quinta-feira, 30 de março de 2023

SILERE 31

 


 

                  SILERE NON POSSUM

           (Não me posso calar – Sto Agostinho)

  Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

              

 

                  Carta aos meus amigos – nº 31            

                           

                        BRAGA , 30 -  Março - 2023

 

 

 

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PAX

 

             JÉRÔME LEJEUNE : Um Homem para a eternidade !

 

 

 

   Muitos dos meus Amigos-leitores conhecem, tenho a certeza, um dos maiores vultos do século XX na área da Genética: Jérôme Lejeune que foi um expoente máximo do seu tempo na área que lhe era particularmente querida.

   A Genética e o Amor aos doentes que a ele recorriam no sofrimento de doenças de origem cromossómica, nomeadamente aos que sofriam de Trissomia 21, o Professor Lejeune  marcou-lhes indelevelmente a sua existência. Todos, colegas de trabalho, alunos ou doentes que tiveram o privilégio de com ele conviver foram marcados por esse amor aos doentes e à Ciência que sempre colocou ao serviço dos mesmos.

   Jérôme Lejeune, o Professor Lejeune como era conhecido em todo o mundo da Ciência, foi um génio. A ele se deve a descoberta da causa da Trissomia 21. A primeira vez que o mundo da citogenética verificou que os doentes, até aí chamados de mongoloides, eram portadores de um erro cromossómico no par 21 que tinha um cromossoma a mais no par cromossómico autossómico 21. A partir desta grande descoberta feita por Lejeune, o mundo da Genética humana nunca mais seria o mesmo, para o bem e para o mal.

  A grande preocupação do Prof. Lejeune foi sempre durante toda a sua vida de grande investigador e de médico era a de encontrar a cura dos portadores desta trissomia. Lutou por todo o mundo, sempre nesta perspectiva: curar os doentes. Ficou muito perturbado quando constatou que a sua descoberta tinha aberto ainda mais as portas ao aborto, que elimina o doente, matando-o.

  Este gigante da Genética tornou-se uma referência mundial. Recebeu imensos  prémios, convidado para inúmeras Academias de Ciências  desde a Academia Pontifícia de Ciências passando pela Academia Real da Suécia, entre outras, e foi convidado a fazer conferências nas mais prestigiadas Universidades do mundo. Dos Estados Unidos da América à extinta URSS. Do Japão à Nova Zelândia. Da Austrália ao Japão ou Uruguai. Lejeune era estimado pelos maiores cientistas do seu tempo e ocupou, em França, as mais altas funções a nível científico e recebeu de vários países as mais altas distinções. A Santa Sé incumbiu-o de múltiplas missões científicas e diplomáticas.

   No ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA, 1994, no dia de Páscoa, 3 de Abril, entregou a sua alma ao Criador, vítima de um cancro dos pulmões.

   Jérôme Lejeune nasceu em 13 de Junho  ( gosto imenso da coincidência de eu ter nascido num dia 13 de Junho!) de 1926 perto de Paris. E foi nesta cidade que sempre viveu , estudou e investigou. Foi na “cidade luz” que este grande Mestre da Genética descobriu e explicou, como já referi, a causa da Trissomia 21 a que muitos dos seus colegas quiseram que se passasse a chamar de síndrome Lejeune, o que sempre recusou.

    Em 1957 foi nomeado perito da ONU  para os efeitos das radiações atómicas e neste âmbito deve destacar-se a missão diplomática de que foi incumbido pela Santa Sé, em 1981, para ir a Moscovo sensibilizar os mais altos dirigentes da URSS para os perigos de uma guerra atómica. Nesta importantíssima missão teve um encontro particular com o Secretário do Partido Comunista da URSS, Lenidas Brejenev.

   Na sua extensa biografia destaca-se o ter sido o primeiro Professor da primeira Cadeira de Genética Fundamental da Faculdade de Medicina de Paris e de em 1965 se ter tornado Chefe da Unidade de Citogenética do Hospital Necker “ Enfants Malades”.

  

   Lejeune, em toda na sua vida de cientista, nunca recuou face ao «politicamente correcto». Foi sempre ele mesmo: um cientista católico e um católico cientista. E por causa desta opção coerente de vida, em defesa incondicional da VIDA HUMANA, perdeu um Nobel que lhe  iria ser atribuído pela sua grande descoberta na área da Genética. Por isso, um dos seus mais ilustre admiradores, S. João Paulo II, Magno, o encarregou em 1993 de trabalhar nos estatutos da Academia Pontifícia para a Vida e o nomeou seu primeiro presidente ( Fevereiro de 1994, poucos meses antes de morrer) e numa das visitas que João Paulo II Magno fez a França, fez questão de, ao arrepio do protocolo, ir rezar junto do túmulo do « seu amigo, Jérôme Lejeune» como a este cientista se referia sempre.

   Em 2019, Aude Dugast, publicou uma sua notável biografia. O livro de Aude Dugast é « uma bela homenagem  a Jérôme Lejeune e esclarece também o que, hoje, se joga no domínio da bioética, cujas raízes são bem mais antigas.»

  A autora da citada recensão ( Adélaide Pouchol, 6 de Maio de 2019) diz, e muito bem, que este é um livro a colocar em todas as mãos». Lamento que este magnífico livro ainda não tenha sido traduzido para a nossa língua.

  Lejeune marca um período difícil da nossa época. É uma referência para todos os lutam por uma cultura da vida contra uma cultura dominante da morte

O livro que referi , da Editora ARTÈGE ( Paris), foi publicado em 1 de Abril de 2019. A Editora, a propósito desta figura ímpar do mundo Ciência refere : «Pioneiro da Genética moderna, encantado pela beleza de cada vida humana, o Professor Lejeune marcou a história assumindo a defesa dos sem voz. Seguindo a sua consciência de médico fiel ao juramento de Hipócrates e de cristão fiel ao seu baptismo, mostrou com brio como a Ciência e a Fé se engrandecem mutuamente. A sua história é a de um homem que permaneceu livre apesar dos honras recebidas no mundo inteiro depois dos ataques violentos de que foi objecto».

  O Papa Francisco, em 21 de Janeiro de 2021, declarou Venerável este extraordinário médico e cientista de renome internacional.

  Neste nosso tempo, que perdeu a memória dos grandes Homens, que devem ser referência  para todos nós, é bom recordar a figura ímpar deste Médico e Citogeneticista , Jérôme Lejeune.

  Dia 3 de Abril, data do seu falecimento, e sempre, deveríamos ter bem presente a estatura científica e moral deste vulto  para o ver, brevemente, nos altares e, sobretudo, tê-lo sempre bem presente no nosso agir quotidiano como modelo de coerência de vida.

  Talvez a maior homenagem que foi prestada até hoje ao Professor Lejeune, foi-o por um dos seus doentes, no dia do funeral, a 6 de Abril de 1994, na Catedral de Notre Dame por Bruno, um jovem com trissomia 21 e que tinha  sido acompanhado por Lejeune , que a meio das solenes exéquias presididas pela Cardeal Lustiger, Cardeal Arcebispo de Paris. Bruno, no silêncio orante de uma Catedral cheia de personalidades ilustres do meio político , religioso , académico e de uma imensa mole de cristãos e simples admiradores de Lejeune. Bruno grito em alta voz, no meio daquela multidão :

« Obrigado meu Prof. Lejeune por tudo o que fizeste pelo meu pai e pela minha mãe. A tua morte curou-me. Graças a ti tenho orgulho em mim» !

 

Carlos Aguiar Gomes

quinta-feira, 23 de março de 2023

SILERE 30

 


          Quem  não vê que esta árvore está podre por dentro?

                  

                   SILERE NON POSSUM

           (Não me posso calar – Sto Agostinho)

  Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

              

 

                  Carta aos meus amigos – nº 30            

                           

                        BRAGA , 23 -  Março - 2023

 

 

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PAX

 

 

« Não se opor ao erro é aprová-lo; não defender a verdade é negá-la» ( S. Tomás de Aquino)                                                       

 

«Em 1964, o físico Andrei Sakharov falou contra Lysenko na Assembleia Geral da Academia Russa de CiênciasEle é responsável pelo vergonhoso atraso da biologia soviética e da genética em particular, pela disseminação de visões pseudocientíficas, pelo aventureirismo, pela degradação do aprendizagem e pela difamação, disparo, prisão e até morte de muitos cientistas genuínos.»

 

   Quem tem a pachorra de me ler, sabe que já várias vezes me referi a Lysenko, um pseudocientista  soviético ao serviço da ideologia marxista na altura comandada por Estaline. A fraude descarada e um serviçal implacável da ideologia que pretendia ( e pretende) criar um homem novo. Lysenko baseava-se no lamarckismo já desacreditado mundialmente e substituído pelo darwinismo, ambas teorias da Evolução. Já sabemos no que deu: o seu descrédito e atraso da Genética na defunta URSS.

   Nunca a Ciência se pode enfeudar a Teorias e, muito menos, a ideologias por mais na moda que possam estar e mais “ intelectuais” que as suportam.

   Assistimos, em Portugal e em todo o Ocidente, à invasão agressiva de uma teoria, fabricada pela chamada “ engenharia social” que visa “ desconstruir” o Homem e “ criar” uma humanidade falsificada e que recusa as evidências da Ciência e se alicerça em pressupostos ideológicos. Estou a referir-me à TEORIA DO GÉNERO com o cortejo de disparates que arrasta, como a escrita inclusiva ou à proibição de se proclamar que a espécie humana é binária ou que uma mulher está grávida!

  Perante o desinteresse colectivo , em Portugal, muito poucos se têm manifestado contra esta fraude ensinada e imposta nas escolas de todos os níveis de ensino. Este silêncio é inexplicável e… cúmplice.

  Um grupo de cidadãos portugueses ( Nov.2021) fez uma recolha de assinaturas na chamada « Plataforma  Cidadã “ Maria da Fonte» sobre a LIBERDADE DE ENSINO que nenhum meio de comunicação social divulgou aplicando o “ cancelamento” do pensamento. Temos de nos mobilizar e mobilizarmos a comunidade para fazer frente aos novos ditadores travestidos de progresso e vanguarda quando o que pretendem é moldar as cabeças de acordo com o seu modelo disruptivo face à Natureza e à Ciência.

  Estou farto dos novos “ Lysenkos” e do “ lysenquismo” que invadiram, nomeadamente, o Ministério da Educação. Grito com todas as minhas forças: abaixo a colonização da nossa Cultura pela Teoria do Género e do Cancelamento!

 …Vi no “ Nascer do SOL” ( 8.I.22) que uma “ ASSOCIAÇÂO AVANÇA COM AÇÃO CONTRA IDEOLOGIA DO GÉNERO” por ofender e não respeitar a neutralidade que a Constituição impõe no que concerne à educação. Finalmente que uma notícia destas merece destaque a nível nacional. Na realidade, os fulanos que invocam a dita Constituição  “ a torto e a eito” para que se respeite tudo e mais alguma coisa , sobretudo quando alguém belisca os seus princípios ideológicos fascistas/ comunistas, são os mesmos que a não respeitam e impõem os seus critérios para lavar os cérebros das crianças, jovens e , no fim, a toda a população.

   A Ideologia do Género é uma teoria  sem fundamento que não seja ideológico e integra a chamada “ engenharia social” que procura fazer uma humanidade desuhumanisada ou transhumanisada. Uma Teoria não é uma Lei e nunca poderá ser imposta por Lei por mais votos que tenha a apoiá-la. Repito : Convém nunca esquecer que uma Teoria não é uma Lei.

  A Acção apresentada com Providência Cautelar é um passo pela Liberdade contra a usurpação do DIREITO FUNDAMENTAL HUMANO de serem os Pais e só estes ( salvo casos excepcionais) a escolher o tipo de educação a dar aos filhos. E os pais não podem nem devem andar distraídos com o que se passa nas escolas e com as Directivas/Guiões/ Sugestões/ Imposições elaborados pelos Gabinetes de um qualquer Ministério e, por maioria de razão, pelo da Educação e outros que estão a impor veladamente essa ideologia fabricada pela tal “ engenharia social” e que de engenharia nada tem.

   Como interventor Social desde há muitas décadas que tenho feito um combate (trata-se, afinal de uma guerra) sem tréguas por este direito dos pais de serem eles, com total liberdade e conhecimento, a escolher a escola e o tipo de educação que querem dar aos seus filhos.

   Não posso admitir um Estado Educador do Povo! Nem uma comunicação social que “ cancela” a liberdade de expressão! Nunca, mas nunca.

  Finalmente, esta luta tem já dimensão nacional. Deus queira que encontre eco e apoio nos mais interessados: os PAIS.

    Não me posso calar!

  Não me calarei enquanto estiver em meu juízo, pois “ não há machado que corte a raiz ao pensamento” nem rolha que deixe colocar na minha boca.

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes


segunda-feira, 20 de março de 2023

SILERE 29

 

                                   




                    Por uma Nicarágua livre!

 

 

                    SILERE NON POSSUM

           (Não me posso calar – Sto Agostinho)

  Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

              

 

                  Carta aos meus amigos – nº 29            

                           

                        BRAGA , 16 -  Março - 2023

 

 

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PAX

 

 

  Quando referimos a perseguição aos católicos no mundo, pensamos logo nos oaíses de predominância religiosa muçulmana. Se em muitos casos é verdade, noutros não é bem assim.

  Nunca falamos da perseguição aos cristãos na Europa, por exemplo, apesar dela existir em muitos das velhas democracias onde a ideologia do cancelamento impõe as sua regras violando os princípios da Liberdade Religiosa. E está a generalizar-se no chamado “ Velho continente” que cada vez mais está mais velho e decrépito.

  Nesta minha Carta de hoje, queria alertar os meus Amigos-leitores para o caso clamoroso da Nicarágua, onde uma ditadura comunista feroz persegue, sem dó nem piedade, os católicos. Não foi notícia dos grandes meios de comunicação ocidentais:

- a prisão por 26 anos e 4 meses do Bispo, Mons. Rodrigo Alvarez, por se recusar a abandonar o  seu país onde tem sido um defensor destemido da Liberdade;

- o encerramento de todas as Universidades católicas;

- a proibição de celebrar a Fé com procissões, sobretudo as da Quaresma e Páscoa, nos espaços exteriores aos templos;

- as celebrações religiosas serem “ fiscalizadas” por esbirros armados;

- a “ suspensão” , eufemismo para designar corte de relações diplomáticas entre a Santa Sé e a Nicarágua ;

- o encerramento de estações de rádio e de televisão católicas;

- a expulsão de várias congregações religiosas entre elas as Irmãs da Caridade, de Madre Teresa de Calcutá;

- retirada de personalidade jurídica e dissolução  da Caritas ;

- Proibição de as ONGs católicas receberem donativos o exterior. «Aun así, seguimos buscando formas de mortificación, el sacramento de la confesión, el rezo del vía crucis en nuestras casas, en las parroquias, la asistencia a la santa misa el domingo… Nos reunimos también en oración utilizando Zoom, WhatsApp o viendo predicaciones de YouTube o de Facebook; este pueblo sigue esperando en su Dios»,

Mas o povo nicaraguense responde com a sua inabalável fé face ao tirano que os “ governa”:

«Apesar de tudo, continuamos com formas de mortificação, com a confissão, a recitação da “ Via Sacra” nas nossas casas, nas paróquias,  assistência à Santa Missa ao Domingo… Reunimo-nos, igualmente, em oração  usando o Zoom, WhatsApp ou vendo pregações no Youtube ou no Facebook. Este povo continua esperando no seu Deus!...» .

Este povo não verga nem se atemoriza. Ajoelha!

Este povo não gasta tempo, que não volta para trás, a demolir a sua Fé. Ajoelha!

Este povo sofre e converte o sofrimento em oração. Ajoelha!

Este povo dá-nos o exemplo de suportar as afrontas, a perseguição e o ódio de tiranetes. Ajoelha!

 

Porquê este silêncio dos católicos de “ barriga cheia” e que se ocupam em demolir o nosso património doutrinal que Jesus nos deixou e a Tradição manteve e transmitiu como é o caso da Alemanha e dos seus seguidores com palcos abertos? Não prefere AJOELHAR considerando-se dono e senhor do património da Fé que não é seu e que não pode tocar.

  Com grande desencanto e apesar dele , NÃO ME POSSO CALAR! Assim Deus me ajude!

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes

 

sábado, 18 de março de 2023

SILERE 28

           



      VALHO MENOS DO QUE UM RATO?



                 SILERE NON POSSUM

             (Não me posso calar – Sto Agostinho)

  “Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” (Alexandre Soljenitsyne)

              

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 28            

                           

                        BRAGA , 9 -  Março - 2023

 

 

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PAX

 

« DEZOITO MESES DE PRISÃO POR MATAR UM RATO e entretanto facilita-se tudo para fazer um aborto!» ( Mons. Bernardito Auza, Núncio Apostólico em Espanha)

 

« … a sociedade precisa de crentes humildes que com valentia e firmeza  manifestem  as suas convicções, porque Deus merece que os Seus filhos O glorifiquem com gestos, palavras e obras …» ( Mons. Francisco Pérez, Arcebispo de Pamplona, Espanha, 5.Fev. 23)

 

   Vivemos uma sociedade que está em colapso há décadas e vai de mal a pior. Os exemplos não nos faltam. A crítica que fez recentemente o Núncio Apostólico em Espanha e com que abro esta minha Carta são bem uma triste prova do que acabei de escrever. Mons. Bernardito Auza referia-se à publicação das leis do “ Bem- estar animal» e da reforma da lei do Aborto que foram aprovadas neste mês em Espanha.

   A loucura generalizada que se apoderou de políticos um pouco por todo o lado  não tem limites! Mas, mais grave, os cidadãos eleitores ficam indiferentes e voltam a votar nos mesmos.

   Frequentemente, mas mesmo muito frequentemente, tenho a vontade de deixar «andar» pois tenho a sensação que já nada vale a pena fazer para contrariar  esta tendência suicida do Ocidente. Lembro-me que comecei a luta pela vida no início da década de 70 do século passado! Artigos, livros, conferências, debates, programas de rádio, oração…Servi-me de todos os meios ao meu alcance e com as minhas enormes limitações. Foi por causa desta luta que travei conhecimento com o Venerável Jérôme Lejeune!

  Assim, o cansaço atingiu-me. Sinto-me frustrado e quase tentado a escrever que … perdi o meu tempo. Contudo … a minha consciência impele-me a não parar contrariando a minha vontade de deixar a destruição acabar ( acabará algum dia?) o seu trabalho.

  Li a homilia do Arcebispo de Pamplona de que cito em exergo uma curta passagem. Porém, este Arcebispo corajoso e fiel ao ensinamento de sempre da Igreja, indo contra a corrente, ad intra e ad extra da Igreja ( a confusão instalou-se ao mais alto nível!) disse mais nesta referida homilia. Transcrevo algumas passagens, aquelas que me tocam mais:

1.      « Estar apegado às coisas da terra, às vezes paralisa-nos e impede-nos de ver muito mais alto. No momento actual manifestar que somos cristãos resulta- nos difícil e podem ridicularizar-nos.»

2.      « Não podemos cair na tentação da cobardia e muito menos pensar que o crente é um parasita da própria sociedade. Frequentemente querem-nos convencer de que é assim e tal não está certo.»

3.      « Sem Deus o homem perde a sua grandeza, sem Deus não existe o verdadeiro humanismo( Bento XVI).»

4.      « Na nossa época , a infracção da lei natural é frequentemente percepcionada como uma conquista do progresso ( C.S. Lewis). E isto é muito grave porque a natureza cobra-se sempre seja para o bem seja para o mal.»

Sim, de facto, não podemos cair na tentação da cobardia. De cobardes está o mundo cheio!

  Desde quando um rato ou outro animal qualquer vale mais do que um bebé por nascer? Não podemos calar esta inversão de valores nem deixar atacar a VIDA HUMANA, sobretudo a mais indefesa. É verdade que devemos respeitar todas as criaturas Não por elas próprias mas por respeito para com o Criador, Deus, mas colocando cada qual no seu lugar. Estamos a entrar numa sociedade de loucos em que um rato, um piolho ou um percevejo , criaturas que nos causam tantos danos, passam a ter mais protecção do que a Pessoa Humana! Que sociedade bovina é esta?

   Parafraseando o Arcebispo de Pamplona temos de nos armar com “valentia e firmeza manifestando  as   nossas convicções”, a tempo e a contra-tempo, para enfrentar a guerra que nos declaram ferozmente contra o Direito Natural e a Lei Divina!

   Podemos calar? Podemos ficar indiferentes como lorpas que não entendem ou não estão para se maçar face a esta guerra entre a Vida e a morte?.

   … Por mim não me posso calar apesar da fadiga e da exaustão a que me leva a repetição das minhas convicções mais profundas pela VIDA há tantas décadas!

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes- 

sexta-feira, 17 de março de 2023

Prière d’action de grâces après la communion

Ô bon et très doux Jésus!

Prosterné à genoux en votre présence, je Vous prie et Vous conjure avec toute la ferveur de mon âme de daigner graver dans mon cœur de vifs sentiments de foi, d’espérance et de charité, un vrai repentir de mes péchés et une volonté très ferme de m’en corriger, pendant que je considère et contemple en esprit vos cinq plaies, avec une grande affliction et une grande douleur, ayant devant les yeux ces paroles que déjà le prophète David mettait sur vos lèvres: « Ils ont percé mes mains et mes pieds, ils ont compté tous mes os. » (Ps. XXI)

 


 

terça-feira, 7 de março de 2023

Les obstacles à la Vie intérieure

Les obstacles à la Vie intérieure (1ère partie)

- Le péché

Le péché mortel tue la vie de la grâce en nous, en raison de l’offense à Dieu. Nous le savons bien. Et l’âme intérieure sait plus qu’aucune autre le prix de cette vie. Aussi fait-elle tout ce qui est en son pouvoir pour éviter de la perdre… ou pour la retrouver au plus vite s’il lui arrive de tomber.

Néanmoins, une tiédeur dans laquelle l’âme s’installe, celle des péchés véniels délibérés, est d’une certaine manière un obstacle plus redoutable à la vie intérieure.

Pourquoi ?

C’est que l’âme s’y enlise plus ou moins inconsciemment, sans toujours mesurer le poids de ces infidélités répétées. En effet, si ces péchés véniels sont volontairement entretenus, ils vont empêcher l’âme d’avancer. Péchés mignons sans importance ? Saint Jean de la Croix nous met en garde :

« Il est indifférent qu’un oiseau soit attaché d’un fil ténu ou gros, car si ténu soit ce fil, tant que l’oiseau ne l’aura pas rompu, il restera attaché et ne s’envolera pas : ainsi en sera-t-il de l’âme attachée à quelque chose, cette chose fût-elle minime. » (Propos de Lumière, n°161)

Demandons à Dieu la grâce de voir quel est notre défaut dominant, quel est le secret attachement qui nous retient dans notre don total à Dieu…

- L’amour-propre

L’orgueil est partout. Il corrompt toutes nos actions, même sous les plus nobles prétextes; la quête de la sainteté, l’exercice de la vertu, la prédication… Coupez une tête de cette hydre, il en repousse aussitôt d’autres avec plus de vigueur.

« C’est une chaîne qu’aucune lime n’entame », remarque sainte Thérèse d’Avila (Vie 31, 20)

N’y a-t-il donc aucun remède ? Nous avons déjà parlé de l’esprit d’enfance, qui est le meilleur antidote à l’orgueil. Voici en outre quelques conseils :

  • Accepter ses imperfections « et que les autres nous y surprennent ». (sainte Thérèse de l’Enfant-Jésus, Conseils et Souvenirs chap. II)
  • Accepter les épreuves par lesquelles Dieu va purifier en profondeur notre vanité, notre égocentrisme
  • Savoir rire de soi, ne pas se prendre trop au sérieux
  • Enfin, et c’est peut-être le meilleur moyen, offrir à Dieu notre pauvre orgueil, si ridicule en fin de compte

Relevons une forme particulière d’orgueil, qui guette ceux qui sont avides de Vie intérieure : l’orgueil spirituel. L’âme se replie sur elle-même, dans une complaisance malsaine. Suivons au contraire le conseil de Dom Chapman :

« Nous ne devrions pas concentrer notre attention sur notre propre vie spirituelle, mais penser à Dieu et aux autres. Une mère ne pense pas à l’amour qu’elle a pour son enfant, elle pense à son enfant. Ainsi devons-nous penser à Dieu, et non à notre amour pour Lui. » (Lettre 72, du 15 juin 1922)

Extrait de Découvrir la Vie Intérieure,
par un Moine bénédictin (Éd. Sainte Madeleine 2012)

segunda-feira, 6 de março de 2023

La vie intérieure ici-bas sera toujours un combat

 CONTRE NOUS-MÊME

« Te semble-t-il que tu trouves obstacle à ta vie intérieure dans les œuvres extérieures ? Ce ne sont pas ces œuvres qui te sont un obstacle, c’est le désordre que tu y mets en n’y recherchant pas uniquement Dieu dans ton amour, dans ton intention, dans ton cœur. Tu es dissipé, encombré d’images et Dieu n’habite pas pleinement dans ton intérieur. En vérité, voilà l’obstacle : ce ne sont pas les œuvres, ni autre chose, c’est toi-même.

(Jean Tauler, sermon 17)

Ah! Que nous sommes lents à croire ce que dit Jean Tauler !

Nous accusons les autres, le manque de temps, les services qu’on nous demande sans cesse… Mais le véritable ennemi est en nous, introduit dans la place comme un cheval de Troie : le péché originel a laissé des traces en nous par le dérèglement de nos passions. Ce « foyer de péché » est l’allié du deuxième adversaire de notre vie intérieure : le diable.

 

CONTRE LE DÉMON

Il veut absolument nous faire lâcher la vie intérieure, la prière.

Souvenons-nous du petit démon qui tire le moine hors de l’oratoire à l’heure de l’oraison dans les Dialogues de saint Grégoire (Dialogues II, 4). Le diable voit bien la grande force que la prière donne à une âme. Il pressent également la fécondité immense de la vie intérieure sur les âmes, sur l’Église. Il fait donc tout pour nous en détourner en faisant diversion. Sa tactique n’a pas échappé à sainte Thérèse de l’Enflant-Jésus:

« Nous n’avons que les courts instants de cette vie pour aimer Jésus; le diable le sait bien, aussi tâche-t-il de la consumer en travaux inutiles… » (Lettre 92, le 30 mai 1889)

 

CONTRE LE MONDE

Notre vie intérieure risque de se laisser engloutir sous le flot de l’information, d’être étouffée par le bruit des communications et l’attrait de la consommation. Il faut encore ajouter à ces menaces les tares de la société actuelle: le déracinement, le manque de repères, le péché érigé en « normalité », voire en dogme incontestable… Écoutons la voix prophétique de Bernanos, si lucide sur les dérives du monde moderne:

« On ne comprend absolument rien à la civilisation moderne si l’on n’admet pas d’abord qu’elle est une conspiration universelle contre toute espèce de vie intérieure. »

La vie intérieure est un combat dans la durée.
Elle n’est pas un havre de paix, une tranquillité acquise une fois pour toutes, mais une lutte continuelle. Les moines, les soldats et les nomades, tous les hommes du désert se retrouvent dans ces mots de Saint-Exupéry:

« Vous durerez, l’ayant conquise, dans l’oasis, si l’oasis pour vous n’est point l’abri où l’on s’enferme et où l’on oublie, mais une victoire permanente sur le désert. » (Citadelle, chap. VII)

Ainsi, l’âme qui s’élance dans la vie intérieure va devoir lutter, affronter des obstacles, connaître des épreuves et progresser sans cesse jusqu’à remporter enfin la palme de la victoire.

Extrait de «Découvrir la Vie Intérieure», par un Moine bénédictin, (Ed. Sainte Madeleine, 2012)

domingo, 5 de março de 2023

A OPÇÃO BENEDITINA - um projecto de salvar esta sociedade decadente!

 

          


 

                             ( Salamanca – Espanha – igreja de Sto Agostinho)

 

“Pelo final do século V, o Império Romano estava em ruínas. Enfraquecida desde dentro pela corrupção, pela opulência, pela luxúria e pelo comodismo, a cidade de Roma foi, durante boa parte do século, violentamente invadida por povos estrangeiros. O Império foi à falência, tanto moral quanto financeiramente, e, por volta do ano 500, Bento — um jovem nobre da cidade de Núrsia — decidiu que a melhor coisa que poderia fazer era subir para as montanhas e tornar-se eremita. Primeiro, foi para Subiaco e viveu numa caverna, onde foi orientado por um monge mais velho. Finalmente, mudou-se para o sul, em Monte Cassino, onde estabeleceu pequenas comunidades de homens e mulheres que pudessem seguir uma vida simples e digna de trabalho, estudo e oração. G. K. Chesterton diz que cada século é salvo pelo santo que lhe é mais contrário. A simplicidade monástica de São Bento era justamente a resposta de que a corrupção e a opulência do decadente Império Romano precisavam. Ele respondeu à luxúria com a pureza, à avareza com a simplicidade, à ignorância com a sabedoria, à decadência com a diligência e ao cinismo com a fé. Suas comunidades nas montanhas se tornaram faróis numa época de trevas e um refúgio para as tempestades que estavam prestes a cair. Vale a pena lembrar o exemplo de Bento hoje, quando muitos veem aproximar-se as mesmas tempestades do que parece ser a derrocada da civilização ocidental. Quando consideramos o fim que levou a Roma pagã, os paralelos são sensivelmente similares. Também a nossa cultura está enfraquecida desde dentro por incríveis opulência, luxúria e sensualidade. Como os antigos romanos, a nossa sociedade mata os seus filhos que ainda não nasceram a um nível alarmante e também investe grandes montantes em máquinas militares para dominar o mundo. Nossos ricos “patrícios” reinam a partir dos seus templos de poder sem nenhuma preocupação com o povo, enquanto os “plebeus” comuns rangem os dentes com descontentamento cada vez maior. Também nós nos sentimos ameaçados por bárbaros desconhecidos que vêm do outro lado do mundo e também nós nos preocupamos em defender - nos das hordas que cruzam as nossas fronteiras. Por que Bento escolheu simplesmente retirar-se? Acredito que ele o fez porque percebeu que a civilização romana não tinha salvação, ela já tinha chegado ao fim de sua vida útil. O primeiro capítulo da Epístola de São Paulo aos Romanos explica como Deus entrega as pessoas aos seus desejos pecaminosos e, por isso, as suas mentes ficam obscurecidas. Elas se tornam viciadas e cegas pelo pecado e são incapazes de pensar retamente. Bento subiu para as montanhas porque percebeu que com os romanos não havia diálogo. Não havia argumento possível porque os seus corações e mentes estavam obscurecidos. Eles tinham perdido a capacidade de raciocinar e a habilidade de escutar e amar a verdade. Essa é cada vez mais a situação do mundo de hoje. Já há muito tempo que a nossa civilização virou as costas para a verdade, para a beleza e a para a bondade da fé cristã; que temo - nos sujeitados ao comodismo, entregando-nos a grandes pecados de luxúria, crueldade e assassinato. Como sociedade, nós destruímos o matrimónio, abusamos de nossas crianças, matamo-nos uns aos outros, travamos guerras e roubamos os mais pobres. Nossos corações e mentes estão agora obscurecidos. Atingidos pelo cancro intelectual do relativismo, não somos capazes nem de ouvir a razão nem de produzir argumentos. Fomos abandonados ao turbilhão de nossas emoções, agitados pela raiva, pelo ódio irracional e pela frustração demoníaca. O que podemos fazer? Como católicos, nós viveremos cada vez mais a “opção beneditina”. Há quem pense que terminaremos escondendo -nos em nossos próprios enclaves, como sobreviventes de um holocausto nuclear, mais ou menos como um regresso às catacumbas. Eu não seria tão pessimista. Acredito que a “opção beneditina” pode ser simplesmente uma percepção de que precisamos retornar à essência da nossa fé e vivê-la em nossas comunidades paroquiais já existentes. Nossas paróquias podem tornar-se refúgios de paz, centros de cultura, educação e razão. Elas podem tornar-se lugares onde a oração, o trabalho e o estudo são valorizados. Sem formar novas comunidades monásticas, nossas famílias e paróquias podem transformar - se em “mosteiros domésticos”, onde nós viveremos com simplicidade e cultivaremos com consciência a nossa fé, refugiando-nos do dilúvio que devasta a nossa sociedade. Para tanto, nós precisaremos reavaliar a nossa relação com a cultura que nos rodeia. Precisaremos simplificar as nossas vidas. Será que realmente precisamos de todas essas coisas materiais que nos puxam para baixo e nos atolam nas dívidas e no estresse? Será que realmente precisamos correr tão freneticamente, com tanta pressa, o tempo todo? Temos realmente que nos conformar com a sociedade agitada, vaidosa e avarenta em que vivemos? Realmente precisamos de todo esse entretenimento e distração que nos leva à destruição? Acho que não. Contra tudo isso, a “opção beneditina” colocará o nosso foco nos votos que estão no coração da Regra de São Bento: estabilidade, obediência e conversão de vida. A estabilidade nos ajudará a desenvolver raízes profundas em nossa fé, em nossas famílias e em nossa Igreja. Encontraremos aí a nossa segurança, e não no nosso trabalho, no nosso dinheiro ou ) nas nossas realizações. A obediência significa que procuraremos submeter-nos constantemente às Sagradas Escrituras, aos ensinamentos da Igreja, a Deus e uns aos outros. A conversão de vida significa que tudo o que fizermos e dissermos, e toda decisão que tomarmos, será determinada por nosso desejo de sermos completamente transformados na imagem de Cristo. Ou, como São Bento põe na sua regra, “Nada antepor a Cristo”. As simples e humildes comunidades beneditinas tornaram-se a fundação da maior civilização que o mundo já viu. Por um milénio, a Europa cristã esteve enraízada na singela intuição de São Bento de Núrsia. Se os católicos fizerem essa opção, ainda podemos forjar uma fundação forte e vigorosa para o futuro da nossa sociedade.( in  National Catholic Register  - Tradução: ChurchPOP). 21/03/2018 )

quinta-feira, 2 de março de 2023

«O sol salútis, íntimis» hymne liturgique prié quotidiennement par le prêtre à l’Office de Laudes pendant le Carême


 

 O sol salutis, intimis
Iesu, refúlge méntibus,
Dum, nocte pulsa, grátior
Orbi dies renáscitur.

Dans tempus acceptábile,
Da lacrimárum rívulis
Laváre cordis víctimam,
Quam læta adúrat cáritas.

Quo fonte manávit nefas,
Fluent perénnes lácrimæ,
Si virga pœniténtiæ
Cordis rigórem cónterat.

Dies venit, dies tua,
In qua reflórent ómnia :
Lætémur et nos, in viam
Tua redúcti déxtera.

Te prona mundi máchina,
Clemens, adóret, Trínitas,
Et nos novi per grátiam
Novum canámus cánticum.
 

Amen.

 

O Jésus, soleil de salut,
resplendissez au plus intime de notre âme,
à cette heure où la nuit ayant disparu,
le jour renaît pour réjouir l
univers.

Dans ce temps riche de bienfaits
donnez-nous des ruisseaux de larmes ;
pour purifier la victime spirituelle,
qu
embrasera une joyeuse charité.

La source doù jaillirent nos fautes
répandra des larmes sans fin,
si la verge de la pénitence,
brise la dureté de nos cœurs.

Le jour se lève, votre jour,
dans lequel tout va refleurir ;
réjouissons-nous, nous aussi,
ramenés par votre main sur la bonne voie.

Que prosterné devant Vous, l’édifice
du monde vous adore, clémente Trinité,
et renouvelés par la grâce,
nous vous chanterons un cantique nouveau.
 

Ainsi soit-il. 

Jesu, salvation’s Sun Divine,
Within our inmost bosoms shine,
With light all darkness drive away
And give the world a better day.

Now days of grace with mercy flow,
O Lord, the gift of tears bestow,
To wash our stains in every part,
Whilst heavenly fire consumes the heart.

Rise, crystal tears, from that same source
From whence our sins derive their course;
Nor cease, till hardened hearts relent,
And softened by your streams, repent.

Behold, the happy days return,
The days of joy for them that mourn;
May we of their indulgence share,
And bless the God that grants our prayer.

May heaven and earth aloud proclaim
The Trinity’s almight fame;
And we, restored to grace, rejoice
In newness both of heart and voice.

Amen.

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