sábado, 28 de janeiro de 2023

O DIREITO AO BOM NOME É TAMBÉM UM DEVER

 


O DIREITO AO BOM NOME É TAMBÉM UM DEVER



Não sei bem como aquecer os motores para escrever este texto, mas vamos lá tentar, tudo vai do começar! Ainda por cima, muita gente não consegue enxergar o meu nome. Não porque seja difícil, mas porque escorregam na leitura como atleta experiente em cima da neve. E, catrapus, nome atropelado! Mas, a rir que o digamos, não faltam por aí avós a decepar o nome dos seus netos, solfejam-nos como lhes soa. Exercício mais difícil ainda é escrevê-los, só olhando e copiando. Aos cristãos, a Igreja aconselha a que deem nomes de inspiração cristã. Há quem tenha o nome dum santo, conhece o seu testemunho de vida, sente-se estimulado por ele e pede a sua intercessão, é bonito e proveitoso!
Serviu-me de pretexto para escrever este artigo o facto de uma congregação religiosa celebrar, no fim deste mês, a festa do Santíssimo nome de Jesus, uma festa que, ao longo dos tempos, se foi estendendo a toda a Igreja. Por isso, primeiramente vou falar do que realmente está primeiro. E o primeiro nome que nos merece toda a atenção é, de facto, o nome de Jesus, o qual também significa que o próprio nome de Deus – “Eu sou Aquele que sou” – “Eu sou enviou-me a vós” (Ex 3, 14) -, está presente na Pessoa de seu Filho.
O segundo Mandamento manda respeitar o nome do Senhor, manda não invocar o nome de Deus em vão (cf. Ex 20, 7). O nome de Deus é santo, não se deve invocar inutilmente, sem verdade, levianamente. Em tom de confidência e intimidade, Deus confia o seu nome aos que n’Ele creem, os quais devem pronunciá-lo e invocá-lo com respeito, com veneração e fé, não de forma inconveniente ou menos digna.
O profeta Joel, do Antigo Testamento, escreveu que “todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Jl 3,5). É pelo nome de Deus, guardado no silêncio da memória e do coração, que entramos na sua intimidade, experimentamos o seu amor e a sua misericórdia, sentimos a alegria de o bendizer, louvar, glorificar, contemplar e lhe agradecer.
Era ao pai, segundo a tradição judaica, que competia dar o nome aos filhos. O nome de Jesus, foi-lhe dado do Alto, como uma graça, um dom do Pai. Aquando da Anunciação, o Anjo disse a Maria: “Eis que conceberás e darás à luz um Filho, e Lhe porás o nome de Jesus” (Lc 1, 30-31). E a José foi dito que Maria dará à luz um filho, “a quem porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo de seus pecados” (Mt 1, 20-21). Oito dias depois de ter nascido, José e Maria levaram o Menino ao Templo onde lhe foi “posto o nome de Jesus”, como o Anjo lhes tinha dito (Lc 2,21).
São Paulo diz que Deus deu a Jesus “o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai” (Fil 2,9-11).
Às birras dos chefes do povo, doutores da lei e anciãos reunidos em Jerusalém por causa da cura dum paralítico, São Pedro afirma-lhes categoricamente que, de facto, “debaixo do céu não existe outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos” (At 4,12). Isto fazia muita mossa aos fariseus e doutores da lei que, perante as evidências do acontecido, não queriam que a boa notícia se divulgasse. Por isso, acordaram: “para que esta notícia não se espalhe ainda mais entre o povo, vamos ameaçá-los, para que não falem a mais ninguém a respeito do nome de Jesus” (At 4,17). Os Apóstolos, porém, não acataram, antes pelo contrário, ripostaram: “não podemos calar-nos sobre o que vimos e ouvimos” (At 4,19-20).
Sendo o “nome que está acima de todos os nomes”, é pelo nome de Jesus que tudo acontece na sua Igreja e no mundo e que “todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo” (At 2,21).
Em nome do Senhor, os Apóstolos fizeram maravilhas, expulsaram demónios, falaram novas línguas, curaram doentes, divulgaram a Boa Nova (Mc 16, 17-18).
O Catecismo da Igreja Católica lembra-nos que o Batismo é conferido “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28, 19). Que o nome do Senhor é quem santifica o homem. Que o cristão recebe o seu nome na Igreja e começa o seu dia, as suas orações, as suas atividades, pelo sinal da cruz “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
O nome de Jesus está no centro da liturgia e de toda a oração cristã. Ele dá vigor aos mártires e a todos os fiéis que lutam pela fé, nele pomos a nossa confiança. A quem o invocar, ele ajuda a triunfar diante das dificuldades, a viver segundo o Espírito, como filhos de Deus.
O nome de Jesus, em muitas partes do mundo, continua a ser proibido, perseguido, ultrajado. Há quem deite mão da blasfémia, do perjúrio e jure falso, invocando Deus como testemunha da mentira, não respeitam o nome do Senhor que é santo.
Cada um de nós tem o seu nome, um nome sagrado. É a imagem da pessoa, o sinal da dignidade de quem por ele se identifica, tem relevo jurídico. Não sendo exclusivo, individualiza a pessoa, mesmo quando ausente, protege a sua esfera privada e a sua identidade, é um sinal distintivo, identifica-a socialmente. Toda a gente tem direito ao bom nome e o dever de fazer por isso.
Ninguém mais do que Deus nos respeita, Ele chama a cada um de nós pelo seu nome, e disse-nos: “O que pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo dará” (Jo 16,23). Um dos que foram crucificados a seu lado, logo lhe pediu: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino!”, “Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no paraíso.”
Invoquemos o Santíssimo nome de Jesus. “Tudo quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio d’Ele” (Cl 3,17). Pai, “santificado seja o vosso nome”. “Senhor, nosso Deus, como é admirável o vosso nome em toda a terra! (Sl 8, 2). “Senhor, eu amo-Te”, foram as últimas palavras de Bento XVI
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 + Antonino Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco, 27-01-2023.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

SILERE NON POSSUM nº 22

 







               SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

   “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

                 

                          Carta aos meus amigos – nº 22            

                           

                         

                               BRAGA , 26- Janeiro- 2023

 

 

 

 

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PAX                                                                                     

                                   

«Os Professores são uma das bases essenciais de uma sociedade livre, culta, justa e progressiva» ( C.A.G.)

 

    Temos assistido nos últimos tempos a uma sucessão inusitada de greves dos Docentes de Portugal. Os Professores andam frustrados. Cansados. Desiludidos. Os Professores estão fatigados e revoltados pela  perda da sua autoridade e prestígio. Caluniados como preguiçosos e desinteressados. Desde o tempo de uma Ministra da chamada Educação, de seu nome Lurdes qualquer coisa, que vai ficar na história da Educação em Portugal pelos piores motivos. Nunca tanta fúria contra os Professores foi exibida com raiva tão grande como nesse famigerado tempo.

    Mas os Professores, como outros profissionais essenciais ao desenvolvimento de um país, são pagos de forma miserável. Sem estímulo. Andando de terra em terra com a casa , filhos e “ tralha” necessária, todos os anos, ou quase, se deslocam como nómadas, criando instabilidade emocional, danos patrimoniais, abandonando tantas vezes os filhos, e “ arrastando” uma  frustração sem medida.

   … Por isso, os Professores partiram para uma greve dura e que dura! Ainda bem. E, se o meu apoio, vale alguma coisa, aqui o expresso, sem subterfúgios ou meias palavras.

  Há porém algumas perplexidades da minha parte e que me desgostam e angustiam. Explico:

1.      Por onde andam os pais cujos filhos frequentam o ensino estatal e de que não se vê associarem-se a esta luta dos agentes de instrução da sua prole? Como podem os docentes realizar bem, eficazmente e com entusiasmo o seu labor essencial para o desenvolvimento dos seus filhos? Preocupa-me vê-los silenciosos. Não os vejo na rua a lutar com aqueles que só pedem que se faça justiça. Onde se esconderam os pais? Não quero crer que se acobardaram!...

2.      Por anda a luta dos Professores que são obrigados a ideologizar as suas aulas com base numa chamada “ Teoria do Género”, profundamente acientífica ( ou anti-científica?) e destrutiva da nossa Cultura? Não os vejo manifestarem-se contra a dita “ linguagem inclusiva” que atropela soezmente a nossa gramática e o bom senso quando se impõe uma novilíngua que cria palavras “non sense” como, por exemplo:  alunos,  alunas e alunes ? Como se podem calar e não manifestar com veemência contra as “ casa de banho” inclusivas em escolas que recebem crianças e jovens adolescentes? Como podem os Professores, por exemplo, de Biologia que sabem que a espécie humana Homo sapiens – é gonocórica (agora diz-se em jargão da moda binária) ensinarem com verdade e honestidade que o sexo está predeterminado desde o primeiro momento da existência pela diferença cromossómica que jamais poderá ser apagada e ignorar esta verdade para “ lavarem o cérebro” dos seus alunos com a variedade esquizofrénica de géneros?

3.      Como é que se pode admitir que agentes de Forças de Segurança vão às escolas deste país falar sobre inclusão e defenderem que o menino que têm à sua frente pode não ser menino mas menina e ao contrário, uma menina pode ser menino, mudança que é a gosto do momento das pobres crianças? Que fazem os professores que são obrigados a dar o seu tempo lectivo a estas alarvidades  que  agentes de autoridade que se deveriam exclusivamente dedicar à segurança das crianças e jovens, Professores e aos outros trabalhadores escolares que, não raramente são agredidos com violência física e psicológica por pais agressivos  ou outros energúmenos que invadem o espaço escolar ou peri-escolar?

   Sim, os Professores têm toda a razão em fazer greves para despertar os governantes que se vão governando para as injustiças de que são vítimas. Sim, têm toda a razão! Mas a sua luta terá de continuar alargando o “ desenho” da sua luta.

   Os Professores terão, também, de lutar contra si próprios quando no exercício da sua nobilíssima profissão não sabem ocupar o seu lugar como docentes e autoridade e não como camaradas e amigos “ porreiraços” dos seus alunos que não são!

  Assim, entendo que a luta dos Professores é justa mas incompleta! A sua dignidade se passa pela luta por salários justos e devidamente adequados à sua profissão e vocação, tem que ir mais longe. Muito mais longe.

   A luta destes profissionais terá de ser contra os agentes e condições exógenas mas demolidoras da sua dignidade mas, obrigatoriamente, também tem de incluir a luta dos motivos endógenos que deixam transparecer o que nunca devia ver-se num Docente que assume a enorme importância do exercício da sua vocação: colaborar com os pais na educação das crianças e jovens de modo a que estes sejam sempre cidadãos cultos, responsáveis, trabalhadores  honestos, criativos e livres.

  Quando tomo conhecimento directo por parte de Professores da exploração inqualificável a que estão submetidos e a agentes de uma ideologia, a Teoria do Género e do Pensamento Woke, assalta-me uma revolta brutal! Revolta contra os políticos que elegemos para nos representar e não representarem-se, desrespeitando-nos, imporem a ideologia das suas preferências, como se vivêssemos num Estado totalitário.

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Mas afinal o que é a MSM?

De uma vez por todas, quem somos?

  1. Em primeiro lugar somos Leigos, e escrevemos essa palavra com L maiúsculo. Significa que pretendemos crescer na nossa natureza de batizados, participando do sacerdócio eterno de Cristo, da Sua condição de Profeta e da Sua realeza eterna. Significa que não aceitamos ser "clericalizados" como se toda a dignidade estivesse reservada às cadeiras do santuário. Nós, pelo contrário, ocupamos orgulhosamente os bancos da nave. Significa que contamos com os Sacerdotes para nos beneficiarem com os Milagres do Perdão e da Redenção; e que eles podem contar connosco para fazer, na terra, a vontade dO Pai. 
  2. Em segundo lugar, somos Leigos Consagrados. E isto é em si mesmo uma redundância, pois o próprio S. Louis de Montfort nos ensina que a única consagração necessária é a do Batismo e todas as consagrações posteriores não são senão suplementos mistagógicos com vista a viver mais verdadeiramente esse mesmo batismo.
    Então porque é que São Luís propõe uma consagração a Nossa Senhora? E porque é que nós a praticamos? Porque (também ele nos explica) apesar de o Batismo já nos trazer a suma dignidade que o homem pode alcançar, esta consagração consciencializa-nos dessa mesma dignidade e facilita que vivamos de acordo com ela.
  3. Certamente poderíamos ser leigos que vivem autonomamente essa Consagração a Nossa Senhora. No entanto, conscientes da nossa fraqueza e da nossa inclinação para o pecado, desejamos viver essa consagração em comunidade e por isso formamos uma família espiritual: uma Milícia.
  4. A escolha de uma palavra com uma conotação tão bélica não acontece por acaso. Somos Milícia porque somos violentos. A ao que se dirige essa violência? Antes de tudo, ao mal que existe dentro de nós e depois aos frutos da mentira. Como também somos um apostolado laical vocacionado ao reinado social de Cristo, somos chamados à violência contra a mentira na sociedade.
  5. Por fim, uma pequena minoria de entre nós são escolhidos pelo bispo diocesano para serem instituídos cavaleiros: isto é, leigos que se comprometem a ser braços do seu pároco e do seu bispo para os servir nas matérias não-espirituais, tais como os assuntos sociais, culturais, económicos ou científicos. Para isso, apoiam-se numa vivência da espiritualidade cisterciense adaptada à vida secular.
Que conclusão pode ser tirada desta apresentação? Que os irmãos da MSM estão ao serviço de todos.
 
P.S.: Somos uma família espiritual composta por indivíduos apaixonados e totalmente entregues às suas respetivas famílias biológicas. Encontramos entre nós apoio e conforto nas nossas alegrias, esperanças, tristezas e angústias do quotidiano.

BURKINA FASO

                                                            BURKINA FASO:

 “50 por cento do país está ocupado pelos terroristas”, denuncia o Bispo de Dori à Fundação AIS

Depois de uma violência crescente no Burkina Faso, especialmente desde 2015, o ano de 2023 começou com um péssimo auspício com o assassinato, a tiro, dia 2 de janeiro, de um sacerdote, o padre Jacques Yaro Zerbo, de 67 anos. A morte deste sacerdote veio acentuar o clima de medo e instabilidade que se vive neste país africano, palco constante de ataques e de violência por parte de grupos terroristas.
D. Laurent Dabiré, Bispo de Dori e Presidente da Conferência Episcopal de Burkina Faso e Níger, diz, em declarações à Fundação AIS, que “a população está exausta e muitos lamentam a perda de familiares”. E acrescenta: “Aldeias inteiras foram destruídas e isso contribui para quebrar o espírito do povo.” Apesar das constantes notícias de ataques contra aldeias, é difícil ter-se uma percepção correcta da dimensão da violência perpetrada por grupos armados jhadistas.
O Bispo afirma, em declarações recolhidas por Amélie Berthelin , que “50% do país está ocupado e controlado por eles”. E não é difícil perceber-se a ideologia que os move. “Se alguns grupos declararam explicitamente as suas intenções, com outros bastam as suas denominações, como é o caso do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos, para se entender que pretendem explicitamente impor o Islão a todo o país, mesmo através do uso de terrorismo”, diz
Trata-se de uma ameaça global, que atinge os cristãos, mas não só. “Os terroristas querem erradicar esta sociedade livre a todos aqueles que não professam o seu próprio tipo de islamismo, incluindo os muçulmanos, o que significa que o terrorismo visa agora a sociedade como um todo”, explica o Bispo de Dori.
Consequências terríveis
O fenómeno terrorista tem tido um impacto dramático na vida das pessoas mas também da própria Igreja. “As consequências desta onda de violência perversa nos últimos sete anos foram terríveis. Do ponto de vista pastoral, não podemos mais nos movimentar como dantes. O nosso alcance é muito menor, porque os terroristas ocupam dois terços do território do Sahel. Praticamente apenas as capitais provinciais permanecem” livres.
D. Laurent Dabiré dá o exemplo da sua própria diocese. “Dori tem seis paróquias, três foram encerradas e estivemos perto de fechar uma outra neste Verão”, diz, reconhecendo que uma outra paróquia está “bloqueada”. O fecho da actvidade das paróquias é decidido muitas vezes pelos próprios fiéis que, sabendo da presença dos terroristas, “pedem que os seus padres sejam encaminhados para lugares mais seguros”.
A violência terrorista provocou também um aumento assinalável de deslocados internos, pessoas que se viram forçadas a abandonar as suas casas e aldeias partindo para outros lugares mais seguros. E a Igreja passou também a considerar isso no seu próprio trabalho pastoral. Afinal, há já cerca de dois milhões de deslocados. “Este é um momento difícil, mas veio também algumas graças nesta situação”, diz o Bispo.
“Estamos unidos. A rádio tem sido uma grande ajuda para chegar aos deslocados, e quando as comunicações são tortalmente cortadas, tentamos usar os comboios humanitários e militares para enviar mensagens escritas, curtas, aos que estão isolados, dando-lhes informações e tentando saber o que eles estão a fazer. Ocasionalmente – acrescenta ainda o prelado – conseguimos levar comida e suprimentos para as áreas isoladas através destes combios militares. Adaptamo-nos à situação da melhor maneira possível”, diz ainda o Bispo D. Laurent Dabiré.

PA| Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Pode ser uma imagem de 8 pessoas, pessoas em pé, ao ar livre e texto que diz "ACN"

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

SILERE NON POSSUM - 21

 

“Possa o seu sacrifício ser um apelo ao respeito e ao amor a todos. Eram filhos desta terra e permanecem nos nossos corações”.                                          

 

 

 

                                          




                SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

   Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

                 

                          Carta aos meus amigos – nº 21

                           

                         

                               BRAGA , 19- Janeiro- 2023

 

 

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PAX                                                                                     

                                   

 

                          A família Ulma

 

 

 

  Em Markova, uma aldeia da Polónia, condado de County de Lancut, distrito de Rzeszow, viveu uma família, a família Ulma: Pai – Jósef Ulma, Mãe – Viktoria Niemcczk e seus sete filhos ( um deles ainda no ventre materno) – dos seis nascidos, o mais velho com oito anos e o sexto de ano e meio, Stanislawa, Barbara, Wladyslawa, Franciszka, Maria, e Antoni . Esta família vivia da agricultura e da apicultura. Católicos militantes. O pai, Josef, era um membro activo do Círculo da Juventude Católica da aldeia.

  Tudo corria bem na pobreza da sua vida e na riqueza militantemente activa da sua Fé, com os seus filhos, crianças de tenra idade.

   A Polónia vivia esmagada pelas tropas e espiões nazis. Markova não era excepção. Como não era excepção, muitos católicos davam guarida a judeus escorraçados pela malvadez e crueldade de uma das ideologias profundamente  diabólicas que surgiram no século XX, o nazismo.

  Os Ulma, como bons católicos, coerentes com a sua Fé, deram refúgio a 8 judeus perseguidos. Esconderam-nos e alimentaram-nos o melhor que podiam sabendo os riscos que corriam. Porém, um dia, o dia 24 de Março de 1944, por informação de um vil espião, tropas nazis invadiram a casa dos Ulma, e descobrindo os 8 judeus, mataram-nos com um tiro na nuca. Josef e Viktoria, de imediato, foram igualmente assassinados. Assim, com rapidez, 3 Ulma foram eliminados: o pai, Josef, a Mãe – Viktoria e o bebé que tinha direito à vida. Perante o choro e gritos dos seus seis filhos apavorados, estes foram , também, assassinados. Este “ espectáculo” macabro e brutal, foi observado pela população de Markova, obrigada a assistir a tão horrendo massacre devidamente admoestados para não imitarem os Ulma pois o seu destino seria o mesmo.

   Esta família vai ser beatificada por ódio à Fé pois foi por Caridade  e de grande coerência com a sua Fé, que acolheram os 8 judeus que deram origem a 9 mártires da Fé. Creio que será a primeira vez que um não nascido será beatificado pois também ele, um ser humano não nascido, foi vítima do ódio, mesmo que, formalmente não tenha sido baptizado mas que o teria sido. Este bebé teve aquilo a que chamarei Baptismo de sangue. Tal como os “ Santos Inocentes” massacrados a mando de Herodes.

  Os futuros Beatos Ulma serão 9!

   Esta família, graças à sua imolação na defesa de não cristãos, mas Pessoas perseguidas vilmente, pela sua raça, em 13 de Setembro de 1955 passou a integrar a lista designada como “ JUSTOS ENTRE AS NAÇÕES  no  MEMORIAL DO HOLOCAUSTO” e em 2003 a Igreja abriu o processo para a sua canonização que irá acontecer brevemente pois já foi avalizada pelo Papa em Dezembro de 2022.

  “POSSA O SEU SACRIFÍCIO SER UM APELO AO RESPEITO E AO AMOR. ERAM FILHOS DESTA TERRA E PERMANECEM NOS NOSSOS CORAÇÕES”. Esta é a frase que foi gravada em Markova em memória desta família.

   Esta beatificação , a mim, sensibiliza-me muito. Na realidade, para salvar oito judeus, uma família , que sabia os riscos que corria, foi massacrada e, um dos filhos, o que ainda não tinha nascido, mas que recebeu o “ Baptismo de sangue” e , assim, massacrado dentro do útero materno, ao lado do seu Pai e irmãos. Lembro, a propósito deste bebé por nascer, todas as crianças assassinadas por aborto no nosso país e em todo o mundo, que, tenho a certeza, estarão no céu “ ao lado” dos mártires com o “ Baptismo de sangue”, a rezar pela suas Mães e todos os cúmplices no seu assassínio: pai, médicos, enfermeiros, legisladores, patrocinadores do aborto, curiosas e por todos os que directa ou indirectamente foram coniventes na sua morte.

  Como deveria ser divulgado o exemplo martirial desta família polaca, os Ulma, nestes tempos de assassínio em massa de nascituros! E tempos de egoísmo. De individualismo desenfreado também. Pergunto-me se hoje, haveria famílias “ Ulma” para dar a vida por outras pessoas perseguidas… e nas circunstâncias em que aquela família mártir estava com crianças pequenas e outra para nascer…

  

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Silere nº 20

 

                                           SILERE NON POSSUM

            (Não me posso calar – Sto Agostinho)

   Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

                 

                          Carta aos meus amigos – nº 20

                           

                         

                               BRAGA , 12- Janeiro- 2023

 

 

 

 

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PAX                                                                                     

                                   

«Para que o mal triunfe, só é preciso que os homens bons não façam nada» ( Edmund Burke, político irlandês ) 

 

 

   Todos os meus amigos e outras pessoas que se dão ao trabalho de me ler não concordando comigo, o que é saudável, sabem que não costumo dizer /escrever as minhas palavras usando sentido “ cinzento”. Sou, e espero morrer assim, de causas. E esforço-me por ser claro. Costumo definir-me como um “ interventor social” e reconheço que o sou há muitas, muitas décadas. E que causas abracei e abraço com firmeza e de onde não tenciono sair?

   Tenho para mim que, entre outras, há causas pelas quais merece dar a vida, são os PRINCÍPIOS INEGOCIÁVEIS:

1.       Defesa da vida humana , da concepção até à morte natural – logicamente dos direitos humanos dos quais o primeiro, fundamental e estruturante da sociedade, é o DIREITO À VIDA.

2.        Defesa da Família como ela foi sempre constituída: Homem+ Mulher ( + filhos), unidos livre e responsavelmente, “ colados” pelo Amor ( Ágape), ( com “ cola” que não coarcta a liberdade individual) e em que se prezam e amam os ascendentes e descendentes, como uma árvore que possui imensas raízes, um tronco e muitos ramos abertos ao futuro;

3.       Defesa da liberdade de os pais educarem os seus filhos de acordo com os seus valores, sem peias impostas por Estados totalitários. Tal comporta a liberdade de escolha do projecto educativo que só a liberdade de escolha de escola que melhor corresponda a àquele paradigma, em igualdade total de acesso, sem discriminação entre pobres e ricos ou entre pais mais ou menos cultos ou pais crentes ou descrentes. O Estado não é proprietário das crianças e jovens. Nem os Pais, mas é a estes e só a  estes que compete serem os educadores dos filhos por direito natural e não pelo Estado imbuído por qualquer ideologia mais em moda ( comunista, fascista ou woke, o último totalitarismo a aparecer).

4.       A defesa intransigente da liberdade de pensar e de exprimir como se entender o pensamento de cada um desde que não se atropelem os direitos fundamentais no convívio comunitário. Logo todo o “ cancelamento” ao exercício de liberdade de expressão são altamente condenáveis e lesivos da dignidade humana. E com esta teoria , que avança todos os dias, perante a complacência de todos os cidadãos livres e, mais grave, com o silêncio promotor de quem detém o poder ( económico, espiritual, político, etc.) .

   A nossa situação nestes pontos que acabei de referir é dramática e põe em jogo o futuro .Vejamos, caros Amigos-leitores:

1.          Liberalizou-se o aborto como um processo capciosamente chamado de “ saúde sexual e reprodutiva”, quando se trata, de forma indubitável, de um assassínio de um ser humano absolutamente indefeso, independentemente do estadio do seu desenvolvimento intra-uterino. Onde está a defesa dos Direitos Humanos numa sociedade hedonista que não respeita os mais frágeis entre os frágeis? Frágeis entre os frágeis atirados para o lixo dos hospitais! Podemos ficar calados? Podemos ficar indiferentes a este genocídio generalizado? Que sociedade é esta? Que futuro vai ter quando elimina, descarta para o lixo, os mais débeis e indefesos?...

        E ainda nos falam em “ Inverno demográfico” aqueles que o promovem desenfreadamente! E se não basta-se a agressão contra os nascituros, agora, implementam-se todas as medidas para matar a pedido com insistência em legalizar a eutanásia, que é o  ápice do ataque à vida humana fragilizada!

2.       Se a Família é a base de toda a sociedade, desde sempre, e desde sempre baseada na relação entre masculino – o homem – e o feminino – a mulher, esta sociedade em que vivemos impõe-nos outras “ família-visões”  ( neologismo!) que não passam da deificação do erotismo estéril e do escárnio e perseguição de quem ousa defender o que nos ensina a Biologia sobre a natureza do Homo sapiens , em nome daquilo que chamam de progresso societal que luta contra o que chamam de sociedade “ machista”, “ patriarcal”, “ sexista” e outras designações insultuosas. Uma Teoria do Género, construção social baseada em emoções e adulterando os dados da Biologia, vai-se impondo perante a nossa indiferença ou, o que é pior, o nosso entendimento como uma “ brincadeira” de extremistas e fanáticos demolidores da própria Pessoa Humana que levanta sorrisos idiotas por parte de quem deveria ter  um raciocínio minimamente esclarecido. Tristes tempos. Na realidade, a indiferença de quem tem a obrigação de agir combatendo o erro, faz progredir o Mal tanto mais quanto maior for a indiferença daqueles!

3.       Outro campo onde se ataca a sociedade onde ainda nos deixam viver, é o ataque ditatorial, nazi-facista- comunista contra a liberdade de educar por parte dos pais. Não vivemos num Estado plural e promotor da Liberdade mas num Estado que se arroga um direito que não tem, o  de ser ele o “ Grande Educador do Povo”, à semelhança dos maiores tiranos do século XX: Hitler, Estaline e seus seguidores na URSS e em muitas outras realidades nacionais ou Mao Tsé Tung na China e onde ainda hoje vigora o seu pensamento no concernente à liberdade de educar. Como é possível, num Estado que se designa como democrático, ser o Estado a determinar, contra a sua Constituição, a planificação do ensino em Portugal? Os pais que optem por outros paradigmas educativos, que é seu direito, terão de pagar o ensino do Estado que não usam e o Privado que têm o direito de usar, ver-se-ão penalizados e descriminados, contrariando o pluralismo que se imporia respeitar e promover a bem da Liberdade. Ou até perseguidos em tribunal por defenderem os seus direitos de pais como os primeiros, principais e insubstituíveis educadores dos seus filhos. Infelizmente, por causa da nossa inércia e indiferença, esta mundivisão da Pessoa Humana, vai progredindo a passos acelerados. O futuro, que são as crianças e jovens, está ameaçada pois aqueles estão a ser educados pelo Estado prepotente, totalitário e modelador do pensamento e agir das crianças e jovens, por decisores políticos autocratas. Como escreveu S. João Paulo II Magno, na Exortação Apostólica “ Familiaris consortio”, de 23 de Novembro de 1983, documento que , mais do que nunca, não  perdeu o seu interesse, actualidade  e o vigor:

«… o Estado não pode nem deve subtrair às famílias tarefas que elas podem desenvolver perfeitamente sós ou livremente associadas, mas deve positivamente favorecer e quanto possível solicitar a sua iniciativa responsável.» ( F.c. nº 45). É o princípio da subsidiariedade que está em jogo e… ameaçado ou, mesmo, atacado. O Estado, qual salteador, roubou às famílias aquele que é o seu direito/dever primordial: o de poderem escolher o tipo de educação a dar aos filhos de acordo com os seus valores espirituais ou culturais.

   De facto, «Para que o mal triunfe, só é preciso que os homens bons não façam nada». É esta a bem triste realidade que nos circunda e abafa destruindo a malha que tece a Família por desleixo e incúria dos cidadãos e das famílias. O silêncio nestes casos como noutros é um cúmplice criminoso. Bem como a passividade ou o desinteresse em lutar por estas causas estruturantes de uma sociedade livre põe em risco a Liberdade.

 

SILERE NON POSSUM!

 

 

Carlos Aguiar Gomes, Braga ,12.Janeiro.2023

                

SILERE nº 19

 

     


                     


                                     “Jesus, ich liebe dich”

                 ( « Jesus, amo-Te»  - últimas palavras de Bento XVI)

 

 

                    SILERE NON POSSUM

           (Não me posso calar – Sto Agostinho)

   Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

                 

                    Carta aos meus amigos – nº 19

                          

                            BRAGA –  5 de JANEIRO de 2023

 

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PAX

 

 

« Requiem aeternam dona ei Domine. Et lux perpetua luceat ei.
                             
Requiescat in pace.»

 

 

   É sepultado hoje, dia 5 de Janeiro de 2023, Sua Santidade o Papa Bento XVI, um Papa Sábio entre os sábios do mais alto gabarito. O Papa humilde que tudo reservava para marcar que, para Deus, tudo era pouco. As exterioridades  que usava, sobretudo quando  celebrava  os sacramentos e os gestos que marcavam estes, eram sinais que celebrava para Deus e que para Este tudo era pouco e que a arte deveria estar ao serviço de Deus nessas celebrações. Estas  deveriam ser feitas com a máxima reverência e amor. Quem o via celebrar a Santa Missa notava que ali o homem desaparecia para se mostrar como o sacerdote voltado para Deus a Quem oferecia o mais belo, harmonioso e rico. O esplendor das suas celebrações era para nos mostrar e conduzir para o Belo supremo, Deus. Bento XVI fazia-nos esquecer o Joseph Ratzinger e a sua presença remetia-nos para o Sacerdote que oferece a Deus o sacrifício supremo, a Santa Missa. Por isso, os paramentos eram belos, os cânticos belíssimos, nos seus gestos transparecia o que realizava.

   Bento XVI ficará na história da Igreja como um Doutor entre os Doutores e já chegou o momento de termos mais um Doutor da Igreja. A sua obra imensa que nos legou assim o exige! Exige-o a obra do teólogo Ratzinger e a do Papa Bento XVI. Espero que não demore a sua proclamação como Doutor da Igreja, sabendo que os seus detractores tudo farão  para o fazer esquecer rapidamente enquanto, agora, derramam “ lágrimas de crocodilo”, hipócritas entre os hipócritas. Como são hipócritas entre os mais vis hipócritas todos os que, enquanto Papa lhe desobedeciam descaradamente, abertamente e sem qualquer tipo de pejo e agora fazem o seu elogio! Hipócritas!

  Bento XVI ficará, igualmente, na história da Igreja pela sua grande humildade que os seus detractores interpretavam como arrogância e vaidade! Vejamos como ele aceitou em silêncio as ofensas que lhe fizeram, por exemplo, quando publicou o Motu Proprio « Sumorum Pontificum» e  quando este foi “ anulado” ou cerceada ferozmente a sua aplicação contra tudo, em nome da paz litúrgica, que Bento XVI tinha disposto!

  O seu testamento espiritual, já publicado e que aqui deixo, é bem o testemunho de que Bento XVI foi um “ um humilde trabalhador da vinha do Senhor”. Transcrevo o referido testamento, espelho da alma deste grande Pontífice, sublinhando as passagens que mais me tocaram.

   «29 de agosto de 2006

Meu testamento espiritual

Se nesta hora tardia de minha vida olho para trás, para os decênios que percorri, a primeira coisa que vejo é quantas razões tenho de agradecer. Agradeço antes de qualquer outro ao próprio Deus, o dispensador de todo dom bom, que me deu a vida e me guiou através de vários momentos de confusão, reerguendo-me sempre todas as vezes em que começava a escorregar e dando-me sempre de novo a luz de sua face. Retrospectivamente vejo e entendo que mesmo os trechos escuros e cansativos desse caminho foram para a minha salvação e que exatamente nesses Ele me guiou bem.

Agradeço a meus pais que me deram a vida em tempos difíceis e que, ao custo de grandes sacrifícios, com seu amor, me prepararam uma moradia magnífica que, como luz clara, ilumina meus dias até hoje. A fé clarividente de meu pai ensinou a nós, os irmãos, a acreditar e serviu de guia em meio a todo o meu conhecimento científico; a devoção sincera e a grande bondade de minha mãe representam uma herança pela qual não posso agradecer o suficiente. Minha irmã tem- me servido desinteressadamente e com preocupação por décadas; meu irmão, com a lucidez de seus juízos, sua vigorosa resolução e serenidade de coração, sempre aplainou o meu caminho; sem aquela sua precedência e acompanhamento contínuos não poderia ter encontrado o caminho certo.

De coração agradeço a Deus pelos tantos amigos, homens e mulheres, que Ele sempre pôs ao meu lado; pelos colaboradores em todas as etapas do meu caminho; pelos mestres e alunos que Ele me deu. Confio-os todos, agradecido, à Sua bondade. E quero agradecer o Senhor pela minha bela terra nos pré-alpes bávaros, na qual sempre vi transparecer o esplendor do próprio Criador. Agradeço ao povo da minha terra porque neles sempre pude experimentar de novo a beleza da fé. Rogo para que a nossa terra permaneça uma terra de fé e peço a vós, caros compatriotas: não vos deixeis desviar da fé. E finalmente agradeço a Deus por tudo de belo que pude experimentar em todas as etapas do meu caminho especialmente, porém, em Roma e na Itália que se tornou minha segunda pátria.

A todos aqueles a quem de algum modo tenha feito mal, peço perdão de coração.

Aquilo que antes disse aos meus compatriotas, digo agora a todos aqueles que na Igreja foram confiados a meu serviço: permanecei firmes na fé! Não vos deixeis confundir! Frequentemente parece que a ciência _as ciências naturais, por um lado e a pesquisa histórica (em particular a exegese da Sagrada Escritura) de outro_ são capazes de oferecer resultados incontestáveis em contraste com a fé católica. Vivi as transformações das ciências naturais de há longo tempo e pude constatar como, ao contrário, desapareceram as certezas contra a fé, demonstrando ser não ciência, mas interpretações filosóficas apenas aparentemente derivadas da ciência; assim como, por outro lado, é no diálogo com as ciências naturais que também a fé aprendeu a compreender melhor o limite do alcance de suas afirmações e, portanto, de sua especificidade.  

São já sessenta anos que acompanho o caminho da teologia em particular das ciências bíblicas, e com o suceder-se das diversas gerações vi ruir teses que pareciam indestrutíveis, demonstrando ser simples hipóteses: a geração liberal (Harnack, Jülicher etc), a geração existencialista (Bultmann etc.), a geração marxista. Vi e vejo como do emaranhado das hipóteses emergiu e emerge novamente a razoabilidade da fé. Jesus Cristo é verdadeiramente o caminho, a verdade e a vida _ e a Igreja, com todas as suas insuficiências, é verdadeiramente Seu corpo.

Enfim, peço humildemente: rezai por mim, para que o Senhor, não obstante todos os meus pecados e insuficiências, me acolha na morada eterna. A todos aqueles que me estão confiados, dia a dia vai de coração minha oração.

Benedictus PP XVI»

 

   Sim, Santo Padre, rezaremos por Si e peço-lhe que reze por nós nestes tempos de confusão que nos podem enfraquecer a Fé, a Esperança e a Caridade. Peço-lhe, Santo Padre, que junto de Deus, onde já está, tudo o que nos legou nos aumente a Fé, revigore a Esperança e fortaleça a Caridade.

   Caros Amigos-leitores, sinto que com  a partida de Bento XVI ficamos mais pobres mas ele deixou-nos instrumentos para não nos deixarmos abater e desmoralizar. Se não conseguirmos ler e estudar toda a sua imensa obra, ao menos, peguemos, por exemplo, na sua Carta Encíclica « DEUS CARITAS EST», de 25 de Dezembro de 2005, um dos mais belos textos sobre o Amor a que deveremos aceder para nosso alimento espiritual ou a Exortação Apostólica Pós Sinodal « Sacramento da Caridade» de 22 de Fevereiro de 2007.

   Bento XVI foi, é e vai continuar a ser luz de Cristo neste mundo de trevas que cada vez mais escurece, uma lucerna que não se apaga no meio da escuridão!

  Bento XVI, Doutor da Igreja, « subito»!

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 5.Janeiro.2023

 

P.S.

 

Desejo aos meus Amigos-leitores um ano novo pleno de tudo o que for BEM, BELO e BOM.

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