 7, 25;
cf. Rm 8, 34).»
Uma Carta Apostólica é um documento
pontifício, escrito, sem ser de modo solene, enviado à Igreja, Povo de Deus, no
exercício do Magistério ordinário de um Papa. É o caso deste recente documento
pontifício que o Papa, enquanto tal, envia ao mundo católico um ensinamento
recordando o que a Tradição , fiel às Escrituras, nos transmitiu e chegou até
nós, neste caso, por abastardamento do ensino catequético geral foi perdendo
vigor e entusiasmo.
Em PATRIS CORDE, as duas primeiras
palavras latinas, a língua oficial da Igreja, e que significam “ Com coração
de Pai”, o Papa releva , de uma forma muito explícita o papel de S. José
como Pai de Jesus, mas , também, como Esposo de Maria Santíssima e de S. José
como modelo para os pais de hoje.
Como podemos apoiar-nos em S. José,
nós cristãos deste século pós-cristão, ele que é uma espécie de dobradiça (
palavras do Papa) entre o Velho Testamento e o Novo Testamento?
Talvez ouse indicar pistas que me podem servir de “ bengala” para chegar a
imitar, com humildade, S. José e que partilho com os têm a paciência de me ler:
1.
Estou atento ao sopro do Espírito Santo, como sempre
esteve S. José, que não se cansa nem perde a paciência face à minha surdez
espiritual. Que me diz? Como me fala? Que me sugere?
2.
Serve-me de exemplo, que sou Pai, na minha
relação com a minha Esposa e filhos? A solicitude pronta e sem discutir com que
sempre, e como narram os Evangelhos, S. José serviu, com humildade o Jesus que
lhe foi confiado à maneira de Pai e Sua Mãe, a Virgem Puríssima, tomo-o como
modelo?
3.
Como sirvo, « a humilde Serva do Senhor»,
a Virgem Santíssima, pela oração, imitação e caminho para o Redentor, Ela que
foi o “ primeiro sacrário da Terra”? Imito S. José, seu Esposo, sempre atento e
servidor, mesmo nas situações difíceis da vida. Serve-me o seu exemplo, que sou
Pai, para com a minha Esposa e filhos?
4.
Como aceito o trabalho que me sustenta,
sustenta a minha família e me realiza como Pessoa Humana? Consigo e esforço-me
por fazer do meu trabalho uma forma de oração, viva, eficaz e contagiante junto
dos meus companheiros?
Esta Carta Apostólica merece uma leitura
séria divulgação, sobretudo nas datas em que, tradicionalmente, festejamos S.
José (o Dia do Pai – 19 de Março – o Dia de S. José Operário – 1 de Maio ou,
por exemplo, na preparação para a casamento ou em reuniões de pais de preparação
para recepção da Confirmação).
Carlos Aguiar Gomes