segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Os dois adventos de Cristo

 Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo

 (Séc. IV)

Os dois adventos



   No seu primeiro advento, foi envolvido em faixas e deitado num presépio; no segundo, será revestido com um manto de luz. No primeiro suportou a cruz, sem recusar a sua ignomínia; no segundo, aparecerá glorioso, escoltado pela multidão dos Anjos.
   Não nos detemos, portanto, a meditar só no primeiro advento, mas vivemos na esperança do segundo. Assim como aclamamos no primeiro: Bendito o que vem em nome do Senhor, exclamaremos também no segundo, saindo ao encontro do Senhor juntamente com os Anjos, em atitude de adoração: Bendito o que vem em nome do Senhor.
   Virá o Salvador, não para ser novamente julgado, mas para chamar a juízo aqueles que O julgaram. Ele que, ao ser julgado, guardou silêncio, lembrará  Anunciamos o advento de Cristo. Não, porém, um só, mas também o segundo, muito mais glorioso que o primeiro. Aquele revestiu um aspecto de sofrimento; este trará consigo o diadema do reino divino.

   Sucede que quase todas as coisas são duplas em Nosso Senhor Jesus Cristo. Duplo é seu nascimento: um, de Deus, desde toda a eternidade; outro, da Virgem, na plenitude dos tempos. Dupla também é a sua descida: a primeira, na obscuridade e silenciosamente, como a chuva sobre a relva; a outra, no esplendor da sua glória, queas atrocidades dos malfeitores, que O levaram ao suplício da cruz, e lhes dirá: Tudo isto fizestes e Eu calei-me.
   Naquele tempo veio para cumprir o desígnio de amor misericordioso, ensinando e persuadindo os homens com suavidade; no fim dos tempos, queiram ou não, todos se hão-de submeter ao seu reinado.

domingo, 27 de novembro de 2022

SILERE nº13

 

    SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 13

 

                      BRAGA – 24 de NOVEMBRO de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

   SILERE NON POSSUM! Não, não me posso calar face a um  certo género altamente mediatizado de terrorismo ecologista que tem como único objectivo culpabilizar o Homem por algumas alterações que se verificam nos climas de diferentes regiões. Assim, estas seriam unicamente antrópicas e só há uma solução “ castigar” o “ mau da fita”, o Homem , com medidas políticas e económicos que só o penalizam. E altas individualidades espirituais e políticas falam despudoradamente dos “ gritos da Terra”!

    Os meios de comunicação, salvo raras excepções, só dão cobertura aos apoiantes de posições favoráveis a este ponto de vista. Vejam, caros amigos, a cobertura que foi dada ao COP 27, onde 800 jactos privados levaram participantes ao Egipto, como se aqueles não fossem altamente poluidores. Ou, entre nós, a cobertura que foi dada a um bando barulhento de estudantes de Lisboa que, muitos deles, nem defender os seus pontos de vista com base científica sabiam mas tinham direito a primeiras páginas de jornais ou à abertura de telejornais!

   Contudo, o meio científico internacional tem tomado posições nem sempre consonantes com o que nos é “ impingido” a todo o momento.

    Um largo grupo de cerca de 100 cientistas italianos, já em 17 de Junho de 2019, tomou posição cientificamente apoiada contra as mentiras da chamada “ Alteração Climática” provocada pelo “ AQUECIMENTO GLOBAL ANTRÓPICO” *. Os meus amigos poderão ver na internet o texto da citada posição pesquisando em “ PETIZIONE SUL RISCALDAMENTO ANTROPICO”, que, apesar de estar em italiano, se compreende muito bem.

  Encabeça esta Petição, como promotor, LIBERTO CRESCENTI, Professor Emérito de Geologia Aplicada, Magnífico Reitor da Universidade G. D`Annunzio e Presidente da Sociedade Geológica Italiana. Com este cientista estavam, igualmente na Comissão Promotora, outros Professores universitários de Geologia Aplicada, Sismologia, Física da Atmosfera, Química e Física, Tecnologia e Economia das Fontes de Energia, Geografia Física e Geomorfologia e Física da Atmosfera e Oceanografia. Assinaram esta petição mais de noventa cientistas, universitários e investigadores italianos. Muitos Geólogos, Astrónomos, Sedimentologistas, Físicos, Engenheiros do Ambiente ,Climatologistas, Vulcanólogos, Geofísicos, Oceanógrafos, Astrónomos e Astrofísicos, Hidrologistas, Médicos, etc. A lista pode ser consultada no final da citada Petição.

  Creio que estes investigadores e cientistas de diversas áreas da Ciência e Tecnologia só poderão ser apelidados de negacionistas por insulto ideológico! Não são incógnitos nem néscios. Também não são imberbes e ignorantes arruaceiros, “políticos manipuladores de Esquerda Caviar” ou imbecis e ” idiotas úteis”.

  Para os meus leitores mais interessados nesta temática tão actual e que querem ser informados e não se deixarem manipular, transcrevo, do original, uma curta passagem perfeitamente perceptível para nós portugueses Aqui fica para ajudar ao vosso esclarecimento:

Negli ultimi decenni si è diffusa una tesi secondo la quale il riscaldamento della superficie terrestre di circa 0.9°C osservato a partire dal 1850 sarebbe anomalo e causato esclusivamente dalle attività antropiche, in particolare dalle immissioni in atmosfera di CO2 proveniente dall’utilizzo dei combustibili fossili. Questa è la tesi del riscaldamento globale antropico promossa dall’Intergovernmental Panel on Climate Change(IPCC) delle Nazione Unite, le cui conseguenze sarebbero modificazioni ambientali così gravi da paventare enormi danni in un imminente futuro, a meno che drastiche e costose misure di mitigazione non vengano immediatamente adottate. A tale proposito, numerose nazioni del mondo hanno aderito a programmi di riduzione delle emissioni di anidride carbonica e sono pressate, anche da una martellante propaganda, ad adottare programmi sempre più esigenti dalla cui attuazione, che comporta pesanti oneri sulle economie dei singoli Stati aderenti, dipenderebbe il controllo del clima e, quindi, la “salvezza” del pianeta.

L’origine antropica del riscaldamento globale è però una congettura non dimostrata, dedotta solo da alcuni modelli climatici, cioè complessi programmi al computer, chiamati General Circulation Models. Al contrario, la letteratura scientifica ha messo sempre più in evidenza l’esistenza di una variabilità climatica naturale che i modelli non sono in grado di riprodurre. Tale variabilità naturale spiega una parte consistente del riscaldamento globale osservato dal 1850. La responsabilità antropica del cambiamento climatico osservato nell’ultimo secolo è quindi ingiustificatamente esagerata e le previsioni catastrofiche non sono realistiche.” ( sublinhado meu).

Lamentavelmente esta posição e outras similares não merecem a difusão entre nós. Os media preferem o insulto, chamando a estes cientistas e a quem acredita na Ciência “ negacionistas”. O insulto não é científico, o debate de ideias, sim. Creio que todos merecemos ter acesso à pluralidade de opiniões para que sejamos capazes de formular um juízo  e tomar posições esclarecidas e consistentes. E livres!

« A responsabilidade antrópica da alteração climática observada no último século é por consequência injustificadamente exagerada e as previsões catastróficas não são realistas», como escrevem os autores desta citada Petição.

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, Geólogo.

Braga, 24 de Novembro de 2022

 

sábado, 26 de novembro de 2022

Da Epístola de São Judas

                                      Da Epístola de São Judas 

Denúncia dos ímpios e exortação aos fiéis

   Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos eleitos, amados de Deus Pai e guardados por Jesus Cristo: A misericórdia, a paz e a caridade vos sejam dadas em abundância.
   Caríssimos: Desejava muito escrever-vos acerca da nossa comum salvação, e senti-me obrigado a fazê-lo, para vos exortar a combater pela fé que foi transmitida aos santos de uma vez para sempre. Porque se introduziram no meio de vós alguns homens ímpios, desde há muito marcados para a condenação, que convertem em libertinagem a graça do nosso Deus e renegam o nosso único Mestre e Senhor, Jesus Cristo.
   Quero recordar-vos, embora já saibais tudo isto, que o Senhor, depois de ter salvado o povo da terra do Egipto, exterminou seguidamente os que não acreditaram. E aos anjos que não souberam manter a sua dignidade, mas abandonaram a sua morada, conserva-os perpetuamente encadeados na escuridão, para o juízo do grande dia. Assim também Sodoma e Gomorra e as cidades vizinhas, que da mesma maneira se corromperam e entregaram ao vício contra a natureza, são apresentadas como exemplo, sofrendo o castigo de um fogo eterno.
   Do mesmo modo, também aqueles, no seu delírio, mancham a carne, desprezam a autoridade e ultrajam as Glórias.
   Estes são a desonra das vossas ágapes, banqueteando-se convosco sem vergonha e apascentando-se a si mesmos. São nuvens sem água arrastadas pelo vento; árvores de fim de Outono, sem fruto, duas vezes mortas, desenraizadas; ondas furiosas do mar, que espumam a sua própria torpeza; astros errantes, condenados a densas trevas para sempre. 
   Vós, porém, caríssimos, recordai o que foi predito pelos Apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles diziam-vos: «Nos últimos tempos, virão homens cépticos que viverão segundo os seus ímpios apetites». São eles que criam divisões, homens sensuais, privados do Espírito.
   Mas vós, caríssimos, construí o vosso edifício sobre a vossa santíssima fé, orai em união com o Espírito Santo, conservai-vos no amor de Deus, prontos a receber a misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. Procurai convencer os que hesitam e salvai os outros, arrancando-os do fogo; dos demais, compadecei-vos, mas com prudência, detestando até a túnica contaminada pela sua carne.
   Àquele que vos pode preservar da queda e apresentar-vos diante da sua glória, imaculados e cheios de alegria, ao único Deus, nosso Salvador, por Nosso Senhor Jesus Cristo, a glória, a majestade, a força e o poder, antes de todos os séculos, agora e para sempre. Amen.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

NO DIA DE STA CECÍLIA

                                                                    HINO

Gloriosas testemunhas
E amigos de Jesus,
Que O confessastes na morte
Unidos à sua cruz!

Combatendo o bom combate
Do firme e fiel soldado,
Selastes o testemunho
Com o sangue derramado.

Entregastes vossa vida
Pela Igreja vossa mãe.
Bendita seja ela sempre
Por estes filhos que tem!

A nós, fracos e inconstantes,
Robustecei o vigor;
Que a provação não nos leve
A abandonar o Senhor.

E firmes na mesma fé,
Saibamos dar por inteiro
Na vida de cada dia
Testemunho verdadeiro.

Glória ao Pai e glória ao Filho
E ao Espírito também,
E louvor por estes filhos
À Igreja nossa mãe.


( HINO DO OFÍCIO DE LEITURAS , DIA DE STA CECÍLIA)

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

PROIBIR OS PRESÉPIOS?

 Possível proibição de presépios em lugares públicos provoca polémica e indignação no México

Fundação AIS - Departamento de Informação

10:39 (há 1 hora)
para Fundação

MÉXICO: Possível proibição de presépios em lugares públicos provoca polémica e indignaçãoMÉXICO:

Possível proibição de presépios em lugares públicos provoca polémica e indignação

Lisboa, 21 de Novembro de 2022 | PA

 

O Supremo Tribunal de Justiça do México adiou uma tomada de posição sobre a da proibição de instalação de presépios em espaços públicos em Chocholá, uma pequena cidade do estado do Iucatã, face a um pedido nesse sentido apresentado por um cidadão local.

Os juízes estiveram reunidos no dia 9 de Novembro, com este ponto em agenda, mas decidiram para já adiar qualquer decisão. O caso tem gerado uma enorme polémica, está a ser seguido com atenção pois pode provocar uma situação de jurisprudência, e levou já inclusivamente a uma tomada de posição da Igreja.

Segundo o Vatican News, o projecto em análise visa “proibir a colocação” no espaço público “de presépios ou qualquer outra decoração ou símbolo que faça alusão a uma convicção religiosa”. Em causa está, segundo os que defendem esta proibição, a violação “da liberdade religiosa e os princípios constitucionais do Estado laico, bem como o princípio da igualdade e da não-discriminação”. A questão da utilização também de verbas do erário público para as decorações natalícias tem sido objecto também de discussão.

Perante esta situação, Conferência Episcopal do México já veio manifestar a sua preocupação, pois, segundo os bispos, “a proibição da representação do nascimento de Jesus, o Natal, é uma tentativa de privar o povo de suas expressões religiosas mais íntimas e sagradas”.



Os prelados afirmam ainda que, a ter seguimento esta proposta, ela representaria “um retrocesso” que afectaria “gravemente os direitos de todos os crentes”.

Apesar de estar apenas em causa a colocação de presépios no município de Chocholá, teme-se que possa surgir aqui um precedente jurídico que poderá, em tese, no futuro, ser usado como argumento para impedir em público outras expressões da devoção popular, como a de imagens como a de Nossa Senhora de Guadalupe, tão profundamente venerada no México.

 

 

Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

domingo, 20 de novembro de 2022

o Reino de Cristo no mundo


Por João Batista Passos
MSM no Brasil

Os cavaleiros de Nossa Senhora colocam-se de prontidão ao serviço da instauração do Reino de Cristo no mundo. 

Atualizar a ideia de Cristandade neste Século não se trata de uma fantasia a ser imposta, mas uma realidade indefectível a ser apresentada aos corações dos homens em nosso tempo. 

A Cristandade é a governança de Nosso Senhor e tende a expandir o Reino de Justiça, de Paz e Amor no mundo, a cada ação nossa.

 É difundir uma renovada Esperança, tornando todos aqueles que compreendem essa missão, seguros de que cada gesto de coragem e de caridade em favor do Bem Supremo será sempre um ganho infinitamente maior do que qualquer bem pessoal do qual possamos nos despojar.

O Reino Social de Cristo não se dará no mundo por meio de governos ou partidos políticos como muitos esperam, mesmo que estes meios e funções possam colaborar para este fim, mas a concepção do Reinado do Senhor se dá por meio do reto sentido da Cristandade e das ações de todos os filhos da Igreja em favor do amor a Deus, a sua primazia e em favor do próximo, sobretudo aos mais vulneráveis. 

Assumir que todos os nossos atos sejam reflexo da vontade de Deus e assim o seu Reino Celestial seja conhecido, instaurado e vivido em nosso tempo e em todas a nossas realidades.

Da Regra dos Cavaleiros de Santa Maria, Capítulo I, 7.

"A Ordem declara que não está ao serviço exclusivo de nenhum Estado, nem grupo de Estado, nem Organização ou soberanias internacionais, nem de nenhuma raça em particular; mas serve todos os homens nas suas comunidades naturais.

Não está ao serviço de causas políticas ou dinásticas, nem de interesses econômicos, nem de interesses de classe, nem do que quer que seja puramente temporal. A Ordem está ao serviço da única cristandade. É universal, como a cristandade."

Salve Maria!

@joaobpassos ,
o menor dos cavaleiros de Santa Maria.

O PARADOXAL CAVALEIRO DE MARIA SANTÍSSIMA

foto de D. Gerard-Marie Lafond
Fundador da Militia Sanctae Mariae

Por Josimar S. Rodrigues Junior
Milícia de Santa Maria no Brasil 

Cavaleiro é o combatente viril, que luta pelo “serviço e defesa dos fracos, da justiça e da paz” (D. Gerard).

Vocacionado ao heroísmo, o cavaleiro penhora sua vida pelo serviço do Reino, pela glória de Deus e pela liberdade de seus filhos. O cavaleiro precisa ser antes de tudo, um cristão autêntico, que não vise senão “defender aqui na terra as fronteiras do Reino de Deus” (Leon Gautier).

Dom Gerard, sob o impulso do Espírito Santo, compreendeu que, no duplo combate da vida — espiritual e temporal —, era necessário que o novo cavaleiro se diferisse dos “cavaleiros” dinásticos, dos “cavaleiros” das honras e dos títulos e voltasse a se assemelhar ao verdadeiro espírito da cavalaria, daquela fundada sob os princípios da cristandade, na intrépida fé dos apóstolos e mártires, mas que tivesse, sobretudo, a docilidade de se deixar moldar pelo sopro do Espírito que “renova todas as coisas” (cf. Ap 21, 5).

Os tempos modernos não se diferem em nada dos tempos que fizeram gestar as antigas “milites”, e isto bem o compreendeu Dom Lafond. Assim como nos tempos passados, nossas sociedades estão incapazes da ordem e da paz, da justiça e da fraternidade, e para este mal, remédio infalível é “voltar às fontes da simplicidade primitiva, no sentido do desapego; é encontrar de novo ardor no combate pela justiça e pela paz”. Para os males do tempo presente, deixou-nos dom Lafond o remédio dos tempos passados.

Entretanto, não descuidou de clarear que não é o anacronismo que proporciona a cura, mas a eficácia da Tradição.

Para uma sociedade que padece, Dom Gerard oferece homens que se distinguem por sua “superioridade espiritual, moral, intelectual” e de cuja integridade se possa dizer indiscutível.

Esta solução, logrando êxito ao que se propôs ao fundar a Milícia de Santa Maria, isto é, “encarnar o espírito (da cavalaria) nas instituições”, gestará uma nova sociedade, porque é na transformação dos homens — e na transformação do homem integralmente — que se transforma a sociedade.

Depois de delinearmos o perfil cavalheiresco, à primeira vista — e aqui se alumia o título — não caberia a um cavaleiro, símbolo da virilidade e do arrojo, ser imitador de Maria Santíssima, que é, ao contrário, sinal sensível da mansidão, da docilidade e da serenidade.

Sendo cavaleiro, como poderia, ao mesmo tempo, assumir características marianas num “campo de batalha” espiritual ou temporal?
É que não basta, para a restauração da civilização, a fundação de ordens ditas heroicas, fundadas sob códigos de honra, sob títulos de nobreza e pompas. São necessários homens dispostos ao verdadeiro heroísmo, que é a santidade. É necessário o heroísmo da inversão dos valores profanos, da luta constante contra as ideologias totalitárias, e, no campo da fé, da luta contra todo tipo de pecado que fere a natureza humana e a aprisiona sob o poder do inimigo do gênero humano.

Os cavaleiros são homens que, por misericórdia de Deus, enxergaram no turvo horizonte, a nobre missão de levantar o estandarte da cristandade, “comunidade fraterna das nações resgatadas pelo Sangue de Cristo”. E essa certeza, mediante um novo estado de vida, coloca-os nas falanges da luta contra o poder das Trevas, a fim de libertar a todos os que se encontram sob o poder do maligno (cf. 1Jo 5, 19).

Este novo estado de vida, contrapondo-se ao antigo estado de aprisionamento, é agora uma prisão de devoto amor.

Ao novo cavaleiro, Dom Gerard propõe a consagração total de si a Nosso Senhor pelas mãos de Maria Santíssima. É por Ela, é sob o espelho dela que o cavaleiro entenderá sua missão de servir e proteger a Santa Igreja de Deus.

A solução para o aparente paradigma se dá ao perceber que não há heroísmo maior do que o de Maria. Não há superioridade espiritual que resista quando comparada à dela. Não há integridade moral, virtudes, dons e graças que Ela já não possua. E é por isso que, dada à grandiosidade dessa doce Suserana, todo cavaleiro que deseje seguir adiante com sua missão, precisa ser gestado no coração dessa boa Mãe.

Ao cavaleiro é exigida a superioridade moral, espiritual, intelectual, e tudo isto elevado ao grau do heroísmo, ao grau máximo da entrega de si, de seus bens, de suas qualidades e capacidades. Inspirado por este bom propósito, risco grande é faltar com a humildade tão necessária e deixar-se levar pela vanglória. Para desfazer tal perigo à Cavalaria que acabara de fundar, dom Gerard, impelido pela ação divina, dá aos cavaleiros um nobre presente: a consagração total a Nosso Senhor por meio de Maria Santíssima. Tudo que é feito de nobre, elevado, honroso por cada um dos seus cavaleiros, longe das vaidades do mundo, é devolvido com gratidão a Nossa Senhora. Por Ela os cavaleiros trabalham, por Ela lutam os membros da Milícia e é por Ela que humildemente esperam todos os seus servos devotos participar do Reino do céu.

A REGRA COMO MEIO DE SANTIFICAÇÃO DA VIDA COTIDIANA

Por Josimar de S. Rodrigues Junior
Milícia de Santa Maria no Brasil

A Militia Sanctæ Mariæ, em sua proposta fundante, visa formar homens comprometidos com “serviço e defesa dos fracos, da justiça e da paz” (D. Gérard-Marie).

Nosso fundador, sob o impulso do Espírito Santo, compreendeu que, no duplo combate da vida — espiritual e temporal —, era necessário que o novo cavaleiro se diferisse dos “cavaleiros” dinásticos, dos “cavaleiros” das honras e dos títulos e voltasse a se assemelhar ao verdadeiro espírito da cavalaria, daquela fundada sob os princípios da cristandade, na intrépida fé dos apóstolos e mártires, mas que tivesse, sobretudo, a docilidade de se deixar moldar pelo sopro do Espírito que “renova todas as coisas” (cf. Ap 21, 5).

A Ordem surge como uma proposta de santidade eficabilíssima, porque molda a espiritualidade a partir da “cristificação” interior, de uma adequação profunda à vida de Cristo obediente, pobre e servidor, que acaba por oferecer à humanidade homens capazes de se distinguir por sua “superioridade espiritual, moral, intelectual” e de cuja integridade se possa dizer indiscutível.

Este caminho, que chamei de “cristificação”, não é uma proposta vazia, abstrata, mas concreta, porque se faz na realidade cotidiana: na família, no trabalho, onde quer que um membro da Ordem esteja ele é chamado a fazer dali um campo de batalha contra as malignas forças espirituais e temporais.

A luta, o combate da vida para um membro regular, começa na exigência da pontualidade, da honestidade, da vida de oração, no comedimento e na sobriedade.

Por mais que pareçam tarefas simples, na frouxidão do mundo moderno, são batalhas quase intransponíveis.

Se o espírito do mundo moderno é secularista, avesso à ordem, à moral, ao espírito de honradez e, sobretudo, docilidade ao sopro do Espírito, como resposta a ele, a Ordem devolve homens firmes, capazes de exercer entre os homens a docilidade aprendida da Santíssima Virgem, nossa suserana, com a firmeza de um nobre cavaleiro, de gládio sempre preparado para o combate contra as forças do mal.

Dom Gérard-Marie entendeu que a vida de santidade não acontece com homens separados. É preciso unir forças, unir vontades.

A Ordem vem como meio de santificação eficaz porque, assim como nas antigas ordens de cavalaria, nenhum irmão deixava o outro no campo de batalha, entregue às próprias forças. Nós também, inspirados nesses santos homens, não devemos permitir nunca que um de nós se perca no caminho sem que, se for preciso, o “arrastemos” para o céu. Deus quer nos salvar em comunidade.

Em minha vida, a Ordem me auxilia a viver a luta contra o mundo, a carne e o diabo. Isso não se trata de grandes combates, mas de coisas simples, na vida comum.

Observo isso e saliento que a Ordem me auxiliou no ordenamento da vida de estudos, trabalho e oração, sobretudo. Mesmo não atingindo ainda a perfeição, consigo observar que minhas tarefas passaram a ter mais ordem quando comecei, por força da regra, dar a elas um sentido sobrenatural.

A Regra da Militia Sanctæ Mariæ é um manual de santidade do homem moderno, porque apresenta um caminho simples de santificação. É simples porque deseja que os que dela se servem se façam simples. É simples porque o reino dos céus é dos pequenos (“em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus.” Mt 18, 3). Assim como um manual de instruções, passo-a-passo ela nos ensina e cobra vivência do Evangelho na vida cotidiana.

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

SEMANA COM OS CRISTÃOS PERSEGUIDOS

 




PORTUGAL: Durante uma semana a Fundação AIS quer sensibilizar a população para a perseguição aos cristãos PORTUGAL:
Durante uma semana a Fundação AIS quer sensibilizar a população para a perseguição aos cristãos

Lisboa, 16 de Novembro de 2022 | PA

 

Começa hoje, quarta-feira, dia 16, a “Semana Vermelha” (#RedWeek). Trata-se de uma acção promovida pela Fundação AIS em Portugal, em simultâneo com praticamente todos os países em que está presente, com o objectivo de sensibilizar a opinião pública para a questão da perseguição aos cristãos.

O arranque desta iniciativa está agendado para as 16:30 horas, no Santuário do Cristo Rei, em Almada, onde um grupo de voluntários e amigos da Fundação AIS vão rezar o Terço, a que se seguirá a celebração da Santa Missa meia hora mais tarde. No final, o monumento ao Cristo Rei será iluminado de vermelho procurando-se, dessa forma, lembrar todos os mártires do cristianismo.

Tal como este Santuário situado na Diocese de Setúbal, muitas outras igrejas e paróquias um pouco por todo o país têm vindo a associar-se à Fundação AIS para esta acção muito concreta relacionada com a questão, tantas vezes ignorada, da perseguição aos cristãos.

O objectivo é só um: combater a indiferença, pois não é justo que se continue a ignorar os sucessivos ataques, a violência e discriminação a que estão sujeitos milhões de cristãos, que são a comunidade religiosa mais perseguida em todo o mundo.

Para consciencializar as pessoas para esta realidade, a Fundação AIS vai também divulgar um relatório, “Perseguidos e Esquecidos?”. Produzido a nível internacional de dois em dois anos pela Ajuda à Igreja que Sofre, este relatório tem como objectivo analisar as violações da liberdade religiosa contra os cristãos em alguns dos países onde há descrições persistentes de abusos de direitos humanos. O lançamento deste documento vai realizar-se na quarta-feira, dia 23 de Novembro, na Igreja do Campo Grande.

No período em análise, de Outubro de 2020 a Setembro deste ano, assistiu-se nos 24 países em observação ao agravamento da perseguição aos cristãos. O nacionalismo religioso e o autoritarismo intensificaram problemas para os fiéis.

Isso foi visível no Afeganistão onde, com o regresso dos Talibãs ao poder, houve uma desesperada tentativa de fuga do país não só dos cristãos, mas também de elementos de outras minorias religiosas. Mais grave, pela dimensão da comunidade cristã, é o que se passa na Coreia do Norte, China, Índia e Birmânia. Aí, constata o relatório da Fundação AIS, “a opressão aos cristãos aumentou”.

Muito preocupante é a situação em África, “onde o extremismo ameaça comunidades cristãs outrora fortes”. A violência que se tem registado permite falar já em “possível genocídio”. Um dos países em análise é Moçambique, onde ataques sistemáticos por parte de grupos terroristas islâmicos que reivindicam a sua ligação ao Daesh, levaram já ao deslocamento de mais de 800 mil pessoas e à morte de mais de 4 mil.

Particularmente grave é o que se passa na Nigéria. O Relatório da Fundação AIS refere que o número de ataques aumentou acentuadamente nos dois anos em análise, havendo mais de 7.600 cristãos mortos.

Se em África a situação dos cristãos piorou em todos os países sob pesquisa, no Médio Oriente, nomeadamente no Iraque, na Síria e na Palestina, é a própria sobrevivência das comunidades cristãs que está em causa.

O Relatório da Fundação AIS apresenta o testemunho do padre Andrew Abayomi, que estava a celebrar uma missa no Domingo de Pentecostes, a 5 de Junho deste ano quando a igreja foi palco de um violento ataque na Nigéria por terroristas.

Diz o padre Abayomi que o mundo está a ser, de alguma forma, cúmplice desta violência extrema que está a afectar as comunidades cristãs. “O mundo afastou-se da Nigéria. Está a acontecer um genocídio, mas ninguém se importa”, diz o sacerdote. E esta é uma realidade que ocorre em muitos países e não apenas na Nigéria. “Não são apenas os cristãos da Nigéria que sofrem, mas os do Paquistão, da China, da Índia e de muitos outros lugares”, acrescenta o sacerdote.

“Os cristãos são assassinados por toda a África, as suas igrejas atacadas e as suas aldeias arrasadas. No Paquistão, são detidos injustamente sob falsas acusações de blasfémia. Meninas cristãs são raptadas, violadas e forçadas à conversão e a casar-se com homens de meia-idade, em países como o Egipto, Moçambique e Paquistão. Na China e Coreia do Norte, governos totalitários oprimem os fiéis, controlando cada um dos seus passos. E, como este Relatório demonstra, a lista de abusos continua…”, afirma ainda este sacerdote.

O Relatório “Perseguidos e esquecidos?”, da Fundação AIS, denuncia ataques, a violência, o abuso de direitos humanos contra as comunidades cristãs. Como escreve o padre Andrew Abayomi, esta Igreja que sofre “precisa de pessoas que lhe dêem voz”. “Para que terminem as matanças, mais organizações como a Fundação AIS precisam de denunciar a verdade do que está a acontecer aos cristãos em todo o mundo. De outra forma, seremos sempre perseguidos e esquecidos.”

 

Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal

 

Rua Professor Orlando Ribeiro, 5 D

1600-796 Lisboa | PORTUGAL

TEL (+351) 217 544 000  | TLM (+351) 912 154 168

info@fundacao-ais.pt | www.fundacao-ais.pt

SILERE NON POSSUM nº 12

 

SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 12

 

                      BRAGA – 17 de NOVEMBRO de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

«Climate science should be less political, while climate policies should be more scientific. In particular, scientists should emphasize that their modeling output is not the result of magic: computer models are human-made. What comes out is fully dependent on what theoreticians and programmers have put in: hypotheses, assumptions, relationships, parameterizations, stability constraints, etc. Unfortunately, in mainstream climate science most of this input is undeclared.

To believe the outcome of a climate model is to believe what the model makers have put in.  This is precisely the problem of today’s climate discussion to which climate models are central. Climate science has degenerated into a discussion based on beliefs, not on sound self-critical science.» (World Climate Declaration,"assinada por mais de 1200 cientistas de todo o mundo e de várias áreas do saber) .

  Vai esta Carta, caros Amigos, quando decorre a COP27 no Egipto sobre “alterações climáticas” e Lisboa tem sido “ sacudida” por jovens cabeludos e imberbes, de calças rotas e barrigas ao léu a protestar contra as “ energias fósseis” , nomeadamente petróleo e gás natural, os mesmos que vão de carro para as suas “noites” e querem a sua casa aquecida no Inverno ou arrefecida no Verão! Ah! e não dispensam os seus modernos telemóveis e afins que existem porque usam lítio contra cuja exploração estão. Aquelas manifestações e cimeira abrem telejornais e são capa de revistas e jornais. Passam mensagens todas no mesmo sentido: o Homem é o único causador das chamadas “ alterações climáticas”. Peço-vos, caros Amigos que observem o gráfico abaixo, que nos dá que pensar e se refere à evolução da temperatura do planeta desde há 800 000 anos, ou seja, ainda sem o “ mau da fita”, o Homem, estivesse presente no nosso Planeta. Como os meus Amigos sabem, na História da Terra, os períodos de glaciação com duração de muitas centenas de milhar de anos em que gelos “ perpétuos” com vários quilómetros de espessura, cobriam  toda a Terra ou enormes áreas de continentes e mares existentes nas diferentes épocas, se alternavam com períodos de aquecimento e, consequente degelo, os chamados períodos inter-glaciais.( Temos em Portugal alguns testemunhos dos efeitos do degelo da última Glaciação, a de Wurm,por exemplo, no vale em U do Zêzere,as lagoas da Serra da Estrela ou na Serra do Gerês em alguns locais os chamado “ modelado aborregado” entre outros  testemunhos. E os meus leitores podem ver que nem os períodos glaciares nem os inter-glaciares são lineares, mas nitidamente oscilantemente arrítmicos com flutuações muito variáveis e, obviamente, com aquecimento/arrefecimento sucessivos.


 

  Assim, e de forma epistolar, logo muito sucinta, não há “ emergência climática” antrópica como os políticos nos querem fazer crer.

  Li, recentemente, um livro notável sobre este tema e cujo título é provocador e nada “ politicamente correcto”, mas é um livro sério e feito por um perito-cientista com larga experiência e saber: “ LES ÉCOLOS NOUS MENTENT!”, de Jean de Kervasdoué ( Ed. Albin Michel, Paris, 2021). O autor é economista da saúde, diplomado em “ Agro et des Eaux et forêts”, foi director dos Hospitais em Governo francês da Esquerda. Autor de várias obras sobre meio ambiente. Sugiro vivamente a sua leitura a todos os que querem andar bem informados e a não se deixarem manipular pelo “ Pensamento WOKE”.

 Como disseram na Declaração Sobre o Clima Mundial e assinada por mais de 1200 cientistas, investigadores e/ou docentes universitários de várias áreas da Ciência e onde não faltam Geólogos e Climatologistas:

«Climate science should be less political, while climate policies should be more scientific. In particular, scientists should emphasize that their modeling output is not the result of magic: computer models are human-made. What comes out is fully dependent on what theoreticians and programmers have put in…»

“A Climatologia deve ser menos política enquanto que os políticos do clima devem ser mais cientistas. Em particular, os cientistas devem enfatizar que o que os seus modelos debitam não é o resultado de magia: os modelos de computador são feitos pelo Homem. Que os seus resultados estão completamente dependentes do que os teóricos e programadores lhe introduziram…” traduzindo, “ tant pis que mal”, a introdução à Declaração que foi mote para esta minha Carta.

 Não posso, pois calar a “ lavagem ao cérebro “ que permanentemente me querem fazer. Creio na Ciência sem ser manipulada por ideólogos como fez, por exemplo, Lisenko, na URSS, para agradar ao regime totalitário. Quando a Ciência se deixa contaminar pela(s) ideologia(s) nunca dá certo. Já devíamos saber disto.

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, Braga,17.XI.22

  

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Dia de Libertação dos Dalits

No dia 07 e 08 de cada mês, como é sabido, a Militia Sanctae Mariae - Preceptorado do Brasil se dedica em orações aos cristão perseguidos e aos escravizados, respectivamente.

Também, desde 2017, na ocasião, a pedido de seu mestre Carlos Aguiar Gomes, o 2° domingo de novembro é dedicado em oração aos Dalits, a última das castas indiana, os abandonados entre os abandonados. Associam-se estas pessoas à fome, ao sofrimento, à exclusão social mais horrível, à miséria mais radical. São os intocáveis. Não têm direitos. Não tem nada. Resta-lhes estender a mão a uma sociedade que os exclui de tudo.
Os trabalhos mais violentos, sujos e desprotegidos são os únicos que podem exercer. São os dalits que limpam, sem qualquer protecção ou cuidados sanitários, os esgotos mais imundos, sobretudo da capital deste grande país. São muitos os dalits que morrem nestes trabalhos sem qualquer protecção deixando a família ainda mais pobre. São muitos os dalits que morrem ao longo do ano não se sabendo, na realidade, quantos, porque são excluídos, e, por isso, não entram nas estatísticas oficiais. Calcula-se que em cada cinco dias morre nos trabalhos em esgotos um dalit.

Não bastava todas essas injustiças, os Dalits representam 60% dos cristãos da Índia e também por isso são perseguidos e excluídos.

Que dediquemos nossas orações neste domingo aos Dalits e a todos aqueles escravizados, seja ainda pelas formas antigas ou pelas novas escravidões do mundo moderno, assim como pelos nossos irmãos perseguidos pela fé.

Autor: Gustavo Costa
Cavaleiro da Milícia de Santa Maria

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

10 de Novembro - S. Leão Magno

 Dos Sermões de São Leão Magno, papa

 (Séc. V)


   Toda a Igreja de Deus está organizada em diversas ordens, de modo que a integridade do corpo sagrado subsiste na diversidade dos seus membros. Apesar disso, como diz o Apóstolo, somos um só em Cristo Jesus. A diversidade de funções não é de modo algum causa de divisão entre os membros, já que todos, por mais humilde que seja a sua função, estão unidos à cabeça. Na unidade da fé e do Baptismo, formamos uma comunidade indissolúvel, na qual todos têm a mesma dignidade, segundo a palavra sagrada do apóstolo São Pedro: Também vós, como pedras vivas, entrai na construção deste templo espiritual, para constituirdes um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo; e ainda: Vós sois geração escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo resgatado.
   Todos os que renasceram em Cristo obtiveram, pelo sinal da cruz, a dignidade real e, pela unção do Espírito Santo, receberam a consagração sacerdotal. Por isso, não obstante o serviço especial do nosso ministério, todos os cristãos foram revestidos de um carisma espiritual que os torna membros desta família de reis e deste povo de sacerdotes. Não será, na verdade, função régia o facto de uma alma, submetida a Deus, governar o seu corpo? E não será função sacerdotal consagrar ao Senhor uma consciência pura e oferecer no altar do coração a hóstia imaculada da nossa piedade? Pela graça de Deus, estas prerrogativas são comuns a todos. Mas é digno e justo que vos alegreis no dia da nossa eleição como se se tratasse de vossa própria honra, para que em todo o corpo da Igreja se celebre um único sacramento do sacerdócio. Ao derramar‑se o unguento da consagração, este sacramento derramou‑se certamente com mais abundância nos membros superiores, mas desceu também, e não escassamente, até aos inferiores.
   Se a participação neste dom nos traz, com toda a razão, tão grande alegria, mais verdadeiro e excelente será o motivo do nosso júbilo, caríssimos irmãos, se não vos detiverdes a considerar a nossa humilde pessoa. Pelo contrário, será muito mais útil e digno dirigir a atenção do nosso espírito para a contemplação da glória do bem‑aventurado apóstolo Pedro e dedicar especialmente este dia à veneração daquele que foi inundado de bênçãos tão copiosamente pela própria fonte de todos os carismas, de tal modo que, tendo recebido muitas graças exclusivas à sua pessoa, nada se comunica aos sucessores sem a sua intervenção. O Verbo encarnado já habitava no meio de nós; Cristo já Se tinha entregado totalmente para a redenção do género humano.

SILERE NON POSSUM nº11

 

SILERE NON POSSUM

                     (Não me posso calar – Sto Agostinho)

Para destruir um povo é preciso destruir as suas raízes.” ( Alexandre Soljenitsyne)

 

 

                Carta aos meus amigos – nº 11

 

                      BRAGA – 10 de NOVEMBRO de 2022

 

 

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PAX

 

Caros Amigos:

 

«Lá vamos, cantando e rindo
Levados, levados, sim … »
( Hino da Mocidade Portuguesa)

 

  … Era assim que começava o Hino da Mocidade Portuguesa, cuja letra se deve a Mário Beirão com melodia de Rui Correia Leite, de 1937. Hino que hoje é odiado mas francamente vivido por autênticos alienados que caminham sem olhar o desastre que está a acontecer à nossa volta: cantando e rindo.

… É assim que todos nós, neste ano de 2022,vamos rumo … ao precipício que ninguém está a ver ou se recusa a ver por comodidade e/ou indiferença perante um mundo em plena hecatombe moral, ética, política e económica. Vamos cantando (em inglês mais ou menos mal pronunciado) e rindo como boçais em circo reles.

   Dou um exemplo gritante desta alienação colectiva que «meia dúzia» de ideólogos domina e impõe com maestria: a generalização do pensamento «woke» e da chamada «Teoria do Género» e o silêncio bovino dos educadores, sobretudo dos pais, primeiros e principais educadores dos seus filhos. Este tema preocupa-me mas preocupa-me mais o dito silêncio de quem deveria já ter saído para a rua manifestando a sua indignação perante o que se está a passar nas escolas de todos os níveis e onde os docentes também andam passivos tangidos por aguilhões manejados pelo Ministério da « Educação». Onde estão, por andam os pais deste país quando em muitas escolas se distribuem pelos miúdos livros verdadeiramente pornográficos na Disciplina dita de “Cidadania”. Um exemplo? São tantas as escolas de todos os níveis a impor livros com carácter, posso afirmá-lo, pornográfico!...Já vi livros assim!  

  Por natureza e com esta idade já não mudo e defino-me como um «interventor social» que desde há muito, muito tempo, estou atento ao que se passa à minha volta e como posso e sei intervenho com os recursos que tenho. Assim, como posso ficar indiferente face ao descalabro, sem ruído, que desaba à nossa volta? Como posso ficar «mudo e quedo» com o que sei que se passa nas escolas quanto à «educação» que dão às crianças e jovens, dizendo que cada um de nós tem o género que, num determinado momento, acha que tem? Como posso não protestar, por exemplo, com a abolição das casas de banho para rapazes e raparigas, passando a ser todas «unissexo» e vejo os pais calados? Como podem estes tolerar o intolerável? Como posso interpretar o silêncio, que é cúmplice deste desaforo?

   Repito a pergunta: Onde estão e por onde andam os Pais? Sabem estes o que se passa nas escolas que seus filhos frequentam, mesmo nas que são propriedade de organizações católicas?

   Bem sei que os “polícias do pensamento único” andam vigilantes e activos como a «Polícia dos Costumes» do Estado teocrático do Irão actual e ameaçam quem não segue o que vai naquelas «cabeças iluminadas»  e estão presentes e activos em todos os centros de decisão e de informação . Creio que a Pide não chegava a tanto! Talvez o KGB seja o modelo desses agentes de demolição da nossa Cultura. Mas não podemos ter medo! Se recuarmos tremendo” com receio de represálias, mais “ eles” avançam! … E não usam marretas nem picaretas! As ideias que impõem, em nome da modernidade, passam subtis, ou nem tanto, em nome do avanço civilizacional contra os “ fascistas”, “ machistas”, “ falocratas”, patriarcalistas”, e outros epítetos insultuosos para com quem não pensa pelo “ politicamente correcto”, o deles!

«…gemendo e chorando neste vale de lágrimas» , como se reza na Salve Rainha não resolve problemas é verdade mas seria sinal de que estaríamos a dar conta da catástrofe que nos cerca. Mas já poucos gemem e choram neste vale de lágrimas! A maioria dos nossos concidadãos prefere “ cantar” e rir” num triste retrocesso cultural que está a abalar as bases da nossa Civilização deixando destruir o que já muito pouco resta em absoluto estado de indiferença. Tristes tempos.

«…Levados, levados, sim …»

 

 

SILERE NON POSSUM!

 

Carlos Aguiar Gomes, Braga, 10.XI.22

  

La situation en Syrie/ A SITUAÇÃO NA SÍRIA

  En raison de l’actualité en Syrie, nous avons interrogé Benjamin Blanchard, directeur général de   SOS Chrétiens d’Orient   : Après une ré...