quarta-feira, 31 de julho de 2019

B de Biblioteca


                                                  B de Biblioteca

                                  Quatro princípios para a leitura seguindo S. Bento

       

   Completamente de acordo com toda  tradição monástica, S. Bento, está convicto da necessidade da leitura para o equilíbrio de uma vida espiritual. Vê nela um auxílio muito eficaz para cultivar o nosso desejo de Deus. Daí a importância de se constituir uma boa Biblioteca e de a usar bem.Eis sobre este tema quatro conselhos que sobressaem da Regra e poderão ajudar-nos:

1.       O livro por excelência é a Sagrada Escritura, a autêntica Palavra de Deus. Nela encontra-se o alimento mais substancial e os exemplos mais estimulantes para avançar nos caminhos de Deus. Regressar a ela de forma privilegiada.

2.       Seguidamente, procurar os grandes autores, de modo particular aos Padres da Igreja,comentadoresfora de série da Sagrada Escritura, os Doutores da Igreja e os grandes mestres espirituais são indispensáveis. Nunca nos esqueçamos disto numa época em pululam publicações! A tradição espiritual contém bastantes verdadeiros mestres para não perdermos tempo com  autores menores.

3.       Pedir aconselhamento sobre estes assuntos. Porque um livro pode ser em si excelente mas pouco adaptado para determinada alma em particular. Na imensa variedade que existe entre estes autores há para todos os gostos, mas é necessário aprender a descobrir o que nos convirá melhor.

4.       Um livro deve ser lido « de seguida e por inteiro»( Regra, cap. 48). Verdade evidente? Não! Sábio princípio para marcar bem a diferença entre uma leitura espiritual que poderá ser fecunda e uma simples  borboletear, o que é fácil,ler em profundidade é exigente.

E agora, caros leitores e amigos, que bom livro espiritual vou tirar para ler da minha Biblioteca ou vou adquirir?

 

Dom Ambroise, OSB

 

   

terça-feira, 30 de julho de 2019

S. BENTO E A AGRICULTURA


                        MONGES NO TRABALHO AGRÍCOLA ( Iluminura medieval)

 

   “ O mosteiro, se possível ,deve ser construído de tal maneira que todas as  coisas necessárias, isto é, água, moinho, horta, as diversas oficinas e ateliês, existam no interior do mosteiro, de tal modo que os monges não tenham necessidade de sair dela”. ( Regra de S. Bento, cap. 66 )

   O Santo Patriarca ao impor uma localização  bem definida para a fundação de cada mosteiro , estava, provavelmente, a fazer uma verdadeira revolução no campo da Agricultura. De facto, com esta obrigação e, simultaneamente com a disseminação por toda a Europa, da Atlântico aos Urais, do Mediterrâneo à Escandinávia, da vida inspirada pela sua Regra, quer na tradição de Cluny ( monges negros ) quer na de Cister ( monges brancos ) e até nas Ordens de Cavalaria, S. Bento é o Pai não só da Europa como dos fundamentos de uma maior quantidade e diversidade de produtos agrícolas, de técnicas de irrigação dos campos, de  secagem de pântanos, entre outros contributos que os filhos espirituais de S. Bento deram e continuam a dar neste campo da cultura humana.

  Um monge beneditino brasileiro, Dom Lourenço de Almeida Prado, no seu livro bem interessante  -  “ São Bento e a Sua Obra “ ( ed.Lumen Christi”  , Rio de Janeiro, 1978 )- escreveu:”… tornou-se norma comum , a partir do século VI, que os  mosteiros, apenas construídos, fossem rodeados de actividades produtivas. O trabalho era distribuído entre os monges: uns tomavam a foice, a enxada e o podão e se embrenhavam pelas florestas, que sulcavam  de caminhos, abrindo , de espaço a espaço,grandes clareiras. Os pântanos eram drenados e secos, açudes eram construídos , a terra preparada e, assim, aos poucos iam surgindo os prados e as culturas. Outros dedicavam-se a aclimatar as essências, a introduzir os cereais e a organizar as hortas e os pomares (… ) Não se ignora também o trabalho dos monges no aprimoramento das culturas e , particularmente, na arte da enxertia e da irrigação (… ) A piscicultura e a apicultura mereceram espacial atenção (… ) “. De facto, até à actualidade, onde há monges / monjas de S. Bento ( beneditinos ou cisterciences ) cada mosteiro vive do seu trabalho e quase todos possuem terrenos agrícolas.

Na paisagem agrícola portuguesa, o contributo para o desenvolvimento da riqueza agrícola está bem patente, mesmo para  os mais distraídos , todos reconhecemos Alcobaça e as suas frutas, Lafões e os seus vinhos, Amares  ou, até, o pequeno mosteiro de Ermelo ( Arcos de Valdevez ) deixou a sua marca nas afamadas laranjas. E que dizer do vale do Douro onde Cister esteve tão presente ( Tarouca, Salzedas, etc) e que deixou vinhos de altíssima qualidade?

 Durante séculos os monges , filhos de S. Bento, trabalharam as terras e ensinaram a fazê-lo aos vizinhos. Quem, por exemplo, consultar as actas dos Capítulos trienais da Congregação Portuguesa de S. Bento, pode sem dificuldade, constatar a enorme preocupação dos monges em cultivar as suas propriedades e no investimento nas melhorias das mesmas. Triénio a triénio, até 1834, podemos ver como os monges negros se ocupavam das produções agrícolas. O mesmo para os Cisterciences, monges e monjas.

Não se pode nem deve esquecer que foi a vida dos filhos espirituais de S. Bento, no domínio da Agricultura, que esta passou de trabalho para escravos a trabalho digno de todos os homens, pois as populações viam monges oriundos das mais altas classes sociais dedicarem-se a arar, semear, cavar ou regar os campos.

 Na realidade, a Agricultura actual deve muito a S. Bento, àquele pedacinho da Regra com que se inicia este curtíssimo texto. Refiro novamente Alcobaça importante centro frutícola, que de pântano passou à cidade que é hoje conhecida, sobretudo, pela sua fruta. E como não referir Amares, aqui bem perto desta Basílica, a influência de dois grandes mosteiros, Rendufe e Santa Maria de Bouro, ambos de filiação em S. Bento ( Rendufe, monges negros e Santa Maria de Bouro de cistercienses ), na qualidade das excelentes laranjas desta zona?

Carlos Aguiar Gomes

 

 

 

 

 

segunda-feira, 22 de julho de 2019

UM GENOCÍDIO ENTRE OUTROS – Não podemos esquecer!


 

 

 
 
                                             
O ano de 1915, em plena I Guerra Mundial, o mundo assistiu ,calado, como se nada se passasse, ao primeiro genocídio, entre muitos outros que se iriam suceder desse século de sangue e horrores, que foi o século XX.Como não referir alguns sobre os quais não é politicamente correcto falar, como os perpetrados na União Soviética, na China de Mao, no Ruanda, na Alemanha nazi … Naquele desgraçado ano, o Império Otomano, massacrou 1 500 000 ( um milhão e quinhentos mil! ) cristãos arménios. Um massacre sem nome e por causa da Fé cristã desses mártires.

Foi um genocídio que, como disse, os “ grandes e poderosos não quiseram ver e muito menos quiseram agir. E ainda hoje muitos se recusam a aceitar, a começar pelo Governo turco.

O Papa Francisco, com a coragem e determinação que todos lhe reconhecemos, na sua recente visita à Arménia, não receou denunciar, mais uma vez, e com clareza, esse terrível genocídio.

Então, o Papa disse:   

“( … )Aquela tragédia, aquele genocídio, marcou o início, infelizmente, do triste elenco das imensas catástrofes do século passado, tornadas possíveis por aberrantes motivações raciais, ideológicas ou religiosas, que ofuscaram a mente dos verdugos até ao ponto de se prefixarem o intuito de aniquilar povos inteiros. Como é triste que, neste caso como nos outros dois, as grandes potências virassem a cara para o outro lado! ( … )

Presto homenagem ao povo arménio, que, iluminado pela luz do Evangelho, mesmo nos momentos mais trágicos da sua história, sempre encontrou na Cruz e na Ressurreição de Cristo a força para se levantar de novo e retomar o caminho com dignidade.   E o Papa continuou, denunciando os crimes, poer causa da Fé, praticados hoje, perante o silêncio de tantos de nós: ( … )”Hoje, nalguns lugares, particularmente os cristãos – como e talvez mais do que na época dos primeiros mártires – são discriminados e perseguidos pelo simples facto de professarem a sua fé, ao mesmo tempo que demasiados conflitos em várias áreas do mundo permanecem ainda sem soluções positivas, causando lutos, destruições e migrações forçadas de populações inteiras. Por isso, é indispensável que os responsáveis pelo destino das nações empreendam, com coragem e sem tardar, iniciativas destinadas a pôr fim a estes sofrimentos, fazendo da busca da paz, da defesa e do acolhimento das pessoas que são alvo de agressões e perseguições, da promoção da justiça e dum desenvolvimento sustentável os seus objetivos primários. O povo arménio experimentou estas situações na própria carne; conhece o sofrimento e a dor, conhece a perseguição; guarda na sua memória não só as feridas do passado, mas também o espírito que sempre lhe permitiu começar de novo. Neste sentido, eu encorajo-o a prestar a sua valiosa contribuição à comunidade internacional.” ( Papa Francisco, na visita pastoral à Arménia ,25 e 26 de Junho de 2016 ).

Aqui fica o meu eco de denúncia deste massacre, deste Genocídio que NÃO PODEMOS ESQUECER e cuja denúncia passou despercebido entre nós. Contudo, ele, o GENOCÍDIO , existiu e eliminou 1 500 000 cristãos. Como podemos ficar calados?

Que os Santos Mártires deste genocídio nos dêem a coragem de professar a nossa Fé, sem vergonha e sem medo. 

Carlos Aguiar Gomes

sábado, 20 de julho de 2019

DE MÃOS DADAS SEM APERTAR NEM MAGOAR


O Direito Canónico tem um fundo teológico e, cada norma, tem atrás de si uma longa história de experiências e práticas vivi...das, boas e menos boas, que o senso comum foi regulando. Não sendo Palavra de Deus, ele nasce a partir da doutrina da Igreja e esta provém do Evangelho, da Palavra e dos gestos de Jesus. Fiel à sua doutrina, a Igreja procura transmitir essa Boa Nova em linguagem mais pastoral que jurídica, mais à maneira de Jesus, pois há sempre situações de vida que saltam fora dos cânones. O Direito Canónico, porém, tem uma função de serviço, de apoio à pastoral, tem função educativa e organizativa. O seu objetivo é guiar os cristãos quanto aos direitos e deveres de uns para com os outros, para com a comunidade cristã e as instituições católicas. Ajuda a promover uma cultura ajustada aos ensinamentos e à missão espiritual da Igreja. Embora o principal papel pertença à Palavra e aos Sacramentos, a norma jurídica desempenha um papel importante na evangelização, não para usar apenas quando interessa ou em jeito de pedrada ou de força para matar e vencer, mas para usar como serviço à caridade e em destreza pedagógica. Direito e Pastoral andam de mãos dadas, sem se apertarem nem magoarem, amorosamente. Como afirma Bento XVI, “Uma sociedade sem Direito seria uma sociedade desprovida de direitos. O Direito é condição do amor” (18/10/2010).
Dentro deste entendimento e sem decretos, como alguns gostariam, volto a falar dos Padrinhos do Batismo. Não raro, a sua escolha continua a provocar momentos desconfortáveis, dando até a impressão, em reuniões faiscantes, que esse assunto é o único importante ou que a atividade e a preocupação pastoral se resumem a isso. Mas que causa mossa, lá isso causa, é verdade. Há sempre gente que se julga superior e digna de exceção. E há sempre gente que entende que o acolhimento, a bondade e o bom trabalho pastoral é viver à margem da comunhão eclesial e dizer sim a tudo!...
O Batismo não é uma formalidade ou um simples acontecimento social. É um sacramento, o fundamento de toda a vida cristã. Não é a mesma coisa ser-se batizado ou não se ser batizado. Tendo em conta o que é e significa, atendendo aos seus efeitos e consequências, o Batismo não deve ser negado nem adiado por razões sem razão, mas deve ser convenientemente evangelizado e preparado. E se toda a comunidade eclesial tem uma parte de responsabilidade no anúncio, salvaguarda e crescimento da graça recebida no Batismo; se os pais têm o primeiro e principal dever de ajudar a integrar na comunidade e fazer crescer a fé dos filhos; os padrinhos, atendendo ao múnus que assumem, devem ser pessoas de fé sólida, capazes e preparados para ajudar quem é batizado no seu caminho de vida cristã, assim o pede a Igreja. Eles são padrinhos em nome da comunidade eclesial, em nome da Igreja, devem ter a consciência de pertença à Igreja e vida em conformidade.
Resumindo, de novo, os cânones 872 a 875 do Código de Direito Canónico, lembro que: não é obrigatório haver padrinhos; o pai ou a mãe não podem ser padrinhos do próprio filho; pode haver um só padrinho ou uma só madrinha; se forem dois, seja um padrinho e uma madrinha e, em princípio, haja completado 16 anos de idade; tenha celebrado os sacramentos da iniciação cristã – Batismo, Confirmação e Eucaristia -; leve uma vida consentânea com a fé e com o múnus que vai desempenhar; possua capacidade e intenção de o fazer. Uma pessoa pertencente a uma outra igreja cristã, será admitida juntamente com um padrinho católico e assinará apenas como testemunha do Batismo. Num batizado em que não haja padrinhos, alguém assinará, não porque é ou vá assumir o múnus de padrinho, mas apenas assinará como testemunha de que o Batismo se realizou. Fora destes casos, ninguém deve assinar como testemunha: gera confusão, é ludibriar.
Quem, por exemplo, vive em união de facto, por opção consciente, livre e determinada, sabe que não recolhe as necessárias condições, bem como há outras situações assumidas conscientemente e em total liberdade que são objetivamente passíveis de não virem a ser aceites, mesmo que “estas situações devam ser abordadas de modo construtivo, tentando transformá-las em oportunidades” para que se comece a fazer caminho (cf. Francisco, A Alegria do Amor, nºs 292 e 297).
Algumas pessoas mais afastadas da prática eclesial e menos conhecedoras dos princípios que nos orientam, muitas vezes têm dificuldade em aceitar este diálogo pastoral. Embora reconhecendo que a sua união ou a sua situação individual contradiz o normal da vivência cristã, logo invocam a autoridade do Papa Francisco, como se ele tivesse dito o que eles querem ou a gente ignorasse o que Francisco, e bem, pede aos agentes da pastoral. Acham sempre que é um capricho do pároco, até mesmo quando querem ser padrinhos sem terem sido batizados: já aconteceu!... Quando, com verdadeiro acolhimento e verdadeira solicitude pastoral, se fala, atendendo às circunstâncias, que esta ou aquela pessoa não reúne as condições normais para vir a ser padrinho ou madrinha do Batismo, não se está a querer julgar, condenar, discriminar ou a faltar ao respeito a quem quer que seja. Está-se apenas a ter em conta os mais elementares princípios que têm de existir e a Igreja nos aponta e pede.
Também sabemos que há outras situações existenciais que podem não estar de harmonia com a doutrina da Igreja por circunstâncias difíceis da vida e para onde as pessoas, com sofrimento e sem outra solução plausível, foram arrastadas, até com muita dor. Mas elas sabem reconhecer a situação em que se encontram, nunca se afastaram da Igreja, participam naquilo a que a Igreja os aconselha e convida, estão integradas, colaboram. É perante estas situações que os pastores e agentes da pastoral têm a obrigação de, com todo o acolhimento e solicitude pastoral, ajudar a discernir a melhor opção, tendo também em conta, se, sendo essa pessoa aceite como padrinho ou madrinha, não irá criar escândalo ou mal-estar na comunidade cristã. Cada caso é cada caso e as situações, embora aparentemente iguais, podem não o ser, muitas vezes não são. Em situações similares, ninguém se deve comparar com alguém para fazer valer o que pretende. De facto, as situações, embora aparentemente iguais, podem não ser iguais.
O verdadeiro acolhimento implica, por respeito a todos, sentir e manifestar a alegria do encontro sem fingimentos; encetar e facilitar o diálogo pessoal e amigo como partilha do que vai na alma; saber escutar até ao fim sem condenar nem cortar a palavra; afirmar a verdade com humildade e amor; transmitir a beleza da Novidade cristã em linguagem positiva na alegria da fé em Cristo Senhor; gerar empatia e gosto para que amanhã, e depois de amanhã, se possa continuar este diálogo pastoral a transmitir coragem, inspiração, estímulo...

Antonino Dias.
  Bispo dePortalegre-Castelo Branco, 19-07-2019.

sexta-feira, 19 de julho de 2019

SETE ITENS PARA ORAR SEGUINDO S. BENTO


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                                                 O de Oração

             Sete princípios para a oração seguindo S. Bento

(A fidelidade à oração é êxito seguro da nossa vida espiritual. Para nos ajudar a conseguir tal aqui se elencam sete degraus inspirados na Regra de S. Bento)

1.    Não se reza “ quando se tem tempo”, mas consegue-se tempo para poder rezar!

2.   2. A oração é essencialmente um assunto de fé e de fé viva. Só a fé viva nos dá consciência clara da grandeza de Deus e dos Seus direitos, lembra-nos tudo o que Deus fez por nós, a sua vontade de união connosco, as Suas promessas de intimidade.

3.    Assim, quando quisermos rezar, activemos a nossa fé nesta presença infinitamente amante de Deus: precede-nos sempre e só pede que se una simplesmente na fé.

4.   S. Bento nunca exige que a oração privada seja longa mas exorta a que seja “ frequente” ( cap. 4 ) e “ pura” ( cap.20) ou seja que seja feita “ com lágrimas e fervor do coração” ( cap. 52 ), sabendo bem  que “ não é a abundância de palavras, mas a sinceridade do coração e a compunção de ser ouvidos”  que nos tornarão dignos “ ( cap.20).

5.   Para chegar a esta pureza é preciso saber que há um elo  essencial  entre “as santas leituras”, sobretudo a Sagrada Escritura, e “ a oração” ( cap.4). Estas, com efeito, vivificando a nossa fé e aquecendo o nosso coração dispõem-nos para esta.

6.   Ao sair da oração S. Bento recomenda” um profundo silêncio e ter para Deus a reverência que Lhe é devida” (cap.52). Dito de outro modo, o tempo passado com Deus só tem por finalidade tornar-nos agradecidos para com Ele, mas de fazer com que todo o nosso dia seja influenciada pela Sua presença e benéfica influência.

7.   Enfim, um lugar adaptado à oração em que “ aí nada haja de estranho   

ao seu fim”( cap.52), facilita fortemente o exercício. Do canto da oração em casa à igreja mais próxima, todas as fórmulas são boas.

 

Desejo-vos, a todos, uma renovada fidelidade à vossa vida de oração.

                                             

Dom Ambroise, OSB

 

segunda-feira, 15 de julho de 2019

CRISTÃOS PERSEGUIDOS: TODOS OS DIAS

O CÍRCULO INTERNACIONAL SHAHBAZ BHATTI
 
Todos os dias nos chegam notícias terríveis do martírio de cristão um pouco por todo o mundo. Lembremos os católicos perseguidos na China por não serem obedientes ao Partido Comunista! 
 

sábado, 13 de julho de 2019

EM DEFESA DA BIODIVERSIDADE AMEAÇADA


 

 

   Em dia de S. João Gualberto, 12 de Julho, na sala Capitular da igreja da Lapa ( Braga ), o Círculo Internacional Cristãos pelo Ambiente “ S. João Gualberto” – Arbutus unedo, realizou uma palestra, orientada pela especialista do Banco Português de Germoplasma ( sito em Braga), Eng. Ana Maria Barata, agrónoma, intitulada: “ O Banco Português de Germoplasma e a biodiversidade alimentar”.

  De forma muito pedagógica, a oradora entusiasmou os assistentes que se sentiram motivados para divulgar e promover a biodiversidade tão ameaçada. Após a sua interessantíssima exposição gerou-se um muito animado debate em que todos procuraram esclarecer dúvidas e conselhos para a acção. Apesar do calor intenso que ainda se fazia sentir, foi difícil encerrar a sessão que , em pequenos grupos continuou já no exterior, durante bastante tempo, tal o interesse que despertou a oradora.

  O Coordenador Internacional do Círculo , Eng. Mário Silva, no final sublinhou e anunciou que o Círculo, que tem como patronos celestes o fundador dos beneditinos valombrosanos, S. João Gualberto, e S. Francisco de Assis e vai realizar outras   actividades mobilizadoras para a defesa da nossa CASA COMUM, A TERRA, numa perspectiva da Carta Enncíclica do Papa Francisco, “ LAUDATO SI” . Recordou que o escudo do Círculo foi criado pelo artista brasileiro, Athanílio Santos e que de uma forma muito bela, plasma dois elementos importantes: a sua filiação na MILITIA SANCTAE MARIAE – cavaleiros de Nossa Senhora e a planta que , em Portugal, foi escolhida como espécie acolhida para sua sensibilização da necessidade da protecção da Natureza ameaçada pela voracidade consumista contemporânea: o Medronheiro ( Arbutus unedo)  .

   Todos os presentes foram unânimes em pedir mais acções inspiradas pela acima referida Encíclica “ LAUDATO SI”.

 

sexta-feira, 12 de julho de 2019

ASSASSINARAM VINCENT LAMBERT!





No país das liberdades, a França, morreu ontem, assassinado VINCENT LAMBERT, à fome e à sede, num hospital. A eutanásia a mostrar-se! Estamos indignados.
Que Vincent Lambert, no céu, perdoe aos seus assassinos.

CRISTÃOS PELO AMBIENTE


                                                                       S. JOÃO GUALBERTO

Em 12 de Julho de 1073, na Itália ( S. Miguel di Badia a Passignano) morria um dos grandes reformadores da vida beneditina, nascido pouco antes do ano 1000 ( 995-1005 ?). João Gualberto era o seu nome. A sua vida, empolgante, foi marcada pelo célebre episódio do abraço de perdão ao assassino do seu irmão Hugo, numa Sexta-feira Santa, episódio que o levou a entrar como monge beneditino  no mosteiro de S. Miniato. Eram os anos vinte do ano 1000.

Tal como S. Bento, seu guia e orientador espiritual, João Gualberto, tem um único objectivo: buscar Deus e, por isso, lutar contra a simonia que dominava em todos os ambientes eclesiásticos era um apelo que o impele a viver a Regra de S. Bento de uma forma mais rigorosa.

Nesta procura de Deus , sai com um grupo de monges, igualmente movidos por este ideal bem difícil de viver plenamente. Quando procuravam o local para viverem esta experiência de austeridade, numa noite fria de inverno, sem um tecto acolhedor, abrigam-se debaixo de uma faia, árvore abundante no local onde pararam nessa noite invernosa. Para seu espanto, João Gualberto e os companheiros viram que a faia tinha dobrado os seus ramos para os abrigar da intempérie. Viram neste precioso acolhimento da faia, um sinal de Deus para aí um mosteiro. Nascia o mosteiro de Vallombrosa e a família beneditina dos valombrosanos que chegou até hoje.

Este episódio marcou a vida dos valombrosanos e o seu amor, grande conhecimento  e protecção das florestas. De Vallombrosa saíram , durante séculos, grandes especialistas nesta área do saber e daí partiram para as grandes Universidades da Europa professores de Botânica.

 

quinta-feira, 11 de julho de 2019

11 DE JULHO - DIA DE S. BENTO, PAI E PADROEIRO DA EUROPA


                          BREVÍSSIMO RESUMO DA VIDA DE S. BENTO

 

Sobre S. Bento de  Núrsia, venerado aqui, em S. Bento da Porta Aberta, desde 1615, acolhido pela floresta e gentes do Gerês, sabemos muito pouco. Diz-se que os pais eram nobres e ricos. Que partiu para Roma menininho – não sabemos a idade – acompanhado de uma ama que o vai acompanhar no tempo que vai passar em Roma e, depois, em Vicovaro. Sabemos, pois, que o seu itinerário e o da sua preciosa herança que chegou ao século XXI e explica esta Basílica que completou 400 anos em 2015. De Núrsia vai para Roma estudar … Mas a estada de Bento em Roma foi curta. Como refere o seu primeiro biógrafo: “Desprezou assim os estudos literários, abandonou a casa e os haveres paternos … “ . Seguiu outro rumo, que o levou a Enfide,  Subiaco e, finalmente , a Monte Cassino. Bento partiu pobre de bens materiais,rico na urgência de se aperfeiçoar no que é sempre essencial e que ele não queria perder: a busca de Deus. Experimentou vários estilos de vida e de ascética.

Entre montanhas verdejantes e agrestes e por entre ribeiros e regatos torrenciais, Bento ,  isolou-se do mundo, numa verdadeira “ fuga mundi “, não como uma forma de alienação sem sentido, mas no sentido de se centrar cada vez mais no Outro, que é o absolutamente necessário. Bento tinha iniciado uma real e bem determinada “ peregrinatio pro Christo” que vai inculcar aos seus filhos espirituais.

 Foi eremita, isolado numa gruta, mas por pouco tempo. A sua vocação passaria pela vida comunitária como monge: separado de todos, unido a todos! E, além disso, uma vida numa família em que o superior não era o Mestre, mas o Abbas, o paizinho, os membros da comunidade, irmãos, com um enorme respeito, veneração mesmo, pelos velhos e doentes e um carinho, num amor firme, com as crianças.  É esta a sua opção que passa  pelo trabalho manual no campo ou nas oficinas.  A sagacidade de S. Bento imprimiu à Regra uma marca, as impressões digitais da sua alma, e que a tradição resumiu a um lema que, não sendo de S. Bento, traduz este estilo de vida : Ora et labora ( reza e trabalha ).

 

quarta-feira, 10 de julho de 2019

CRISTÃOS PERSEGUIDOS

 
 
                                              
 
10 Julho, 2019
Mais de uma centena de cruzes foram removidas de igrejas nas cidades de Changchun e de Yushu, na província de Jilin, na China, segundo denuncia o site Bitter Winter, que monitoriza as questões de liberdade religiosa neste país.

Algumas dessas cruzes terão sido retiradas por elementos das próprias comunidades cristãs de forma a se evitar o seu encerramento pelas autoridades, refere o responsável de uma das igrejas ao referido site.

Esta situação agora descrita é exemplo da repressão que as autoridades chinesas continuam a exercer sobre as comunidades cristãs nomeadamente as que não estão inseridas nos organismos criados por Pequim para o controle das actividades religiosas.

Segundo o Bitter Winter, na província de Henan, por exemplo, houve centenas de cruzes removidas de igrejas cristãs durante o ano passado, assim como foram encerrados centenas de espaços que as comunidades cristãs utilizavam nas suas actividades na cidade de Xinjiang.

A repressão das autoridades chinesas sobre os cristãos, nomeadamente os que pertencem à chamada Igreja Clandestina, fiel ao Papa e ao Vaticano, foi referida recentemente por um sacerdote português à Fundação AIS a propósito da proibição do funeral público e enterro num cemitério católico ao Bispo de Tianjin, D. Stefano Li Side, falecido a 8 de Junho com 92 anos de idade.

Para o padre Ricardo Teixeira, que viveu durante cerca de 4 anos na República Popular da China, entre 2013 e 2017, e que conheceu pessoalmente D. Stefano Li Side, este Bispo da Igreja Clandestina “foi um gigante na fé”, tendo lembrado à AIS que “o seu coadjutor, que ainda está vivo, está em prisão domiciliária”.

O sacerdote português, dehoniano, de 39 anos de idade, testemunhou a política repressiva contra os cristãos fiéis ao Papa por parte das autoridades comunistas. Sobre essa experiência, o padre Ricardo recorda que, “logo desde a primeira semana, começámos a celebrar (em Pequim) em casas particulares de pessoas que eram cristãs e não o podiam dizer…”

Apesar de reconhecer que, por vezes, é difícil falar numa igreja colaboracionista com as autoridades em contraste com outra, fiel ao Papa, “pois não há uma linha assim tão clara, tão objectiva”, o padre Ricardo refere que, em jeito de balanço, a sua experiência na China permitiu-lhe conhecer uma realidade extraordinária.

“É um cristianismo forte mesmo no meio das perseguições”, disse, acrescentando: “fiquei sem palavras com a forma como esta gente vive, quer viver e quer continuar a viver o cristianismo, mesmo nas dificuldades, mesmo muitas vezes sem entender as questões políticas”. “E dizem que o que lhes interessa é que os deixem celebrar em paz.”

Mesmo à distância, o padre Ricardo continua a acompanhar as notícias oriundas da China, e afirma, à Fundação AIS, que é “mesmo com muita tristeza” que vê os actos de violência por parte das autoridades, nomeadamente a destruição das cruzes das igrejas como agora aconteceu na província de Jilin. “Vejo essas notícias mesmo com muita tristeza porque estamos a falar de comunidades vivas…”

Uma das situações que testemunhou refere-se a uma igreja que as autoridades confiscaram à comunidade cristã. Preferindo, por uma questão de segurança, não divulgar a sua localização, o padre Ricardo Teixeira lembra que foi “das imagens chocantes” que mais lhe custou presenciar.

Na referida diocese, cujo bispo até era reconhecido pelo governo, as autoridades retiraram a catedral à comunidade e transformaram-na “num centro comercial”. Mas não alteraram grandemente o edifício. “Tem os vitrais, as cruzes, o altar… como se nada fosse. Mas nós entramos… e não é uma igreja. Tem lá as lojas, algumas até bem escolhidas no sentido de humilhar os cristãos. O altar, por exemplo, era a zona do peixe, onde se cortava o peixe…”
 

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Terrorismo ecológico desmascarado

                      
                  Vale a pena ler esta notícia de 1930!

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Um homem bom


Tinha 75 anos e vivia na Síria há tanto tempo que na cidade de Homs quase ninguém se
lembrava que o Pe. Frans era holandês. Homem de paz, defensor dos mais fracos e humildes, o
Pe. Frans não resistiu às duas balas disparadas cobardemente contra si em Abril de 2014. No
entanto, a sua memória permanece viva e o seu túmulo transformou-se em ponto de
encontro, em lugar de oração. A morte não teve a última palavra.
Foi assassinado no dia 7 de Abril de 2014, no jardim em frente à residência dos jesuítas, em
Homs, na Síria. Foi com incredulidade que se soube da notícia do seu assassinato brutal. O Pe.
Frans van der Lugt era um homem bom. Isso bastava para o definir. Era bom, procurava ajudar
os mais pobres e necessitados, e tinha sempre a porta de sua casa aberta a todos. E todos o
estimavam: católicos, ortodoxos, muçulmanos. A sua figura alta, frágil, ligeiramente
encurvado, o sorriso com que recebia os que batiam à porta de sua casa, faziam dele um
amigo, um homem de paz e de reconciliação. Foi com incredulidade e raiva que se soube da
notícia da sua morte. Era ainda manhã quando bateram à porta da sua casa, em Homs.
Arrastado para fora da residência, o Pe. Frans foi espancado e depois assassinado a tiro.
Dispararam duas vezes para confirmar que estava mesmo morto. No ano de 2014 a guerra já
tinha transformado a Síria num lugar infernal. Homs era o espelho da destruição e da
desesperança de todo o país. Bairros inteiros jaziam em escombros e não havia sinais de que
os combates iriam abrandar de ferocidade. As cidades, vilas e aldeias esvaziavam-se. As
pessoas fugiam para salvar a própria vida. O Pe. Frans ficou. Mesmo quando todos lhe diziam
que era mais prudente partir. O Pe. Frans nasceu na Holanda. Depois de uma breve passagem
pelo Líbano, assentou arraiais na Síria em 1966, passando os últimos anos numa constante luta
em defesa das populações de Homs.
Socorrer pessoas
Com a violência insana da guerra a deixar marcas profundas visíveis nas ruínas das casas e no
sofrimento das pessoas, o Pe. Frans não tinha descanso. Era preciso acabar com a guerra, era
preciso socorrer as populações. O Pe. Frans não descansava na urgência de acudir os que
viviam encurralados em bairros, em ruas, em casas onde tudo faltava… alimentos, remédios,
água e luz. Foi com incredulidade que se soube da notícia do assassinato brutal do Pe. Frans. O
Papa Francisco disse-o. Evocando o confrade jesuíta holandês de 75 anos, o Santo Padre
lembrou que ele “era amado e estimado por cristãos e muçulmanos”, e que durante as
décadas de vida e de missão na Síria “sempre fez o bem a todos, com gratuidade e amor”. Em
Abril deste ano, quando se assinalaram cinco anos do assassinato, uma pequena delegação de
sacerdotes jesuítas, que incluiu o Superior Geral, Pe. Arturo Sosa, esteve em Homs para uma
homenagem ao Pe. Frans van der Lugt. Foi uma homenagem ao mártir cuja causa de
beatificação vai fazendo o seu caminho. Em vida, o Pe. Frans ergueu a sua voz na defesa dos
mais necessitados, de todas as pessoas que foram vítimas dos algozes jihadistas que decidiam,
com a arrogância da força das armas, como as populações haveriam de se vestir, de comer, de
rezar, de se comportar. O Pe. Frans foi assassinado, mas a causa da liberdade que sempre
defendeu ficou mais forte com o seu exemplo. Homem de paz, defensor dos mais fracos e dos

humildes, o Pe. Frans não resistiu às duas balas disparadas cobardemente contra si, mas a sua
memória permanece viva e o seu túmulo transformou-se mesmo em ponto de encontro, em
lugar de oração. A morte não teve a última palavra.
Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

terça-feira, 2 de julho de 2019

Lobos com aparência de cordeiros


“Onde Deus é excluído, a lei da organização criminal toma o Seu lugar, não importa se de forma descarada ou subtil" (Bento XVI

Os actuais “chefes” da Igreja Católica em Portugal (como em quase todo o Ocidente) parece desprezarem o conselho que Jesus deu aos seus discípulos para terem cuidado com os falsos profetas, que são como lobos ferozes com aparência de ovelhas! Vejamos o que, em Portugal (como em muitos outros países, que o mal tem a mesma origem), já fizeram esses “lobos ferozes”: retiraram das escolas, dos espaços públicos e dos espaços culturais qualquer referência a Deus; instituíram a permissividade sexual (quando a moral é relativa, a liberdade “evolui” para a permissividade) e facilitaram o divórcio; promoveram o aborto e o homossexualismo; estão contra a Natureza (nomeadamente a Biologia) ao transformar machos em fêmeas e vice-versa, mas a favor da eutanásia!... São contra a vida, contra a dignidade humana, a verdade e o bem! Porque permanecem em silêncio (recusando informar os católicos - todos os baptizados) os responsáveis da Igreja Católica em Portugal? Porque não apelam contra a abstenção (“a indiferença pode ser um pecado mais grave do que o ódio”) e contra os ateístas/materialistas apoiantes do aborto e outras aberrações?! Deixam-se condicionar pelos interesses dos seus inimigos e inimigos de Deus?! Se antes das últimas eleições tivessem apelado aos católicos para não apoiarem quem apoia o aborto e para não se absterem, esta geringonça não existiria, nem os seus inúmeros malefícios em vários campos!... Estarei enganado?
O drama do povo venezuelano não existiria se a sua Igreja tivesse cumprido o seu dever de informar os católicos sobre os perigos do socialismo (nas suas diversas roupagens), condenado pela Igreja Católica desde o Papa Leão XIII. Sabia-se que Hugo Chavez era ateu e socialista (mais pelos frutos do que pelas palavras) e todos conhecemos o “destino” dos povos comandados pelos socialistas!


Cândido Morais Gonçalves

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Preparar a celebração de S. JOÃO GUALBERTO

 
 

Dia 12 de JULHO, a festa do padroeiro do CÍRCULO INTERNNACIONAL S. JOÃO GUALBERTO - CRISTÃOS PELO AMBIENTE - na igreja da LAPA ( BRAGA)

La situation en Syrie/ A SITUAÇÃO NA SÍRIA

  En raison de l’actualité en Syrie, nous avons interrogé Benjamin Blanchard, directeur général de   SOS Chrétiens d’Orient   : Après une ré...