quinta-feira, 28 de abril de 2022

S. JOÃO PAULO II, MAGNO (6) SAMEIRO – 1982 -2022

 

                                            S. JOÃO PAULO II, MAGNO (6)

                                                 SAMEIRO – 1982 -2022

                                                          15 de Maio

 

   Se hoje revisitarmos o texto da homilia que S. João Paulo II Magno fez naquele memorável dia 15 de Maio de 1982 e o lermos compaginando-o com a famosa e eterna Exortação Apostólica de 22 de Novembro de 1981, dia da Solenidade de Cristo Rei, a “ Familiaris consortio” vê-se, com muita clareza, que o Papa segue fielmente esta. Aliás não seria de esperar outra coisa deste Papa, firme, claro e coerente consigo e com a Doutrina Social da Igreja e com o magistério da Igreja de todos os tempos no concernente à Família e à vida. Até ao fim da sua vida, o Papa nunca fez desvios de conveniência ou para agradar a quem quer que fosse. Nunca cedeu às pressões internas nem, muito menos, às externas que navegavam e navegam noutros mares! Temos de estar gratos a este Papa  pela clareza, sempre sem palavras ambíguas, no anúncio do Evangelho da Vida e da Família.

No homilia do Sameiro, S. João Paulo II Magno, tal como já o havia feito na Exortação Apostólica “ Familiaris consortio”,dedica um capítulo ao que chamou ( e  tem de ser) « A solicitude maternal da Igreja nos casos difíceis» que na referida Exortação lhe dá o título « Pastoral familiar nos casos difíceis». Era uma preocupação do Papa  os casais em “ situações difíceis”. No ponto 27 da “ Familiaris consortio”, o Papa diz: « (…) é pedido para aquelas famílias que – muitas vezes independentemente da própria vontade ou pressionadas por outras exigências de natureza diversa – se encontram objectivamente difíceis»  « Um empenho pastoral ainda mais generoso, inteligente e prudente, na linha do Bom Pastor» . E o Papa analisa diversas situações” difíceis”:

1-      Casamentos mistos;

2-      Casamentos à experiência;

3-      Uniões livres de facto;

4-      Católicos unidos só em casamento civil;

5-      Separados e divorciados que não se casam de novo;

6-      Divorciados que se casam de novo;

7-      Os sem família.

Para cada situação, o Papa, avalia a situação à luz do Evangelho com Misericórdia e Justiça. No Sameiro faz um percurso mais sintético, dado que estava a fazer uma homilia, mas genericamente, não esquece ninguém e diz: «Cada um dos homens: portanto também aquele ou aquela que se encontra a braços com um casamento que fracassou. Deus não deixa de amar os que se separam, nem mesmo os que iniciaram uma nova relação irregular. Ele continua a acompanhar tais pessoas com a imutável fidelidade do seu amor, chamando continuamente a atenção para a santidade da norma violada e, ao mesmo tempo, convidando a não abandonarem a esperança.»  ( o sublinhado é meu).  Na realidade S. João Paulo II Magno não faz mais do que recordar  a doutrina de sempre. Como lembrava  recentemente o Arcebispo Salvatore Cordileone de S. Francisco – EUA ( cf. catholicnewsagency.com em 16 -4-22):« O ensinamento de Cristo não tem tempo. Não está vinculado a uma geração, a uma época ou a uma cultura. É universal, aplica-se em todos os tempos, lugares e culturas.» .Mas, apesar da clareza e a propósito destas situações difíceis, é frequente ouvir-se esta pergunta: «Não poderia haver também a ajuda dos sacramentos, inclusive o acesso à comunhão?». E o Papa , no Sameiro, foi claro:« Reflectindo de algum modo, o amor de Deus, também a Igreja não excluí da sua preocupação pastoral os cônjuges separados e novamente casados: pelo contrário , põe à sua disposição os meios de salvação . Embora mantendo a prática, fundada na Sagrada Escritura , de não admitir tais pessoas à comunhão eucarística, ( …)» ( sublinhado meu). Aqui o Papa repete, mais uma vez, o que disse, por exemplo do “ Familiaris consortio”( nº84): « A Igreja, contudo, reafirma a sua disciplina, fundada na Sagrada Escritura, de não admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova união (…) » e logo a seguir afirma: «A reconciliação pelo  sacramento da penitência – que abriria o caminho ao sacramento eucarístico – pode ser concedida só aqueles que, arrependidos de ter violado o sinal da Aliança e da fidelidade a Cristo , estão sinceramente dispostos a uma forma de vida que não contradiga a indissolubilidade do matrimónio (…)». O que acabo de transcrever não é da minha autoria. São palavras claras do Papa quer na “ Familiaris consortio” quer na homilia do Sameiro! Como tão claramente disse o Arcebispo de S. Francisco, D. Salvatore Cordileone ( cf. acima): « O ensinamento de Cristo  não tem tempo» nem vai com modas ou pressões e opiniões por mais qualificadas que sejam. «Mesmo chamando o mal, pelo nome  e opondo-se-lhe decididamente, Cristo vem sempre ao encontro da fraqueza humana. Procura a ovelha tresmalhada. Cura as feridas das almas. Consola o homem com a sua cruz (…)» ( Sameiro – o sublinhado é meu)). O mal é o mal e não pode ser tomado como bem. Sim, sim! Não, não!

    Que clareza, que coragem e que fidelidade à doutrina que ninguém pode alterar  sem trair Cristo expôs toda a sua vida S. João Paulo II Magno! ( Continua)

Carlos Aguiar Gomes

 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Cardeal Omella e a Família

 

«La Iglesia desea presentar la belleza del matrimonio, de la unión fiel y definitiva entre un hombre y una mujer abiertos a la vida. Que la Iglesia celebre el matrimonio es una auténtica profecía para el mundo.

Apostar por la familia. La familia es la primera sociedad humana, es la célula vital de la sociedad, titular de derechos propios y originarios, que ocupa el centro de la vida social. La familia es la cuna de la vida y del amor donde nacemos y crecemos. Por ello, se ha de afirmar la prioridad de la familia como primera forma de sociedad respecto al resto de instituciones sociales y también del Estado. La familia, en tanto que sociedad natural básica, no está, por lo tanto, en función de la sociedad y del Estado, sino que la sociedad y el Estado están al servicio de la familia para que pueda llevar a cabo la misión propia de educar a los hijos.

Un buen modelo social que busque el bien del ser humano debe tener como prioridad a la familia. Desatender a las familias sin ofrecerles las ayudas necesarias es un ataque a la futura sociedad.

Apostar por la vida. En el seno de la familia se gesta la vida; muchas vidas que pueden nacer, crecer, desarrollarse en plenitud y morir con amor y dignidad. Todas las vidas merecen ser vividas. La defensa de la vida en su integridad es fundamental. Una sociedad que no protege la vida de sus integrantes es una sociedad abocada al fracaso y a la barbarie». ( Cardal Omella, Presidente da Conf. Episcopal de Espanha - 25.IV-. 22)

 

segunda-feira, 25 de abril de 2022

S. João Paulo II - 30 anos - lembrança

 

Faz 30 anos em 15 de Maio p.p.( 2012) que o Papa Beato João Paulo II esteve em Braga, em visita pastoral memorável. Precisamente há 30 anos publiquei no “Diário do Minho” (20.5.1982) um artigo que me parece manter toda a atualidade. Republico-o agora, sem lhe mudar nada.

 

Braga deu o coração ao Papa!

O santo Padre, que nos honrou com a Sua visita e ensino ou com a Sua palavra, recebeu, quando chegou a esta velha urbe dos romanos e dos Arcebispos, um coração em filigrana. Não sei quem teve tão feliz iniciativa, mas daqui o felicito. De facto ao Vigário de Cristo na Terra nada mais agradará do que saber que os bracarenses estão com o Papa e Lhe dão o seu coração – creio que será esse o símbolo da oferta.

Parabéns a quem teve tão expressiva ideia – o coração para o Papa. Um coração que sente com a Igreja, que exulta com as suas vitórias e sofre com os seus revezes, que reza pelos oprimidos e perseguidos, que luta pelo homem – o homem todo e todos os homens!

Creio que esse coração trabalhado nessa renda de prata ou ouro que é a filigrana, terá um lugar especial no coração do Papa. Sim, o nosso coração, símbolo do amor e de doação, estará hoje e sempre, cada vez mais e melhor sintonizado com o coração do Papa. 

 

Que hipocrisia não seria darmos um coração de ouro ou prata ao Sumo Pontífice, talvez muito valioso, mas negarmos-Lhe o nosso!... Que engano seria tal oferta!... E nós, católicos bracarenses, não permitiremos que o coração entregue a Sua Santidade seja símbolo de mentira! Não! Esforçar-nos-emos todos para que o Santo Padre sinta que o nosso coração Lhe foi entregue. Que bate ao ritmo do Seu.

Sim, um coração que aceita com alegria a «Familiaris consortio» e a «Laborem Exercens»; que rejubila com «Redemptoris hominis»; que abraça com o maior fervor «O Mistério e culto da Santíssima Eucaristia»; que cumpre todas as normas disciplinares e litúrgicas aprovadas pelo Papa com a satisfação de Lhe obedecer. Um coração que não bate em ritmo acelerado nem retardado, mas ao ritmo certo, ao compasso da Igreja, Mãe e Mestra, esse é o coração oferecido ao Santo Padre. É o coração, assim ritmado, que o Papa aceitou no Sameiro. Braga deu o seu coração ao Papa, não lho vai retirar! A partir do dia 15 não se vai ousar, creio, dar o nosso coração, oferecido ao Papa, aos ídolos do mundo moderno. No Sameiro gritamos: Totus tuus e todos do Papa ficaremos!

 

Carlos Aguiar Gomes

 

sábado, 23 de abril de 2022

Festival internacional de órgão de Braga: o FELIZ REGRESSO !

 

               Festival internacional de órgão de Braga: o FELIZ REGRESSO !

 

  Felizmente, graças a Deus, o Festival Internacional de Órgão de Braga vai regressar, entre os dias 6 e 15 de Maio p.f. E regressa com imensa variedade  de concertos e outras actividades  plenas de interesse.

   Como é costume e assisado, as diversas actividades, abraçam a cidade, passando por Tibães e Real. Não se fique, também, com a ideia de que só se ouvirão os  órgãos mais conhecidos. Até iremos assistir e ouvir o som de um harmónio, o velho instrumento que enchia as igrejas de aldeias, vilas e cidades de há mais de 50 anos  e que a intromissão dos ditos órgãos electrónicos arrumou para o lixo ou, na melhor das hipóteses, para as sacristias onde serviam/ servem  de estantes . Foi considerado  fora de moda! E foi e é uma pena.

   O órgão de tubos., rei dos instrumentos, “ casa” bem com outros instrumentos dada a sua versatilidade e riqueza sonora. Vamos poder comprová-lo  este ano, mais uma vez, quando o ouvirmos associado a orquestra ou a … um acordeão. Aliás, dá-se  bem com os  “ primos” mais ou menos afastados: harmónio, acordeão e até gaita de foles como já se “ viu” num dos passados festivais internacionais de Braga e se vai ouvir este ano.

    De 6 a 15 de  ser Maio , Braga vai provar o que já é mas ainda não é reconhecido por quem de direito: a CAPITAL IBÉRICA dos órgãos de tubos ibéricos.

   Braga tem uma riqueza ímpar que nem todos os bracarenses conhecem e admitem no número e qualidade deste extraordinário instrumento!

   Todas as semanas, há mais de um ano, oiço, ao meio dia de todas as 4ªs feiras, durante cerca de meia hora um concerto transmitido “ on-line”  da Torre dos Clérigos do Porto ( uma iniciativa fabulosa da respectiva Irmandade e da Associação Comercial do Porto, segundo sei). E sei que este mini-concerto percorre o mundo e dá a conhecer, de forma muito acessível o nosso património. Por que razão Braga não tem um projecto assim? E, já agora, que fiz uma pergunta, permitam-me que faça outra: E por que razão Braga ainda não pertence à rede europeia de órgãos históricos como Lisboa ou Mafra, a interessantíssima rede ECHO – European Cities of Historical Organs ? A cidade só teria a ganhar, divulgando o seu riquíssimo património organístico e atraindo turistas melómanos e entusiastas deste instrumento que viriam  de todo o mundo.

   Este ano, e deixem-me felicitar a comissão organizadora deste Festival Internacional de Órgão brinda-nos com duas novidades:

1-      A exposição “ A MAGIA DA MÚSICA”, destinada a grandes e miúdos, ignorantes musicais como eu ou sábios como muitos que andam por aí. Nesta exposição poderemos ir ver vários instrumentos musicais mecânicos como as famosas “ grafonolas” de que os mais novos nunca ouviram falar e que foram responsáveis por muitos serões e bailes do início do século XX, como me contava minha Mãe. Pessoalmente estou cheio de curiosidade e quero ver se consigo ir visitá-la com alguns dos meus netos . O Museu Pio XII, mecenas da arte e da cultura, irá acolher esta notável iniciativa.

2-      Outra novidade, e muito importante, será o lançamento de um livro que vem enriquecer os estudos bracarenses. É seu autor o Director Técnico destes festivais internacionais, Dr. José Rodrigues, autor e mobilizador entusiasta destes festivais. “ O ÓRGÃO IBÉRICO EM BRAGA – um excecional património” é o nome da obra que vai “ aparecer”, enriquecendo Braga e o seu Festival, deixa-me muito curioso. Disse -me o autor que este livro será “ uma viagem pela história do órgão de tubos no tempo e o do seu papel no campo musical, vindo da Antiguidade e que chegou até nós cheio de pujança. E Braga tem grandes responsabilidades para com este instrumento já que foi, pode-se dizer sem rodeios, um “ berço” de órgãos ibéricos da mais elevada categoria sonora e artística (repare-se na beleza da maioria das caixas dos órgãos que existem ), de grandes organeiros e organistas. Património que temos a obrigação de conhecer, divulgar e preservar: tocando com muito mais frequência, uma forma de cuidar deles, apoiando todas as iniciativas que coloquem o órgão de tubos no pedestal de onde nunca deveria ter saído e que urge recoloca-lo no nosso quotidiano litúrgico e cultural.

Braga merece ouvir muito mais frequentemente os seus órgãos tocar.

Braga tem o direito e o dever  de estar ao lado dos grandes centros organísticos  da Europa integrando a rede ECHO. Já !

Braga deve orgulhar-se deste Festival Internacional de Órgão de Tubos e os mecenas terão que ser mais generosos e reconhecidos pelo bem que fazem ao apoiar este grande evento musical de Braga , do país e da Europa.

Viva o O FESTIVAL INTERNACIONAL DE ÓRGÃO DE TUBOS de Braga (www. FESTIVALORGAOBRAGA.com)!

 

Carlos Aguiar Gomes, melómano entusiasta mas ignorante

sexta-feira, 22 de abril de 2022

DIA MUNDIAL DA TERRA - 22 de ABRIL

 

 

 

 

 

 

 

Oração pela Terra

Pai de infinita bondade

Que tudo criaste e viste

que tudo era bom!

 

Porém, na Tua criação,

O Homem cedo inicia a destruição

e nem tudo ficou bom!

 

 

Destruiu as florestas

Dizimou outros homens…

e nem tudo ficou bom!

 

Depois, não satisfeito

Decidiu acabar com a biodiversidade

e nem tudo ficou bom!

 

Eliminou indefesos pássaros

Arrasou montes e montanhas

e nem tudo ficou bom!

 

Poluiu as águas puras dos rios

Contaminou os largos oceanos

e nem tudo ficou bom!

 

Desperdiçou os recursos minerais

Delapidou a beleza das rochas

e nem tudo ficou bom!

 

E o Homem, para quem tudo criaste,

Tornou-se egoísta e insensível não reage

e nem tudo ficou bom!

 

Será que algum dia

Possamos contigo dizer e cantar

que tudo voltou a ser bom?

 

Abre-nos, ó Pai de infinita bondade,

Oh beleza incriada!, Óh Pai das criaturas!

Os olhos do nosso coração contaminado

E ajuda-nos a salvar a Natureza

e  que tudo volte a ser bom!

 

 

Carlos Aguiar Gomes

 

   

 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

S. JOÃO PAULO II, MAGNO (5) SAMEIRO – 1982 -2022 15 de Maio

 

                                               S. JOÃO PAULO II, MAGNO (5)

                                                 SAMEIRO – 1982 -2022

                                                          15 de Maio

 

  Aquando de um casamento, civil ou religioso, falamos de “ anel de casamento” em vez de “ aliança de casamento”. São expressões distintas. Os anéis podem ser artefactos de maior ou menor valor e até  alguns podem ser joias de grande valor artístico, material ou sentimental ou tudo junto. Os anéis não são, porém alianças. Estas não se usam como elemento de adorno que se mudam ao gosto de quem as usa ou do momento social em que se esteja a viver ou a condizer com outras joias.

    As “ alianças de casamento” são um sinal que se permuta no acto de casamento e que recordam, para sempre, aquele acto, sacramento ou não. É tão significativo este “signo” que não é quem preside, o sacerdote, no caso da matrimónio cristão que coloca no dedo dos noivos a aliança, mas entregando-as a este lhes diz: “ … estas alianças em sinal de fidelidade, recordem o seu compromisso de amor” e pede , de seguida que o noivo coloque no dedo da noiva a aliança, que normalmente leva , por dentro o nome da noiva, e vice-versa. E cada um diz:”… recebe esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade…”. Quando este acto está completo, os noivos passam a marido e esposa. E para realçar a dignidade deste gesto e o seu profundo significado, de amor e fidelidade,que por via de regra as alianças são de ouro, um metal nobre.

  S. João Paulo II Magno, no Sameiro disse aos presentes e a todo o mundo:

« Pela virtude do espírito Santo, o homem e a mulher estreitam entre si a Aliança Matrimonial, que por instituição divina, “ desde o princípio” é indissolúvel» e o Papa  acrescentou de seguida:« Radicada na complementaridade natural que existe entre o homem e a mulher, a indissolubilidade é sancionada pelo recíproco compromisso de doação pessoal e total , e é exigida pelo bem dos filhos.».

   Como é oportuna a afirmação destas evidências. Sublinho desta passagem alguns elementos que hoje, até dentro da Igreja são contestados ( cf, por exemplo, as posições inadmissíveis do Cardeal Marx , do Cardeal Hollerich ou  da Conferência Episcopal alemã, entre outros e perante as quais NINGUÉM pode ficar indiferente.):

1.      O matrimónio é de instituição divina entre homem e mulher;

2.      Aquele radica na complementaridade natural que existe entre homem e mulher;

3.      Aquele é e terá de ser entendido sempre como “ doação pessoal e total “;

4.      “( o matrimónio) como fruto , sinal e exigência do amor absolutamente fiel, que Deus tem para com o homem, e que o Senhor Jesus  vive para com a sua Igreja».

Olhando à nossa volta podemos constatar como vibram de actualidade estas palavras de S. João Paulo II Magno, nestes tempos que recusam toda a doutrina sobre o matrimónio e que o pensamento Woke, do Cancelamento, nos querem impedir de proclamar! Mas este combate é o que temos de saber travar e, para isso, teremos de nos apetrechar bem e ter a  coragem de não temer os insultos e outras represálias com que nos atacam.

  Disse então S. João Paulo II Magno estas palavras que hoje têm mais visibilidade do que em 1982:

« Esta doutrina não se harmoniza , certamente, com a mentalidade de tantos contemporâneos nossos que julgam impossível um compromisso de fidelidade para a vida inteira» e de complementaridade entre homem e mulher.

  A seguinte passagem desta notabilíssima homilia do Papa polaco deverá hoje ser gritada para dentro da Igreja, Povo de Deus e Hierarquia :

« … é missão específica da Igreja « apregoar o alegre anúncio da irrevogabilidade daquele amor conjugal que tem em Jesus Cristo o fundamento e o vigor (…) tal missão não se impõe somente à Hierarquia; também a vós, a cada um dos casais cristãos , chamados a ser no mundo um “ sinal”, sempre renovado, “ da fidelidade imutável  com que Deus e Jesus Cristo amam a todos e cada um dos homens».

Carlos Aguiar Gomes

 

Continua

 

 

terça-feira, 19 de abril de 2022

Domingo de Páscoa / Dimanche de Paques - Homélie du Très Révérend Père Dom Jean PATEAU Abbé de Notre-Dame de Fontgombault (Fontgombault, le 17 avril 2022)

 Homélie du Très Révérend Père Dom Jean PATEAU Abbé de Notre-Dame de Fontgombault

 Concede nobis… cælestibus desideriis inflammari. Accordez-nous… d’être enflammés de célestes désirs. (Oraison d’ouverture de la Vigile pascale)

Chers Frères et Sœurs, Mes très chers Fils,

De façon inaccoutumée et abrupte, alors que le célébrant en chape violette porte encore les vêtements aux couleurs de la pénitence, la grande et sainte Vigile pascale s’ouvre par une oraison prononcée sur le feu nouveau :

Dieu, qui, par votre Fils qui est la pierre d’angle, avez apporté à vos fidèles le feu de votre splendeur ; sanctifiez ce feu nouveau tiré de la pierre pour notre usage ; et accordez-nous durant ces fêtes pascales d’être enflammés d’un si grand désir du ciel, que nous puissions parvenir l’âme pure aux fêtes de l’éternelle lumière.

Vivre en vérité le mystère pascal, c’est vivre un « passage » ; le passage de la mort à une vie en cohérence avec la foi que nous professons ; le passage d’une vie de foi toujours trop superficielle à une vie plus profonde de communion avec le Seigneur. 

Mais pour vivre en vérité, il faut désirer. Celui qui ne désire pas, au mieux campe sur place, au pire, il recule. L’Église est donc fort lucide quand elle nous fait implorer de Dieu un cœur brûlant de désir. Déjà saint Benoît, au début du carême, avait invité ses frères « à attendre la sainte Pâque avec l’allégresse
d’un désir tout spirituel. » (Règle de saint Benoît, c.49, De l’observance du Carême).

Il serait d’ailleurs bien pusillanime de n’espérer ce feu intérieur que durant les fêtes pascales. S’il est un lieu où il faut voir grand et ne pas ménager sa peine, s’il est un défi qu’il ne faut pas manquer, c’est bien celui de la rencontre face à face avec le Seigneur au jour de notre ultime passage, et qui sera pour tous, comme nous l’espérons, l’aube de la vraie vie, la vie qui n’aura pas de fin, la vie éternelle. Cette vie éternelle, saint Benoît recommande aussi à ses moines de la désirer de toute l’ardeur de leur âme (Cf. ibid., c.4, 46e instrument des bonnes œuvres).

Par la célébration du mystère pascal, nous communions à la mort et la résurrection du Christ. Le Christ, obéissant jusqu’à la mort, et la mort de la Croix, répand sur tout homme de bonne volonté l’eau qui lave et qui purifie, comme saint Paul l’enseigne aux Romains :

Si, par le baptême qui nous unit à sa mort, nous avons été mis au tombeau avec lui, c’est pour que nous menions une vie nouvelle, nous aussi, comme le Christ qui, par la toute- puissance du Père, est ressuscité d’entre les morts. Car, si nous avons été unis à lui par une mort qui ressemble à la sienne, nous le serons aussi par une résurrection qui ressemblera à la sienne (Rm 6,4-5).

Durant le temps de la Passion, nous avons cheminé aux accents du Vexilla Regis :

Aujourd’hui du grand Roi l’ étendard va marchant, Où l’Auteur de la chair vient sa chair attachant. Aujourd’hui de la Croix resplendit le mystère,
Où Dieu souffre la mort aux mortels salutaire.

Je te salue, ô Croix, seul espoir des vivants ! En ces jours douloureux de larmes s’ abreuvant, Augmente aux cœurs des bons l’immortelle justice, Et pardonne aux pécheurs leur mortelle malice…

L’étendard du Roi vainqueur s’avance encore. Qu’adviendrait- il s’il n’était pas suivi ? La Croix se dresse au sommet du Calvaire, le Christ Ressuscité s’élève triomphant du tombeau… Qui se prosternera devant lui et devant sa croix ?

Pour beaucoup d’hommes et de femmes, Dieu est devenu l’étranger. Seuls quelques souvenirs d’un passé lointain occupent les recoins d’un cœur qui demeure assoiffé. Le pressentiment de le rencontrer un jour face à face ne les effleure pourtant plus. Dieu est absent de leur présent, et ce présent qui reçoit sa noblesse de sa présence est devenu profondément désespérant. Sans lui, la vie n’a plus de sens.

L’Église en cette sainte nuit nous rappelle à l’urgence de préparer notre propre rencontre. L’histoire de l’humanité, l’histoire aussi de chacune de nos vies, sont appelées à rencontrer le
Christ vainqueur de la mort et du tombeau. Nous le chanterons demain : « La mort et la vie s’affrontèrent en un duel prodigieux.

Le Maître de la vie mourut : vivant, il règne. » (Séquence de Pâques : Victimae paschali).

Le Christ est vivant. Il règne. Telle est la clameur de victoire qui retentit. Elle ne se taira plus désormais. Les temps les plus sombres de l’histoire de l’humanité, de l’histoire aussi de nos vies, vibrent de son écho. Le présent du Dieu vainqueur vient à notre rencontre. Il est vivant. Il règne.
Au cœur du chaos primordial, la parole de Dieu a été prononcée : « Que la lumière soit. Et la lumière fut » (Gn 1,3). A nouveau, le jour de notre baptême, Dieu a prononcé sur notre vie une parole. Enfants d’une nature rebelle, nous portions le nom de fils de colère. Dieu nous a offert la réconciliation.

Aujourd’hui encore, Dieu veut faire briller sa lumière, lui donner une intensité plus vive et nous renouveler dans la foi. Ce que Dieu a créé sans nous, il veut le recréer avec nous. Si la parole de nos parents auprès des fonts baptismaux a demandé pour nous la grâce de la foi, il nous revient de demeurer fidèle à la parole de nos aïeux. Aujourd’hui en renouvelant les promesses de notre baptême, nous nous sommes placés derrière l’étendard du Christ pour rajeunir en chacun de nos cœurs un dialogue d’amour.

La parole de Dieu ne s’est pas épuisée. Dieu a encore beaucoup à nous dire, beaucoup à nous apprendre, pourvu que nous lui laissions la parole. L’élan si petit, si ténu, d’un être si faible, si pauvre, un murmure né au plus secret du cœur humain déchaînera des flots d’amour divin qui bousculeront, renverseront, purifieront. La sécheresse des cœurs rabougris s’évanouira au torrent du mystère.
Aujourd’hui s’avance le Roi de gloire, le Vainqueur du tombeau. Il s’avance vers son Père. Il s’avance vers les hommes, posant son regard sur chacune de nos vies. Auprès du tombeau de Lazare, le Seigneur s’est écrié : « Lazare, viens dehors. » En cette nuit, le Christ nous invite à quitter nos propres tombeaux ; ceux que nous nous sommes construits et où nous avons l’illusion d’être bien, ceux qui nous oppriment et dont nous voudrions être débarrassés. Quels qu’ils soient, ils sont notre prison. Mourons à nos tombeaux pour ressusciter au Christ.

Aujourd’hui s’avance le Roi de Gloire vers sa Mère. Cette Mère qui, au soir du cruel vendredi, était toute douloureuse ; cette Mère à qui l’espérance n’a jamais manqué ; cette Mère qui se réjouit et qui prie pour nous. Qu’elle nous obtienne des cœurs enflammés de célestes désirs.
Regina cæli, laetare. Amen, Alléluia.

segunda-feira, 18 de abril de 2022

5 mitos del budismo

 

5 mitos del budismo que Occidente se cree sin pensar y la cara oculta del yoga religioso


Desenmascarar el budismo tibetano, mostrar su intrínseca malicia y denunciar su carácter satánico": es el objetivo que ha llevado al sacerdote misionero Federico Highton (1980) a escribir Tinieblas Tibetanas. Del yoga y el mandala al femicidio ritual, un amplio estudio publicado por Ediciones Parresía y presentado recientemente en la librería Tercios Viejos.

El sacerdote, graduado en derecho, avala esta obra gracias a su vocación misionera de llevar la fe a los recónditos pueblos del Himalaya. A los quince años de estudio en la materia, Highton añade en su experiencia cuatro años de misión en el Tíbet,

India, Nepal o el reino budista de Bhután -entre otros lugares-, donde ha evangelizado, presenciado conversiones y sido consciente de que el budismo es hoy “uno de los medios más eficaces de apostasía en el Occidente Cristiano".

En Tinieblas Tibetanas, que profundiza en la triple negación de esta cosmovisión oriental -de Dios, del mundo y del prójimo-, el sacerdote dedica una especial atención a refutar multitud de mitos ampliamente extendidos en Occidente y asimilados por los propios miembros de la Iglesia.

Destacamos cinco de ellos:

1º ¿Es el budismo la religión de la paz?

Uno de los aspectos más ampliamente difundidos en Occidente del budismo es su carácter pacífico y conciliador. Una creencia basada en el mito que el propio Dalai Lama ha contribuido a crear a partir de afirmaciones como que “la no violencia es el método apropiado” o que “dañando a nuestro enemigo, nos dañamos nosotros".

Sin embargo, explica Highton que “este mito empieza a desmoronarse al saber que el Dalai Lama eligió como suprema protectora a Palden Lhamo", una deidad que, según la mitología budista, “se sienta sobre una cabalgadura hecha con la piel de su hijo asesinado por ella misma al rechazar convertirse al budismo".

“El discurso pacifista se cae a pedazos cuando nos enteramos de que el Dalai Lama aprobó con agrado los ensayos de las bombas atómicas hechos por la India", de que exigiese  que este país tuviese “el mismo acceso a las armas nucleares que los países desarrollados” o de que lejos de luchar por la independencia del Tíbet, afirmase: “Nos parece bien pertenecer a la República Popular de China con tal de que nos reconozcan plenos derechos de preservar nuestra cultura". Son solo algunos de decenas de pruebas por las que Highton considera que “es hora de desmontar el mito“.

2º ¿Son los budistas veganos?

Otro de los aspectos señalados por Highton es que en Occidente “mucha gente cree que los budistas son rigurosamente veganos“. La realidad es muy distinta: “El pueblo tibetano es bien carnívoro, especialmente los monjes budistas ricos, que pueden acceder [a la carne]".

De hecho, denuncia que “la tiranía del veganismo” contradice no pocas confesiones del Dalai Lama al admitir que “era imposible mantenerse saludable en el Tíbet sin comer carne. Los tibetanos no creen que sea pecaminoso ir al mercado y comprar la carne de un animal que ya estaba muerto. Los carniceros que mataron a los animales eran considerados pecadores y marginados".  

3º ¿Es el yoga algo más que gimnasia?

Otra creencia popular es que el yoga es una simple terapia o gimnasia, sin embargo, “la mayoría de la gente que lo practica no sabe lo que es".

Según la web española Yogaone, que difunde la práctica del yoga y ofrece una red de centros para ello, “la vida de un yogui -quien practica o enseña yoga- es aquella que busca la armonía con los principios que rigen el universo y se compromete a perfeccionarse hasta llegar a conectar con su naturaleza divina".

Una definición que, sin ser engañosa, esconde gran parte de la verdad. “Las asanas o ejercicios físicos yóguicos buscan flexibilizar el cuerpo para despertar las fuerzas latentes, especialmente la energía llamada kundalini -considerada una serpiente-, que muchos dicen que es un demonio y que, según los hindúes Majupurias sirve para desarrollar `poderes sobrenaturales´", menciona Highton.

De hecho, “el yoga tiene la pretensión de llegar a una mística unión con lo divino pero, como tiene de fondo una filosofía panteísta, lo que busca es que el hombre se haga dios. El objetivo del yoga es unir el yo temporal con el yo eterno“.

Por ello, cita al sacerdote católico de origen indio Manjackal para remarcar el verdadero trasfondo del yoga: “Es la religión del anticristo, el hombre que se hace Dios”.



4º ¿Pueden ser feministas el budismo y el yoga?

La opinión de la historiadora, instructora de yoga y reikista Katherine Subriabre es representativa de una amplia creencia de que “el yoga puede ser una herramienta altamente feminista, porque es una práctica que empodera, que vigoriza, que permite deconstruirnos y reconstruirnos".

Sin embargo, Highton afirma en base al Dalai Lama que “el yoga es la máxima expresión de la practica budista” y éste ”alcanza su cumbre en el femicidio ritual".

¿De qué modo? El sacerdote recoge decenas de ejemplos de cómo la misoginia cósmica y este femicidio ritual prueban que, “históricamente hablando, prender fuego a una mujer en el mundo indio no es algo horripilante“.

Y es que, para el budismo, la femineidad se define por ser “un castigo", “una amenaza” y “un botín” que se obtiene “matando a la mujer -en principio, simbólicamente-", y que lleva al femicidio ritual. “Según el budismo tántrico, el abuso sexual cometido por los monjes no es abuso, sino una bendición y una especial conexión con el maestro que conduce a la iluminación", denuncia Highton. Es algo que no pocas mujeres se esfuerzan en alcanzar, pese a implicar la muerte.

En este sentido, Highton cita al lama Gedün Chöpel para referirse al coito ritual con niñas vírgenes, denominado kumari-puja: “hacerlo forzadamente con una niña pequeña produce severos dolores y lastima sus genitales". La “pedofilia brutal”, expone Highton, “es aceptada por el budismo tibetano como un medio óptimo para que el monje alcance la iluminación“.  

5º ¿Es el budismo proselitista?

También se encuentra ampliamente extendida la creencia de que el budismo “es una creencia inofensiva que no trata de refutar a nadie“.

Una afirmación que contrasta con la realidad del importante yogui tibetano Tsongkhapa, que dijo que “los tratados de lógica y epistemología budistas son útiles para refutar a los no budistas".

“Los discursos largos de la `biblia budista´ están destinados a atraer convertidos mostrando la superioridad del buda y su doctrina", añade.

“Tenemos ejemplos de muchísimos monjes tibetanos que están invadiendo desde hace décadas el Occidente difundiendo el budismo, el yoga, los mandalas o el reiki", menciona Highton.

Y en algunos casos, la cruz se ve sustituida por el buda, como en Cáceres, que contará con próximamente con el mayor centro budista de Occidente al tiempo que en la ciudad se retiran cruces y símbolos católicos.


( O autor autoriza a publicação dosseus textos)

domingo, 17 de abril de 2022

AS NOSSAS DEMISSÕES versus a NOSSA MISSÃO

 

                         AS NOSSAS DEMISSÕES versus a NOSSA MISSÃO

« DAS DEMISSÕES DO NOSSO TEMPO NASCE A MISSÃO DA NOSSA VIDA » ( Raoul Follereau)

 

 

    Em 1969, em Abril, durante a Semana Santa, em Lausanne ( Suiça), tive o enorme privilégio de conhecer Raoul Follereau, o grande apóstolo dos leprosos, num Congresso em que participei dedicado aos Leigos. Fiquei entusiasmado com este homem sobre o atarracado mas veemente na palavra e na causa da sua vida ( e da sua Mulher): os leprosos. Com que entusiasmo nos falou dos “ proscritos” das sociedades! Que força interior brotava nas suas palavras convincentes! Raoul Follereau conquistou-me para a causa e um ano depois, já na Guiné, onde prestei o meu serviço militar obrigatório como Oficial da Marinha de Guerra, sempre que podia ia à Cumura, uma leprosaria servida por franciscanos da Província de Veneza. Colaborei com estes heroicos missionários com e como podia. Compreendi , então, a paixão de Follereau.  Este francês sem filhos, adoptou os leprosos do mundo. Transformou a sua vida e da sua Mulher numa MISSÃO a favor de um grupo, então ainda muito grande, de homens, mulheres e crianças que eram rejeitados.

   Follereau correu o mundo e contactou os grandes decisores políticos para os tentar conquistar para a sua causa. Em vão! Preferiam  armarem-se para uma possível guerra a contribuírem com … o preço de um avião de guerra!

   Em Lausanne, naquele longínquo ano de 1969, ouvi Raoul Follereau dizer: “ O progressismo é a lepra do século XX”, frase que jamais esqueci e que tenho vindo a perceber que foi profética! O “bacilo de Hansen”, causa desta lepra que nos destrói, minou todas as estruturas da Igreja , do mundo da política e da Cultura. Tudo contaminou e estamos a ver os resultados: um mundo em decomposição onde, por vezes, brotam bálsamos reconfortantes, como esse rapaz italiano, agora beatificado, Carlos Acutis.

  Um dia destes, na arrumação de papéis da minha vida, muitos e muitos, dei com um apontamento que um amigo me enviou e que deu o mote para este artigo: « Das demissões do nosso tempo nasce a missão da nossa vida» e que tinha a indicação do autor – Raoul Follereau. E pensei, como era verdade. E como Follereau  vivia a sua MISSÃO por causa das demissões do seu/ nosso tempo!

  Somos um “ bando” de demitidos! De auto-demitidos. Face a tantos e tantos e tão magnos problemas, tomamos a atitude mais cómoda, mas mortífera: a demissão. Estamo-nos  “ nas tintas” para os problemas que nos cercam ( “os outros que resolvam”, “agora é assim, que se há-de fazer se é a moda” e outras expressões do sentir e viver de demissionários!). E quanto mais nos demitirmos, mais avançam os demolidores da nossa Cultura. Deixamos o campo livre para a actuação  sem  dificuldades de todos os que têm um objectivo: erradicar todo o traço da nossa Civilização, desde as suas raízes, tal como bacilo de Hansen corrói o corpo humano, apodrecendo-o progressivamente até lhe causar a morte. Quem já viu leprosos com a doença activa sabe que o seu corpo vai caindo aos poucos, desfigurando o corpo até à morte.

  Por isso, por causa da demissão de tantos e tantos, pelo silêncio, pelo comodismo, pela cobardia ou pelo medo de parecer antiquado … a “ lepra” causada pelo novo “ bacilo de Hansen” mina a nossa sociedade.

   … Assim, terá de nascer a MISSÃO da nossa vida: refazer o tecido social e humano. Como? De muitas e variadas maneiras: respeitar e conhecer as nossas raízes civilizacionais; defender a vida humana, da concepção à morte natural, opondo-nos racionalmente à Cultura da Morte imperante, agressiva e impositiva; defender e promover a Família tal com ela é e não como nos impõem os novos “ bacilos de Hansen” que vagueiam combativos por todo o lado; defender e promover, a todo o custo, o direito inalienável de serem os pais a escolher o tipo de educação para os seus filhos; defender com clareza que toda a criança tem o direito a conhecer quem são  os seus pais ( pai e mãe!) e a serem amados por eles; a exigir os respeito pelos mais velhos, verdadeiros património da humanidade; a respeitar e saber cuidar da Terra como seus usufrutuários… Esta tem de ser a nossa MISSÃO face à DEMISSÃO DO NOSSO TEMPO.

 

Carlos Aguiar Gomes

 

sábado, 16 de abril de 2022

De uma antiga homilia de Sábado Santo

 De uma antiga homilia de Sábado Santo

 (Séc. IV)

A descida do Senhor ao reino dos mortos

   Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei dorme; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos. Deus morreu segundo a carne e acordou a região dos mortos. 
   Vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte. Vai libertar Adão do cativeiro da morte, Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu Filho. 
   Entrou o Salvador onde eles estavam, levando em suas mãos a arma vitoriosa da cruz. Quando Adão, nosso primeiro pai, O viu, batendo no peito, cheio de admiração, exclamou para todos os demais: «O meu Senhor esteja com todos». E Cristo respondeu a Adão: «E com o teu espírito». E tomando-o pela mão, levantou-o dizendo: «Desperta, tu que dormes; levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará». 
   Eu sou o teu Deus que por ti Me fiz teu filho, por ti e por estes que nasceram de ti; agora digo e com todo o meu poder ordeno àqueles que estão na prisão: ‘Saí’; e aos que jazem nas trevas: ‘Vinde para a luz’; e aos que dormem: ‘Despertai’. 
   «Eu te ordeno: Desperta, tu que dormes, porque Eu não te criei para que permaneças cativo no reino dos mortos. Levanta-te de entre os mortos; Eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, minha imagem e semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em Mim e Eu em ti, somos um só. 
   «Por ti Eu, teu Deus, Me fiz teu filho; por ti Eu, o Senhor, tomei a tua condição de servo; por ti Eu, que habito no mais alto dos Céus, desci à terra e fui sepultado debaixo da terra; por ti, homem, Me fiz homem sem forças, abandonado entre os mortos; por ti, que saíste do jardim do paraíso, fui entregue aos judeus no jardim e no jardim fui crucificado. 
   «Vê no meu rosto os escarros que por ti suportei, para te restituir o sopro da vida original. Vê no meu rosto as bofetadas que suportei para restaurar à minha semelhança a tua imagem corrompida. 
   «Vê no meu dorso os açoites que suportei, para te livrar do peso dos teus pecados. Vê as minhas mãos fortemente cravadas à árvore da cruz, por ti, que outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso. 
   «Adormeci na cruz, e a lança penetrou no meu lado, por ti, que adormeceste no paraíso e formaste Eva do teu lado. O meu lado curou a dor do teu lado. O meu sono despertou-te do sono da morte. A minha lança susteve a lança que estava dirigida contra ti. 
   «Levanta-te, vamos daqui. O inimigo expulsou-te da terra do paraíso; Eu, porém, já não te coloco no paraíso, mas no trono celeste. Foste afastado da árvore, símbolo da vida; mas Eu, que sou a vida, estou agora junto de ti. Ordenei aos querubins que te guardassem como servo; agora ordeno aos querubins que te adorem como a Deus, embora não sejas Deus. 
   «Está preparado o trono dos querubins, prontos os mensageiros, construído o tálamo, preparado o banquete, adornadas as moradas e os tabernáculos eternos, abertos os tesouros, preparado para ti desde toda a eternidade o reino dos Céus».

VER OS LINKS: uma obra a aplaudir!

 https://www.noticiasdevieira.pt/pt/2022/04/11/associacao-familias-envia-bens-de-primeira-necessidade-para-a-polonia-e-moldavia/




quinta-feira, 14 de abril de 2022

S. JOÃO PAULO II, MAGNO (4) SAMEIRO – 1982 -2022 15 de Maio

 

. JOÃO PAULO II, MAGNO (4)

                                                 SAMEIRO – 1982 -2022

                                                          15 de Maio

 

   S. João Paulo II Magno, na homilia que tenho estado a recordar, depois de alertar para a importância da Família, comunidade onde se decide o futuro da humanidade, como o disse inúmeras vezes, o Papa abordou uma questão vital para o futuro da humanidade: a educação dos filhos, numa perspectiva de defesa do direito humano fundamental de serem os pais e mais ninguém a decidir que género de educação querem para os seus filhos.

   «A educação, de acordo com o significado desta palavra, destina-se a “ humanizar o homem. Homem desde o primeiro instante da sua concepção no seio materno, gradualmente ele “aprende a ser homem”; e esta aprendizadem fundamental identifica-se precisamente com a educação. O homem é o futuro da própria família e da humanidade inteira – mas o seu  futuro  acha-se inseparavelmente ligado à educação.». Seja-me permitido sublinhar  algumas ideias-chave deste parágrafo:

1.       Educar é humanizar, um caminho que nunca se acaba de percorrer mas que é vital nas primeiras idades. Por isso o Papa enfatiza este princípio que hoje anda esquecido e deturpado;

2.       O homem “ começa” a sua peregrinação no momento da concepção. Nem antes nem depois. Daí a ilação que se deve tirar: o aborto mata um ser humano e temos de o dizer com clareza e sem subterfúgios, malgrado o pensamento do “ cancelamento” agora dominante por nossa covardia;

3.        O futuro de cada homem está indelevelmente ligado à educação. Por isso, posso concluir, que os novos “ educadores” que querem fazer “ um homem novo”, estão visceralmente contra a liberdade de educar e pelo monopólio do Estado na educação que se tornou neste campo num Estado totalitário.

Mas, voltando a S. João Paulo II Magno, no Sameiro. O Papa disse:

«A família tem o primeiro e fundamental direito a educar ; mas incumbe-lhe também o primeiro e fundamental dever da educação. No cumprimento deste dever essencial, que pertence estritamente à sua vocação , a família vai beber nas fontes do grande tesouro de toda a humanidade que é a cultura; e mais directamente, da cultura do ambiente onde está radicada.»

… Ou seja, lendo o parágrafo acima transcrito: A família tem o direito e o dever de educar os seus filhos. DIREITO e DEVER!

Depois, dirigindo-se com a voz clara e muito firme ( recordo-me muito bem), S. João Paulo II Magno disse dirigindo-se aos pais presentes e a todos os pais do mundo:

«E vós, queridos pais e mães de família, conscientes de que o vosso lar é a primeira escola de valorizaçdeste “ outro dever”ão  humana dos filhos que Deus vos deu, estareis conscientes também , certamente, deste outro dever que vos incumbe: de tudo dispor ou até exigir, para que os vossos filhos  possam progredir harmonicamente, na ascensão para a vida, apoiados numa conveniente formação humana e cristã.»  É o momento de eu perguntar aos meus leitores que são pais e mães em idade escolar se  têm consciência “ deste outro dever”  de TUDO DISPOR E EXIGIR para que os seus filhos possam ser educados fora da família, ligar primeiro, principal e insubstituível onde os filhos devem iniciar a sua educação, no respeito dos valores e crenças da família.

   Compreendem os pais que devem exigir e organizarem-se para que a Escola não os substitua mas que coopere com eles?

    Mobilizam-se os pais para a defesa dos seus direitos na educação da sua prole? Dão-se conta os pais do endoutrinamento vigente  nas escolas públicas portuguesas sobre e na chamada “ Teoria do Género”?

   Apercebem-se e lutam contra a “ lavagem ao cérebro” dos seus filhos em programas televisivos e em todos os meios de comunicação social?

    Deram-se conta, dão-se conta, os pais de hoje que a Escola está a violar a Constituição portuguesa vigente no que concerne à veiculação de princípios filosóficos, antropológicos e sociais  aberrantes e anti-científicos  que atacam o direito de escolha das escolas para os seus filhos em igualdade total para todos os pais, ferindo gravemente o pluralismo e a liberdade religiosa?

 

( Continua)

 Carlos Aguiar Gomes

 

 

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