sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

NIGÉRIA: “A situação é terrível”

 

NIGÉRIA: “A situação é terrível”, descreve sacerdote após o massacre de quase 200 cristãos no Natal

Lisboa, 29 de Dezembro de 2023 | Paulo Aido

Quase duas centenas de cristãos foram “sumariamente mortos” por militantes Fulani que atacaram 26 aldeias no estado de Plateau, no centro da Nigéria, entre os dias 23 e 26 de Dezembro. A violência foi enorme. Casas e colheitas foram destruídas, as igrejas e os postos de saúde incendiados. A presidente internacional da Fundação AIS fala destes cristãos como os “santos inocentes do século XXI”. Aos poucos, vão-se conhecendo os pormenores deste verdadeiro massacre de Natal.

O padre Andrew Dewan é o responsável da comunicação da diocese de Pankshin, situada no estado de Plateau, na região centro da Nigéria, e tinha celebrado a missa de Natal em Tudun Mazat poucas horas antes de homens armados terem irrompido pelas ruas aos tiros, matando indiscriminadamente quem por ali se encontrasse. Foi tudo muito rápido. Os habitantes da aldeia, conta-nos o sacerdote, nem tiveram tempo para dar o alarme.

“Os atacantes invadiram a comunidade ao fim da tarde, precisamente na altura em que a maioria das pessoas estava a jantar e as que já tinham terminado estavam a visitar amigos. Antes que as pessoas pudessem dar o alarme, os bandidos já estavam em cima delas. As pessoas foram sumariamente baleadas e mortas, as casas e o milho que tinham sido colhidos foram incendiados, as igrejas e as clínicas também foram incendiadas. Nessa manhã, tinha ido a esta mesma comunidade para a missa de Natal da comunidade católica.” Padre Andrew Dewan

 

ATAQUES COORDENADOS E DELIBERADOS

“De Tudun Mazat, os terroristas Fulani desceram sobre Maiyanga, matando treze pessoas. Cerca de 20 outras comunidades foram atacadas nessa noite”, explica o sacerdote. A primeira aldeia a ser varrida pelos Fulani foi Mushu. Ainda era de noite. Pelo menos 18 pessoas foram aí assassinadas e várias ficaram feridas.

Para o padre Andrew, que vive nesta região, não há dúvidas sobre a identidade dos atacantes nem o alvo da violência. Foram ataques “bem coordenados e deliberados, visando especificamente comunidades cristãs”.

O depoimento deste sacerdote é muito relevante. Ele vive na região, conhece estas aldeias e já falou com algumas das pessoas que sobreviveram aos ataques. “Todos foram categóricos em afirmar que se trava claramente de milícias Fulani, ou de mercenários, como alguns relatos também alegaram.”

A certeza das palavras do padre Andrew radicam no facto de os atacantes terem escolhido os alvos quase casa a casa, pessoa a pessoa. “Nas comunidades onde os cristãos vivem lado a lado com os Fulanis, não foi afectada nenhuma pessoa Fulani e nenhuma casa Fulani foi queimada, pelo que não há dúvida de que os atacantes eram Fulanis”, disse à Fundação AIS.

CONFLITO RELIGIOSO E SENTIMENTO DE REVOLTA

Os pastores muçulmanos Fulani são originários da região do Sahel, que em tempos foi habitável e tinha pastagens para os criadores de gado, mas que agora é praticamente um deserto, o que os levou a deslocarem-se cada vez mais para para sul, para pastagens mais verdes.

É nesta zona conhecida como ‘Middle Belt’,  ‘cintura central’, que se registam estes ataques dos pastores Fulani, procurando obter terras sem restrições e expulsando assim os habitantes locais que são maioritariamente cristãos. Para o responsável da comunicação da diocese de Pankshin, o facto de o ataque a estas aldeias ter ocorrido no Natal mostra também que este é um conflito religioso.

“Este ataque prova que se trata claramente de um conflito religioso. O facto de ter ocorrido no Natal e o facto de visar deliberadamente os cristãos numa comunidade mista, onde os muçulmanos não são atacados, tem claramente todas as características de um conflito religioso. Sei que nem toda a gente gostaria de o admitir, mas, para mim, que estive no terreno, a observar e a escrever sobre o assunto, tem as marcas de um conflito religioso.”

Além do mais, há ainda um sentimento de revolta por não ter havido medidas preventivas por parte das autoridades, até pelo facto de terem circulado rumores de que algo de muito grave se estava a preparar.

“Havia rumores nos principais meios de comunicação social e nas redes sociais de que os Fulanis iam atacar e que o objetivo era infligir dor e o máximo de destruição aos cristãos”. Mas nada foi feito. “Estamos a chegar a um ponto em que, se não se fizer nada de drástico face a esta tempestade que se aproxima, a tendência para as pessoas fazerem justiça pelas próprias mãos é muito forte”, adverte o sacerdote.

 

“OS SANTOS INOCENTES” DO SÉCULO XXI

A presidente executiva internacional da Fundação AIS, Regina Lynch, lamentou já este novo episódio de violência contra os cristãos na Nigéria e recorda que este ano tem sido particularmente dramático para esta comunidade religiosa.

“Este ano começou com o assassinato brutal do Padre Isaac Achi, a 15 de Janeiro [queimado vivo num ataque à sua paróquia, Kafin-Koro, na Diocese de Minna], e termina agora com a morte sem sentido de mais de 160 cristãos. Inúmeros outros perderam a vida devido à violência ao longo do ano. Apelamos ao governo para que enfrente finalmente este problema e garanta a segurança dos seus cidadãos, e pedimos aos nossos amigos e benfeitores que continuem a rezar pela Nigéria, tal como nós nos comprometemos a continuar a ajudar da forma que pudermos”, afirmou.

Para Regina Lynch, “os nossos irmãos e irmãs cristãos na Nigéria e noutros países do mundo são os ‘santos inocentes’ do século XXI”. “Estamos confiantes de que o seu sangue derramado como seguidores de Jesus será a semente de novos cristãos”, acrescentou.


NIGÉRIA, UM PAÍS PRIORITÁRIO

A Nigéria é um país prioritário para a Fundação AIS. Além dos terríveis conflitos causados pelos pastores nómadas Fulani, os cristãos são vítimas também, especialmente no norte do país, de ataques por parte dos terroristas do Boko Haram e do grupo Estado Islâmico da África Ocidental.

Além da ajuda que é dada às comunidades cristãs, é importante também para a fundação pontifícia a sensibilização da opinião pública para esta situação que praticamente é ignorada pela Comunicação Social.

Na Quaresma deste ano, por exemplo, foi promovida aqui em Portugal, e também a nível internacional, uma campanha de apoio à Igreja deste país africano. Um apoio que, como se viu agora no Natal com este ataque, é mais urgente do que nunca.

 

 

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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

SILERE 70

 

Ama la verità; mostrati qual sei, e senza infingimenti e senza paure e senza riguardi.
E se la verità ti costa la persecuzione, e tu accettala; e se il tormento, e tu sopportalo.
E se per la verità dovessi sacrificare te stesso e la tua vita, e tu sii forte nel sacrificio
. (S. José MOSCATI)

 

 

 

 

          SILERE NON POSSUM

         (Não me posso calar – Sto Agostinho)

          Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.”

                                     (Alexandre Soljenitsyne)

 

              

 

 

 

 

                    Carta aos meus amigos – nº70

                         BRAGA , 28 -  DEZEMBRO- 2023

 

 

 

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PAX

Giuseppe Moscati, santo e médico italiano dos séculos XIX/XX, deixou uma obra notável como cientista e, sobretudo como cristão coerente. A frase com que encimo esta minha Carta de hoje, demonstra  bem a sua coragem e determinação. Destaco:

 … E se a verdade te custar a perseguição, aceita-a ;e se for o tormento, suporta-o.

1.    Hoje é o dia dos SANTOS INOCENTES, aquelas crianças que, por ódio a Cristo menino, foram chacinadas na esperança que Ele não escapasse. Herodes perdeu a batalha . A humanidade ganhou intercessores junto do Perseguido, os SANTOS INOCENTES, mártires por ódio à Fé. O mundo contemporâneo está cheio de milhões de crianças martirizadas em todos os “ cantos” do mundo:

 - os bebés assassinados por nascer que todos os dias são massacrados no ventre materno e que as leis tornam cada vez mais generalizados  e “ justificados”;

- Os bebés e crianças massacrados por guerras injustas e pela crueldade dos adultos que não olham a meios para os dizimar. São tantos os países onde tal acontece! Uns são mais falados mas outros são simplesmente ignorados;

- Os bebés e crianças que diariamente morrem à fome e à sede  e isto numa sociedade da hiperbolização do consumo desenfreado e escandaloso;

- os bebés e crianças que vivem em tugúrios paupérrimos onde entra a chuva, o frio e toda a espécie de animais que podem pôr em risco a sua vida ou aqueles que , simplesmente, vivem nas ruas abandonados e procurando em lixeiras o pouco que conseguem comer;

- os bebés e as crianças vítimas da luxúria dos mais velhos, tantas vezes adultos que os deveriam acarinhar e proteger, como tantos pais e outros familiares e os consumidores sem escrúpulos da pornografia infantil que torna tóxico tantos ambientes digitais;

- os bebés e as crianças que são vítimas de pais e adultos pelo exercício da violência física, psicológica e emocional que , como bestas, exercem sobre eles.

- E que dizer dos bebés, crianças, deficientes ou velhos indesejados, indefesos e abandonados e a quem não se dá uma palavra de conforto e são  assassinados, dizem que com misericórdia e compaixão, com o nome pomposo e na moda de eutanásia?

Hoje é o dia dos SANTOS INOCENTES: daqueles que foram massacrados às ordens de Herodes mas, também, dos que são vítimas de uma sociedade decadente e amoral. Cruel. Hedionda.

2.  Dizia-me um Bispo, que faz o favor de ser meu amigo, que as minhas Cartas semanais , às vezes, são muito pessimistas. Sim, é verdade, mas como posso ser optimista num mundo que  nega e combate ferozmente tudo o que eu poria num cesto onde só coubesse o Belo, o Bem e o Bom? Um mundo que recusa Deus e persegue quem O segue. Que esperança se pode ter? Acredito, Senhor Bispo,que regressarei às catacumbas mas não estarei só!

3.  Pensei, desde o dia 18 deste mês, dia de Nossa Senhora do Ó ou da Expectação, na Declaração “ FIDUCIA SUPPLICANS” que li na versão portuguesa, francesa, espanhola e italiana para ter a certeza que o que estava a ler tinha sido mal traduzido para português. Mas não! As versões que consultei ou reli várias vezes, eram conformes. O que me deixou totalmente “ desconforme” com a tal Declaração que teve o apoio do Papa e contradiz integralmente uma Declaração do mesmo Dicastério ( chamava-se Congregação) para a Doutrina da Fé, publicada em 2021. Como é possível mudar tanto a doutrina em tão curto espaço de tempo, com subtilezas de linguagem onde o Não é sim mas o Sim pode ser Não!  Eu não esqueço, dada a minha longevidade e experiência informada, de que a “ praxis” vai criar uma nova “ doxia”. Não posso deixar de repudiar esta Declaração. Totalmente. Visceralmente. Nisso ,má companhia!, estou com aqueles que contestaram Paulo VI quando “ ousou” publicar a Humanae vitae ( 28.VII. 1968) e a quem nada sucedeu e sucede! Não tenho o mesmo direito? Contudo a Humanae Vitae é uma Encíclica, papal, e esta Declaração é… uma Declaração apoiada pelo Papa, o que não será a mesma coisa. Como quem contestou e contesta com veemência ainda hoje a Humanae vitae são os mesmos ( salvo os que já morreram e estarão a prestar contas a quem de direito pelo mal que fizeram) que agora “ incensam”, promovem e dizem ser de obrigatória obediência a Declaração do Cardeal Tucho, a mim assiste-me o direito, por igualdade simétrica, de contestar e combater esta Declaração. Não posso aceitar que num documento oficial da Santa Sé se refiram os pares homossexuais como casais quando todos sabemos ( vão aos dicionários) que um casal de … canários, por exemplo, é constituído por um macho e por uma fêmea!

 Graças a Deus tenho inúmeras Conferências Episcopais, Bispos isolados, Sacerdotes , Leigos e grandes teólogos que já denunciaram os erros que FIDUCIA SUPPLICANS contém e que iriam proibir de fazer cumprir os ditames da dita Declaração. Bem sei que há os “ cães mudos” que não querem, por cobardia, medo ou anuência, tomar posição. É problema deles e não pequeno problema!

As almas sensíveis fiquem tranquilas: “ defendo as bênçãos para todas, todas, todas as pessoas. Não posso nem defenderei a bênção para o pecado”. Como posso bendizer o que é pecado sem me contradizer e, sobretudo, ir contra a Lei imutável da Igreja e que NENHUM  Papa pode alterar.

Posso pedir a bênção para a pistola que o candidato a suicida quer usar para pôr termo à sua vida?

Podemos pedir a bênção para que um aborto provocado corra medicamente bem?

Posso pedir a bênção para os ladrões que vão fazer um assalto e para este corra “ sem problemas e êxito”?

Posso pedir a benção para qualquer outro acto que é condenado pela Lei de Deus?

… Então como se pode pedir, sugerir ou dar a bênção a um acto que fere os 6º e 9º Mandamentos da Lei de Deus?

Deixem-me caros Amigos-leitores, desabafar: a Igreja não começou nem com o Concílio de Trento, nem com o Concílio do Vaticano I nem com o II Concílio do Vaticano nem com o Papa Francisco. A Igreja é um continuum que remonta a Jesus Cristo e chega até nós iluminada com o saber dos grandes Doutores da Igreja e que alguns querem ofuscar para impor a “ sua” Igreja.

Fui baptizado 17 dias depois de nascer e tenho todos os sacramentos da minha condição de leigo (para já só não recebi ao Unção dos Enfermos mas que quero receber!) e fui baptizado na Igreja,Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana. “ Confiteor unum baptismam”. Nela quero viver e morrer. Não tenciono mudar com as correntes dos ventos das modas. Soprem os “ ventos” de onde soprarem.

 Ah! Opor-me-ei, com todas as minhas forças à FIDUCIA SUPPLICANS com os mesmos direitos com que Cardeais, Bispos , Leigos e etc se opuseram e opõem à Humanae vitae, enquanto tiver força. Tenho esse direito e ninguém mo pode tirar a não ser que se façam calar as vozes que continuam a opor-se à Humanae vitae ou … à Summorum Pontificum, por exemplo. Como diz o o nosso povo: “ … ou comem todos ….”. E fico por aqui. Sou optimista: ainda espero rezar em catacumbas.

Assim Deus e Sua Santíssima Mãe me ajudem.

 

E se per la verità dovessi sacrificare te stesso e la tua vita, e tu sii forte nel sacrifício.

( E se pela verdade devesses sacrificar-te e à tua vida, sê forte no sacrifício) ( S. José MOSCATI).

 

 

Um voto final, um desejo para todos os meus Amigos - leitores e para os simplesmente leitores que discordam de mim e que me gostariam ver cancelado (já fui e não esqueço), mas não conseguirão. Sei sair das situações de injustiça.

 

Feliz e santo ano de 2024 para todos, todos, todos!

 

SILERE NON POSSUM!

Carlos Aguiar Gomes

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

NIGÉRIA: Natal ensombrado

 

Fundação AIS - Departamento de Informação

11:38 (há 3 horas)
para Fundação

https://fundacao-ais.pt/wp-content/uploads/2023/12/noticia-wp-14.jpgNIGÉRIA: Natal ensombrado por ataques que causaram mais de 400 vítimas entre mortos e feridos

Lisboa, 27 de Dezembro de 2023 | Paulo Aido

Uma série de ataques armados ao longo do fim-de-semana e que se prolongaram até ao Dia de Natal, em várias aldeias no estado de Plateau, na região centro da Nigéria, provocaram mais de 160 mortos e cerca de três centenas de feridos.

O balanço ainda é provisório, mas terão sido mortas desde sábado, dia 23 de Dezembro, e até ao Dia de Natal, pelo menos 160 pessoas em ataques por grupos armados em cerca de vinte aldeias no estado de Plateau, na região centro da Nigéria. 

Nos ataques, que as autoridades afirmam terem sido “coordenados”, há ainda a registar mais de três centenas de feridos, muitos dos quais tiveram de ser levados para unidades hospitalares locais, e cerca de duas centenas de casas destruídas.

O ataque foi já descrito pelo governador do estado de Plateau, Caleb Mutfwang, como “bárbaro, brutal e desnecessário”. O responsável, citado pela pelas agências internacionais de notícias, diria que para as populações locais “foi um Natal muito assustador”.

Embora ainda se desconheçam os pormenores de toda esta violência que ensombrou o Natal deste ano na Nigéria, o Plateau é um dos estados que mais têm sido atormentados ao longo dos últimos anos por tensões étnicas e religiosas, com ataques sistemáticos por parte de pastores nómadas fulani contra as comunidades locais de agricultores maioritariamente pertencentes à comunidade cristã.

Além disso, a Nigéria tem sido palco também de enorme violência por parte de organizações terroristas, nomeadamente o Boko Haram – que actua principalmente no nordeste do país, onde procura a instauração de um ‘califado’ – e ainda de inúmeros grupos armados responsáveis por assaltos e muito particularmente pelo rapto de pessoas.

ALERTAS DA FUNDAÇÃO AIS

Há muitos anos que a Fundação AIS tem procurado alertar para a situação dramática dos cristãos na Nigéria, um dos mais perigosos para esta comunidade religiosa em todo o planeta. No mais recente Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, editado este ano pela Ajuda à Igreja que Sofre, refere-se que os muçulmanos também são vítimas de violência extremista, mas os cristãos são “desproporcionadamente” visados. De facto, os números são terríveis.

Dados disponibilizados em Agosto de 2021 pela ONG nigeriana Intersociety revelam que 43 mil cristãos foram mortos por jihadistas nigerianos em 12 anos, 18.500 desapareceram permanentemente, 17.500 igrejas foram atacadas, 2.000 escolas cristãs foram destruídas, 10 milhões foram desenraizados no Norte, 6 milhões foram forçados a fugir e 4 milhões são deslocados internos.

Em relação à região onde ocorreram os ataques do Natal deste ano, o Relatório da Fundação AIS explica que as raízes desta violência são complicadas de traduzir, “embora se trate sobretudo de uma luta pelos recursos (terra e água) com elementos étnicos, políticos e religiosos”. Uma luta que opõe sobretudo pastores nómadas fulani, maioritariamente muçulmanos, e agricultores tradicionais, principalmente cristãos. 

“Desta mistura tóxica emergem os terroristas fulani, que declararam o seu empenhamento numa ideologia islamista recrutada por grupos criminosos jihadistas nacionais e transnacionais. Sob o pretexto da competição pelos recursos, os extremistas islâmicos fulani matam, queimam e mutilam os nigerianos segundo linhas étnicas e religiosas, visando igrejas, líderes religiosos e celebrações, bem como muçulmanos que não aceitam a agenda fundamentalista.”
‘Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2023’

Face a esta situação, a fundação pontifícia tem procurado também sensibilizar a opinião pública para os tempos difíceis que os cristãos enfrentam na Nigéria. Na Quaresma deste ano, por exemplo, foi promovida aqui em Portugal, e também a nível internacional, uma campanha de apoio à Igreja deste país africano. Um apoio que, como se viu agora no Natal com este ataque é mais urgente do que nunca.

 

 

Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

 

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segunda-feira, 25 de dezembro de 2023

AQUELE MENINO JESUS

 

                                 AQUELE MENINO JESUS

 

 

   Nas minhas andanças como geólogo, procura colectar amostras de rochas, minerais e fósseis por todo o sítio por onde ande. Assim, fiz (ainda continuo a fazer!) uma colecção razoável destes testemunhos geológicos da actividade da Terra.

   Como não poderia deixar de ser, das muitas vezes que fui aos Açores, trouxe, sempre um bom carregamento de amostras que guardo religiosamente. E tenho-as um pouco por toda a minha casa, pegando o vício a alguns netos.

   A propósito de uma destas amostras, um pedaço de lava “ encordoada”, de pequenas dimensões mas muito bela, e de um lindíssimo e pobre Menino Jesus em terracota, nasceu este poema de Natal que faz parte do meu livro “ SUITE LUSITANA” que se esgotaram em duas edições

  Para os meus leitores deixo  esse poema com os votos de um SANTO NATAL e de um Feliz 24!

                                             AQUELE MENINO JESUS

 

Numa amostra de mão

Que tenho na mesa de trabalho

E me recorda a actividade de um vulcão,

Coloquei, sem dar conta, um Menino Jesus.

Agora, olho p`ra Ele e vejo , admirado,

Que a vida s`espelha ali:

Aquele Menino que é Paz, Amor e Luz

Repousa em tranquilidade

Sobre antigo testemunho

De profunda inquietação.

 

 

Sem que o diga,

Vejo-me nesse quadro tal como sou:

Inquieto, incómodo e sem alento,

Apesar do Menino que repousou

Um dia no meu coração sedento

E me desperta constantemente

P`rá Paz, Amor e Luz

Que é Ele, o Menino Jesus!

 

Carlos Aguiar Gomes

 

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

PEDIDCONFERÊNCIAS EPISCOPAIS AFRICANAS E DO MADAGÁSCAR

 

El Cardenal Ambongo considera «Fiducia supplicans» ambigua y pide dictamen a todas las Conferencias episcopales africanas

 Symposium of Episcopal Conferences of Africa and Madagascar (SECAM). El equivalente a la CELAM. Su presidente, Cardenal Ambongo, ha pedido, sinodalmente, sí, esta vez sinodalmente, dictámenes a todas las Conferencias.

Excelentísimos Señores Presidentes de las Conferencias Episcopales,

El 18 de diciembre de 2024, el Dicasterio para la Doctrina y la Fe publicó la Declaración «Fiducia Supplicans» sobre el significado pastoral de las bendiciones, en la que, entre otras cosas, se menciona la bendición de «parejas del mismo sexo». La ambigüedad de esta declaración, que se presta a muchas interpretaciones y manipulaciones, causa mucha perplejidad entre los fieles y creo que, como pastores de la Iglesia en África, debemos pronunciarnos claramente sobre esta cuestión para dar orientaciones claras a nuestros cristianos.

Así, en el contexto del proceso sinodal que la Iglesia está viviendo en este momento, y con especial referencia al capítulo 19 de la «Síntesis de la Primera Sesión del Sínodo sobre la Sinodalidad», que subraya el papel crucial de las Conferencias Episcopales y de las Organizaciones Continentales en la salvaguardia de la fe y la cultura de los pueblos, para evitar el riesgo de uniformidad y centralismo: «La primera fase del proceso sinodal puso de relieve el papel decisivo de las Conferencias Episcopales y la necesidad de un órgano sinodal y colegial a nivel continental. Las instancias que trabajan a estos niveles contribuyen al ejercicio de la sinodalidad respetando las realidades locales y los procesos de inculturación. La Asamblea está convencida de que así se podría evitar el riesgo de uniformidad y centralismo en el gobierno de la Iglesia» (Informe de síntesis de la primera sesión del Sínodo sobre la sinodalidad, cap. 19, d), me dirijo a ustedes, Excelencias, para pedirles su opinión sobre la Declaración del Dicasterio para la Doctrina de la Fe antes mencionada, con el fin de que podamos elaborar una única declaración sinodal, válida para toda la Iglesia en África.

Una vez recibidos los dictámenes de todas las Conferencias Episcopales, la SECAM estará en condiciones de emitir una declaración pastoral sobre el tema, que sirva de orientación general para todas las Iglesias locales de nuestro continente. Con este fin, le agradecería que enviara a la Secretaría General de la SECAM su dictamen antes del comienzo de la segunda quincena de enero.

Que el Sí de María, que mereció el don de la salvación para el mundo entero, nos enseñe a acoger la Palabra de Dios, la Palabra hecha carne, para que también nosotros podamos llevar la salvación a los hombres de nuestro tiempo. Feliz Navidad 024.

Fielmente suyo en Cristo Jesús

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

L’altare non è un palcoscenico! - O ALTAR NÃO É UM CENÁRIO!

 

Comunicato della Curia Vescovile

L’altare non è un palcoscenico!

L’altare non è un palcoscenico!
In un tempo, come il nostro, in cui l’anonimato sembra diffondersi sempre di più, non è raro incontrare persone alla ricerca, talvolta nevrotica, di visibilità.
È dunque più che opportuno un richiamo alla discrezione richiesta dalle azioni liturgiche e dagli spazi sacri, a cominciare dall’altare.
L’altare non è un palcoscenico dal quale i tanti devoti delle nostre chiese possono esibire il loro afflato religioso.
L’altare non è un palcoscenico per gli amministratori e i politici di dilungarsi in “comizi” retorici ed inopportuni. Gli interventi istituzionali sono bene accetti, purché siano improntati a misura e a buon senso.
L’altare non è un palcoscenico dal quale i bambini presentano le loro capacità “artistiche” a vanagloria dei genitori.
L’altare non è, neppure per i sacerdoti, un palcoscenico per mostrare se stessi, oscurando il mistero e la persona di Gesù, che è rimane il centro e il fondamento della nostra fede, nonché l’unico e vero redentore del mondo.
Per tutti vale il detto attribuito ad Ignazio di Loyola, che rivolgendosi ai suoi confratelli amava dire: Ricordati che il Messia c’è già, è uno solo, e non sei tu.

Lucera, Curia vescovile, 3 dicembre 2023.

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Acerca de la Declaración "Fiducia Supplicans"

 

Acerca de la Declaración "Fiducia Supplicans"

BendiciónEn la reciente declaración “Fiducia Supplicans, del Dicasterio para la Doctrina de la Fe, se lee lo siguiente (todos los resaltados en negrita son nuestros):

9. Desde un punto de vista estrictamente litúrgicola bendición requiere que aquello que se bendice sea conforme a la voluntad de Dios manifestada en las enseñanzas de la Iglesia.

10. Las bendiciones se celebran, de hecho, en virtud de la fe y se ordenan a la alabanza de Dios y al provecho espiritual de su pueblo. Como explica el Ritual Romano, «para que esto se vea más claro, las fórmulas de bendición, según la antigua tradición, tienden como objetivo principal a glorificar a Dios por sus dones, impetrar sus beneficios y alejar del mundo el poder del maligno». Por ello, se invita a quienes invocan la bendición de Dios a través de la Iglesia a intensificar «sus disposiciones internas en aquella fe para la cual nada hay imposible» y a confiar en «aquella caridad que apremia a guardar los mandamientos de Dios». Por eso, mientras que por un lado «siempre y en todo lugar se nos ofrece la ocasión de alabar a Dios por Cristo en el Espíritu Santo, de invocarlo y darle gracias», por otra parte la preocupación es «que se trate de cosas, lugares o circunstancias que no contradigan la norma o el espíritu del Evangelio». Esta es una comprensión litúrgica de las bendiciones, en cuanto se convierten en ritos propuestos oficialmente por la Iglesia.

11. Basándose en estas consideraciones, la Nota explicativa del citado Responsum de la entonces Congregación para la Doctrina de la Fe recuerda que cuando, con un rito litúrgico adecuado, se invoca una bendición sobre algunas relaciones humanas, lo que se bendice debe poder corresponder a los designios de Dios inscritos en la Creación y plenamente revelados por Cristo el Señor. Por ello, dado que la Iglesia siempre ha considerado moralmente lícitas sólo las relaciones sexuales que se viven dentro del matrimonio, no tiene potestad para conferir su bendición litúrgica cuando ésta, de alguna manera, puede ofrecer una forma de legitimidad moral a una unión que presume de ser un matrimonio o a una práctica sexual extramatrimonial. La sustancia de este pronunciamiento fue reiterada por el Santo Padre en su Respuestas a los Dubia de dos Cardenales.”

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Ante todo, tratemos de definir brevemente lo que es una “bendición”. Por lo que dice Santo Tomás en IIa. IIae., q. 76, a. 1, acerca de la maldición, se puede colegir lo que es la bendición.

Dice Santo Tomás que “maldecir” es “decir mal” de alguien, y que eso puede ser de tres maneras: como enunciación, como cuando se da a conocer algo malo de alguien, como causa, cuando se quiere producir con las palabras el mal que esas palabras expresan en alguien, o como expresión de sentimientos, cuando se expresa con las palabras que se desea el mal de alguien.

Para nuestro tema, entonces, es claro que hablamos de las bendiciones como aquellas palabras con las que se quiere causar en alguien el bien que las palabras significan, y que el que puede causar el bien con su Palabra es Dios, y como instrumentos suyos, los ministros de Dios

La bendición divina, por tanto, es una Palabra de Dios que, de acuerdo con la Voluntad divina, causa en alguien el bien que enuncia. Se la debe distinguir, por tanto, de la petición de la bendición, que es algo que la creatura puede dirigir al Creador, también de la intercesión por la creatura, que el ministro sagrado puede hacer delante de Dios, y de la petición de la gracia divina por parte de la creatura, incluso, de esa misma gracia divina cuando no toma la forma de una bendición otorgada por un ministro de la Iglesia. 

La misma intercesión ante Dios para que bendiga a alguien es de suyo distinta de la bendición, salvo el caso de que la fórmula de la bendición tenga una forma intercesoria, como cuando decimos “Bendice Señor estos alimentos que vamos a tomar”, se entiende en efecto que ahí estamos bendiciendo los alimentos.

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Es claro, además, que aquí no estamos hablando de bendiciones para personas adúlteras u  homosexuales, sino de bendiciones para “parejas” adúlteras u homosexuales como tales.

Dice por ejemplo la presente Declaración:

31. En el horizonte aquí delineado se coloca la posibilidad de bendiciones de parejas en situaciones irregulares y de parejas del mismo sexo,

Lo que se quiere bendecir, entonces, es la relación adúltera u homosexual misma, o a las personas en tanto que relacionadas de ese modo.

En efecto, el bendecir a la “pareja” implica inevitablemente en la bendición a la actividad inmoral en que esa pareja incurre habitualmente por el hecho de mismo ser una “pareja” y ser considerada como tal en la sociedad actual. Porque por eso son “pareja”, porque tienen relaciones sexuales entre sí, no se llama “pareja” a dos amigos o dos amigas.

Y en todo caso, la Declaración no dice nada de que se deba distinguir entre las “parejas” que no tienen relaciones sexuales y las que sí las tienen.

Es claro que tampoco se puede bendecir a la persona individual adúltera u homosexual como tal, es decir, en tanto que adúltera u homosexual.

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Sobre esto, el texto citado por la Declaración parece bastante claro: no se puede bendecir situaciones objetivamente inmorales.

Esto concuerda con lo que la Constitución sobre la Liturgia, “Sacrosanctum Concilium”, del Concilio Vaticano II, dice de los Sacramentales (entre los cuales se encuentran las bendiciones) en su n. 61:

61. Por tanto, la Liturgia de los sacramentos y de los sacramentales hace que, en los fieles bien dispuestos, casi todos los actos de la vida sean santificados por la gracia divina que emana del misterio pascual de la Pasión, Muerte y Resurrección de Cristo, del cual todos los sacramentos y sacramentales reciben su poder, y hace también que el uso honesto de las cosas materiales pueda ordenarse a la santificación del hombre y alabanza de Dios.”

No se puede bendecir lo malo. Y si se dice que no se lo bendice en tanto que malo, sino solamente por las cosas buenas que tiene, hay que distinguir lo que es simplemente hablando malo, y bajo algún aspecto bueno, de lo que es simplemente hablando bueno, y bajo algún aspecto malo.

Lo segundo sin duda que se puede bendecir, no lo primeroEl robo de un banco, por ejemplo, es simplemente hablando malo, porque es malo en el orden moral, y bajo algún aspecto bueno, porque requiere muchas cualidades para poder llevarse a cabo con éxito: inteligencia, previsión y planificación, perseverancia, valor, capacidad de trabajar en equipo, conocimientos especializados, habilidades específicas, etc.

No por eso se lo va a bendecir. Ahora bien, si se bendice a la banda de asaltantes, es claro que la está bendiciendo por aquello que la hace una banda, o sea, la actividad delictiva.

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Sin embargo, la Declaración sigue adelante admitiendo la posibilidad de bendecir a parejas de personas no casadas, incluso del mismo sexo.

31. En el horizonte aquí delineado se coloca la posibilidad de bendiciones de parejas en situaciones irregulares y de parejas del mismo sexo, cuya forma no debe encontrar ninguna fijación ritual por parte de las autoridades eclesiásticas, para no producir confusión con la bendición propia del sacramento del matrimonio.”

Se basa para ello en el carácter no litúrgico que tendrían tales bendiciones, y en la suposición de que la prohibición de bendecir lo que es moralmente malo rige solamente para aquellas bendiciones que tienen lugar en un marco estrictamente litúrgico.

Dice en efecto la Declaración:

9. Desde un punto de vista estrictamente litúrgico, la bendición requiere que aquello que se bendice sea conforme a la voluntad de Dios manifestada en las enseñanzas de la Iglesia … 12. Se debe también evitar el riesgo de reducir el sentido de las bendiciones solo a este punto de vista, porque nos llevaría a pretender, para una simple bendición, las mismas condiciones morales que se piden para la recepción de los sacramentos.”

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Como se ve, el argumento parece bastante disparatado. Siguiendo su lógica, habría que entender los Diez Mandamientos de este modo, por ejemplo: “No matarás en un ámbito estrictamente litúrgico”, o “No cometerás adulterio en un marco estrictamente litúrgico”, etc.

Eso se sigue inevitablemente, si la razón de ser de la prohibición de tales bendiciones es que se dan en un marco litúrgico. De lo contrario, si la razón de que esas bendiciones no puedan darse es, como efectivamente es, obviamente, que los comportamientos supuestamente a bendecir son intrínsecamente malos, entonces sale sobrando la cuestión de si esas bendiciones se dan dentro o fuera de un marco estrictamente litúrgico.

Es claro, por ejemplo, que no es necesario el contexto litúrgico para que una bendición parezca “ofrecer una forma de legitimidad moral a una unión que presume de ser un matrimonio o a una práctica sexual extramatrimonial.”, para citar la misma declaración.

Y es claro, sobre todo, que si una unión adúltera u homosexual carece de legitimidad moralno es porque se la quiera hacer pasar por matrimonio, sino porque es una unión adúltera o una unión homosexual.

Obviamente que tampoco dice el Mandamiento de Dios que no se debe cometer adulterio si con eso se da la impresión de que el adulterio es lo mismo que el matrimonio.

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En esa línea, dice la Declaración que:

12. Se debe también evitar el riesgo de reducir el sentido de las bendiciones solo a este punto de vista, porque nos llevaría a pretender, para una simple bendición, las mismas condiciones morales que se piden para la recepción de los sacramentos.”

Aquí comienza la confusión permanente en toda la Declaración entre el plano subjetivo de la conciencia personal y el plano objetivo de los actos humanos considerados según su especie propia.

La unión adúltera, o la unión homosexual, consideradas meramente como actos humanos, son intrínsecamente malas y por tanto no dejan de serlo por buena que sea la intención o la conciencia de los que las practican. Eso es lo que no se puede bendecir, la conducta objetivamente contraria al plan de Dios.  Están fuera de lugar todas las consideraciones que hace la Declaración acerca de la inimputabilidad de las personas en cuestión.

Pero además, no se trata de si para recibir un Sacramental hay que tener las mismas disposiciones morales que para recibir un Sacramento, sino de si son bendecibles las conductas inmorales y las situaciones que dependen esencialmente de esas conductas.

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Dice también la Declaración que:

21. Para ayudarnos a comprender el valor de un enfoque mayormente pastoral de las bendiciones, el Papa Francisco nos instó a contemplar, con actitud de fe y paternal misericordia, el hecho que «cuando se pide una bendición se está expresando un pedido de auxilio a Dios, un ruego para poder vivir mejor, una confianza en un Padre que puede ayudarnos a vivir mejor». Esta petición debe ser, en todos los sentidos, valorada, acompañada y recibida con gratitud. Las personas que vienen espontáneamente a pedir una bendición muestran con esta petición su sincera apertura a la trascendencia, la confianza de su corazón que no se fía solo de sus propias fuerzas, su necesidad de Dios y el deseo de salir de las estrechas medidas de este mundo encerrado en sus límites.”

Es excelente que el pecador pida auxilio a Dios, para que lo ayude a vivir mejor, pero ¿qué tiene eso que ver con pedir una bendición? Dios sabe con qué gracias responderá a una petición de ese tipo, pero por lo que tiene que ver con las bendicionesno pueden darse a lo que es objetivamente malo, como enseña la Iglesia y esta misma Declaración nos recuerda en el párrafo ya citado.

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Dice también la Declaración:

25. La Iglesia, también, debe evitar el apoyar su praxis pastoral en la rigidez de algunos esquemas doctrinales o disciplinares, sobre todo cuando dan «lugar a un elitismo narcisista y autoritario, donde en lugar de evangelizar lo que se hace es analizar y clasificar a los demás, y en lugar de facilitar el acceso a la gracia se gastan las energías en controlar».[16] Por lo tanto, cuando las personas invocan una bendición no se debería someter a un análisis moral exhaustivo como condición previa para poderla conferir. No se les debe pedir una perfección moral previa.”

A pesar de las apariencias, en ese párrafo no dice nada, en realidad. Porque no hay un significado preciso para las expresiones que utiliza: elitismo narcisista y autoritario, analizar y clasificar a los demás, someter a un análisis moral exhaustivo, perfección moral previa.

La cuestión es mucho más sencilla que todo eso: ¿se puede bendecir situaciones objetivamente contrarias a la ley moral divina? No. ¿Es objetivamente contraria a la ley moral divina la situación de los que conviven sexualmente fuera del matrimonio, o los que conviven sexualmente siendo del mismo sexo? .

Eso es todo. Nada de análisis exhaustivos, ni de exigencias de perfección moralbueno fuera que por el hecho de no ser adúltero u homosexual practicante ya se fuese moralmente perfecto.

Lo que si queda claro es que este párrafo contradice, en vez de interpretar, lo que dijo en su momento la Congregación para la Doctrina de la Fe.

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Sigue la Declaración:

26. En esta perspectiva, la Respuestas del Santo Padre ayudan a profundizar mejor, desde el punto de vista pastoral, el pronunciamiento formulado por la entonces Congregación para la Doctrina de la Fe en el 2021, porqué invitan de hecho a un discernimiento en relación con la posibilidad de «formas de bendición, solicitadas por una o por varias personas, que no transmitan una concepción equivocada del matrimonio» y que también tengan en cuenta el hecho que en situaciones moralmente inaceptables desde un punto de vista objetivo, «la misma caridad pastoral nos exige no tratar sin más de “pecadores” a otras personas cuya culpabilidad o responsabilidad pueden estar atenuadas por diversos factores que influyen en la imputabilidad subjetiva».

Acerca de trasmitir una concepción equivocada del matrimonio, sinceramente, no tiene nada que ver con lo que estamos discutiendo.

, es cierto, las bendiciones a “parejas” homosexuales pueden trasmitir una concepción equivocada del matrimonio, si se entiende, en el colmo de la desorientación, que esas “parejas” se han “casado” por civil, pero ése no es, evidentemente, el punto.

Es como si se dijese que al bendecir el homicidio realizado por un guardia civil se correría el riesgo de dar una impresión falsa de las funciones de la policía. Sí, también, pero es claro que ése no es el punto.

No es la cuestión de si se puede bendecir actos intrínsecamente malos cuando ello podría dar lugar a confusión sobre tal o cual instituto, sino de si se puede bendecir actos intrínsecamente malos, punto. Y la respuesta, como nos recuerda este mismo documento, es “no”.

En cuanto a la culpabilidad o no de las personas, como ya dijimos, tampoco es la cuestión, sino que se trata de las conductas objetivamente contrarias a la ley moral y la imposibilidad de bendecirlas según la doctrina de la Iglesia, que esta misma Declaración cita.

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Sigue la Declaración:

29. Desde la perspectiva de la dimensión ascendente, cuando se toma conciencia de los dones del Señor y de su amor incondicional, incluso en situaciones de pecado, sobre todo cuando se escucha una oración, el corazón creyente eleva su alabanza y bendición a Dios. Esta forma de bendición no se impide a nadie. Todos – individualmente o en unión con otros – pueden elevar a Dios su alabanza y su gratitud.

Sin duda, a nadie se impide alabar y bendecir a Dios. Con todo, es bueno recordar que el tema que estamos discutiendo es si pueden ser bendecidas determinadas situaciones de determinadas personas, es decir, si se puede pretender que Dios las bendiga mediante el ministro ordenado.

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La Declaración aborda enseguida ese punto:

30. Pero el sentido popular de las bendiciones incluye también el valor de la bendición descendente. Si «no es conveniente que una Diócesis, una Conferencia Episcopal o cualquier otra estructura eclesial habiliten constantemente y de modo oficial procedimientos o ritos para todo tipo de asuntos», la prudencia y la sabiduría pastoral pueden sugerir que, evitando formas graves de escándalo o confusión entre los fieles, el ministro ordenado se una a la oración de aquellas personas que, aunque estén en una unión que en modo alguno puede parangonarse al matrimonio, desean encomendarse al Señor y a su misericordia, invocar su ayuda, dejarse guiar hacia una mayor comprensión de su designio de amor y de vida.”

No estaría mal ¿no? que el ministro ordenado se uniese a la oración de estas personas que están en situación objetiva de pecado para encomendarlos al Señor y a su misericordia, etc.

Pero recordemos que el tema del documento es si el ministro ordenado puede bendecir estas uniones contrarias a la ley moral, lo cual es otra cuestión totalmente diferente, que tampoco tenemos constancia de que se haya planteado alguna vez “el sentido popular”, indicador por otra parte totalmente insuficiente en el plano teológico y doctrinal.

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Continúa la Declaración:

31. En el horizonte aquí delineado se coloca la posibilidad de bendiciones de parejas en situaciones irregulares y de parejas del mismo sexo, cuya forma no debe encontrar ninguna fijación ritual por parte de las autoridades eclesiásticas, para no producir confusión con la bendición propia del sacramento del matrimonio. En estos casos, se imparte una bendición que no sólo tiene un valor ascendente, sino que es también la invocación de una bendición descendente del mismo Dios sobre aquellos que, reconociéndose desamparados y necesitados de su ayuda, no pretenden la legitimidad de su propio status, sino que ruegan que todo lo que hay de verdadero, bueno y humanamente válido en sus vidas y relacionessea investido, santificado y elevado por la presencia del Espíritu SantoEstas formas de bendición expresan una súplica a Dios para que conceda aquellas ayudas que provienen de los impulsos de su Espíritu – que la teología clásica llama “gracias actuales” – para que las relaciones humanas puedan madurar y crecer en la fidelidad al mensaje del Evangelio, liberarse de sus imperfecciones y fragilidades y expresarse en la dimensión siempre más grande del amor divino.”

Estas formas de bendición expresan una súplica a Dios”. ¿Cómo es eso? ¿La bendición es una súplica o la súplica es una bendición? La súplica es ascendente, la bendición, se dice aquí, es descendente. ¿Cómo son la misma cosa? ¿El que suplica y el que bendice son la misma persona? ¿Dios suplica cuando bendice? ¿El pecador bendice cuando suplica?

Se dice que la bendición es la invocación de una bendición, lo cual plantea sin duda problemas lógicos.

¿Cómo es santificado por el Espíritu Santo lo que hay de bueno en una conducta intrínsecamente mala? ¿Se dirá que no es lo mismo un asesinato enriquecido por los dones del Espíritu Santo que un asesinato meramente secular y paganizante?

¿Las gracias actuales se conceden para confortar el acto del pecado, o para apartar de él?

Por otra parte, el hecho de que estas “bendiciones” queden por fuera de cualquier regulación es muy preocupante, porque significa que en este terreno, entonces, los sacerdotes podrán hacer absolutamente cualquier cosa.

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Sigue la Declaración:

33. Es esta una bendición que, aunque no se incluya en un rito litúrgico, une la oración de intercesión a la invocación de ayuda de Dios de aquellos que se dirigen humildemente a Él. ¡Dios no aleja nunca al que se acerca a Él! Al fin y al cabo, la bendición ofrece a las personas un medio para acrecentar su confianza en Dios. La petición de una bendición expresa y alimenta la apertura a la trascendencia, la piedad y la cercanía a Dios en mil circunstancias concretas de la vida, y esto no es poca cosa en el mundo en el que vivimos. Es una semilla del Espíritu Santo que hay que cuidar, no obstaculizar.”

Intercesión por los pecadores, invocación de la ayuda de Dios para ellos, incluso cuando se encuentran en situaciones objetivamente inmorales, son sin duda cosas muy buenas. ¿Tienen algo que ver con bendecir esas situaciones? No, claro.

La petición de una bendición expresa una apertura a la trascendencia, si no expresa simplemente el activismo ideológico del que quiere promover una determinada “causa” reñida con la ley moral natural.

Pero incluso en el primer caso, eso no quiere decir que se deba responder afirmativamente a esa petición, ni que la única forma posible de cuidar y no obstaculizar esas semillas del Espíritu Santo sea accediendo a bendecir lo que es inmoral, más bien todo lo contrario, como es claro.

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Sigue la Declaración:

36. En este sentido, es esencial acoger la preocupación del Papa, para que estas bendiciones no ritualizadas no dejen de ser un simple gesto que proporciona un medio eficaz para hacer crecer la confianza en Dios en las personas que la piden, evitando que se conviertan en un acto litúrgico o semi-litúrgico, semejante a un sacramento. Esto constituiría un grave empobrecimiento, porque sometería un gesto de gran valor en la piedad popular a un control excesivo, que privaría a los ministros de libertad y espontaneidad en el acompañamiento de la vida de las personas.”

Llama la atención, digamos, que se vea como un empobrecimiento el acercamiento a lo que sería un acto litúrgico o semi-litúrgico, semejante a un Sacramento.  Si nos guiamos por este párrafo, los Sacramentos parecerían situarse más bien del lado del control excesivo, es decir, de algo negativo.

En cuanto a la piedad popular, es claro que no puede ser una razón para dejar de lado la doctrina de la Iglesia.

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Continúa la Declaración:

37. A este respecto, vienen a la mente las siguientes palabras, en parte ya citadas, del Santo Padre: «Las decisiones que, en determinadas circunstancias, pueden formar parte de la prudencia pastoral, no necesariamente deben convertirse en una norma. Es decir, no es conveniente que una Diócesis, una Conferencia Episcopal o cualquier otra estructura eclesial habiliten constantemente y de modo oficial procedimientos o ritos para todo tipo de asuntos […] El Derecho Canónico no debe ni puede abarcarlo todo, y tampoco deben pretenderlo las Conferencias Episcopales con sus documentos y protocolos variados, porque la vida de la Iglesia corre por muchos cauces además de los normativos». Así el Papa Francisco ha recordado que «todo aquello que forma parte de un discernimiento práctico ante una situación particular no puede ser elevado a la categoría de una norma», porque esto «daría lugar a una casuística insoportable».”

Sin duda que todo lo que es insoportable es malo, pero como ya dijimos, hay que tener cuidado con la permisión de estas conductas carentes de toda norma y regulación, porque el problema aquí no es que se pueda coartar la creatividad, sino que se puede dar paso a la anarquía.

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Sigue la Declaración:

38. Por esta razón, no se debe ni promover ni prever un ritual para las bendiciones de parejas en una situación irregular, pero no se debe tampoco impedir o prohibir la cercanía de la Iglesia a cada situación en la que se pida la ayuda de Dios a través de una simple bendición. En la oración breve que puede preceder esta bendición espontanea, el ministro ordenado podría pedir para ellos la paz, la salud, un espíritu de paciencia, diálogo y ayuda mutuos, pero también la luz y la fuerza de Dios para poder cumplir plenamente su voluntad.”

El documento sigue, al parecer, sin lograr hacerse una idea clara de lo que es una bendición. Ahora se habla de “pedir la ayuda de Dios a través de una simple bendición”, lo que es ambiguo, porque puede ser pedir con la bendición la ayuda de Dios, o pedir la ayuda de Dios consistente en una bendición. La fusión ambigua de ambos significados permite “disfrazar” la bendición como si fuese nada más que una petición del pecador cuando en realidad es un acto específico de Dios y del ministro ordenado sobre el cual es clara la doctrina de la Iglesia señalada al comienzo de este “post”.

Porque sin duda que el ministro ordenado puede en esos casos pedir para estas personas la paz, la salud, etc., (ante todo, diría yo, la conversión), y la luz y la fuerza de Dios, pero nada de esto es todavía una bendición.

Si el tema de la Declaración fuese “Acerca de la intercesión por los pecadores”, se entendería más, en realidad, que siendo el tema el que es, las bendiciones.

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Continúa la declaración:

39. De todos modos, precisamente para evitar cualquier forma de confusión o de escándalo, cuando la oración de bendición la solicite una pareja en situación irregular, aunque se confiera al margen de los ritos previstos por los libros litúrgicos, esta bendición nunca se realizará al mismo tiempo que los ritos civiles de unión, ni tampoco en conexión con ellos. Ni siquiera con las vestimentas, gestos o palabras propias de un matrimonio. Esto mismo se aplica cuando la bendición es solicitada por una pareja del mismo sexo.”

Sigue con el problema accesorio de no confundir acerca del matrimonio, del que ya hablamos arriba.

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También dice:

De hecho, mediante estas bendiciones, que se imparten no a través de las formas rituales propias de la liturgia, sino como expresión del corazón materno de la Iglesia, análogas a las que emanan del fondo de las entrañas de la piedad popular, no se pretende legitimar nada, sino sólo abrir la propia vida a Dios, pedir su ayuda para vivir mejor e invocar también al Espíritu Santo para que se vivan con mayor fidelidad los valores del Evangelio.”

Pues esa “no pretensión” es fallida, de hecho se legitima las relaciones sexuales contrarias al orden moral. Por lo ya dicho, lo que es simplemente hablando malo no se puede bendecir, luego, si se bendice a estas parejas, es que su forma de vida, en tanto que tales parejas, no es simplemente hablando mala, o sea, queda legitimada.

Sigue sonando mal, además, esa contraposición entre las “formas rituales de la liturgia” y “el corazón materno de la Iglesia”.

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Finalmente:

41. Lo que se ha dicho en la presente Declaración sobre las bendiciones de parejas del mismo sexo, es suficiente para orientar el discernimiento prudente y paterno de los ministros ordenados a este respecto. Por tanto, además de las indicaciones anteriores, no cabe esperar otras respuestas sobre cómo regular los detalles o los aspectos prácticos relativos a este tipo de bendiciones.”

Pues es una pena, porque es de prever que si se quiere llevar a la práctica lo que dice esta Declaración se multiplicarán las preguntas.

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En definitiva, la principal bendición que se debe pedir para los que están en situación objetiva de pecado es la conversión. Es extraño que la Declaración no la mencione a no ser tal vez de pasada y oblicuamente. En todo caso, no tiene sentido pedir a Dios la bendición de la conversión a la vez que no se propone uno cambiar de modo de vida, y ése sería el caso precisamente de las personas en situación irregular que piden una bendición precisamente para esa situación irregular, pues la misma Declaración explica que no se trata de que el Espíritu Santo cambie esas conductas, sino de que potencie todo lo que en ellas hay de bueno y de humano.

Dios no puede “decir bien” del mal, en concreto, del mal que no tiene propósito de enmienda. En toda la Escritura lo que se bendice son cosas buenas, ante todo, personas, como cuando Dios bendice a los primeros padres Adán y Eva. Para el mal, la Escritura no tiene bendiciones, sino maldiciones.

El pecado sin propósito de enmienda “bendecido” por Dios es el pecado santificado, el pecado que ya no es pecado. Así se podría querer cambiar la doctrina de la Iglesia acerca del sexto mandamiento por la vía de la “praxis”, sin tocar, aparentemente, la “doctrina”.

Se debe orar mucho por la Iglesia en estos momentos tan difíciles, en los que el enemigo del género humano se esfuerza inútilmente por destruirla, pero donde pueden muchos perderse por la tremenda confusión y escándalo que producen estas cosas, en particular muchos que ante las aberraciones que están sucediendo puedan perder de vista la promesa de Cristo acerca de la indefectibilidad de su Iglesia, contra la cual las puertas del Infierno no prevalecerán.

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